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sexta-feira, 9 de novembro de 2018

Biologia, química, física e matemática no Enem 2018

Professores dão dicas dos temas mais cobrados


Vilãs para muitos estudantes de ciências humanas e grandes aliadas de estudantes de exatas e biomédicas, as disciplinas de ciências das natureza biologia, química, matemática e física exigem do candidato muita atenção, aplicação e entendimento de conteúdos e seus conceitos e análise interdisciplinar. E, para dar aquele up aos estudantes de ambas as áreas nessas poucas horas restantes de preparação, quatro professores do colégio Mopi selecionaram o temas mais cobrados nos últimos anos, aquele conteúdo essencial que precisa estar na “ponta do lápis” e que vai ajudar na missão da passagem de vestibulando para calouro/universitário.


  1. Análise do professor de biologia e coordenador pedagógico do colégio Mopi http://www.mopi.com.br/ Luiz Rafael Silva. 

  1. Análise minuciosa de questões: A prova de Biologia no Enem costuma seguir um padrão interessante em sua confecção e resolução. Muitas questões apresentam em sua construção caminhos para que o estudante consiga solucioná-las sem a necessidade de um conhecimento específico sobre conteúdos da disciplina. Nesta prova, a habilidade em analisar gráficos e imagens, interpretar textos e conseguir observar os processos descritos nos enunciados se torna fundamental para conseguir êxito. Nunca descarte o enunciado das questões de Biologia, ele é imprescindível.

  1. Temas mais cobrados: Ecologia, Imunologia, Educação Ambiental e Citologia são os mais abordados, mas note que estes conteúdos são pedidos sempre acompanhados de contextos que envolvem assuntos com saúde, economia e agricultura. Portanto, estar ciente de notícias que envolvam esses temas lhe ajudará a não ter surpresas na hora da prova.

  1. Preparação na reta final: Como estudo nesta última semana, analise notícias dos temas mencionados anteriormente, correlacionanda-os com os conteúdos biológicos e produzindo mapas mentais como forma de revisão. Além disso, observe as habilidades para Ciências da Natureza presentes na Matriz de referência e tente elabor protótipos de questões, seguindo os parâmetros lá estabelecidos, correlacionando-os com temas atuais.

  1. Análise do professor de química do colégio Mopihttp://www.mopi.com.br/ Artur Gonçalves:

“Sobre a interdisciplinaridade na prova do Enem, se o candidato dominar os assuntos destacados abaixo em relação à Química, ele estará apto a tentar resolver questões que envolvam a Biologia, como também a Física, já que vários fenômenos biológicos estão ligados à Química Orgânica e, por sua vez, vários fenômenos físicos podem ter a compreensão facilitada com os tópicos da Físico-Química. Aliás, a Físico-Química estuda as soluções, principalmente aquosas, e suas propriedades coligativas (pressão máxima de vapor, elevação do ponto de
ebulição, abaixamento do ponto de congelação e osmose), estuda o desenvolvimento de calor das reações químicas, a produção ou uso da corrente elétrica e as velocidades das reações”. Analisando os três últimos exames do Enem, cheguei às seguintes conclusões:

1) A Química, para efeito de exames vestibulares, inclusive o Enem, é dividida em três partes: Química Geral, Físico-Química e Química Orgânica.

  1. a) A Química Geral colabora com cerca de 26% das questões, com destaque para os assuntos: separação de misturas, estruturas atômicas, ligações químicas, reações químicas inorgânicas e estequiometria.

  1. b) A Físico-Química colabora com cerca de 45% das questões, com destaque para os temas: radioatividade, soluções, equilíbrio químico, termoquímica e eletroquímica.

  1. c) A Química Orgânica colabora com cerca de 24% das questões, com destaque para os tópicos: funções química orgânicas, isomeria plana e espacial, reações químicas orgânicas.

O percentual restante leva em conta outros assuntos, como, meio ambiente e suas consequências. Dentro das três áreas, é possível dar ênfase a temas que apresentam mais frequência. São eles: ligações químicas, estequiometria, soluções, eletroquímica e reações químicas inorgânicas e orgânicas”, conclui o professor de química do Mopi Artur Gonçalves.

  1. Análise do professor de matemática do colégio Mopi http://www.mopi.com.br/ Bruno Vianna:

 “O Enem foge da decoreba. O principal é entender conceitos. As "fórmulas" não necessariamente terão que ser utilizadas. Mas o aluno, além de dominar conceitos, tem que estar preparado para aplicá-los em situações problemas "fórmulas" muito trabalhadas no Ensino Fundamental.

Por exemplo, Teorema de Pitágoras; as ideias de proporcionalidade ligadas a questões aritméticas, geométricas e, também, algébricas; entender que todas as "fórmulas" de áreas saem da ideia da área de um retângulo (inclusive a do círculo). Itens que  exijam a resolução de alguma equação do 2º grau não necessariamente têm de ser resolvidos pela fórmula da equação quadrática (erroneamente conhecida no Brasil como fórmula de Bhaskara). Técnicas de fatoração ou relações de Girard podem ser utilizadas. Já nos assuntos relativos ao Ensino Médio:

  1. Os itens de geometria espacial são importantes e abordam muito o conceito de volume, além de utilizar muitas ideias da geometria plana e de habilidades ligadas a espaço e forma.
  1. Todos os conceitos de probabilidade e estatística são bem exigidos.
  2. A ideia de função afim ou equação da reta ligadas a diversas situações, principalmente as que apontam variação constante, entre outros.

O principal é o candidato ter uma boa base da matemática do Ensino Fundamental e uma ótima percepção de como modelar uma situação problema com esses conceitos e também os conceitos do Ensino Médio. É fato que a prova vem exigindo mais conceitos do que em anos anteriores, mas não se compara com os diversos vestibulares militares que exigem, além do domínio de uma gama maior de conceitos, o conhecimento profundo de diversas fórmulas.

Vale acrescentar que não devemos ir para um jogo sem conhecer as regras. Logo, o aluno que irá fazer o Enem precisa ler a matriz de referência e entender que cada item cobra apenas uma única habilidade, lembrando que habilidade não é conteúdo. É também importante que o aluno saiba o que são distratores e que esses podem ser gerados pela falta de habilidade exigida ou carência em um dos cinco eixos cognitivos”, finaliza o professor de matemática do Mopi.

  1. Análise da professora de física do colégio Mopi http://www.mopi.com.br/ Heloize Charret: 

“O Enem é uma avaliação que, tradicionalmente, não se caracteriza por cobrar equações descontextualizadas. Nesse sentido, o maior é investimento dos alunos em memorizar equações deve ser feito em equações relacionadas aos principais temas do Enem, como por exemplo, o tema de energia. Essas são duas equações muito importantes e que costumam cair e, muitas vezes, são relacionadas. É o que chamamos de excelente relação custo-benefício”, avalia a professora do Mopi.

Eletrodinâmica:
P = V i

Essa equação relaciona a potência elétrica consumida, por exemplo, pôr um equipamento, em função da tensão e da corrente elétrica. Como o consumo e a economia de energia são temas de muito impacto para o Enem, essa é uma equação bastante importante.


Q = mc∆t

A equação fundamental da calorimetria permite calcular a quantidade de calor, Q, necessária para produzir uma variação de temperatura, ∆t, em uma determinada massa, m, de uma substância de calor específico, c.

Uma grande aposta é combinar essa equação com a equação para potência elétrica apresentada anteriormente. Assim, podem ser trabalhados problemas envolvendo o aquecimento, relacionando-o ao consumo de energia, como ocorre com os exemplos de chuveiro elétrico, cafeteiras, entre outros”, conclui Heloize.



ESSE ESCANDALOSO CAVALO DE TROIA CHAMADO ENEM


            O ENEM, desde que caiu em mãos petistas em 2003, virou um cavalo de Troia do tipo que chega relinchando, fazendo sujeira no calçamento, recheado de invasores, braços para fora, acenando bandeiras vermelhas. Pensado, originalmente, com o intuito de avaliar a aprendizagem dos alunos de ensino médio, uma vez confiado ao PT a partir de 2003 virou componente de relevo na máquina totalitária que o partido montou no MEC.
            É tão útil como instrumento de propaganda, tão alinhado com as estratégias do partido que se pode intuir nele o dedo mágico dos publicitários da legenda e sua inspiração na Agitprop (agitatsiya propaganda) soviética. Imagine o contexto: de um lado, uma prova que habilita os bem colocados, num sistema de cotas e notas, a ingressar na universidade sem custo no tempo presente; de outro, um inteiro temário de questões onde as pautas políticas do partido aparecem como textos de motivação, objeto de interpretação, ou respostas a serem assinaladas como corretas. Se estudantes cubanos, venezuelanos, ou nicaraguenses fossem submetidos a algum certame nacional, ele certamente seria assim.
            O cavalo de troia tem o poder de agir nacionalmente e de influenciar a quase totalidade dos estabelecimentos de ensino médio do país, mobilizando algo entre 5 e 7 milhões de estudantes por edição. O atrativo que oferece e a pressão de demanda que determina, leva as escolas a condicionarem seus conteúdos às pautas do ENEM. Desse modo, a burocracia do MEC dá o tom ideológico que devem entoar as salas de aula de todo o país. E depois – imenso paradoxo! – esses cavalheiros que impõem regras a todos, agitam suas bandeirinhas vermelhas em defesa da liberdade de cátedra e da autonomia do professor... Dá-me forças, Senhor!
            O ENEM dá continuidade a um conjunto de procedimentos que há muito tempo se espalha como inço renitente. É uma praga, do tipo que se infiltra até em rachadura de piso, e envolve provas em concursos públicos, atividades escolares e acadêmicas, critérios para concessão de verbas à atividades culturais, critérios para seleção de estudantes para cursos de pós graduação. E por aí vai.
            Quem se surpreendeu com a inclusão de vocabulário pajubá na prova deste ano possivelmente não conhece a música nem metade da letra tocada pela militância de esquerda agarrada no MEC como carrapato ideológico. Imagine o efeito desse e de tantos outros enxertos da prova sobre milhões de alunos que a elas compareceram levando-as a sério. Nenhuma dessas questões estava ali por acaso, nem por falta de assunto útil, mas para dar mais algumas marteladas no processo de desconstrução da nossa cultura e de seus valores.
            Espera-se que o governo Bolsonaro esvazie o cavalo de troia, acabe com o ENEM, e ponha o sistema a trabalhar em coisa séria, sob gestão qualificada, que tenha em vista a promoção humana de nossa juventude numa cultura de valores para uma vida digna.




 Percival Puggina - membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A tomada do Brasil. integrante do grupo Pensar+.

Quero mudar de área. E agora?



Quem não passou a adolescência ouvindo a palavra “vestibular”, talvez ainda esteja imune às várias armadilhas que o tempo revela. Se a carreira é uma delas, esse texto é para você. Afinal, o que considerar ao mudar de carreira? O dilema de muitos é que, aos 17 anos, nos deparamos com algumas decisões que nem mesmo aos 27 estamos tão certos sobre qual caminho tomar. De qualquer maneira, somos ensinados a fazer "o que gostamos". Mas se você foi ensinado a escolher o que te agrada desde o início, você pode se perguntar: "como vim parar aqui"?

Faço parte da geração Y, um grupo orientado pela satisfação profissional, talvez acima da busca pela própria estabilidade. Quando ingressamos no mercado de trabalho, nosso perfil profissional surpreendeu as gerações anteriores e fomos celebrados pela nossa versatilidade, conectividade e senso de autonomia.

Hoje, minha visão sobre o nosso perfil é menos romântica quanto ao mercado que construímos. Tivemos - e ainda temos - um oceano de escolhas, de cursos, de carreiras, de trabalhos informais como freelancers e até de materiais gratuitos na web capazes de nos ensinar a executar qualquer habilidade que venhamos a precisar, mas isso tem consequências.

Esse mundo de possibilidades nos torna constantemente insatisfeitos e instáveis quanto ao nosso curso profissional e pessoal. Mudamos de ideia o tempo todo, porque nos foi intitulado o direito de fazê-lo sempre que conveniente. E isso nos privou de uma linha norteadora que agregaria a construção, ao invés da dispersão na qual tantas pessoas da minha geração se encontram em tantos aspectos da vida. 

Podemos e devemos explorar as possibilidades de trabalho, mas temos que fazer essas experiências serem construtivas, e não ferramentas de procrastinação. Estamos deixando de construir carreiras sólidas e adquirir real consistência para as nossas vidas? Pelo contrário. Permanece o valor do trabalho com propósito, de buscar aquela carreira que realmente dialoga com nossos valores e habilidades que são só nossas. Vamos construir nossa linha norteadora a partir disso, mesmo que isso signifique buscar uma nova área de atuação.

Além do mais, a maneira como a civilização moderna está organizada faz com que estejamos trabalhando o tempo todo. Sem falar no cenário econômico brasileiro, que, para todos os efeitos, criou uma verdadeira cultura de desapego de empresas, equipes e modelos de trabalho. Então, por que não estamos trabalhando naquilo em que realmente acreditamos?

Mas dessa vez, sem pensar em vestibular. Vamos nos apropriar desse universo de informações, dessa cultura colaborativa, das nossas experiências anteriores (mesmo que em uma área distante da desejada) e construir, com autonomia, foco e objetividade, a vida que desejamos. Não porque estamos procurando algo mais legal para fazer, mas porque queremos dar à nossa força de trabalho, acima de tudo, um verdadeiro significado.







Marianna Greca - publicitária por formação e coordena a frente de Formação Complementar do Centro Europeu, uma das principais escolas de profissões do mundo


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