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terça-feira, 23 de outubro de 2018

Estudo evidencia os impactos da falta de saneamento básico na vida das mulheres brasileiras


Estudo inédito do Instituto Trata Brasil em parceria com a BRK Ambiental mostra que uma em cada quatro mulheres não tem acesso adequado à água tratada, coleta e tratamento dos esgotos e que a universalização dos serviços tiraria imediatamente 630 mil mulheres da pobreza


A falta de saneamento básico tem impactos negativos para toda a sociedade, e o problema é um dos fatores que reforçam a desigualdade de gênero no Brasil. Essa é uma das conclusões do estudo inédito “O Saneamento e a Vida da Mulher Brasileira”, que revela que o acesso a água e esgoto tiraria imediatamente 635 mil de mulheres da pobreza, a maior parte delas negras e jovens. Hoje no país 27 milhões de mulheres – uma em cada quatro – não têm acesso adequado à infraestrutura sanitária e o saneamento é variável determinante em saúde, educação, renda e bem-estar. Os resultados se somam as preocupações levantadas pela Campanha Outubro Rosa de atenção à saúde da mulher, portanto com base em dados oficiais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), dos Ministérios da Saúde, Educação e Cidades (metodologia completa em www.tratabrasil.org.br), o estudo é feito pelo Instituto Trata Brasil em parceria com a BRK Ambiental e apoio do Pacto Global, conduzida pela Ex Ante Consultoria.

O economista Fernando Garcia de Freitas, responsável pela pesquisa, lembra que quando há falta de água em casa ou quando alguém da família adoece em decorrência da falta de saneamento, em geral a rotina das mulheres é mais afetada – o impacto desses problemas no tempo produtivo delas é 10% maior que o dos homens.  “Temos um retrato evidente de como a falta de água e esgoto impacta a criança, a jovem, a trabalhadora, mãe e a idosa, impedindo a melhoria de vida e aprofundando as desigualdades”.

Um dos embaixadores do Instituto Trata Brasil, Dr. Artur Timerman, acrescenta que um diagnóstico específico sobre os impactos à saúde da família é importante para compreender os problemas que a ausência do saneamento básico provoca na sociedade. “A situação do saneamento básico no Brasil é preocupante e este estudo mostra que infelizmente estamos deixando gerações, sobretudo de mulheres brasileiras, às margens devido a um problema que não corrigimos ainda. A mulher é peça importante na sociedade e na construção de uma família, é ela na maioria das vezes quem tem a preocupação com a saúde familiar. Sem oferecer água tratada e esgotamento sanitário adequado a todos, estamos condenando o nosso futuro". Artur Timerman é mestre em Infectologia pela Universidade de São Paulo, Chefe Serviço Controle infecção Hospitalar do Hospital Edmundo Vasconcelos, Presidente Sociedade Brasileira de Dengue/Arboviroses. Também atende no Hospital Israelita Albert Einsten. Tem grande experiência no atendimento clínico.

Na idade escolar, as meninas sem acesso a banheiro têm desempenho estudantil pior, com 46 pontos a menos em média no ENEM quando comparadas à média dos estudantes brasileiros. O saneamento impacta ainda no ingresso ao mercado de trabalho, uma vez que o acesso à água tratada, coleta e tratamento de esgoto poderia reduzir em até 10% o atraso escolar da estudante. Outro dado impactante aponta que 1,5 milhão de mulheres não tem banheiro em casa e que essas brasileiras têm renda 73,5% menor em comparação às trabalhadoras com banheiro em casa. 

Os números também mostram que a falta de acesso à água tratada e ao esgotamento sanitário é uma das principais causas de incidência de doenças diarreicas, que levam as mulheres a se afastarem 3,5 dias por ano, em média, de suas atividades rotineiras. O afastamento por esses problemas de saúde afeta principalmente o tempo destinado a descanso, lazer e atividades pessoais. Meninas de até 14 anos são as maiores vítimas desse quadro, com índice de afastamento por diarreia 76% maior que a média em outras idades (132,5 casos de afastamento por mil mulheres contra 76). Já no caso da mortalidade, o déficit de saneamento é mais perigoso para a mulher idosa, que corresponderam a 73,7% das mortes entre as mulheres sem acesso ao saneamento.

No caso da renda, o acesso ao saneamento traria ainda um acréscimo médio de R$ 321,03 ao ano para cada uma dessas brasileiras, o que representaria um ganho total à economia do país de mais de R$ 12 bilhões ao ano.


Investimentos necessários à universalização do saneamento

O Plano Nacional de Saneamento Básico (PLANSAB), lançado em 2013 pelo Governo Federal, prevê alcançar a universalização do abastecimento de água e da coleta e tratamento de esgoto até 2033, mas o país não tem conseguido investir o suficiente nos últimos 11 anos. Para cumprir esta meta, estudos do setor mostram que o Brasil necessitaria de investimentos da ordem de R$ 20 bilhões por ano contra os R$ 11,5 bilhões investidos em 2016.



FONTES:

Édison Carlos - presidente executivo do Instituto Trata Brasil: “Ter acesso a uma água boa para beber, os esgotos coletados e tratados é um direito elementar de todo cidadão e dever de todo governante, é dignidade humana. Não podemos, em pleno século 21, ainda ter que convencer autoridades de que isso é necessário. O estudo mostra, de forma inédita, que a falta de saneamento impacta a todos, sobretudo a mulher brasileira”.

Fernando Garcia - economista da Ex Ante Consultoria: “A pesquisa revela que o saneamento é um fator determinante na saúde, na educação e na renda das mulheres. Como tal, condena as mulheres em situação de vulnerabilidade a permanecer em situação de pobreza”.

Teresa Vernaglia - presidente da BRK Ambiental: “A pesquisa revela que, no Brasil, é a mulher que cuida dos afazeres domésticos. É ela quem cozinha e é quem se ausenta do trabalho para levar o filho no posto de saúde.  Portanto, a falta de saneamento afeta diretamente a sua vida em diversas esferas, com impactos inclusive na sua mobilidade socioeconômica. São informações impactantes dada a importância da autonomia financeira para a igualdade de gênero e para o empoderamento da mulher, previstos no Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 5 da Agenda 2030 da ONU”.

Dr. José Antônio Marques - médico clínico e cirurgião de ginecologia, obstetrícia e oncologia.



Será que fazer um Programa de Fidelidade é a melhor opção para manter seus clientes?


A disputa acirrada para se manter no mercado e se destacar em relação à concorrência faz com que as empresas busquem constantemente oferecer melhorias. Uma das opções para se diferenciar é a criação de programas de fidelidade, oferecidos por muitas empresas para seus clientes. Mas você já se perguntou para que exatamente eles servem? E será que eles são indicados para qualquer tipo de negócio? 

Pode não ser óbvio para todos, mas, apesar do nome, esses programas não conseguem fidelizar clientes como em um passe de mágica. É claro que a empresa deve montar suas estratégias visando tornar seus clientes fiéis a seus produtos e serviços ou àmarca no geral. Porém, não há milagres nem certezas nisso. 

Quem decide se vai permanecer fiel ou se irá migrar para a concorrência é o próprio cliente. O que um Programa de Fidelidade pode fazer nesse caso é incentivá-lo a adotar esse comportamento positivo.Partindo desse princípio, vamos apresentar cinco boas – e válidas – razões para investir em um Programa desses: 


1- Incentivar os clientes a concentrar suas compras na marca e usar mais produtos ou serviços do portfólio para ter benefícios. Quando os programas de fidelização têm objetivos atraentes, como juntar pontos para viajar de graça, trocar por produtos exclusivos ou ter desconto em novas compras, entre outras opções, muitos clientes acabam comprando mais para poder alcançar logo essas metas


2- Tirar o foco de discussões de preços, descontos e prazos, focando na experiência do cliente com a marca e seus diferenciais em relação à concorrência


3- Agregar camadas de serviços atrelados a pacotes de benefícios aos produtos, de maneira natural e com regras claras, ou oferecer vantagens para vendas acima de determinado valor – como frete grátis ou crédito para usar nas próximas compras, por exemplo – de forma a aumentar o ticket médio


4- Para estimular diálogos com os clientes, entender melhor suas preferências e necessidades e engajá-los para que se mantenham fiéis à marca. Se o seu programa atende às expectativas do público-alvo da sua empresa, as chances de gerar propaganda espontânea sobre sua empresa ou sobre o programa e dos clientes compartilharem suas boas experiências nas redes sociais digitais ou offline são maiores


5- Incentivar comportamentos que tragam mais benefícios e melhorem a experiência do cliente. Ao gerar valor para ele e fortalecer o relacionamento com a sua marca, a tendência é que também cresçam as relações comerciais entre vocês

Em contrapartida, trago também cinco razões pelas quais você e sua empresa devem refletir bem antes de investir em um programa de fidelidade. Apesar de “tentadoras”, elas dificilmente justificarão essa criação:

1. Porque os concorrentes já fazem

2. Funcionar como gerador de descontos

3. Oferecer ‘vantagens’ de parceiros, em vez de focar em benefícios na sua marca

4. Envolver os clientes em um jogo apenas para diversão – e que, diga-se de passagem, nem sempre é tão legal assim para eles –, sem um propósito de negócio

5. Para tirar o foco dos produtos e serviços e atrair os clientes aos prêmios do Programa

Poderia, é claro, listar outros pontos pró e contra a criação de Programas de Fidelidade. Porém, o que quero frisar aqui é a finalidade da ação. Independentemente do formato, esse é um projeto que deve servir a uma estratégia específica para cada empresa. 

Sendo assim, o Programa deve estar totalmente alinhado com os objetivos de negócio da marca para justificar o investimento de tempo, de equipe e de dinheiro para sua criação, implantação e operação. E para que além de boas intenções o programa traga resultados positivos, acima de tudo é essencial focá-lo em beneficiar a relação com o cliente e trazer benefícios claros para ele.

E quando o cliente ganha, a tendência é que sua relação com a empresa aumente, assim como a sua confiança. E é a partir daí que ele decide permanecer fiel, concentrar compras, experimentar mais produtos da marca, dialogar mais e até ser um advogado ou mesmo um embaixador da sua empresa. Lembre-se: um programa bem desenhado e bem gerenciado gera ciclos virtuosos de negócios, que é o que importa ao final do dia.








Fernando Pierry - Sócio fundador da PRG BRASIL, Fernando Pierry tem mais de 20 anos de experiência em consultoria, marketing, vendas e tecnologia da informação. Responsável pelo desenvolvimento e execução de projetos para a América Latina, atua junto ao nível diretivo dos principais clientes da PRG BRASIL, somando mais de sessenta projetos na América Latina e em Portugal.


Violência infantil: três em cada dez brasileiros conhecem pessoalmente uma criança que sofreu esse tipo de crime


Especialista em Direito Penal, Talita Lira, explica os diferentes tipos de violência e as medidas necessárias para combater esse delito

 
Muitos meninos e meninas estão expostos diariamente a inúmeros tipos de violência no mundo. Na América Latina, segundo uma pesquisa divulgada neste ano pela organização social Visão Mundial, o Brasil é líder no ranking de violência infantil. No recorte nacional, o estudo apontou que três em cada dez pessoas conhecem pessoalmente uma criança que já sofreu violência.

Foram levados em conta ainda maus-tratos como o abuso físico e psicológico, trabalho infantil, casamento precoce, ameaças on-line e a violência sexual. No estudo, foram ouvidas 6 mil pessoas, com idade acima de 16 anos, e mais de 500 entrevistados eram brasileiros.

De acordo com a advogada Talita Lira, Especialista em Direito Penal, do escritório Alcoforado Advogados Associados, além dos diferentes tipos de violência listados na pesquisa, existem ainda os casos de negligência que também possuem caráter de maus tratos, como: deixar a criança em casa sem vigilância, negligenciar cuidados médicos e alimentação adequada, exposição do menor a situações que gerem perigo à vida ou à saúde, utilização da criança para realização de trabalho. "Além disso, outras situações como impedir a vida social do menor, ausência de cuidados relacionados ao clima, como frio e calor, ausência de provisão das condições necessárias para a criança frequentar a escola, dentre outros", esclarece.

No caso de sinais de maus tratos em crianças e adolescentes, as denúncias podem ser feitas aos Conselhos Tutelares dos estados, às Polícias Civil e Militar e ao Ministério Público. Existe o serviço de disque-denúncia, o Disque Direitos Humanos (Disque 100), que é nacional, e o Disque 181, que é estadual. "Esses serviços registram as agressões e protegem a identidade do denunciante. Ou a denúncia pode ser registrada por e-mail no endereço eletrônico disquedenuncia@sedh.gov.br", pontua a advogada.

Outra possibilidade atual também é que vários estados já possuem Delegacias especializadas em Proteção à Criança e ao Adolescente, como no caso do DF, em que pode ser feito o boletim de ocorrência para registrar a agressão.

Em casos de pais separados, em que um deles percebe maus tratos nos filhos, o ideal é comunicar a situação ao Judiciário com pedido de urgência para que, a depender do caso, a guarda seja revista e que as medidas cabíveis sejam tomadas, como diminuir o tempo de visitação da criança com o pai/mãe ou passar a ter visitação assistida. "É importante saber que, quando se fala em maus tratos, estamos falando de algo que é crime previsto tanto no Código Penal quanto no Estatuto da Criança e do Adolescente e não deve ser tolerado", garante Lira.


O que a legislação atual prevê:

A Constituição Federal prevê, no art. 227, como direito fundamental, o dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.

O ECA, em consonância com a Constituição Federal, também estabelece, em seu Título II, os mesmos direitos fundamentais que devem ser garantidos às crianças e aos adolescentes: direito à vida e à saúde, à liberdade, ao respeito e à dignidade, à convivência familiar e comunitária, à educação, à cultura, ao esporte e ao lazer, à profissionalização e à proteção no trabalho.

E, por sua vez, o ECA também defende que é dever de todos prevenir a ocorrência de ameaça ou violação dos direitos da criança e do adolescente e que nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais.

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