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segunda-feira, 1 de outubro de 2018

COMO A NEUROCIÊNCIA EXPLICA O CONSUMISMO NO DIA DAS CRIANÇAS?


Outubro é o mês das crianças e não há nenhuma novidade nisso. E, assim como acontece todos os anos, até o fatídico dia 12, o mercado passa a ofertar uma série de produtos e serviços para encantar os adultos-mirins. É youtuber dando “dicas” patrocinadas na internet, vinhetas coloridamente fantásticas na telinha, assim como vitrines miméticas da Disneylândia.

Entretanto, se o dono do cartão de crédito é você, por que continua comprando tanto? “Meu filho não para de fazer escândalo até que eu dê aquilo que ele quer”, “prefiro comprar e ter, pelo menos, um mês de sossego” ou “se tenho condições para comprar aquilo que não tive, então, por que não vou fazê-lo?” são as justificativas dadas pelos crescidinhos de plantão.

Mas, será que há quem compre este discurso? Para o especialista em psicologia aplicada à mercadologia e autor do livro “Hábitos de Consumo: Habit – O Comportamento do Consumidor que a Maioria dos Profissionais de Marketing Ignora”, Neale Martin, tudo não passa de uma “peça” pregada pela mente inconsciente, encarregada por 95% das nossas atitudes.

Na visão do autor, esta área da estrutura cerebral permite que possamos andar, respirar e fazer uma série de outras atividades cotidianas sem que tenhamos que direcionar esforços racionais para desempenhá-las. É esta região que também carrega a herança dos nossos antepassados, com todos os hábitos, símbolos e inscrições apreendidas ao longo dos séculos.

E por que não falar dos sentimentos que não damos conta de lidar? Se temos dificuldade de aceitar o ódio que detemos por algum familiar, jogamos para o inconsciente. Estamos passando por um forte momento de estresse no trabalho, melhor fingir que não vimos e esconder o acontecimento em um lugar guardado a sete chaves e pronto. Tudo resolvido.

Em outras palavras, pode-se dizer que o inconsciente é a mente infantil. Mesmo sem querer, ela está sempre emanando para o consciente as expressões linguageiras “quero tudo e quero agora”, “odeio esperar”, “é tudo ou nada”, “sou o dono do mundo”, “descarte o que não traz prazer”, “não me faça passar privação”, “se não tiver o que quero, farei pirraça” e por aí vai.

E o que isso tudo tem a ver com o Dia das Crianças? Sabe aquele presente que o seu filho tanto implorou para ter? Na verdade, o que estava em voga fora a sua própria criança interior advinda da mente inconsciente. É ela que, se vendo projetada na criança do lado de fora - seu próprio filho -, arruma um subterfúgio para “dobrar o braço” da parte adulta do psiquismo.

No final, tudo não passa de uma sala espelhada em que imagens mentais refratam-se e se identificam para fazer com que você, bebê crescido, não seja capaz de enxergar um palmo na frente do próprio nariz. Felizmente, se os cientistas do marketing já descobriram que a criança desejosa é você, também existem maneiras para domar o temido monstrinho interior.

A primeira delas consiste em ficar de olho nas cores contrastantes. A mente inconsciente aprendeu ao longo da evolução que os tons vibrantes acionam com maior facilidade as memórias e emoções reprimidas no inconsciente. Viu um anúncio muito colorido na web? Atente-se para que cliques e rolagens de mouse não façam de você o “gu-gu-dá-dá” da vez.

Tomar cuidado com o comportamento dos grupos também é importante. Para sobreviver às intempéries ancestrais, a mente primitiva aprendeu que “fazer o que todo mundo faz é sinal de sobrevivência”. Desta forma, preste atenção para não adquirir o que os influencers, ídolos televisionados ou amigos propõem. Pode ser fundamental para assegurar a sua sobriedade.

Está sentindo um “cheirinho” gostoso no ar? É hora de ligar o alerta. Odores muito marcantes na primeira infância como pipoca, chocolate, café, bolo ou pão assando no forno, e variações, fazem com que o seu psicológico fuja temporariamente da realidade e se armazene naquela época onde tudo era mais leve e você era feliz e não sabia.

E o que falar da voz macia que só os vendedores sabem fazer? O inconsciente sempre quer reconstruir as figuras que lhe deram conforto no passado, transferindo e atualizando suas características nas pessoas a sua volta. Lembre-se: se comprar, para você, talvez seja sinônimo de reacender as chamas da esperança, nada fará com que você realmente volte a ser criança.







Renan Cola - psicanalista da É Freud, viu?

Colaboração e tecnologia em sala de aula combinam?


Aprender Matemática de forma dinâmica, colaborativa e com apoio da tecnologia. Parece bom demais para ser verdade, mas essa é a proposta do método peer-instruction  (ou aprendizagem por pares), uma forma diferente de avaliar que valoriza a habilidade de cada criança, favorecendo a construção de conhecimento em duplas.

O método foi desenvolvido na Universidade de Harvard na década de 1990, pelo professor Eric Mazur. A princípio, as aulas de física da instituição receberam a novidade, que foca no aluno para desenvolver atividades e não somente no professor. Depois, outras disciplinas também ganharam a nova tecnologia.

A metodologia peer-instruction foi aplicada em 2018 em quatro turmas de 8º ano do Colégio Marista Londrina, e demonstrou ser um bom aliado no ensino-aprendizagem da disciplina de Matemática. O método de “instrução pelos colegas” foi uma ótima novidade para os alunos, especialmente para resolução de problemas, que é uma dificuldade constante dos estudantes na disciplina. 

Dessa forma, a dupla trabalha em conjunto na solução da questão, debatendo possibilidades e achando o caminho com base nas informações recebidas em sala. Com o peer-instruction e a metodologia ativa de aprendizagem, o desenvolvimento do raciocínio leva em conta a realidade tecnológica e a troca de conhecimentos. O método foi colocado em prática pela professora Marília Meletti de Abreu Probst “A resolução de problemas em duplas gera um sentimento muito forte de partilha e colaboração entre os colegas, além da fixação do conteúdo”, avalia.

Marília fez uso da plataforma virtual de aprendizagem Blackboard (utilizada internamente na rede de colégios) de forma colaborativa, na qual o aluno acessa o conteúdo da avaliação. Na atividade, cada dupla recebeu um iPad que continha quatro exercícios para serem solucionados em um tempo determinado. “Os alunos puderam trocar conhecimentos e aprender com o colega, percorrendo um caminho para desenvolver uma resposta. Isso é muito interessante”, comemora a professora.

De acordo com pesquisas desenvolvidas por Mazur, o método aumenta o nível de retenção do conteúdo em até três vezes. Segundo ele, a prática e a atuação como protagonista da busca pelo conhecimento e resolução de questões, faz com que o conteúdo seja realmente aprendido pelo aluno e não apenas decorado.  






Alessandra Garcia - analista de tecnologia educacional do Colégio Marista Londrina.


Empreendedorismo deve ser estimulado desde cedo



divulgação / Central Press


Saiba como trabalhar o espírito empreendedor para formar cidadãos que possam ser donos do próprio negócio


A cultura empreendedora no Brasil foi impulsionada, principalmente, pela crise econômica, que deixou milhares de pessoas sem emprego formal, obrigando muitos a se aventurarem por conta própria. Porém, quem deseja seguir uma carreira autônoma, dificilmente encontra em uma faculdade tradicional a preparação para isso. 

A maioria dos cursos de graduação brasileiros forma estudantes para seguirem trajetórias em empresas ou investir na carreira acadêmica. "Se o empreendedorismo fosse considerado realmente uma alternativa profissional, aulas que tratem de assuntos essenciais para a sobrevivência de uma empresa seriam parte da grade curricular de todos cursos. Com tanta gente empreendendo, é necessário mostrar para a nova geração que esse caminho é uma opção de carreira sim, mas que sem os conhecimentos essenciais, ela não vai decolar", afirma o vice-presidente de Micro e Pequenos Negócios da TOTVS, Eros Jantsch.

O problema da falta de preparo é que muita gente abre um negócio sem ter nenhuma noção de gestão e, assim, as chances de terminar dentro da estatística do Sebrae - que diz que a taxa de mortalidade nas microempresas é de 45% nos dois primeiros anos de existência -  é muito grande. Para Alessandra Meira, Gerente de Produto da Solução Educacional Conquista, o empreendedorismo deve ser estimulado desde cedo, em casa e nas escolas, desde a Educação Infantil. No Brasil, são mais de 800 escolas e um total aproximado de 100 mil alunos que utilizam o sistema de ensino, que traz material específico sobre empreendedorismo e educação financeira, com o objetivo preparar os estudantes para a vida adulta, aptos a serem donos de seus próprios negócios.

Segundo Alessandra, o maior benefício da educação empreendedora é que os alunos passam a enxergar tudo que há ao seu redor como um campo aberto para experiências, um lugar onde há a possibilidade de inovar, de melhorar a sua realidade e também a da escola e comunidade em que estão inseridos. "Ensinar empreendedorismo é dar liberdade para a criança protagonizar seu futuro, sonhar e colocar suas ideias em prática. É também a forma de fazê-los compreender o valor das pequenas conquistas e ajudá-los a construir já na escola uma trajetória de vida de sucesso", afirma a gestora. 

As lições sobre empreendedorismo começam pequenas. Pode ser num problema simples do dia a dia que a criança queira resolver, como uma goteira que está sempre pingando ou uma horta sem cuidados. "Se ela receber apoio, vai começar a desenvolver soluções e a perceber a capacidade que ela tem de atuar como agente transformador da realidade. Quanto mais esse comportamento foi encorajado, mais ele vai se fortalecer", garante Alessandra. A família também pode estimular o empreendedorismo em casa, desde os primeiros anos de vida. "Por mais que muita gente acredite que é muito cedo para começar a falar sobre o assunto com as crianças, existem algumas habilidades que, ao serem estimuladas e desenvolvidas, são capazes de contribuir para um futuro empreendedor de sucesso", afirma a educadora. São elas:


1 – Persistência nos objetivos

Mesmo quando criança, os pequenos possuem objetivos. É essencial que os pais estejam atentos e os ajudem a persistir para alcançá-los. Mas vale lembrar que é também na infância que as crianças começam a demonstrar habilidades que podem definir sua vocação. Ao ajudar os filhos a desenvolver desde cedo essas habilidades, isso vai criar um espírito empreendedor, e eles consequentemente crescem mais bem preparados.


2 – Estabelecer metas

Para que se consiga chegar aos objetivos, é preciso estabelecer metas. Portanto, é importante que os pais, e também os professores, que possuem um papel fundamental nesse processo, estimulem as crianças a estabelecer metas que sejam alcançáveis. Por exemplo: almoçar com a TV desligada, dormir todo dia no mesmo horário, guardar os brinquedos antes de dormir, etc.


3 – Fazer amizades

Esse simples comportamento das crianças faz com que elas tenham um convívio social mais desenvolvido, ou seja, desde cedo vão começar a ter relações com outras crianças, o que desenvolverá o lado comunicativo. Isso porque é importante lembrar que um bom empreendedor é alguém que tem boas capacidades comunicativas, que sabe se relacionar e conviver com outras pessoas.


4 – Autoconfiança

Outra habilidade importante e que precisa ser trabalhada com as crianças é a autoconfiança. É essencial fazer com que elas acreditem em si mesmas, e principalmente, que são capazes de realizar tudo o que planejam e que são capazes de alcançar os seus objetivos, se tiverem persistência.


5 – Independência

Por fim, outra habilidade a ser trabalha com os filhos e com os alunos é a independência. Ensinar as crianças que existem tarefas que elas podem desempenhar sozinhas é uma boa forma de como ensinar empreendedorismo para os filhos ainda durante a infância.



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