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segunda-feira, 13 de agosto de 2018

Jovens preferem se candidatar a outra vaga de estágio do que concorrer a uma vaga formal



De acordo com estudo, adquirir experiência na área é o principal motivador desses estudantes


Em tempos de crise, como o atual, o desemprego no mercado celetista pesa mais sobre a mão de obra mais nova da população brasileira. Diante de um cenário econômico desfavorável, o grupo amarga os piores efeitos da recessão. Para se ter ideia, a redução de postos entre os jovens no Brasil atingiu, no fim de 2017, a maior taxa em 27 anos. Segundo o estudo "Tendências Globais de Emprego para a Juventude 2017", realizado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), a taxa brasileira supera o dobro da média mundial, de 13,1%. Entre mais de 190 países avaliados, apenas 36 têm uma situação pior que a nossa para os jovens.

Além dos cortes, eles ainda enfrentam aquele velho dilema: para entrar no mundo corporativo é preciso experiência prévia. Mas como adquiri-la sem uma primeira chance? Por isso, aqueles que ainda frequentam as salas de aulas recorrem a outras alternativas, como o estágio. Inclusive, segundo uma pesquisa especializada, a modalidade está tão atraente para os estudantes que vem ganhando o posto de primeira opção como porta de entrada no mercado de trabalho. Segundo especialistas, além de fato de não exigir experiência, esses programas proporcionam a vivencia profissional que os jovens necessitam para o desenvolvimento da carreira.

Sobre o estudo

Segundo um levantamento feito pela Companhia de Estágios – consultoria e assessoria especializada em programas de estágio e trainee – quase 60% dos jovens estão em busca de uma oportunidade de estágio e apenas 4% procura, especificamente, por uma vaga CLT. Entre aqueles que já atuam no programa, o cenário não é muito diferente: 39% almeja uma efetivação, enquanto 37% deseja ingressar em outro estágio. Somente 24% tem como prioridade encontrar uma colocação formal.

Mais de 90% dos jovens que esperam a efetivação estão satisfeitos com a vaga de estágio atual e desejam permanecer na empresa.  Já entre os que querem partir para o mercado celetista, esse índice cai para 64%. Dentre os estagiários que pretendem procurar outra vaga no programa após a conclusão do contrato atual, o nível de satisfação com a vaga é equilibrado. De acordo com Tiago Mavichian, diretor da recrutadora, isso pode acontecer por várias razões: “Pode ocorrer um descontentamento com a empresa na qual está atuando, ou o desejo de aprender mais sobre a profissão, visto que os contratos de estágio são relativamente curtos e, nem sempre, o estudante consegue aprender tanto quanto gostaria, ou, até mesmo, o intuito de conhecer outros campos de atuação” – explica o especialista.

Desenvolvimento de carreira e remuneração

35% dos estagiários que esperam ser efetivados alegam que a maior preocupação, no momento, é conseguir ser promovido no trabalho e impulsionar a carreira. A remuneração oferecida pelos empregadores também pode contribuir para tal decisão: 58% desses jovens recebem bolsa auxílio acima de R$1.200. Já para os estudantes que, embora satisfeitos com o estágio, querem procurar outra oportunidade, a prioridade é adquirir mais experiência antes de se candidatarem ao mercado formal. Aliás, essa é a maior preocupação do momento para 34% deles.

Cenário econômico nacional

Apesar de lenta, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) registrou sinais de uma recuperação: entre janeiro e junho deste ano o país voltou a criar empregos e apresentou um saldo de 392.461 novos postos. Mas essa melhora ainda passa longe do esperado, especialmente diante da grande procura. Para se ter ideia, no último dia 16 de julho, cerca de 6.000 pessoas compareceram a um mutirão realizado no Vale do Anhangabaú, em São Paulo, que oferecia vagas com salário médio de 1.200 reais, valor, muitas vezes, menos atrativo quando comparado à outras modalidades, como a autônoma e, até mesmo, o estágio. Além disso, o índice de medo do desemprego, medido desde 1996 pelo Ibope e pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), chegou ao seu pico no final do primeiro semestre do ano. O indicador, que vai de 0 a 100, registrou 67,9 pontos.

Mercado saturado

De acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o aumento do desemprego foi maior entre os jovens do que em outras faixas da população. No primeiro semestre do ano, a taxa chegou a 28,1% na faixa etária de 18 a 24 anos e 43,6% entre 14 a 17 anos. O estudo, que faz parte da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua, mostra que, apesar do recuo no número de postos fechados, que caiu de 13,1% para 12,4% no trimestre encerrado em junho, o desemprego ainda atinge, no total, 13 milhões de brasileiros.

Além disso, o levantamento também registrou o maior índice de pessoas fora da força de trabalho (que não trabalham nem procuram) desde o início da série histórica do IBGE, em 2012. 65,6 milhões de brasileiros integram o grupo, composto por donas de casa, aposentados, jovens, estudantes, e pessoas que deixaram de ter disponibilidade ou que desistiram de procurar um emprego formal. Diante desse cenário negativo, os jovens buscam alternativas para não ficarem à margem do mercado, por isso, o estágio acaba se mostrando uma opção atraente a esse público, que geralmente cursa o ensino médio ou a graduação.

Programas de estágio  

Para Mavichian, essa situação não é exclusividade do Brasil: “Em países que contabilizam o valor das verbas rescisórias pelo tempo de serviço prestado à empresa, é comum que os cortes cheguem primeiro na mão de obra mais jovem, afinal essa demissão é mais barata do que a de um veterano. Isso diminui o ônus patronal. E o mesmo ocorre com as contratações, pois os jovens têm pouca ou nenhuma experiência profissional, e, necessariamente, precisam ser treinados pelas empresas, o que gera custo. Por isso o empregador tende a descartar esse grupo do quadro de colaboradores”. Já no estágio, o diretor da recrutadora explica que isso não é um impedimento. O programa tem cunho educativo e visa ser o complemento prático de tudo o que é apreendido em sala de aula para proporcionar o desenvolvimento profissional do estudante. 

Portanto, a experiência prévia é um requisito dispensável, assegurado por lei.

Segundo Mavichian, as empresas que implementam o programa de estágio procuram, justamente, por um jovem em formação: “O principal intuito é treinar o estudante de acordo com a cultura da empresa, para que este se desenvolva profissionalmente e possa integrar o quadro efetivo no final do contrato. Além disso, o estudante oferece um olhar em constante capacitação, que está antenado com as principais tendências do mercado na atualidade e, na maioria das vezes, isso é de grande valia para a organização. Ou seja, é uma via de mão dupla, porque o estudante também adquire bagagem profissional e desenvolve sua carreira” – finaliza o especialista.






Fonte: Companhia de Estágios | PPM Human Resources

Se a empresa tivesse dinheiro suficiente, a produção seria ideal. Será mesmo?


Boa parte dos problemas das empresas é a falta de capital para custear a totalidade de seus projetos. Assim, é comum que tanto os líderes quanto suas equipes tendam a pensar que, com mais recursos financeiros, com mais dinheiro em caixa, criar-se-ia a situação ideal para que estes investimentos se concretizassem e, como num passe de mágica, a produção atingiria toda a sua plenitude. Porém, quem trabalha em companhias onde não falta dinheiro para custear a produção sabe que essa não é uma verdade absoluta. Não mesmo...

Observo que existem alguns pontos que impedem a concretização de projetos tanto quanto – ou até mais – do que a falta de recursos. Posso abordar alguns deles para reflexão de quem trabalha em companhias que independem da captação de verbas para a produção. Sei que muitos profissionais se identificarão com situações que presenciei ou vivo e que são comuns a muitos líderes, gestores e equipes. Vamos a elas:


As áreas não se entendem – Não se sabe por que a produção não atinge o patamar desejado, a meta não é cumprida e, então, inicia-se uma caça às bruxas. A culpa é do RH, que não contratou os profissionais necessários para a execução do trabalho? Ou é da Produção, que não solicitou essa contratação? Ou, então, é de outros departamentos, que não se entendem, não conversam e não se alinham? O certo é que a produção pode não estar dentro da meta pelo fato de as áreas não trabalharem em sinergia, em conjunto, harmonicamente, e isso atrapalha o desempenho de toda a empresa. Promover esse entrosamento, a conexão exata para que o rumo seja tomado, não é tarefa fácil, mas, é necessária e se faz urgente. E são os gestores que devem chamar suas equipes à responsabilidade de exercer seus papéis no trabalho, porque não dá para esperar que ‘o outro’ faça aquilo que deve ser feito. 


Falha na conexão entre líder e equipe – Se os gestores são capazes de motivar as equipes a fazer o trabalho que tem de ser feito, de maneira a alcançar resultados concretos, ao líder cabe se fazer entender, porque é ele quem direciona todo o projeto. Ele deve ser um facilitador estratégico, que propicia o acesso às informações e ferramentas necessárias para que a produção se amplie, ao mesmo tempo em que seja receptivo a ouvir o que as equipes lhe trazem de feedback. Aprender com as equipes faz o líder mais engajado também, com conexão direta com as áreas e conhecedor de mais atividades que lhe propiciam uma visão 360o


A confiança anda em baixa – Se você precisar se ausentar, tem a garantia de que o trabalho será bem feito? Ou acredita que, em sua ausência, haverá problemas? Seja você um analista, gestor ou líder, necessita trabalhar com confiança em sua equipe, em seus pares. Um grupo de trabalho coeso se dirige para o mesmo objetivo e sabe das potencialidades e limitações de cada um, buscando ajuda, assumindo erros, contornando problemas e se apoiando, mutuamente. É fundamental que todos tenham a mesma vontade de vencer, de entregar e de produzir para que essa confiança se instale, de maneira espontânea, mas, com condições baseadas na objetividade, em critérios práticos, que levem aos resultados.


Não há ajuste entre a expectativa e a realidade – Existe todo um discurso em torno da produtividade e sabemos que uma dimensão importante da medida do nosso sucesso é a entrega. Quando a empresa mantém níveis de crescimento, mas essa entrega, porém, não condiz com as expectativas dos acionistas, é necessário rever imediatamente processos para superar os desafios. Eu não gosto de perder e não quero perder. E desconheço quem goste ou quem o queira. Então, é eficaz usar essa energia da perda como motivação para trabalhar.

Obviamente, a falta de financiamento para produção de projetos é um entrave poderoso e perigoso, um inimigo de qualquer empresa, que não deve ser ignorado. Mas, aqui, não me refiro às empresas que lutam em busca de financiamentos ou de investidores que acreditem em seus potenciais, estou falando de companhias já estabelecidas e que têm problemas que já passaram, há muito tempo, desta fase. Hoje, elas encaram desafios de outras naturezas, que podem fazer com que o potencial de inovação, produção e gestão desses recursos seja aproveitado aquém do desejado justamente porque outros fatores, como os aqui citados, atrapalham todo o desenvolvimento da companhia e, em cascata, sua produtividade. E, neste cenário, realmente, não há dinheiro que baste para ampliar a produção.








Marcelo Tertuliano - Administrador de Empresas, com 23 anos de experiência na função financeira, dos quais, 15 anos em posições de liderança. Atualmente está à frente da área financeira de uma grande mineradora em Moçambique. 


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