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segunda-feira, 16 de abril de 2018

Um ano das novas regras para passagens aéreas: o que mudou?


Com muitas mudanças, desde 14 de março de 2017, novas regras para o transporte aéreo entraram em vigor no Brasil. O que se pode perceber após um ano em vigor dessas regras? Muito se falou, desde então, em queda de preços das passagens para os passageiros como uma das principais vantagens. Isso ocorreu? Foram os passageiros beneficiados nos preços das passagens?

Uma rápida busca pelas estatísticas da ANAC mostra que, no período de 2002 a 2017, houve realmente uma expressiva redução do preço médio das passagens nacionais. Considerando as 126 rotas mais importantes no país, o valor médio das passagens em 2002 foi de R$ 670,00 e, para 2017, de R$ 249,00, isso descontada a inflação. É uma redução média superior a 60% no valor das passagens.

Essa redução média do preço das passagens explica o aumento da demanda. Em 2002, cerca de 48 milhões de passageiros voaram no Brasil, contra aproximadamente 118 milhões em 2015. Há que se ter um certo cuidado na observação dos dados, pois em 2017 o número caiu para 88 milhões, mas isso foi resultado da recessão dos dois anos anteriores, que afetou todos os setores da economia - e com a aviação não foi diferente. Tudo indica que, em 2018, os números voltarão a ficar acima de 100 milhões - marcando o início de uma recuperação.

De 2001 em diante, há que se ressaltar que muitas regras sobre o transporte aéreo foram alteradas, com o propósito de ampliar o número de ofertas de voos para os brasileiros. Em 2001, veio a liberdade tarifária - os preços passaram a ser definidos pelas regras de mercado. Em 2005, uma flexibilização da oferta de rotas e frequências de voos. E assim prosseguiram as alterações, com maior liberdade para empresas brasileiras e internacionais, culminando em 2016 com a resolução 400/2016 da ANAC, que trata das Condições Gerais de Transporte Aéreo. Nessa resolução, foram tratados assuntos como de desistência de compra, indenização, bagagem extraviada, alteração de nome de passageiro, dentre outras tratativas.

Na resolução estava também a regra que mudou a franquia das bagagens, regra que se transformou na mais comentada, e por muitos criticada, pois permitia às empresas aéreas não mais oferecerem a franquia nas bagagens despachadas. Ainda que a bagagem de mão tenha passado de 5kg para 10 kg de franquia, o que realmente foi muito útil para, segundo a ANAC, 2/3 dos passageiros, a cobrança da bagagem despachada, qualquer que fosse, não foi, como era de se esperar, bem recebida - afinal, anteriormente era possível viajar pelo Brasil despachando-se um volume de até 23 kg sem pagar nada a mais por isso, e agora não mais.

Segundo a ANAC, apesar de não ser percebido, o preço da franquia era incluído na passagem de todos; agora não mais - assim, cada um pagará pelo que transportar. A conclusão então, é que o preço das passagens sem esta cobrança incluída iria cair. Foi anunciado que, após um período de adaptação, os passageiros perceberiam essa redução dos preços. Ótimo, todos ficariam satisfeitos.

Eis que passados pouco mais de 10 meses da efetiva entrada em vigor das novas regras, não há uma percepção de redução real das passagens. Bem, pode ser porque historicamente elas já vinham em trajetória decrescente, ou porque o tempo ainda foi muito curto para um efeito real, mas o fato é que todos aguardavam algo mais substancial, e isso ainda não ocorreu.

A modernização das regras, a flexibilização das tarifas, novas rotas, tudo isso é bom para os brasileiros. O que não pode ocorrer é o mercado - e as empresas - transformarem uma liberdade de preços em maiores receitas, sem a devida contrapartida para os passageiros, que hoje convivem em espaços mais apertados nas aeronaves e serviços de bordo, digamos, espartanos. Existe uma condição, nas novas regras, que permite à ANAC suspender essa cobrança das bagagens, caso não seja observada uma redução proporcional no preço das passagens. Vamos acompanhar durante este ano e manter este assunto “no ar e no radar”.







Fábio Augusto Jacob - oficial aviador da reserva da Força Aérea Brasileira, coordenador e professor da Academia de Ciências Aeronáuticas Positivo (ACAP) da Universidade Positivo (UP), em Curitiba/PR.

Para 77% dos brasileiros, violência e corrupção afetam a educação no país



Dois dos principais problemas enfrentados pelo Brasil, a corrupção e a violência, estão diretamente ligados à baixa qualidade da educação, na opinião de 77% dos brasileiros. É o que revela uma pesquisa feita pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), em parceria com o Todos Pela Educação.

De acordo com o balanço, quanto maior o nível de escolaridade dos entrevistados, maior a percepção sobre a relação entre a educação e os níveis de violência. Pessoas com, pelo menos, a quarta série completa, por exemplo, representam 71% dos que acreditam na conexão dos dois aspectos. Esse índice sobe para 82% quando a pergunta é feita para quem tem ensino superior.

Para a coordenadora de projetos do Todos Pela Educação, Vanessa Souto, essa convicção dos brasileiros se remete ao fato de que, com um aumento na qualidade da educação escolar e um comprometimento maior das instituições de ensino, diminuiria o espaço para a violência.

“As pessoas entendem que, uma educação de qualidade traz maiores oportunidades a essas crianças e jovens. Então, uma educação de boa qualidade permite que as crianças e jovens, quando saírem da escola, estejam com aprendizagem adequada, concretizem seus projetos de vida. Isso, com certeza, ajuda a reduzir a questão da violência, porque mais pessoas estariam empregadas, mais pessoas terão uma renda melhor”, afirma a especialista.

O balanço aponta ainda que, seis em cada dez brasileiros concordam total ou parcialmente que a corrupção no Brasil decorre da falta de estrutura na educação.

Na avaliação do diretor geral do Senai, Rafael Lucchesi, os brasileiros atribuem essa ligação à falta de uma gestão mais comprometida que deve partir, principalmente, dos governantes.

“A população tem uma percepção clara de que há problema de gestão na escola. Então, o problema não é só locativo. É, sobretudo, gerir melhor os recursos que hoje são alocados. Certamente, isso está associado a uma percepção de uma má administração da escola e da corrupção que existe na máquina pública brasileira, que é de domínio amplo”, comenta ele.

Lucchesi destaca ainda que, para a população, as melhorias da qualidade da educação viriam com uma melhor gestão escolar, com a valorização do professor, um cuidado maior com o aprendizado do aluno e mais atenção com a firmação da cidadania.


Insatisfação

O balanço divulgado mostra também que, em quatro anos, a insatisfação com a educação no país aumentou. Em relação às escolas públicas, cerca de 26% dos entrevistados considera o ensino no nível médio como ruim ou péssimo. O deputado Caio Narcio (PSDB-MG), titular da Comissão de Educação na Câmara dos Deputados acredita que o cenário poderia ser outro se os professores fossem mais valorizados.

“Não há educação sem professores motivados. São professores que, geralmente lecionam por vocação, fazem isso com muito esforço e dedicação, mas que são mal remunerados”, ressalta o congressista.

A pesquisa feita pela CNI, juntamente com o Todos Pela Educação foi realizada pelo Ibope Inteligência. Os entrevistados foram ouvidos entre os dias 15 e 20 de setembro de 2017, em 126 municípios brasileiros.





Marquezan Araújo

Fonte: Agência do Rádio Mais

Mercado quer antecipar recebíveis para rentabilizar o caixa


Se olharmos os últimos dados do Banco Central que apontam um crescimento das concessões de desconto de duplicatas, logo veremos que o título desse artigo faz sentido. Elas atingiram um patamar de R$ 30,601 bilhões em dezembro do ano passado, o que reflete um valor 121,4% maior do que o registrado no mesmo período de 2016, quando chegaram a (R$ 13,816 bilhões). O mesmo aconteceu com a antecipação do crédito nas faturas de cartão, um aumento de 455%.

O que esses dados têm a nos dizer? Não é de hoje que os recebíveis (duplicatas, cheques, de cartões) tornaram-se fundamentais para o financiamento do capital de giro das empresas, sendo fundamentais e, praticamente, a única opção disponível para a maioria das empresas, já que com a queda da Selic, as alternativas de investimentos foram reduzidas e limitadas para o investidor.

Se por um lado o mercado está passando por um momento de transição, por outro, os seus recebíveis valem ouro e precisam ser cuidados como uma joia rara. Como em tudo que se refere a crédito, credibilidade é essencial, ainda que ressoe como um trocadilho infame. Os bancos, por sua vez, monitoram os seus recebíveis para garantir que não há alguma fraude no processo.

Neste sentido, tenha cuidado com as trocas frequentes de títulos. No mercado financeiro, procuramos empresas cujos títulos “tenham liquidez”, ou seja, que uma vez emitidos, sejam pagos pelo sacado e não substituídos por outros recebíveis. Reforçando, num mundo em que o recebível é o melhor – senão a única alternativa para financiar o seu negócio -, definitivamente você não vai querer colocar sua confiabilidade em dúvida.

Outro ponto interessante é que, nem todo título é igual, mas algumas empresas os tratam como se fosse. Por exemplo, a companhia tem duas duplicatas contra uma poderosa indústria multinacional e, outra, com uma atacadista nacional de pequeno porte. Logo, são empresas de risco bem diferentes, cujo apetite de crédito dos financiadores é igualmente distinto. Então, porque descontar os dois pelo mesmo preço em algum banco ou FIDC - Fundo de Investimento em Direitos Creditórios?

Se cada ativo seu tem um risco diferente, este recebível também deve ser descontado por uma taxa diferente. Infelizmente, todos tendem a ser descontados pela mesma taxa e balizados pelo risco de pior qualidade. Cedentes e sacados podem e deveriam negociar bem suas condições de pagamento. Afinal, o sacado com caixa aplica mal sua liquidez, enquanto que o cedente paga caro pelo capital de giro que toma no mercado.

Tratando-se de fluxo, é fundamental que o retorno do investimento seja rápido. Sendo assim, uma maneira de obter rendimentos instantâneos sobre dinheiro de caixa é negociar melhores condições de pagamentos e, assim, obter lucro sobre ele, como acontece no adiantamento de recebíveis feito com o SCF - Supply Chain Financing que, por sua vez, conecta empresa às outras do mercado, permitindo que haja negociação direta, sem intermediários. 





Camilo Telles é CEO da Antecipa - startup de tecnologia, que opera um marketplace de antecipação de recebíveis entre compradores e fornecedores com o foco no caixa do sacado camilo.telles@gmail.com e Fernando Blanco, consultor e fundador do IDCC - Instituto para o Desenvolvimento da Cultura do Crédito.


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