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sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

Vida em risco: quase metade dos anfíbios estão fora das áreas de conservação



Unidades de conservação, quando bem planejadas e geridas, são a forma mais eficiente de preservar a biodiversidade em seu ambiente natural. Entretanto, de uma maneira geral, a rede global de áreas protegidas é bastante ineficaz. Um exemplo disso é que 42% de todas as espécies de anfíbios estão pobremente representadas ou completamente fora das unidades de conservação, de acordo com estudo publicado em 2015 sobre a situação de conservação desses animais. Esta estatística é ainda mais grave se considerarmos que os anfíbios estão entre os vertebrados mais ameaçados de extinção do planeta.

Para piorar a situação, a maioria das espécies de anfíbios possui baixa capacidade de locomoção. Isso leva a um processo evolutivo chamado de diversificação críptica: quando populações isoladas se tornam diferentes geneticamente, mas são muito parecidas quanto a aparência externa.

Muitas vezes, nem mesmo os pesquisadores são capazes de perceber diferenças evolutivas importantes avaliando apenas as características externas dos animais. Como consequência, essas diferentes populações acabam não sendo contempladas em políticas de conservação, como nos estudos para a criação de unidades de conservação. Mas é importante ressaltar que a manutenção da diversidade genética é essencial para a preservar o potencial de adaptação das espécies frente às mudanças climáticas ou outras mudanças ambientais importantes. A importância desta manutenção funciona da seguinte forma: imagine que a espécie possui duas populações, uma com o conjunto de genes X e outra com o conjunto de genes Y. Se a população com o conjunto X se extinguir, a espécie continua existindo, através da população com genes Y. 

Entretanto, o conjunto de genes X poderia fornecer à espécie melhores capacidades de enfrentar as mudanças ambientais em curso. A perda deste conjunto de genes, através da extinção, torna a espécie ameaçada no futuro.

Pensando nisso, um grupo de pesquisadores sul-americanos investigou a eficiência das unidades de conservação na proteção de linhagens crípticas de uma espécie de perereca que só existe no Brasil. Esta eficiência foi investigada tanto no presente como em um cenário de mudanças climáticas futuras. A espécie em questão, Pithecopus ayeaye, possui uma inconsistência entre listas nacionais e globais (Lista Vermelha da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção, ICMBio, IUCN) que pode ser resultado da forma como os grupos de avaliação interpretam os critérios de classificação das espécies ameaçadas de extinção.

 Enquanto o grupo de avaliação global adota uma postura precaucionaria na classificação das espécies, o grupo nacional opta por uma postura evidenciaria. Mas, apesar de ainda ser considerada globalmente ameaçada, a espécie não se encontra na lista de prioridades em políticas nacionais de conservação.

Essa perereca pode ser encontrada em campos rupestres, que estão distribuídos em menos de 1% do território brasileiro. Apesar de serem ricos em espécies restritas, os campos rupestres têm sofrido impactos de atividades mineradoras, queimadas induzidas, silvicultura de eucalipto, pecuária, “ecoturismo” não-sustentável e urbanização. Uma das linhagens da Pithecopus ayeaye, que ocorre no planalto de Poços de Caldas (MG), está em declínio e não está protegida por nenhuma unidade de conservação, podendo se extinguir em um curto período de tempo. Outra, que ocorre no Quadrilátero Ferrífero e nos Campos das Vertentes (ambos em Minas Gerais), apesar de estar protegida por três unidades de conservação de proteção integral, possui níveis de diversidade genética tão baixos quanto a linhagem de Poços de Caldas, estando tão vulnerável a impactos humanos quanto ela. A terceira, do Planalto da Canastra (MG) e em áreas altas no noroeste do estado de São Paulo, possui maior diversidade genética do que a das outras duas linhagens e está protegida por duas unidades de conservação de proteção integral. Contudo, mesmo estas unidades de conservação são insuficientes para a proteção da espécie, conservando menos de 4% da área de distribuição geográfica da espécie, tanto no presente como em projeções futuras. Vale ressaltar que a espécie em questão produz substâncias na pele com potencial farmacológico, podendo ser utilizadas para a produção de medicamentos no futuro.

Esses resultados sugerem que outros organismos endêmicos dos campos rupestres, incluindo outras espécies ameaçadas, também podem apresentar diversificação críptica semelhante à de Pithecopus ayeaye. Portanto, pode-se concluir que a conservação de diversas espécies dos campos rupestres (e de outros tipos de ecossistemas naturalmente fragmentados) deve ser planejada com atenção, considerando a distribuição discreta deste ecossistema. A prática de conservação no Brasil deve ser repensada, e novas evidências taxonômicas, moleculares, evolutivas e ecológicas devem ser combinadas ao melhor entendimento da distribuição dos organismos para que possamos ser mais eficientes nas políticas de conservação nacionais.





Rafael Magalhães - biólogo e pesquisador do Laboratório de Biodiversidade e Evolução Molecular da Universidade Federal de Minas Gerais

Reuber Brandão - membro da Rede de Especialistas de Conservação da Natureza, biólogo e professor da Universidade de Brasília.




Este estudo foi apoiado pela Fundação Grupo O Boticário de Proteção à Natureza em 2006 no contexto do projeto “Conservação, ecologia e taxonomia das espécies de Phyllomedusa do grupo hypochondrialis” e pelo Programa de Capacitação em Taxonomia do CNPq/CAPES.




Mitos e verdades sobre cães e sua pele




Cuidados e produtos adequados evitam problemas de saúde

A pele é o maior órgão do corpo dos cães e funciona como uma barreira de proteção para o corpo. Na maioria das raças, a pele é quase totalmente coberta por pelos, a principal proteção do animal contra o sol e o frio. Ou seja, a pele e sua pelagem têm papel importante na saúde dos bichinhos.
Entretanto, muitos tutores possuem dúvidas sobre os cuidados com a pele e pelagem, acreditando em mitos que podem prejudicar a saúde dos cães. Por isso, confira os alertas da médica veterinária especialista em dermatologia veterinária e professora do Mestrado em Biotecnologia da Universidade Positivo (UP), Camila Miranda de Carvalho, e da farmacêutica Sandra Schuster, da docg., primeira empresa de vendas diretas de produtos para pets.


Shampoos neutros para humanos podem ser usados em cães

MITO

Muitas pessoas imaginam que shampoos neutros, desenvolvidos para humanos, não fazem mal aos cães. Porém, isso não é verdade porque o pH (nível de acidez ou alcalinidade) da pele dos humanos e animais é diferente. “O pH da pele humana varia entre 4,3 e 5,9, e a dos cães, entre 6,3 e 7,5. Ou seja, um shampoo para humanos é muito ácido para os cães e pode causar ressecamento, coceira, irritações e dermatite”, explica a professora Camila Miranda de Carvalho. A premissa também é válida para shampoos com pH neutro para recém-nascidos, já que eles não são neutros para os animais.

Segundo Sandra Schuster, que também é fundadora da DrogaVET, farmácia de manipulação veterinária, há um grande percentual de pets que necessitam de tratamento para a pele. Esse foi um dos motivos que a docg. decidiu investir em produtos com pH balanceado, livres de parabenos, vaselina e óleos minerais. Ela complementa: “Pensamos em atuar na prevenção de boa parte dos problemas de pele, trazendo para o universo pet produtos desenvolvidos com fórmulas mais naturais e de melhor qualidade”.


Os shampoos para pets são todos iguais.

MITO

É importante adequar o shampoo e condicionador escolhidos ao tipo de pelo do animal. As variações, que incluem opções para pelos curtos, longos, claros, escuros, com tendência à oleosidade ou mais ressecados, pode até parecer exagero de uma geração que inseriu os pets como membros da família, mas não é. Utilizar shampoo e condicionador direcionados ajuda a prevenir alguns problemas. Pelos longos, por exemplo, tendem a embaraçar com maior facilidade e ficarem quebradiços. Algumas raças possuem pelagem mais oleosa e, o produto adequado pode ajudar a reduzir essa possibilidade. Pelos escuros perdem o brilho com mais facilidade e, os claros, podem manchar. E, assim como nos humanos, a pele dos bebês caninos também são mais sensíveis e precisam de formulações especiais.

Já vitaminas e leave-in, por exemplo, podem ser utilizados para melhorar a aparência dos pelos, fortalecendo e evitando pontas duplas. Mas vale ressaltar que, caso o animal tenha sido diagnosticado com doenças de pele ou alergias, é importante que utilize shampoos de tratamento, conforme indicação do veterinário.


Quanto mais banhos, mais limpo

MITO

Embora pareça contraditório, não é a quantidade de banhos que deixará seu cão mais limpo e cheiroso. “Dar banho com muita frequência pode prejudicar a pele do animal. Banhos muito seguidos podem, inclusive, aumentar a oleosidade da pele, o que causa mau odor”, alerta a professora Camila Miranda de Carvalho.

  “O ideal seria dar banho uma vez ao mês ou a cada 15 dias, no máximo. Mas como os pets estão muito próximos a nós, dividindo sofá e cama, vale uma conversa com o veterinário para chegar à melhor solução”, completa. Uma dica que é muito importante, principalmente para quem dá banho em casa, é que a secagem dos pelos e subpelos deve ser total, pois a umidade também causa mau odor e pode gerar fungos na pele.

Uma opção para ajudar os tutores na tarefa de manter o pet limpo por mais tempo são os banhos secos. Segundo Sandra Schuster, um dos diferenciais do banho seco e shampoos da docg. é a utilização do deoplex, um ativo que auxilia na neutralização dos odores dos animais. “Esse ativo realmente oferece ‘mais durabilidade’ ao banho e está agradando tutores e tosadores, que são os verdadeiros especialistas no assunto”, comenta.


Escovar com frequência faz bem para o pelo

VERDADE

Há quem pense que somente a escovação durante o banho no pet shop seja suficiente. Entretanto, escovar o pet com frequência é fundamental para retirar o excesso de poeira, evitar nós, retirar pelos mortos e estimular os folículos da pele a liberarem óleos hidratantes. Sem falar que é um momento de atenção e carinho.

A pelagem dos cães divide-se em 2 tipos: o pelo principal e o subpelo. O principal, presente em todos os cães, tem uma estrutura mais lisa, brilhante e áspera, e é sempre mais longa que o subpelo. Já o subpelo é mais curto e macio e, nas raças provenientes de regiões mais frias, tem a função de ajudar a proteger o animal do frio e umidade.

É importante conhecer as características da raça de seu cão para realizar a escovação da melhor forma e com os acessórios corretos. Cães com muito subpelo, por exemplo, podem ser beneficiados com escovas próprias para a retirada dos subpelos mortos, evitando pelagem embolada e excesso de pelos perdidos pelo chão.






docg.







Cães com medo de fogos de artifício: o que fazer?



Renato Zanetti, zootecnista e especialista em comportamento animal, dá dicas de como deixar o pet tranquilo durante a queima de fogos de artifício


 A virada do ano está chegando e não há como fugir dos barulhos dos fogos de artifício. Durante todo o ano eles são usados em festas populares, finais de campeonatos esportivos e também celebrações e quem sofre com tudo isso são os pets. Mas, por que cachorro tem tanto medo de fogos de artifício?

Os cães possuem uma audição muito sensível, podendo escutar a origem do som em até seis centésimos de segundo e chegando a escutar até 45 mil hertz. Alguns se escondem dos barulhos, fogem, se ferem e outros correm para os donos tremendo. Quando estão em pânico, os cães podem até chegar a óbito, principalmente os que têm problemas cardíacos.

O especialista em comportamento animal e zootecnista, Renato Zanetti, explica que é importante entender a diferença entre medo e pânico para que o tutor saiba identificar qual a sensação de seu cachorro. “Medo é quando o animal sente que está em perigo, mas não faz coisas estranhas que normalmente não faria. Já o pânico é um nível maior e faz com que o pet não consiga processar muito bem essa emoção. O pânico impede que tenham a percepção do ambiente, podendo levar o cachorro a atravessar portas de vidro, escalar paredes, subir em telhados e até saltar de muros altos”, conta. 

Mas para que isso não aconteça, Zanetti lista algumas dicas para minimizar esses problemas e ajudar os tutores a passar a virada do ano tranquilo com seu animal de estimação. 

  1. Estar em um lugar tranquilo, com o mínimo de barulho possível para que o pet não fique estressado e consequente sinta medo ou pânico;
  2. Abafar o som externo. Deixar o ventilador ligado, colocar uma música calma, fechar janelas e portas;
  3. Adaptar o cachorro ao ambiente que irá passar o ano novo, seja em casa sozinho ou em um day care;
  4. O espaço tem que ser seguro para o cachorro. Todos os possíveis locais que eles possam escapar, devem estar fechados, como portas e janelas;
  5. É importante disponibilizar tocas para ele se esconder, locais como embaixo da cama, dentro de caixas, dentro do banheiro, dentro da casinha ou uma caixa de transporte;
  6. Disponibilizar petiscos diferentes ou comidas congeladas e brinquedos recheáveis para distraí-lo e estimulá-lo;
  7. Se o pet ficar sozinho, o espaço deve ser livre de prateleiras, vidros, objetos de decoração ou porta retrato. Isso evita que ele se machuque;




Renato Zanett - Fundador da Dog Solution



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