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segunda-feira, 27 de novembro de 2017

Brasil: Adoção de uma mentalidade em relação à sua abertura comercial com o resto do mundo



O Brasil é historicamente um país protecionista, de acordo com estudo realizado pela CNI (Confederação Nacional da Indústria), nas transações comerciais feitas com outros países ao amparo de Acordos de Livre Comércio[1], e a sua exposição aos consumidores do mundo é de apenas 8%. Se comparado aos nossos vizinhos no Chile (83%), Peru (74%) e México (57%), podemos constatar que há espaço para avanços consideráveis. Outro dado que confirma essa condição é decorrente de um levantamento feito pela ICC (International Chamber of Commerce)[2], apontando que o Brasil é o país mais fechado para o Comércio Exterior dentre todos os integrantes do G20. A economia brasileira recebeu a nota 2,3 em 2015, em uma escala de 1 a 6, ficando atrás da Índia e da Argentina.

Os dados acima revelam que o Brasil encontra-se em posição de isolamento, condição que, ante um cenário de globalização crescente, mostra-se desfavorável. Enquanto o Brasil tem assinados apenas 22 FTA’s (Free Trade Agreements)[3] em seu portfólio comercial - a maioria deles concentrados na América do Sul - o Chile possui 62 e o Peru, 52. A Colômbia, por sua vez, está apta a realizar trocas comerciais com 60 países. Vale ressaltar que todos os três exemplos citados possuem Acordos Comerciais com os Estados Unidos e a União Europeia, enquanto o Brasil ainda encontra-se em fase de discussão de um acordo com o velho continente.

Diante disso, o país precisa tomar decisões rapidamente sobre o novo cenário comercial que já se consolida, pois a ideia de controlar o comércio global por meio de imposição de tarifas tem cada vez mais se tornado inócua. Observa-se que diversos países têm caminhado no sentido da eliminação das barreiras tarifárias, substituindo-as por barreiras não tarifárias, técnicas, sanitárias e fitossanitárias. Visto que, com o gradual aumento no volume de produções transnacionais, tem se tornado muito difícil conter o avanço das trocas comerciais entre os países.

Com o advento do AFC (Acordo de Facilitação do Comércio) este cenário tende a se consolidar cada vez mais e de maneira mais acentuada, basta observar a estimativa feita pela OMC (Organização Mundial do Comércio)[4] de que o acordo irá reduzir, em média, os custos das operações comerciais em 14,5% e gerar US$ 1 trilhão em comércio adicional por ano. Destaca-se que, deste total, 2/3, ou seja, aproximadamente US$ 670 bilhões serão gerados em países em desenvolvimento, ou seja, o Brasil pode e deve se posicionar para usufruir dos benefícios que este novo cenário irá produzir.

A OMC projetou, ainda, que ao facilitar os trâmites aduaneiros, o AFC também deve permitir que novas empresas participem do comércio exterior. Estima-se que o número de exportadores nos países em desenvolvimento pode aumentar em até 20%[5] quando o acordo estiver plenamente em vigor. Não há como perder essa grande e única oportunidade, o Brasil precisa começar a se preparar para acessar mercados relevantes ao redor do mundo, visto que esse será o meio mais eficaz para fazer frente à forte concorrência oriunda dos países Asiáticos, especialmente a China, que promoveu profundas transformações nas condições concorrências em escala mundial.

Um novo enfoque deve ser inaugurado, não se fala mais de produção puramente nacional, há uma grande cadeia de valor agregado, na qual considerável parcela dos produtos é transnacional, não concedendo espaços para estratégias protecionistas. Os métodos de regulações e medidas de defesas comerciais usualmente adotados pelo Brasil passam a não mais fazer sentido, uma vez que o cenário global se concentra em conceder mais espaço para sistemas de reconhecimento mútuo entre os países. Neste caso é preciso reconhecer o esforço brasileiro para a assinatura de ARM’s (Acordos de Reconhecimento Mútuo) como forma de fortalecimento da estratégia de certificações OEA (Operador Econômico Autorizado) às empresas brasileiras.

Durante as negociações de futuros Acordos Comerciais, o Brasil, ante o exposto, precisa evitar a busca por sistemas de preferências e reciprocidades, pois este não é o melhor caminho para se estimular o comércio global. Neste cenário, o ideal é privilegiar estratégias que promovam efetiva redução nos custos que indiretamente impactam nas transações internacionais.

Os acordos de livre comércio são fontes importantes de produção de regras e servem como seguro para coibir mudanças bruscas nas políticas e práticas comerciais que possam afetar as exportações e os investimentos brasileiros no exterior. Eles podem representar, também, um fator adicional na atração de investimentos estrangeiros voltados para a exportação a partir do Brasil. Por essa razão, a atual estratégia adotada pelo país em suas tentativas de negociações de novos FTA’s deve ser totalmente reformulada no sentido da adoção de práticas comerciais cada vez mais liberalizantes.





André Silva da Cruz - Supervisor de Acordos Comerciais na Thomson Reuters




[1] Disponível em: <http://www.portaldaindustria.com.br/agenciacni/noticias/2017/03/acordo-entre-mercosul-e-uniao-europeia-aumenta-acesso-do-brasil-a-mercados-com-barreiras-reduzidas-diz-cni/> Acesso em: 14/11/2017

Aposentadoria por tempo de contribuição pode entrar em extinção



 O trabalhador brasileiro e segurado do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) poderá perder um direito conquistado há anos. A aprovação da versão integral ou desidratada da Reforma da Previdência extinguirá a aposentadoria por tempo de contribuição. Isso porqueestabelecerá a idade mínima de 65 anos para homens e 62 anos para as mulheres. Ou seja, passará a existir no Brasil, apenas, a aposentadoria por idade.

Este é um dos pontos mais preocupantes da reforma, pois com o fim da aposentadoria por tempo de contribuição muitos trabalhadores, principalmente das camadas mais pobres da população, vão contribuir por décadas, sem receber nada em contrapartida.

Recentes pesquisas comprovam que entre a população da periferia ou de área rural, a expectativa de vida não chega a 55 ou 60 anos. Já em bairros nobres de grandes cidades a expectativa de vida é de 80 anos. Ou seja, o Governo deixará os mais necessitados desamparados com essa reforma e a imposição de uma idade mínima elevada. Muitos, os que mais precisam, não conseguirão se aposentar caso esta reforma seja aprovada nestes moldes.

As pessoas que começam a trabalhar mais cedo, as mais humildes, provavelmente, não desfrutarão da aposentaria.

Por isso, é muito importante que os segurados do INSS que já podem se aposentar, seja por idade ou tempo de contribuição, realizem um planejamento de sua aposentadoria para não perder a oportunidade em tempos de mudanças. Destaco que o pedido de aposentadoria, sem prévio planejamento e a certeza do quanto tem direito é o maior motivo de arrependimento dentre os aposentados porque, ao receberem seu primeiro benefício, não entendem o motivo de ter vindo abaixo do esperado. Aí, é tarde. Não dá para voltar atrás. Portanto, repito, façam o planejamento com um especialista.

Este é o momento de todos aqueles que já atingiram a idade ou tempo de contribuição, calcularem se vale à pena se aposentar neste momento, haja vista ter ficado claro que as regras da reforma serão rígidas e a transição, apesar de resguardar o direito adquirido, fará com que o trabalhador fique mais tempo no mercado de trabalho.

Segundo as regras atuais da Previdência Social, o segurado do INSS pode se aposentar por tempo de contribuição: 35 anos (homens) e 30 anos (mulheres). Já a aposentadoria por idade pode ser requerida quando os homens chegam aos 65 anos e as mulheres 60 anos. Para ter direito a este benefício, o trabalhador tem que ter contribuído com por pelo menos 180 meses, ou seja, 15 anos. A depender de quando completou a idade mínima, o segurado pode conseguir sua aposentadoria com 05 anos de contribuição e isso, poucos sabem. No INSS não é informado e desta forma, mais uma vez digo: sempre consulte um especialista que poderá orientá-lo, sempre, da melhor forma.

Nas aposentadorias por tempo de contribuição, o segurado do INSS receberá o benefício equivalente a 80% dos maiores salários de contribuição após julho de 1994, e na média aritmética deste valor se aplica o fator previdenciário (fórmula matemática que leva em conta a idade, expectativa de vida e o tempo de contribuição e tem a função de ser um redutor).

Está em vigor também a regra da Fórmula 85/95, pela qual não existe idade mínima. A soma da idade e do tempo de contribuição deve ser igual a 85 pontos para as mulheres e a 95 para os homens, para que tenham direito a receber a aposentadoria no valor integral e sem a incidência do fator previdenciário.

Entretanto, como repetidas vezes dito acima, o segurado que ainda não atingiu esses requisitos não deve dar entrada de forma precipitada. A orientação é de se informar, planejar, acompanhar as notícias e a possível efetivação das mudanças.

O ideal não é dar entrada no benefício previdenciário de forma precipitada, com a incidência do fator previdenciário. Faça os cálculos, um planejamento para nunca dar entrada na aposentadoria sem estar convicto, pois poderá se arrepender no futuro.




 Murilo Aith




Como transformar o emprego temporário em permanente



Especialista em treinamento e equipes dá dicas de como aproveitar a oportunidade através do relacionamento com colegas e gestores


O país, aos poucos, está se recuperando e, com isso, a economia criou o triplo de vagas esperadas para o mês de novembro e o que puxou esse índice, mais uma vez, foi o comércio, também devido aos empregos temporários. 

De acordo com Mohamed Gorayeb, criador de mais de mil técnicas de vendas voltadas para o universo da perfumaria, especialista em (fragrâncias) e autor do livro Receba Mais Sim e Menos Não pela editora Senac, a oportunidade do momento pode render um posto de trabalho permanente. "O trabalho temporário pode abrir as portas para infinitas possibilidades. Eu comecei a minha carreira como freelancer. Agarrei com todas as forças a chance de mudar a minha vida. Lembro que, a cada dia, eu dava o máximo e melhor de mim, focava apenas em ser o melhor. Hoje, sou referência em perfumaria e só no ano de 2017 ministrei cerca de 24 palestras por mês", destaca.
 
O colaborador temporário deve, segundo Mohamed, conquistar a confiança das pessoas com quem irá trabalhar todos os dias, mas sem ser invasivo. "Isso fará com que ganhe espaço e seja respeitado. Em relação a empresa, ele deve conhecer quais são as regras para a adaptação ao novo ambiente seja a melhor possível", avalia o especialista.
 
Entender o que o contratante espera, alinhar o estilo de trabalho e, de tempos em tempos, pedir feedback são pontos que serão avaliados em uma possível contratação permanente. "Pontualidade, horário, e não apenas focar no cargo demonstram uma preocupação com o todos da equipe", destaca Mohamed.
 
No caso de vendedores, além de todos os pontos citados pelo especialista em vendas, é preciso buscar cursos e ferramentas de negociação, fundamentais para auxiliar no dia a dia. "Infelizmente, quem atua nesta área não tem a cultura de investir em si mesmo, principalmente quem trabalha com produtos mais populares ou em lojas do comércio em geral, o que é um erro. Usam recursos amadores e, se não vendem, atribuem isto ao acaso.
 
Mohamed explica que não há desculpas para não se aperfeiçoar na área de vendas. "Quem não está aprendendo, está morrendo. Sempre falo isto em meus treinamentos porque hoje há infinitas possibilidades de estudar e as plataformas de EAD, vídeos no YouTube e até mesmo faculdades com valores mais acessíveis conseguem atender quem não dispõe de muitos recursos", aponta o escritor. 

Assim como a equipe que já está atuando na loja, quem acaba de chegar também recebe uma meta a ser cumprida. "Não se deve pensar no resultado financeiro da venda enquanto estiver realizando um atendimento. Se fizer isso, vai causar um certo agitamento na fala, falta de foco e pode transparecer desespero e muita etapa importante pode ser deixada de lado. E, por mais que tente mascarar, o cliente acaba sentindo isso o que fatalmente resultará em afastamento", aponta.
 
Mas Mohamed reforça que o gestor também possui papel na organização e cumprimento das metas. "Deve-se criar também um ambiente propício e disponibilizar uma quantidade em estoque alinhado ao que se pretende vender. O ideal para que a equipe fique mais engajada e unida é estipular um objetivo da loja, uma super meta. Assim, quem já atingiu a quantia necessária vai dar suporte aos demais vendedores", destaca.
 
O treinamento é muito bom para criar uma situação para que o vendedor alcance essa meta, porque boa parte das empresas fazem somente cobranças e falam frases como "Vai lá e vende! E dê o seu melhor", como se isso bastasse. Então, por mais que um vendedor tente alcançar a meta, segundo Gorayeb, ele não consegue porque falta informação técnica e embasamento. "É preciso fornecer meios para viabilizar essa conquista, munindo o profissional com treinamento e conteúdo", avalia.
 
Mas caso isso não ocorra, Mohamed separou algumas dicas para ajudar nessa missão 

1.Veja quanto é preciso vender no mês e conte os dias úteis 

2. Caso precise vender mil reais por dia, no dia primeiro se vender R$ 1.200 não foque em apenas R$ 800,00 no dia 2. É preciso sempre tentar bater a meta do dia 

3. Estar sempre x% acima da meta ajuda no final do mês a conquistar o valor esperado. Além disso, esse comportamento demonstra um lado empreendedor do profissional.






Mohamed Gorayeb -  especialista em vendas e atendimento, criador de mais de mil técnicas de vendas para o mercado de varejo e autor do livro "Receba mais SIM e menos NÃO" pela editora Senac. Atua no Mercado desde 2001, atendendo grandes empresas nacionais e internacionais. Ministrou mais de 10 mil horas de treinamentos para marcas como Beyonce, Calvin Klein, Dolce & Gabanna, Elizabeth Arden, Ferrari, Burberry, Gabriela Sabatini, Gucci, Hugo Boss, Issey Miyake, Jean Paul Gaultier, Jeniffer Lopez, Joop, Lacoste, Ted Lapidus, Antonio Banderas, Azzaro, Carolina Herrera, Chanel, Nina Ricci, Paco Rabanne, Prada, Shakira, Thierry Mugler, Swarovski, Avon. Nacionais, atendeu já o Boticário, Hinode, Up Perfumes, Lacqua di Fiori, Agua de Cheiro, Ares Perfumes, Top Internacional, Revlon entre outras. Também já atendeu e treino equipes da Net, Sebrae, Senac e Subway. Desde maio, todos os treinamentos do especialista são certificados pela Associação Brasileira de Empresas de Vendas Diretas (ABEVD) Para mais informações, acesse - http://mohamedgorayeb.com.br/index.php, mande e-mail para mohamed@mohamedgorayeb.com.br




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