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segunda-feira, 13 de novembro de 2017

O bem que deriva do mal



Em nossa vida, uma coisa importante é o que obtemos. Porém, mais importante é como obtemos. Esse adágio se aplica a situações diversas em economia, e faz parte de estudos sobre o resultado das ações humanas e a forma como tais ações são executadas. Atualmente, o Brasil está vivendo uma situação em que tal raciocínio se aplica. Durante anos, o país foi esmagado pela inflação e sua versão mais demolidora: a hiperinflação. Hoje, a inflação está controlada em níveis baixos – o que é bom –, mas cabe perguntar se não se trata de um bem derivado de um mal.

Comumente definida como um processo de aumento generalizado e contínuo de preços, a inflação foi um dos estopins da queda do presidente João Goulart, em 1964. No ano anterior, a inflação chegara a 78% e desorganizou o sistema de preços, lançou a economia em recessão e empobreceu os assalariados. Alguns economistas definem que há hiperinflação quando o índice anual de preços passa dos 50%. Outros acham que ela ocorre quando os preços sobem acima dos 100% ao ano.

O Brasil conseguiu controlar aquela inflação de 1963, mas em 1974 o monstro voltou e os preços subiram 34%. Em 1979, a inflação atingiu 78%, o mesmo índice de 1963, e o Brasil começou uma fase de hiperinflação, que acabaria resultando em cinco planos econômicos nos governos Sarney, Collor e Itamar Franco, na tentativa de combatê-la. Foi somente em 1994, com o Plano Real, que o país conseguiu vencer a hiperinflação e iniciar uma fase de estabilidade de preços.

Após 1994, parecia que o monstro da inflação havia deixado o Brasil. Mas inflação não morre. Apenas adormece, sempre pronta a atacar quando é cutucada. Desde 1996, a inflação não passa de um dígito, à exceção de 2002, quando foi de 12,5%, e depois em 2015, quando chegou a 10,67%. Esse histórico deixou os agentes econômicos assustados no início do segundo governo Dilma, quando a inflação subiu em 2015, e o medo da hiperinflação reapareceu. Hoje, o pânico passou e a inflação deve ficar abaixo da meta do Banco Central, que é de 4,5%.

Atualmente, estamos presenciando certa euforia com a inflação baixa. Entretanto, há um problema com as razões que levaram à redução no índice de preços. Se estivesse baixa em um ambiente de crescimento econômico e reduzido desemprego, daria para dizer que temos um bem assentado em causas boas. Entretanto, a inflação está baixa em 2017 depois de três anos de recessão pesada – o Produto Interno Bruto (PIB) do ano 7,4% menor do que era em 2013 – e desemprego de 14,2 milhões de trabalhadores, sobre um total de 103,6 milhões de pessoas em condições de trabalhar.

A inflação baixa é boa para a nação, mas, se deriva de produção baixa e desemprego alto, ela não é estável. Há dúvidas quanto à capacidade da economia em manter a inflação baixa quando o produto nacional voltar a crescer e o desemprego cair. Alguns analistas acreditam que a inflação pode voltar a subir, pois há variáveis macroeconômicas – como déficit do setor público, controle da dívida governamental e expansão monetária – que não dão mostras de melhoras e vão pressionar a inflação para cima.

Se um sujeito emagreceu se exercitando numa academia, é uma coisa boa. Se outro emagreceu porque ficou doente, é uma coisa ruim. A inflação brasileira caiu porque o país adoeceu (recessão e desemprego). A recessão até ajuda a combater a inflação, desde que sejam feitos os ajustes fiscais e monetários. Sem isso, é sucesso não sustentável.







José Pio Martins - economista, é reitor da Universidade Positivo.




O que chama mais atenção ao conhecer alguém no ambiente de trabalho?



Para a grande maioria dos jovens, a postura é fundamental e responsável por causar a primeira impressão


No mundo corporativo, o colaborador acaba sendo o cartão de visitas da empresa, afinal é quem faz o primeiro contato com o ambiente externo e expõe a missão e cultura da organização. Pensando nisso, o Nube – Núcleo Brasileiro de Estágios realizou uma pesquisa com 43.573 jovens, de 15 a 26 anos, em todo o Brasil, com a seguinte questão: “Qual a primeira coisa que você presta atenção quando conhece alguém no ambiente profissional?”. O resultado mostrou como é importante estar alinhado aos padrões do mercado.

O estudo ocorreu entre 16 e 27 de outubro e contou com cinco opções de resposta. Dentre elas, uma se sobressaiu desde o princípio. Assim, para 63,13%, ou 27.506 respondentes, a “postura” é o ponto mais impactante. De acordo com Eva Buscoff, gerente de treinamento do Nube, ela corresponde a nossa atitude, como nos comportamos e nos relacionamos com o outro. Demonstra a maneira de ver e entender a corporação, com comprometimento, respeito e motivação. “Coluna ereta, gestos abertos e contato visual, demonstrando receptividade e humildade, são comportamentos essenciais a um funcionário”, explica.

Em segundo lugar, com 20,85% dos votos (9,085) as “palavras” foram apontadas como mais perceptíveis. Falar bem é requisito básico para qualquer atuação. Essa competência não significa apenas ter um vocabulário amplo, português correto e boa dicção. Vai muito além, é saber quais coisas precisam ser ditas, quando e de quais formas. “Hoje, se expressar corretamente significa conseguir se relacionar fazendo uso da inteligência emocional”, ressalta a especialista.

Para 13,28% (5.788), as “roupas” chamam mais atenção. A vestimenta é e sempre será um dos componentes principais da apresentação pessoal. “Quando alguém se veste em desacordo com quem é e com a ideia a ser transmitida, dificulta o processo comunicativo”, comenta Eva. Logo, é preciso fazer a seguinte pergunta: “Qual tipo de marketing pessoal desejo fazer?”. “Se for o de alguém engajado e inovador, uma roupa desleixada e incongruente com os valores da empresa, certamente, não contribuirá para a imagem desejada”, enfatiza.

A “voz” foi apontada por 2,23% (970 respondentes) como o primeiro fator a se observar. De acordo com pesquisas americanas, 38% de nosso poder comunicativo está relacionado ao timbre. “Não há um tom certo ou errado, mas dosá-lo, de forma a evidenciar o sentimento e ideia transmitida, é fundamental”, afirma a gerente.

Por fim, 0,51% (224) disseram ser as “mãos”, o foco principal. De fato, elas são os verdadeiros protagonistas da gesticulação corporal e importantíssimas na comunicação. “Possuem o poder de sublinhar palavras durante a mensagem transmitida. Colocar o dedo indicador sobre os lábios, por exemplo, dispensa o uso de qualquer fala sobre silêncio”, enfatiza.

De maneira geral, para causar uma boa impressão, quatro dicas são importantes:

1. Ser coerente, versátil e fugir de estereótipos.

2. Adotar atitudes receptivas e praticar constantemente o hábito de não julgar, não rotular. O preconceito é um limitador de talentos.

3. Sorrir, olhar nos olhos, escutar as pessoas.

4. Estar sempre aberto para aprender!

“É essencial se portar conforme manda o ambiente de trabalho e as normas da empresa. Ou seja, não confunda informalidade com descuido e negligência”, finaliza Eva.





Fonte: Eva Buscoff, gerente de treinamento do Nube.




Qual é a diferença entre preço e valor?



Existe uma grande confusão entre os significados de valor e preço. São duas coisas completamente distintas no mundo das negociações. Quando se fala em valor de determinado produto, as pessoas imediatamente remetem para o gasto, ou seja, para quanto estão dispostas a desembolsar. E é aí que está o X da questão: dinheiro está relacionado a preço e não a valor. O valor só existirá se o produto ou serviço apresentar algum benefício ao cliente.

Certo dia, ouvi de um cliente que o produto dele era de grande valor, porque permitia isso e aquilo. Quando terminou de falar, eu tive de dizer a ele: “seu produto não tem valor algum”. Depois de assustá-lo, expliquei que, na verdade, o produto dele tinha características que poderiam significar potenciais benefícios, mas que esses benefícios teriam que ser percebidos pelos clientes, e não por quem estava vendendo.

Assim, o valor não é próprio do produto, mas é algo dado a esse produto pelo comprador. Para algumas pessoas, esse sentimento é mais forte ou mais necessário que para outras. Alguns pagam, por exemplo, R$ 1.000 em uma garrafa de frisante, pois enxergam os benefícios em desembolsar essa quantia. Apenas quando consegue enxergar esse valor, o cliente terá a sensação de que a aquisição, independentemente do preço, foi um bom negócio.

É nesse momento que o vendedor tem uma enorme importância, já que é papel dele entender e mostrar que as características do produto se conectam às necessidades do comprador, para que ele dê seu valor ao objeto e não tenha o preço como empecilho na hora de escolha. Para isso, ouvir e identificar as necessidades do cliente é fundamental para a venda, pois muitas vezes ele vem com a ideia pronta, quer o produto, porém não o adquire por achar muito caro. Muitas vezes, isso acontece, entre outros fatores, porque as necessidades do cliente não foram identificadas corretamente.

Sendo assim, vendedores e líderes de equipes devem sempre lembrar-se de um caminho muito importante para a concretização do negócio: primeiro, ouçam o comprador, identifiquem suas necessidades, e então as relacionem com as características do produto. Somente assim, o cliente poderá enxergar, de fato, o valor de sua aquisição.






Mário Rodrigues - diretor do Instituto Brasileiro de Vendas (IBVendas) - www.ibvendas.com.br




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