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sexta-feira, 20 de outubro de 2017

Especialista explica o melhor uso para o tênis de rodinhas



O calçado mais desejado entre as crianças no momento pode representar um risco para a saúde


Basta entrar em um shopping center e olhar para os lados e lá estão as crianças deslizando felizes pelos corredores, calçadas com a nova febre do momento: o tênis de rodinhas. Recentemente, a Academia Americana de Cirurgiões Ortopédicos emitiu orientações para seus associados para a importância de que os pequenos utilizem capacete, protetores nos pulsos, nos joelhos e cotovelos, sempre que estiverem usando esse tipo de calçado. No entanto, é importante saber que essa diversão pode representar riscos à saúde. Rodrigo Sasson, médico do Núcleo de Ortopedia Pediátrica do Hospital Vitória, fala mais sobre o tema.

De acordo com o especialista, é recomendável que os pais atentem que, quanto mais tempo os filhos usarem o calçado, maiores serão os riscos de quedas e lesões, por isso a Sociedade Brasileira de Pediatria segue as mesmas recomendações da Academia Norte-americana. “Caso a criança se recuse a usar os protetores das articulações ou o capacete, é indicado que os pais não permitam a brincadeira. Outro fator que deve ser levado em conta é que a criança esteja sob a observação de um adulto durante o uso desse tipo de calçado. Temos preocupantes relatos de casos graves de traumatismo craniano, após quedas mais violentas com o uso do tênis com rodinhas”, alerta.

O médico dá o exemplo da rotina do Núcleo de Pediatria do Hospital Vitória, que vem registrando um aumento de casos na emergência relacionados a quedas decorrentes do uso desses calçados. “Felizmente, a maior parte dos atendimentos são traumas leves, apenas com escoriações, mas já tivemos situações de fraturas, inclusive, com necessidade de intervenção cirúrgica”, observa.

Sobre as questões que envolvem problemas no desenvolvimento dos pequenos, o médico afirma que não há evidências científicas de alterações na marcha (caminhar), mas que o maior risco comprovado está ligado às lesões musculoesqueléticas, que podem ocasionar sequelas como fraturas e traumatismos. Quanto à idade, o médico aponta que, embora não exista um consenso nesse sentido, na classe médica, há a indicação de que a melhor fase está relacionada às crianças entre 6 e 8 anos, por pertencer à faixa etária de maior equilíbrio e melhor entendimento dos limites, riscos.


Mais dicas do especialista:

·         Em nenhuma hipótese, deixe as crianças sozinhas brincando com esses calçados;

·         Oriente os pequenos quanto à importância de sempre usar os capacetes, bem como os protetores de joelhos e cotovelos; 

·         Evite o uso em lugares com grande circulação de pessoas;

·         Lembre aos pequenos que esse é apenas um calçado não destinado a qualquer modalidade esportiva; logo, não é indicado para manobras e saltos radicais;

·         Esse tênis deverá ser utilizado esporadicamente, como uma forma de diversão, e não como um calçado de rotina para atividades na escola e outros afazeres da criança.




5 DICAS PARA PRESERVAR A SAÚDE DAS CRIANÇAS NAS ESTAÇÕES PRIMAVERA E VERÃO



Todos os pais desejam que seus filhos aproveitem os meses de primavera e verão com plena saúde. Para isso, alguns cuidados são fundamentais para evitar doenças infectocontagiosas que podem atrapalhar a rotina escolar e a diversão nessas estações. Por isso, listei abaixo algumas dicas que considero essenciais para essas épocas do ano:


1) Alimentação saudável: Uma das principais bases do desenvolvimento infantil é a nutrição. Aleitamento materno nos primeiros meses de vida e uma alimentação rica em legumes, verduras, frutas e carnes são essenciais para a capacitação do sistema imunológico. Evitar o consumo de açúcar e frituras é fundamental. Nos meses de primavera e verão, é muito importante hidratar-se devido às temperaturas mais altas desse período. Lembre-se: a água é a melhor bebida para as crianças;


2) Vacinação: Muitas doenças podem ser prevenidas por meio da vacinação. Manter o cartão de vacinas da criança sempre atualizado reduz as chances de adoecimento por hepatite, caxumba, meningite e outras enfermidades potencialmente devastadoras. Durante a primavera, uma doença comum é a varicela (catapora) que, embora seja considerada benigna e autolimitada, pode causar consequências graves e até mesmo o óbito. A vacina contra varicela, por exemplo, deve ser administrada em duas doses: a primeira com um ano de idade e a segunda três meses depois;


3) Atividades físicas ao ar livre: Atividades físicas como brincadeiras com bola ou pique-pega, e ainda a prática de esportes são excelentes tanto para a socialização das crianças como para a sua saúde. Elas auxiliam no desenvolvimento do sistema musculoesquelético e na função cardiovascular, tornando a criança mais capaz de combater infecções. Evitar o sedentarismo desde a infância ainda ajuda na prevenção de doenças como obesidade, diabetes e hipertensão arterial. Nesta época do ano, o ideal praticar essas atividades ao ar livre, em meio à natureza e longe de ambientes fechados com pouca circulação de ar, onde há maior risco de transmissão de doenças contagiosas;


4) Higiene da criança, do ambiente e dos alimentos: A higiene adequada do ambiente, dos alimentos e da própria criança é uma das grandes aliadas na prevenção de doenças. A lavagem das mãos antes e após o uso do banheiro e antes das refeições é uma medida que reduz muito a contaminação por vírus e bactérias. Além disso, a limpeza do ambiente, principalmente ventiladores e filtros de ar condicionados, auxilia na prevenção de infecções e alergias respiratórias. O cuidado com a higienização dos alimentos e utensílios como mamadeiras, por meio da desinfecção com produtos adequados, é muito importante para interromper o ciclo de transmissão fecal-oral de doenças parasitárias, por exemplo;


5) Proteção contra os insetos: Durante a primavera e o verão, pode haver aumento da proliferação de insetos vetores de doenças como dengue, Zika e Chikungunya. Além das medidas de controle ambiental para impedir a reprodução dos mosquitos, existem técnicas de proteção mecânica como telas nas janelas e portas, ambientes fechados ao entardecer e a noite e mosquiteiro no berço. É válido proteger as crianças com roupas claras e calças compridas e aplicar repelentes adequados para a sua faixa etária.

Lembre-se também que é fundamental manter o acompanhamento em consultas regulares com o pediatra!





Cristiana Meirelles -formada em Medicina pela UFRJ. Possui títulos de especialista em Pediatria e Infectologia Pediátrica pela SBP, e Pós-graduada em Síndrome de Down pela Faculdade de Medicina do ABC/SP. É pediatra parceira da Beep Saúde, plataforma que disponibiliza atendimento médico 24 horas com conveniência.






Outubro Rosa: quem é o médico que enxerga o câncer de mama?



Celebrado oficialmente no Brasil desde 2008, o Outubro Rosa é conhecido por suas campanhas de conscientização sobre o câncer de mama. Durante todo o mês, marcas, associações de pacientes, empresas, órgãos governamentais e diversas outras instituições da sociedade civil se juntam para reforçar a importância do diagnóstico precoce desse que é o tipo de câncer mais comum entre mulheres, respondendo por cerca de 28% dos casos novos a cada ano, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA).

Nesse período não é raro que se esbarre com um ou outro folheto ou ação explicando sobre o autoexame das mamas, assim como materiais que abordem o papel central do rastreamento com a mamografia. Entretanto, um profissional que é peça fundamental na luta contra a doença, aquele responsável por “enxergar o câncer” segue desconhecido por grande parte da população: o médico patologista.

“Responsável por analisar biópsias e punções que ocorrem após a identificação de nódulos por exames clínicos e de imagem, o médico patologista é aquele que consegue ‘enxergar o câncer’ no microscópio. Ele observa minuciosamente a estrutura celular das amostras e consegue dizer não apenas se um nódulo é ou não câncer, mas seu tipo, estágio e grau de agressividade, além de já indicar em seu laudo a forma de tratamento mais adequada para a doença”, explica Clóvis Klock, médico patologista e presidente da Sociedade Brasileira de Patologia (SBP).


Enxergando o câncer

Segundo ele, grande parte dos pacientes acha que os diagnósticos são emitidos automaticamente por um computador, nos moldes dos testes laboratoriais clínicos. Entretanto, quando o assunto é o laudo anatomopatológico, nome do documento que confirma ou não o câncer, a realidade é completamente diferente.
“Nosso trabalho também acontece em um laboratório composto por diversos equipamentos para processamento e tratamento das amostras, mas, ainda assim, a principal peça em toda essa estrutura é o próprio patologista. É ele quem olha no microscópio e, utilizando seus anos de experiência e estudo contínuo, consegue dizer que tipo de célula existe na amostra”, conta.


Passo a passo do câncer de mama

O presidente da SBP explica que existem diversas etapas no diagnóstico do câncer de mama. Após os primeiros sinais ou detecção de um nódulo via rastreamento, a paciente é submetida a uma biópsia por agulha, quando, após a desinfecção da pele e a aplicação de uma anestesia local, uma agulha fina é introduzida até chegar ao nódulo para absorver algumas células da região. Essa amostra do nódulo retirada é colocada imediatamente naquilo que os médicos chamam de fixador adequado, uma solução química composta por uma concentração específica de formol tamponado que serve para preservar as células do tecido retirado até ser encaminhado ao laboratório de patologia.

“Essa amostra permanece no fixador à temperatura ambiente por um período entre 12 e 24 horas, não podendo ficar assim mais de 48 horas. Após essa fixação, ela é primeiramente examinada a olho nu, uma etapa conhecida como macroscopia. Isso serve para analisar a peça para descrever seu formato e eventuais alterações que possam indicar algum crescimento fora do normal”, aponta.

Depois disso tem início a etapa chamada de processamento histológico, em que o material é submetido a uma sequência de produtos químicos que o prepararam para ser cortado em fatias cerca de 200 vezes mais finas que 1 milímetro. Este corte é colocado em uma lâmina de vidro, corado, protegido com uma lamínula de vidro e encaminhado para análise no microscópio pelo médico patologista.

O presidente da SBP conta que a Patologia vem evoluindo muito nas últimas duas décadas com a incorporação de técnicas moleculares e imuno-histoquímicas – a tão aclamada medicina personalizada ou de precisão:
“Antes o paciente com câncer tinha apenas um diagnóstico simples para orientar se o médico definiria o tratamento com quimio e radioterapia ou cirurgia. Hoje conseguimos ir além do tumor, obtendo informações sobre o prognóstico, se vai ou não gerar metástases e qual o tratamento é mais efetivo. Apenas com essa análise é possível aplicar com precisão tratamentos novos como a imunoterapia, que chega a aumentar a sobrevida de oito meses para quatro anos”, finaliza Clóvis Klock.





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