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quarta-feira, 18 de outubro de 2017

Supremo ampliou as prerrogativas dos parlamentares



No julgamento de Eduardo Cunha (5/5/16) o STF, por unanimidade, firmou o entendimento de que podia decretar o afastamento de parlamentar sem nenhum tipo de aval da Casa Legislativa respectiva.

Com base nessa interpretação, a 1ª Turma do STF determinou o afastamento de Aécio Neves das suas funções de senador, agregando-se o recolhimento domiciliar noturno.

O Senado reagiu a essa “intromissão” e a ministra Cármen Lúcia levou o tema para o Plenário da Corte.

Por seis votos a cinco decidiu-se (em 11/10/17) que o STF pode impor qualquer medida cautelar contra os parlamentares, mas a sua decisão depende de aval do Legislativo quando elas atinjam de forma direta ou indireta o exercício da função parlamentar.

A prerrogativa (imunidade) prisional dos parlamentares está relacionada exclusivamente com a prisão em flagrante por crime inafiançável (CF, art. 53, § 2º). Nesse caso, compete à Casa respectiva, pelo voto da maioria, resolver sobre a prisão.

O STF ampliou essa norma excepcional. Ela foi pensada apenas para a situação de prisão (encarceramento). O STF decidiu que também nos casos de medidas cautelares que afetam direta ou indiretamente o exercício da função parlamentar, cabe à Casa resolver sobre a medida, ou seja, pode mantê-la ou revogá-la.

A última palavra saiu do STF e passou para o Parlamento. Houve um tipo de renúncia de jurisdição.

O STF (pela maioria de seis votos) se equivocou.  

Deu prioridade ao princípio democrático (preservação do exercício do mandato do parlamentar eleito, mesmo nos casos de desvio da função pública) em detrimento do princípio republicano.

Por força do princípio republicano está assegurada a igualdade de todos perante a lei, repelindo-se privilégios assim como tratamentos discriminatórios ou aristocráticos. Mais ainda: é dele que deriva a exigência de responsabilidade dos agentes públicos nos casos de desvios da função.

Se todos são iguais perante a lei (essa é a regra fundamental da República), todas as normas que cuidam de privilégios ou prerrogativas funcionais configuram exceção. Normas excepcionais não podem ser interpretadas ampliativamente.

Prerrogativas não previstas expressamente na CF (Constituição Federal) não podem ser admitidas (sob pena de grave ofensa ao citado princípio republicano).

Não há na CF nenhuma norma que assegure aos parlamentares qualquer tipo de imunidade no que diz respeito ao afastamento do cargo. Logo, por interpretação ampliativa isso não poderia acontecer. Via interpretação não podem ser ampliadas as imunidades parlamentares (que são exceções).  

A decisão do STF não só foi equivocada (do ponto de vista jurídico) como foi muito confusa. Quais medidas atingem direta ou indiretamente o exercício da função parlamentar? Isso não foi esclarecido. Tudo ficou por conta de futuras interpretações.

Os ventos de cada momento determinarão as decisões vindouras sobre esse tema, carregado de insegurança jurídica.  




LUIZ FLÁVIO GOMES, jurista. Criador do movimento Quero Um Brasil Ético. Estou no F/luizflaviogomesoficial





Outubro Rosa: uma boa oportunidade para a conscientização sobre outros cânceres femininos



·         Ainda pouco conhecido, o câncer colorretal é o segundo tipo de câncer que mais mata mulheres no Brasil1
·         Confira vídeo que mostra o conhecimento do público geral sobre esse tipo de câncer com alta incidência.


O mês de outubro foi escolhido para representar o câncer de mama e chamar atenção para a importância do diagnóstico precoce. Nesse mês tão importante de conscientização do principal câncer feminino, instituições se uniram para trazer à tona outros cânceres tão preocupantes e ainda pouco conhecidos, como é o caso do câncer colorretal, que é o segundo tipo de câncer que mais mata mulheres no Brasil1. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), 17,6 mil mulheres tiveram o diagnóstico em 20161.

A enfermidade, ainda pouco conhecida e rodeada de tabus, se manifesta no intestino grosso, que é dividido em duas partes, o cólon e o reto. Tudo começa com alguns pólipos que podem ser identificados e retirados durante o exame colonoscopia. Entretanto, caso não sejam identificados e retirados precocemente, esses pólipos podem aumentar lentamente até se tornarem tumores malignos.

Considerada uma doença silenciosa, muitas vezes a doença pode evoluir para estágios mais avançados podendo ocorrer metástase em outros órgãos, como no fígado, por exemplo.

“Em outubro, todos os cânceres que acometem as mulheres deveriam estar em destaque. Dessa forma, conseguiríamos fazer o alertar e trabalhar no combate de todos os tipos da doença, permitindo que o tratamento seja acessível a todas as mulheres que passam por essa situação”, alerta Luciana Holtz, presidente do Instituto Oncoguia, que trabalha para oferecer qualidade de vida às pessoas com câncer.

Diante desse cenário - e como parte do trabalho de conscientização sobre a doença, a Merck, empresa alemã líder em ciência e tecnologia, criou um vídeo que mostra como o câncer colorretal é uma doença ainda desconhecida da população e que traz também orientações sobre esse tipo de câncer. Assista aqui!

Para a oncologista do Hospital Oswaldo Cruz, Dra. Renata D’Alpino, as mulheres acabam conhecendo muito o câncer de mama, por ser o que tem mais visibilidade, mas é preciso atenção para os demais. “A sociedade destaca mais um tipo e acaba esquecendo dos outros, como no caso do colorretal. Esse tipo de câncer acomete as mulheres de maneira silenciosa e também por isso que enfrentamos tantas dificuldades para o tratamento precoce da doença”, afirma a médica. “Esse tipo de câncer pode ser tratado de forma mais simples se descoberto cedo, mas, por desinformação, e por se tratar de um assunto tabu, muitos pacientes só procuram o médico quando a doença já está em estágio avançado, muitas vezes com metástase em outros órgãos”, ressalta a médica.

Alguns fatores como má alimentação, obesidade e tabagismo são as possíveis causas do câncer colorretal. Por outro lado, uma dieta rica em fibras, recheada com frutas, verduras, legumes, cereais integrais, sementes e grãos além de atividades físicas regulares podem prevenir o câncer colorretal. Com um estilo de vida saudável, de 50% a 75% dos casos podem ser prevenidos2.


Merck




Referências:
1 - Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA). Estimativa 2016: Incidência de Câncer no Brasil. Rio de Janeiro, 2015. p. 7-122




Nova vacina hexavalente para bebês chega ao mercado brasileiro



 Imunizante previne seis doenças potencialmente graves em crianças de seis semanas a dois anos: difteria, tétano, coqueluche, poliomielite, doença invasiva por Haemophilus do tipo b e hepatite B1


A vacina pediátrica hexavalente da Sanofi Pasteur, já presente em 86 países, chega esse mês no mercado privado para ser mais uma importante ferramenta de proteção contra seis doenças potencialmente graves: difteria, tétano, coqueluche, poliomielite, hepatite B e doença invasiva por Haemophilus influenzae do tipo b – bactéria causadora de meningite e outras infecções graves como, pneumonia, artrite séptica e epiglotite1.

“O sistema imunológico dos bebês ainda está em desenvolvimento e, por isso, é importante que os pais sigam as orientações dos calendários de vacinação para crianças e garantam que os seus filhos estejam imunizados”, alerta a Gerente Médica da Sanofi Pasteur, Ana Paula Flora. O esquema vacinal da vacina hexavalente é de três doses mais uma dose de reforço em crianças de seis semanas a dois anos de idade, de acordo com as recomendações dos programas de vacinação1,2. “No Brasil, indica-se que o bebê tome a vacina hexavalente aos 2, 4 e 6 meses, com o reforço da pentavalente – que possui todas as proteções da hexa, com exceção da hepatite B – dos 15 aos 18 meses”, explica Ana Paula.  

Segurança

Além de ser totalmente líquida e pronta pra uso, o que reduz possíveis erros de dosagem e manipulação, a recém-chegada vacina é acelular – ou seja, feita com alguns dos componentes da bactéria ou do vírus que causam a doença e não com a bactéria ou vírus inteiro – e, por isso, tem menor chance de provocar efeitos adversos do que a vacina de células inteiras disponíveis3,4.


As doenças

Entre as doenças preveníveis pela vacina hexavalente da Sanofi Pasteur, está a coqueluche. Dos casos em bebês de 28 dias a 12 meses, 50% podem implicar em hospitalização5. Dos lactentes hospitalizados, 61% podem sofrer apneia, que é a interrupção momentânea da respiração, 23% podem desenvolver pneumonia, 1% pode ter convulsões e 1% chegar ao óbito5. Segundo dados do Ministério da Saúde, em 2016 foram registrados 1.314 casos da doença no Brasil6.

A hepatite B também é preocupante e acometeu em 2016, 14.199 pessoas, o que equivale a uma taxa de detecção de 6,9 casos por 100 mil habitantes7.

Os casos mais graves de difteria podem levar ao inchaço grave no pescoço, com aumento dos gânglios linfáticos, resultando em dificuldade ou obstrução total da respiração8. Já o tétano altera os sinais neurológicos da coluna vertebral para os músculos e causa espasmos musculares intensos9.

A poliomielite, apesar de chamada de paralisia infantil, pode afetar tanto crianças quanto adultos e se espalha por contato direto, com muco, catarro ou fezes infectadas10. A doença pode afetar os nervos e levar à paralisia parcial ou total10.

Menos conhecida, a doença invasiva por Haemophilus influenzae tipo b causa meningite e outras infecções bacterianas graves como pneumonia, bacteremia – presença de bactérias no sangue - artrite séptica e epiglotite, que pode bloquear a traqueia, principalmente entre bebês e crianças menores de cinco anos de idade11.






Sanofi 




Referências:
1. Bula da vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis (acelular), Haemophilus influenzae b (conjugada), hepatite B (recombinante) e poliomielite 1, 2 e 3 (inativada), Hexaxim.
2. Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm). Recomendações da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) – 2017/2018. Calendário de Vacinação SBIm para Criança. [Internet] Disponível em: https://sbim.org.br/images/calendarios/calend-sbim-crianca.pdf. Acesso em: 2017 Set 25.
3. De Coster I, et al. Assessment of preparation time with fully-liquid versus non-fully liquid paediatric hexavalent vaccines. A time and motion study. Vaccine. 2015 Jul 31;33(32):3976-82.
4. Madhi SA, et al. Immunogenicity and safety of an investigational fully-liquid hexavalent combination vaccine versus licensed combination vaccines at 6, 10, and 14 weeks of age in healthy South African infants. Pediatr Infect Dis J, 2011;30(4):e68-74.
5. American Academy of Pediatrics. Pertussis (Whooping Cough). In: Kimberlin DW, et al. Red Book®: 2015 Report Of The Committee On Infectious Diseases. 2015; 608-621
6. Brasil. Ministério da Saúde. Casos confirmados de Coqueluche, Brasil, Grandes Regiões e Unidades Federadas. 1990 - 2016. [Internet] Disponível em: http://portalsaude.saude.gov.br/images/xlsx/2017/junho/09/Coqueluche-1990-2016.xlsx. Acesso em: 2017 Set 28.
7. Brasil. Ministério da Saúde - Portal Brasil. Hepatites virais - Ministério da Saúde vai oferecer novo tratamento para hepatite C. [Internet] Disponível em: http://www.brasil.gov.br/saude/2017/07/ministerio-da-saude-vai-oferecer-novo-tratamento-para-hepatite-c. Acesso em: 2017 Set 28.
8. Brasil. Ministério da Saúde. Difteria - Informações Técnicas. [Internet] Disponível em: http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/o-ministerio/principal/leia-mais-o-ministerio/641-secretaria-svs/vigilancia-de-a-a-z/difteria/11205-informacoes-tecnicas. Acesso em: 2017 Set 28.
9. Brasil. Ministério da Saúde. Tétano - Informações Técnicas. [Internet] Disponível em: http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/o-ministerio/principal/leia-mais-o-ministerio/684-secretaria-svs/vigilancia-de-a-a-z/tetano-acidental/11470-informacoes-tecnicas. Acesso em: 2017 Set 28.
10. Brasil. Ministério da Saúde. Poliomielite - Informações Técnicas. [Internet] Disponível em: http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/o-ministerio/principal/leia-mais-o-ministerio/764-secretaria-svs/vigilancia-de-a-a-z/poliomielite-paralisia-flacida-aguda/11422-informacoes-tecnicas. Acesso em: 2017 Set 28.
11. Centers for Disease Control and Prevention (CDC). About Haemophilus influenzae Disease. [Internet] Disponível em: https://www.cdc.gov/hi-disease/about/index.html. Acesso em: 2017 Set 25



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