Uso do preservativo é principal arma de combate ao HIV,
Aids, sífilis, HPV entre outras doenças sexualmente transmissíveis
Prevenir-se contra doenças
sexualmente transmissíveis (DSTs) é algo que deve ser feito durante o ano todo.
Porém, com a proximidade do Carnaval, época em que predomina o clima de festa e
diversão, a probabilidade de contágio tende a aumentar. “Nesse período, é
importante reforçar a necessidade de prevenção e recomendar uso de
preservativos para evitar doenças”, afirma o dr. Horacio Cardoso Salles, Gerente da Medicina Assistencial do Seconci-SP (Serviço Social da Construção).
Cada vez mais os jovens estão
deixando de usar camisinha. Apesar dos alertas de que o preservativo evita DSTs
e gravidez não planejada, diferentes justificativas aparecem e a ausência da
camisinha vira hábito. “Para eles, a eficiência no tratamento da Aids, que
deixou de ser uma doença fatal, e o desconhecimento sobre a doença sífilis, faz
com que abandonem o uso do preservativo”, explica o médico.
Pesquisa do Ministério da Saúde
divulgada neste mês revela que 9 em cada 10 jovens de 15 a 19 anos sabem que
usar camisinha é o melhor jeito de evitar HIV, mas mesmo assim, 6 em cada 10
destes adolescentes não usaram preservativo em alguma relação sexual no último
ano. A Pense (Pesquisa Nacional de Saúde Escolar), publicada pelo IBGE, mostrou
que em 2015, 33,8% dos adolescentes entre 13 e 17 anos que já tinham começado
sua vida sexual não usaram camisinha na última relação sexual – o índice é nove
pontos percentuais maior do que em 2012.
O dr. Salles reforça que o uso de
preservativos nas relações sexuais é um método eficaz e relativamente barato de
se prevenir contra as DSTs, entre elas não apenas a Aids e sífilis, mas também
a gonorreia, a HPV e hepatite virais. “O preservativo deve estar sempre no
bolso e nem as comemorações típicas de Carnaval, muito menos o abuso do álcool
pode deixar o folião se esquecer dela”, diz o médico, que afirma que pesquisas
indicam que a procura por exames para detectar as DSTs aumenta nas semanas
seguintes a do Carnaval.
“Praticar o sexo seguro é a melhor
forma de prevenção”, recomenda.
Outras doenças e formas de transmissão
Ainda que a forma de se prevenir
pareça simples, há muitas dúvidas e falta de informação sobre o assunto.
Segundo o Serviço Social do Seconci-SP, entre as causas de novos casos de DSTs
no Brasil estão a desinformação sobre outras formas de transmissão. Um exemplo
é o caso do HTLV (vírus linfotrópico da célula humana), um retrovírus da mesma
família do HIV, que infecta a célula T humana, um tipo de linfócito importante
para o sistema de defesa do organismo. Da mesma forma que o HIV, o HTLV é
transmitido por via sexual (relações sexuais desprotegidas), nas transfusões de
sangue, pelo uso compartilhado de seringas e agulhas, e da mãe para o filho
durante a gestação, o aleitamento e no momento do parto.
As estatísticas indicam que apenas 5%
das pessoas infectadas pelo HTLV desenvolvem problemas de saúde relacionados
com o vírus. Nesses casos, em geral, instalam-se quadros neurológicos
degenerativos graves e de leucemias e linfomas. “Tomar conhecimento da infecção
é fundamental para controlar a transmissão do vírus”, afirma o dr. Salles.
A profilaxia pós-exposição (PEP) é um
procedimento de prevenção para as pessoas que tiveram exposição ao vírus do
HIV. Os medicamentos devem ser usados em até 72 horas após o contato com o
vírus. Segundo o médico, o ideal, de acordo com o Protocolo Clínico e
Diretrizes Terapêuticas, é que seu uso seja feito nas primeiras duas horas após
a exposição ao risco. “Ao todo, são 28 dias consecutivos de uso dos quatro
medicamentos antirretrovirais previstos no novo protocolo”, diz.
Segundo o Ministério da Saúde,
durante todo o ano de 2015, foram ofertados 42,3 mil tratamentos para PEP em
todo o país, um crescimento de 49,7% em relação ao ano de 2014, quando foram
dispensados 28,4 mil tratamentos.
No site do Departamento de DST, Aids
e hepatites virais (DDAHV), do Ministério da Saúde, há uma nova área sobre
Profilaxia Pós-Exposição com informações customizadas para o usuário do SUS,
profissionais de saúde e gestores estaduais e municipais. O endereço do
site é http://www.aids.gov.br. O conteúdo inclui a lista das 515 unidades de saúde que ofertam
a PEP. O Seconci-SP atende no SAS Seconci-SP Hospital Dia Penha.