Com
alto índice de segurança, os métodos são indicados por entidades
internacionais.
No
Brasil, a FEBRASGO recomenda o uso, especialmente para adolescentes e jovens
adultas
Especialistas reforçam como
o planejamento familiar por meio de métodos contraceptivos podem trazer
benefícios para a mulher, isso porque, uma gravidez não planejada pode causar
transformações no estilo de vida e projeção de futuro, como o retardamento do
crescimento profissional e financeiro. Além de contribuir para diversas
mudanças na vida da mulher, o aumento de gestações não programadas impacta
diretamente na demanda por serviços públicos como saúde e educação, o que
afetaa sociedade como um todo. De acordo com dados do Fundo das Nações Unidas
para a Infância (UNICEF), a gravidez precoce inviabiliza o crescimento de
US$ 3,5 bilhões por ano no PIB brasileiro.
No Brasil, 79% das
mulheres utilizam algum método contraceptivo afim de se protegerem de
doenças sexualmente transmissíveis e evitarem engravidar, segundo a Organização
das Nações Unidas (ONU). No entanto, a eficácia dos métodos mais comuns como
a pílula e a camisinha, por exemplo, têm sido colocadas em cheque, um
exemplo é a alta taxa de esquecimento da pílula e a atual epidemia de sífilis
demonstram a falta de cuidado do brasileiro com a proteção.
Além disso, conforme
pesquisa realizada pela Bayer em 9 países, 74% das mulheres se esquecem de
hábitos diários em detrimento da rotina agitada, sendo a ingestão do
anticoncepcionala segunda tarefa mais esquecida.O levantamento mostrou que 45%
das entrevistadas não se lembram de tomar a pílula pelo menos uma vez ao mês.
Outro fator que evidencia o
comprometimento da eficácia da pílula anticoncepcional é a falta de
regularidade em relação ao horário da ingestão. Cerca de 58% das brasileiras
não tomam a pílula no mesmo horário. “Quando a mulher não respeita o
horário da pílula, ela compromete a eficácia do método e passa a ter mais
chances de engravidar”, alerta Marta Finotti, Membro da Comissão Nacional
Especializada em Anticoncepção da FEBRASGO (Federação Brasileira das
Associações de Ginecologia e Obstetrícia).
Como uma alternativa para os
métodos mais suscetíveis a falha, as entidades médicas ao redor do mundo têm se
mostrado cada vez mais favoráveis ao uso dos LARCs (sigla em inglês para
métodos contraceptivos reversíveis de longa duração). Em 2014, a Academia
Americana de Pediatria e o Colégio Americano de Ginecologia e Obstetrícia
passaram a recomendar o uso desses métodos para mulheres em idade reprodutiva.
No país, as opções de longo prazo disponíveis são o sistema intrauterino
hormonal (mais conhecido como DIU hormonal ou DIU medicado), o
dispositivo intrauterino de cobre (DIU de cobre) e o implante
subcutâneo.
Alinhada as diretrizes
internacionais, a FEBRASGO também sugere o uso do DIU hormonal, de cobre
ou implante hormonal na prevenção da gravidez precoce de mulheres em idade
reprodutiva. “O DIU tem alta eficácia porque após colocado, ele já
libera diariamente o hormônio responsável pela contracepção. Depois de colocado
a mulher não precisa fazer nenhuma intervenção, não ficando refém de sua memória.
Por isso é indicado para as aquelas que não tem uma rotina muito definida e
tendem a se esquecer da pílula.Independentemente da idade ou se a mulher já
teve ou não filhos, a recomendação é que o médico, junto da paciente, analise
fatores relacionados à história clínica, pessoal e familiar, projeção de futuro
e rotina, para que juntos possam fazer a escolha do melhor método”,
completa a especialista.
A liberdade de escolha e o
direto de realizar o planejamento familiar ou não, está ao alcance de todas as
mulheres e a possibilidade de acesso aos LARCs contribui para um maior número
de opções contraceptivas disponíveis no Brasil.
Quais são os LARCs
DIU hormonal
Também conhecido como DIU
medicado, trata-se de uma pequeno dispositivo feito e plástico maleável
com formato em T, com um cilindro que libera, de forma contínua, pequenas
quantidades de levonorgestrel. O que auxilia na diminuição da movimentação dos
espermatozoides no útero e nas trompas uterinas, dificultando a fecundação do
óvulo e deixando o endométrio mais fino, impedindo a fixação do óvulo caso ele
seja fecundado. É recomendado para mulheres com grande fluxo menstrual e que
desejam reduzi-lo, pois o hormônio produz esse efeito e ajuda a controlar as
cólicas menstruais, principalmente para quem sofre com dismenorreia moderada a
grave. O método pode ser usado por até 5 anos e a colocação é realizada pelo
ginecologista no próprio consultório.
DIU de cobre
O dispositivo em formato de
T é inserido no colo do útero pelo ginecologista, e ao longo de até 10 anos,
libera íons do cobre, que além de funcionar como uma barreira para os
espermatozoides, tem outros mecanismos de ação contraceptiva. O método é
indicado para mulheres que não podem fazer uso de estrógeno e pode ser usado
durante a amamentação. No entanto, pode causar cólica durante o período
menstrual, além de aumentar o fluxo sanguíneo.
Implante subcutâneo
Trata-se de um pequeno
dispositivo implantado sob a pele, na região do braço, que libera gradualmente
a progesterona, o que impede a ovulação. Pode durar de seis meses a três anos.
Com o implante a mulher para de menstruar, embora possam haver sangramentos de
escape.
Bayer