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quinta-feira, 25 de maio de 2023

Últimos dias do IR: Tudo o que você precisa saber para realizar a declaração de rendimentos

Professores dos cursos de economia, administração e contabilidade da UNIFRAN, concedem dicas aos contribuintes que ainda possuem dúvidas em prestar contas ao leão


Entrando na reta final do prazo para a declaração do Imposto de renda, os contribuintes precisam se atentar com o tempo, documentação e claro, com a malha fina para não cair nas famosas "garras do leão". O imposto de Renda serve basicamente, para informar os rendimentos que foram recebidos, sejam eles, tributáveis ou não tributáveis. Mesmo que você não tenha que pagar nada, é essencial declará-los. Ou seja, o imposto de renda é um tributo federal que, como o próprio nome sugere, é aplicado sobre a renda.  

Esclarecer honorários a partir de investimentos em ações, títulos e até mesmo ganhos com trabalho em aplicativos são alguns dos itens que mais causam dúvidas na hora de preencher a declaração, que se estende até o dia 31 de maio, além das questões sobre como não cair na malha fina.  

Fabiano Prazeres, professor do curso de economia da Universidade de Franca – UNIFRAN, instituição pertencente ao grupo Cruzeiro do Sul Educacional, explica que o Imposto de Renda se trata de um saldo remanescente da diferença entre os lançamentos mensais de salário do ano anterior  


Todas as pessoas precisam pagar o Imposto de Renda?  

“As pessoas físicas que ganharam abaixo de R$ 1.903,98 mensais ou anual abaixo de 28.559,70 em 2022 estão desobrigadas de declaração. Já as pessoas que tiveram rendimento tributável superior a R$ 1903,98 mensais ou acima de R$ 28.559,70, estão obrigadas a declarar”, afirma Daniel Pereira Lourencon, professor nos cursos de administração, contabilidade e economia da UNIFRAN.  

Além disso, é importante destacar que aqueles que obtiveram ganho de capital na venda de bens ou direitos sujeitos a imposto e realizou operações na bolsa de valores também necessitam realizar o processo.  

O Imposto de renda atrasado tem que ser acrescido de 1% conforme tabela do governo, e recolhido até o último dia do final do mês calculado, assim como com o Documento de Arrecadação de Receitas Federais (DARF). Já o valor a pagar de imposto de renda calculado na declaração pode ser parcelado em até 8 vezes, com valor mínimo de parcela de R$ 50,00.  

A declaração de ajuste anual é a consolidação dos valores recebidos durante o ano anterior ao que é feita a declaração.  


Imposto devido: como pagar após realizar a declaração?  

O imposto devido é o valor que o cidadão deve direcionar ao governo conforme o seu rendimento anual. “Agora em 2023 estão sendo declarados os valores recebidos em 2022. A declaração é chamada de ajuste pois você pode no ano, ter acumulado rendimentos superiores aos recebidos mensalmente e é uma oportunidade de deduzir as despesas que são permitidas por lei como: despesas médicas, escolares, pensão alimentícia e Instituto Nacional do Seguro Social (INSS)”, explica Prazeres.  

“Após preenchida a declaração, o próprio sistema da RFB irá informar o valor a pagar (será gerado a guia de pagamento que poderá ser única ou parcelada de acordo com a opção do contribuinte) ou a restituir. Lembrando que ao optar pelo pagamento parcelado, os valores serão acrescimentos de taxa básica de juros da economia (Selic)”, completa.  

Por fim, o docente Daniel Pereira, da UNIFRAN, reitera que, para os contribuintes que ainda possuem dúvidas de quando pagar o Imposto de Renda, a primeira parcela de pagamento vence no último dia útil do mês em que foi feita a declaração e as demais no último dia útil mensal.  

“Minha recomendação é se a pessoa tem o dinheiro, fazer o pagamento em cota única, pois o juro da taxa Selic hoje, está alto. Não recomendo fazer empréstimos para pagamento, se a opção for parcelar, faça o parcelamento com base na Taxa Selic, que será menor do que qualquer outra linha de crédito”, finaliza.  

Todas essas indicações são importantes para não cair na malha fina, que é quando o contribuinte é pego na análise da Receita Federal. O órgão o notifica para que você possa verificar as causas da malha fina e consiga, no primeiro momento, efetuar uma Declaração Retificadora, objetivando possivelmente corrigir as inconsistências.  

Os prejuízos ao cair nas “garras do leão” são muitos, além do empecilho de ter que fazer uma Declaração Retificadora confirmando informações que não foram colocadas na declaração original. Caso se confirmarem as inconsistências apontadas na malha, o contribuinte será passível de pagamento de mais imposto.  

Para saber se você está na malha fina antes de fazer a declaração do IR 2023, acesse o menu e-Cac no site da Receita Federal. Para isso, basta usar o CPF e a senha do portal e-Gov. Lá, acesse a aba “Meu Imposto de Renda”: aqui é possível ver o processamento de sua declaração, inclusive a verificação de malha fina. Podendo, ainda, resolver algumas situações no mesmo portal.  

 


UNIFRAN
www.unifran.edu.br



Uma doença silenciosa: a BVD é um risco à pecuária brasileira e afeta a produtividade do campo

Os riscos da Diarreia Viral Bovina e os prejuízos causados pela enfermidade aumentam com a incidência dos animais persistentemente infectados (P.I), que são os maiores transmissores da doença


A Diarreia Viral Bovina (BVD, na sigla em inglês) é uma doença silenciosa que pode causar sintomas inespecíficos e leva a prejuízos econômicos nas mais diversas esferas da produtividade pecuária. A doença pode se manifestar como quadros respiratórios, entéricos e gerar impactos na reprodução e na produção de leite, podendo levar à morte do animal nos casos mais severos.

Diversos estudos comprovam o impacto econômico em grande escala em todos os tipos de produção por todo o mundo. “Estudos têm demonstrado que os prejuízos podem partir de 10 dólares podendo chegar até 70 dólares por cabeça por ano, independente do sistema, pecuária de corte ou leite. Considerando uma cotação de cerca de R$ 5,00 por dólar, os prejuízos em decorrência da BVD podem atingir até R$ 350,00 por animal/ano. Por isso é fundamental manter atenção quanto a essa enfermidade, estabelecendo estratégias de controle dentro das propriedades para manter a produtividade”, explica o gerente de Produto & Trade da Biogénesis Bagó Brasil, Caio Borges.


Os riscos da Diarreia Viral Bovina (BVD)

A Diarreia Viral Bovina é um RNA Vírus com alto poder de dissipação, infectando facilmente os animais.

“É preciso levar em consideração que a BVD é uma poderosa imunossupressora, que vai favorecer o aparecimento de outras doenças dentro da propriedade por reduzir a imunidade do animal, fazendo com que doenças oportunistas entrem e amplifiquem ainda mais o prejuízo resultante da BVD”, alerta Borges.

Os sinais clínicos da BVD se manifestam no trato respiratório, gastrointestinal e reprodutivo. Estudos têm demonstrado impactos da BVD também na qualidade de leite e na saúde da glândula mamária. Em reprodução, partindo do dia zero até o momento de nascimento do feto, diversos sinais clínicos são gerados pela BVD, como infertilidade, baixa taxa de concepção, baixa viabilidade do embrião, perdas embrionárias, má formação, defeito congênito, abortos, natimortos e aumento no número de nascimentos de animais fracos e debilitados.

“Uma fase muito crítica em casos de contaminação por BVD é o período de 40 a 120 dias de gestação, pois quando há a circulação do vírus BVD em uma vaca saudável, infecta o feto que ainda está em processo de reconhecimento do organismo. É justamente quando o animal está construindo o seu sistema imunológico e não consegue desenvolver anticorpo contra o vírus da BVD. Com isso, ele reconhece este vírus como próprio, resultando na formação de um animal persistentemente infectado (P.I), que vai gerar grandes problemas dentro da propriedade”, detalha o veterinário.


Animais persistentemente infectados (P.I)

Um animal P.I pode ser formado de duas maneiras. A rota mais comum é com uma vaca saudável contaminada entre os 40 e 120 dias de gestação.

A segunda rota, e menos comum, ocorre quando a vaca é P.I. Essa fêmea sempre dará origem a um feto P.I. “O animal persistentemente infectado é o grande disseminador da doença dentro da propriedade. Ele elimina o vírus durante toda a vida em alta escala de eliminação viral. Por isso, para o controle da BVD, além da vacinação e medidas de biosseguridade, é preciso também realizar o controle dos animais P.I’s”, orienta Borges.


Estabelecendo um programa de controle para BVD

Ao estabelecer um programa de controle de BVD, a orientação é utilizar diversas estratégias para se obter eficiência no controle da enfermidade, realizando também o controle do animal P.I. “Nesse cenário, um programa de controle da BVD precisa ser realizado sob três pilares: biosseguridade, imunização e diagnóstico”, salienta o veterinário.

As medidas de biosseguridade têm por foco diminuir o risco de infecções, aumentar o controle dos planteis e minimizar a contaminação para maximizar a saúde. “É preciso sempre tentar fazer o melhor possível com as ferramentas que temos em mãos e ter em mente que a biossegurança é o primeiro passo para reduzir a circulação viral dentro da fazenda e bloquear a entrada de animais P.I.”, complementa.

A imunização tem por foco estimular a produção de anticorpos para elevar a imunidade do rebanho e minimizar os prejuízos causados pela enfermidade. “Quando se fala em imunização, é sempre preciso lembrar da curva de Gauss, na qual até 15% dos animais podem não responder bem a qualquer vacina, devido a estresse, imunossupressão, outras parasitoses, falhas na aplicação, mal armazenamento das vacinas, entre outros fatores, e com isso ainda podem ser impactados pela enfermidade e resultar em perdas na produtividade. Dessa forma, seguir as boas práticas de aplicações no momento da vacinação e realizar a escolha de uma vacina que forneça ampla proteção e que possua estudos comprobatórios de seus resultados como a Bioabortogen H é de extrema importância para maximização da saúde dos animais e redução das perdas produtivas da fazenda”, alerta o gerente da Biogénesis Bagó Brasil.

O diagnóstico tem a função de identificar os animais persistentemente infectados e identificar a circulação viral dentro dos rebanhos, gerando dados para que seja possível estabelecer estratégias para controle da enfermidade no rebanho. “Não existe hoje um tratamento para a BVD. Os tratamentos são realizados para minimizar os efeitos deletérios causados por outras infecções oportunistas, mas não é possível tratar diretamente a causa primária” esclarece Borges.


Estratégia para identificar animais P.I

Para identificar os animais P.I, os perpetuadores da doença nos rebanhos, a Biogénesis Bagó, empresa de biotecnologia especializada no desenvolvimento, produção e comercialização de produtos para saúde animal, em parceria com a IDEXX Laboratórios, empresa líder no ramo diagnóstico, trouxe ao Brasil o BVDV Ag POC, um teste rápido para ser realizado na fazenda com a finalidade de identificar os animais persistentemente infectados. O teste é de alta praticidade, sendo realizado a partir da coleta de uma amostra da cartilagem da orelha, tem alta confiabilidade, sensibilidade e especificidade, permitindo uma rápida tomada de decisão.

Comparado às técnicas de diagnósticos tradicionais, o método proporciona mais praticidade e agilidade aos veterinários e produtores.

 

Biogénesis Bagó
https://www.biogenesisbago.com/br/


Inadimplência das empresas cresce e atinge novo recorde histórico no Brasil, revela Serasa Experian

Negativação atingiu, em abril, 6.512.731 companhias do país; Serasa Experian apoia saúde financeira das empresas com materiais gratuitos

 

Em abril, a negativação alcançou 6.512.731 empreendimentos brasileiros. Esse foi o maior número registrado pelo Indicador de Inadimplência da Serasa Experian em toda a série histórica, iniciada em 2016. O valor das dívidas, quando somadas, também cresceu e atingiu quantia recorde, essa de R$ 117,5 bilhões. Em média, cada CNPJ possui cerca de 7 contas negativadas. Confira no gráfico a seguir os dados gerais completos: 

 


De acordo com o economista da Serasa Experian, Luiz Rabi, o quadro econômico do país continua impondo desafios aos empreendedores, que acabam entrando na inadimplência. ”Infelizmente a análise continua a mesma, já que fatores como a inflação e a taxa Selic seguem abalando o poder de compra dos consumidores que, em grande parte, ainda se encontram negativados. Com insumos encarecidos, juros altos e nenhum incentivo ao consumo, o fluxo de caixa das empresas não encontra espaço para crescer, o que torna a quitação de dívidas inviável para os donos de negócios”.

 

Os empreendimentos do segmento de “Serviços” são os mais afetados e representam 54% do total de inadimplentes. Em sequência está o “Comércio”, com representatividade de 37%, seguido pelas “Indústrias” (7,7%), “Setor Primário” (0,8%) e “Outros” (0,5%) – categoria que contempla empresas “Financeiras” e do “Terceiro Setor”.

 

Ainda em abril, a análise por Unidade Federativa revelou que São Paulo é o estado com o maior número de empresas inadimplentes. Em segundo lugar estava Minas Gerais, seguido pelo Rio de Janeiro, Paraná, Rio Grande do Sul e Bahia. Veja no gráfico abaixo as informações na íntegra:  

 


Micro e pequenas empresas representam maior parte da inadimplência 

Dentre as mais de 6,5 milhões de companhias negativadas, 5.755.735 são micro e pequenos negócios. Considerando apenas as empresas desses portes, existem mais de 39 milhões de dívidas e a soma desses débitos totaliza R$ 94,5 bilhões. “Os empreendimentos de portes menores são, naturalmente, mais impactados pelas dificuldades financeiras, já que possuem menor fôlego no fluxo de caixa e pouca reserva emergencial”, explica Rabi.


 

10 dicas da Serasa Experian para passar o ano no azul


Para auxiliar na trajetória de cuidar da saúde financeira de seus negócios, a Serasa Experian separou 10 dicas para os empreendedores se organizarem como parte da playlist Bora Empreender no YouTube e que estão disponíveis abaixo. Confira:

 

1. Mapeie todas as dívidas da empresa para ter uma visão realista da situação financeira;

2. Defina seus gastos mensais e veja o que pode ser reduzido ou eliminado. Quando a situação envolve dívidas, o primeiro passo é apertar os cintos e enxugar os gastos. A Serasa Experian dispõe de uma série de conteúdos sobre planejamento financeiro no blog que podem auxiliar no processo;

3. Organize todas as informações financeiras do negócio e ajuste o orçamento para a realidade e capacidade de pagamento da empresa;

4. Separe as contas pessoais das contas empresariais. Por impulso ou despreparo, muitas pessoas tendem a misturar as finanças próprias com as do negócio, o que é um erro, pois pode complicar para os dois lados;

5. Renegocie suas dívidas! A Serasa possui o Limpa Nome, programa que oferece condições especiais para as pessoas regularizarem sua situação financeira com mais de 200 parceiros. Saiba mais clicando aqui.

6. Acompanhe e monitore seu CNPJ e o CPF com o Saúde do Seu Negócio, ferramenta que envia alertas em tempo real sobre consultas e negativação, além de oferecer visibilidade do diagnóstico da empresa;

7. Acompanhe o Score CNPJ, pois tudo que será feito a partir do planejamento, pode afetá-lo. Ele serve como um termômetro para a situação financeira da empresa;

8. Faça um planejamento e defina as metas da companhia por meio da tecnologia SMART: específicas, mensuráveis, atingíveis, relevantes e temporais. Trata-se de um conceito aplicável para qualquer segmento de negócio em todas as situações;

9. Monitore o fluxo de caixa do empreendimento com o novo plano financeiro em andamento e certifique-se que tudo está correndo bem. Caso seja necessário, reajuste a rota para atingir os objetivos;

10. Fique de olho no CNPJ da sua empresa! Isso reduz a incidência de fraude e insegurança ao mercado, além de facilitar a contratação de crédito. A Serasa Experian pode ajudar!

 

Para conferir mais informações e a série histórica do indicador, clique aqui.

 


Metodologia


O Indicador Serasa Experian de Inadimplência das Empresas contempla a quantidade de empresas brasileiras que estão em situação inadimplência, ou seja, possuem pelo menos um compromisso vencido e não pago, apurado no último dia do mês de referência. O Indicador é segmentado por UF, porte e setor.

 


Serasa Experian
www.serasaexperian.com.br


Conheça os dois lados das Cataratas do Iguaçu

Créditos: Ira Cecilia 
Visitar os dois lados das Cataratas do Iguaçu permite experiências diferentes. Se de um lado você fica colado às águas, no outro tem a visão panorâmica do maior conjunto de quedas-d’água do mundo. São ângulos distintos dessa beleza natural compartilhada por dois países. 

Os argentinos estarão com dias extras de folga para visitar os dois lados das Cataratas nos próximos dias. O feriado de 25 de maio, da Revolução de Maio, irá garantir quatro dias seguidos de feriadão prolongado, no país vizinho. Muitos argentinos são esperados no Parque Nacional Iguazú – Argentina, e, consequentemente, no lado brasileiro, Parque Nacional do Iguaçu – Brasil também.

 

O lado argentino possui dois circuitos de visita, inferior e superior, e pode levar até um dia para conferir tudo. Para deixar a aventura completa, no lado brasileiro você fica imerso na natureza, com vista de frente das quedas e também da mais imponente, a garganta no final da passarela, o ponto alto do passeio.

 

O caminho de um parque para o outro tem cerca de uma hora de distância. É preciso para atravessar a fronteira portar documento de identidade ou passaporte.  O transporte pode ser feito desde a entrada de ambos por ônibus, que passam a cada hora. Também por agências e operadoras de transporte contratadas previamente ou de forma independente.  

 

Os ingressos para a entrada do lado brasileiro podem ser adquiridos no site da Urbia Cataratas: cataratasdoiguacu.com.br. A compra é com agendamento do dia para visita. Para o lado argentino também é possível encontrar no site. Os dois parques abrem todos os dias para visitação – lado argentino, das 8h às 18h; e lado brasileiro, de segunda a sexta, das 9h às 16h. Sábado e domingo, das 8h30 às 16h.

 

 

https://cataratasdoiguacu.com.br/blog/descubra-ambos-lados-de-las-cataratas-del-iguazu/



Semicondutores: o que são essas pequenas peças que estão causando estragos na indústria automobilística

A falta desses componentes vem comprometendo a produção global de veículos nas montadoras

 

Quando a Organização Mundial de Saúde - OMS decretou pandemia global, por conta da COVID-19, em março de 2020, o mundo todo parou e uma das indústrias mais afetadas foi (e está sendo até os dias de hoje) a automobilística. O resultado foi uma redução significativa na oferta desses componentes para os todos os segmentos, o que resultou na queda da produção industrial em países de todo o mundo. 

Com a retomada gradual das atividades industriais, os semicondutores foram direcionados, principalmente para empresas de computadores, smartphones e sistemas de comunicação. O setor automotivo consome 11% de todos os semicondutores produzidos no mundo e um estudo encomendado pela Associação da Indústria Automotiva da Alemanha - VDA, divulgado em fevereiro deste ano, mostrou que a falta desses componentes pode resultar em uma queda global de 20% na produção até o ano de 2026, o que corresponde a cerca de 18 milhões de veículos. 

Os semicondutores começaram a ser inseridos na indústria automobilística na década de 1960, mas sua utilização estava relacionada a aplicações limitadas, como a ignição eletrônica, por exemplo. Nos anos seguintes, houve um aumento no uso desses componentes nos veículos automotores, graças aos avanços tecnológicos e à demanda por recursos eletrônicos mais sofisticados presentes nos carros. Foi a partir da década de 1980, que os semicondutores passaram a ser amplamente utilizados, em sistemas de controle do motor, freios com antibloqueio (ABS), injeção eletrônica de combustível e controle de tração. Esses sistemas dependem de circuitos eletrônicos para processar informações e tomar decisões em tempo real, para melhorar a eficiência, o desempenho e a segurança dos veículos.

 

Nos últimos anos, com o avanço da tecnologia automotiva, o uso de semicondutores se tornou ainda mais essencial, pois os modelos atuais estão equipados com uma variedade de recursos eletrônicos avançados, como sistemas de entretenimento e navegação, assistência ao motorista, sensores de estacionamento, câmeras de visão traseira, sistemas de comunicação e conectividade, entre outros. Todos esses recursos dependem de semicondutores para seu funcionamento adequado.

Vale ressaltar também que, com o desenvolvimento de veículos elétricos e autônomos, os semicondutores são ainda mais, de extrema necessidade na indústria automobilística. Os sistemas de propulsão elétrica, de gerenciamento de bateria, de assistência ao motorista e de percepção e tomada de decisão autônomos são exemplos de funcionalidades nas quais os semicondutores são amplamente utilizados.

As montadoras brasileiras vem reduzindo a produção de veículos e, em alguns casos, até mesmo paralisando temporariamente suas operações, devido à falta desses componentes eletrônicos. Isso resulta em atrasos nas entregas de veículos novos e também em um impacto significativo na cadeia de fornecimento de autopeças. A dependência do Brasil em relação à importação de semicondutores também contribui para a situação, pois o país não possui uma produção significativa de semicondutores, dependendo de fornecedores estrangeiros, principalmente de países asiáticos. 

O governo brasileiro tem buscado medidas para mitigar os impactos da escassez de semicondutores na indústria automobilística, com incentivos fiscais e programas de estímulo à produção local de semicondutores, mas a construção de uma indústria nacional de semicondutores leva tempo e requer investimentos significativos em infraestrutura e pesquisa.

Para o Gerente de Produtos da DPK, Antonio Marcos Pereira, toda a cadeia envolvida na indústria automobilística vem sofrendo com a escassez dos semicondutores e está sendo obrigada a se reinventar. “A falta dos componentes afetou não apenas as montadoras, mas todos os envolvidos no processo. O mercado se viu na obrigação de se reinventar, pois os semicondutores, na atualidade, são responsáveis pelo bom funcionamento de quase todos os recursos oferecidos pelos veículos. O mercado brasileiro é muito dependente de componentes que são produzidos em outros países, por isso, temos que pensar no incentivo às empresas locais, para diminuirmos essa dependência, mas é claro que essa é uma solução a médio e longo prazo”, afirmou Pereira.

 

DPK

www.dpk.com.br 

 

Biometria de voz e inteligência artificial: alternativas de UX para setor de seguros

Novas tecnologias promovem inclusão digital e posicionam as empresas entre as mais inovadoras

 

O setor de seguros tem se adaptado frequentemente às inovações do meio digital, incorporando novas tecnologias e ampliando as possibilidades para as empresas e seus clientes. Por isso, não é uma surpresa que o uso da inteligência artificial já esteja sendo disseminado no setor.

 

Visando aumentar a segurança e melhorar a experiência dos usuários, é possível escolher ferramentas e funcionalidades que podem levar ainda mais praticidade às empresas de seguros e seus segurados.

A biometria de voz é um grande exemplo disso. Considerada uma medida de segurança, ela também melhora a experiência dos clientes, que podem ter um atendimento mais ágil, prático e personalizado.

 

Biometria de voz no setor de seguros

A biometria de voz utiliza a voz de uma pessoa como uma forma de autenticação. A tecnologia é baseada no fato de que cada pessoa tem uma voz única, podendo ser usada como um meio seguro de autenticação de identidade. Com a aplicação de inteligência artificial (IA), a biometria de voz tem se tornado ainda mais eficaz, permitindo que as empresas implementem essa tecnologia de forma mais eficiente em suas jornadas de atendimento.

No setor de seguros, a biometria de voz e a IA podem ser usadas para melhorar a experiência do usuário (UX) e a segurança das transações. Uma das principais funcionalidades de UX que a biometria de voz pode oferecer é a autenticação sem contato humano e com mínima fricção. Isso significa que o usuário não precisa inserir senhas, cartões ou outros dispositivos de autenticação, tornando o processo de autenticação mais fácil e conveniente em diversas plataformas de atendimento, como por telefone, site ou aplicativos.

Além disso, a biometria de voz e a IA podem ser usadas para detectar fraudes e prevenir atividades fraudulentas. A IA consegue analisar a voz do usuário em tempo real e compará-la com as informações de voz armazenadas em um banco de dados. Se a voz do usuário não corresponder às informações de voz armazenadas, a IA pode alertar a empresa sobre a possibilidade de uma tentativa de fraude em poucos segundos.

Com a união da biometria de voz e a IA, as empresas podem também aproveitar insights para criar as melhores e mais seguras jornadas aos seus clientes. A facilidade de identificar uma pessoa em poucos segundos torna o atendimento mais fluido e abre ainda mais possibilidades aos negócios.

 

Marcelo Peixoto - CEO na Minds Digital e tem mais de 15 anos de experiência no mercado de tecnologia, já passou por empresas como IBM, Techbiz, BS2, Banco BMG e BMG Money. Formado em publicidade e propaganda na UniBH e pós-graduado em gerenciamento de projetos na PUC de Minas Gerais.

 

As técnicas mais eficientes no processo de aprendizagem

Especialista da Gama Ensino, Lorenzo Tessari, explica como os métodos de ensino podem contribuir na retenção de conhecimento dos estudantes 

 

Muitas técnicas de estudos foram propostas com o objetivo de auxiliar na retenção de conteúdo, cada uma utilizando um aspecto diferente do cérebro. No entanto, existem princípios que são comuns a muitas dessas metodologias que é o fato delas atuarem como meio significativo na retenção de informações pelos alunos.

De acordo com o  Chief Operating Officer (COO) da Gama Ensino, startup de tecnologia desenvolvedora de um algoritmo proprietário que identifica os gaps de aprendizado dos alunos para o direcionamento dos seus estudos,  Lorenzo Tessari, entre os modelos ele destaca como os mais eficientes os estruturados para memorização por repetição e os emocionalmente impactantes. 

"A repetição como revisões sistemáticas permite reforçar conteúdos importantes, enquanto os emocionalmente carregados, também, denominados de técnicas de alto impacto, são facilmente lembrados devido à forte descarga de neurotransmissores, e quando combinados, podem potencializar a retenção de informações", esclarece o especialista. 

Ainda segundo Lorenzo, uma outra técnica interessante é a exploração do poder associativo do cérebro, "Ao criar associações intencionais, facilitamos a aprendizagem e a retenção de conteúdo. Essas associações agilizam o processo de revisão e o encadeamento de assuntos interdependentes", complementa. Para avaliar o modelo mais adequado, o especialista listou seis modelos que podem contribuir com o processo de aprendizagem dos alunos, como: 

Autoexplicação: A autoexplicação é uma abordagem eficaz no processo de aprendizado, na qual os estudantes se dedicam a explicar o conteúdo estudado para si mesmos. Essa prática envolve fazer perguntas e responder com suas próprias palavras, permitindo assim uma compreensão mais profunda do material. Além disso, a autoexplicação ajuda a identificar lacunas no conhecimento, reforçando a memória e consolidando informações. Para implementar essa técnica com sucesso, é importante que o estudante faça perguntas a si mesmo enquanto estuda, de modo a analisar criticamente o conteúdo e garantir que todas as áreas sejam abordadas.

Active Recall (Recuperação Ativa): O Active Recall ou Recuperação Ativa é uma técnica de aprendizagem que consiste em lembrar ativamente informações sem consultar as fontes de referência, fortalecendo conexões neurais e melhorando a retenção de informações. Para implementá-la, utilize flashcards, faça perguntas a si mesmo ou realize autoavaliações, praticando regularmente e esperando o esquecimento antes de testar-se novamente. As abordagens, que envolvem identificar a pergunta para uma resposta ou escrever a resposta sem olhar a fonte, aumentam a eficiência do estudo.

Método Feynman: O método de Feynman é um método eficiente de aprendizado que permite compreender rapidamente um conceito, explicando-o de maneira simples e clara. Ela se baseia na ideia de que explicar algo de forma simples facilita a compreensão. Para aplicar essa técnica, primeiro escreva o assunto ou conceito no topo de uma folha de papel. Em seguida, explique-o com suas próprias palavras, como se estivesse ensinando a alguém, uma criança por exemplo. Revise o que escreveu e identifique possíveis erros. Após encontrá-los, consulte suas anotações ou material de leitura para obter a resposta correta. Por fim, se você usou termos técnicos ou linguagem complexa em sua explicação, reescreva essas partes em termos mais simples, considerando uma pessoa sem o mesmo conhecimento prévio que você.

Modo Focado e Difuso: Alternar entre os modos Focado e Difuso é uma estratégia importante para melhorar a aprendizagem, conforme apresentado no livro "Aprendendo a Aprender". O modo Focado é quando nos concentramos em uma atividade específica, enquanto o modo Difuso envolve a ativação de várias áreas do cérebro para explorar conexões relacionadas ao conhecimento. O estado denominado de Einstellung ocorre quando nos deparamos com dificuldades em um assunto e nosso cérebro "trava" tentando encontrar soluções em um grupo específico de neurônios que não possuem a resposta. Para superar esse bloqueio, é importante desligar o pensamento focado e ativar o modo difuso a fim de ampliar o campo de “pesquisa” do cérebro. Práticas como fazer pausas, tomar um banho, dormir, caminhar ou se envolver em atividades relaxantes ajudam a ativar o modo difuso, permitindo que o cérebro vasculhe novas conexões e encontre soluções de forma mais eficiente.

Notas Codificadas: Notas confusas podem dificultar a lembrança dos pontos importantes de uma palestra. Escrever em cores é uma maneira dinâmica de organizar as informações que você está aprendendo. Também ajuda a revisar e priorizar as ideias mais importantes. Um estudo recente descobriu que a cor pode melhorar o desempenho da memória de uma pessoa. Esse mesmo estudo descobriu que cores quentes (vermelho e amarelo) “podem criar um ambiente de aprendizado positivo e motivador que pode ajudar os alunos não apenas a ter uma percepção positiva em relação ao conteúdo, mas também a se envolver e interagir mais com os materiais de aprendizagem”, adicionalmente, foi relatado que cores mais quentes “aumentam a atenção e provocam entusiasmo e informações”. 

Aprendizagem Espaçada: A Aprendizagem Espaçada é uma estratégia eficaz para melhorar a retenção de informações ao longo do tempo, pois possui forte consolidação da memória de longo prazo. Essa técnica envolve dividir o conteúdo de estudo em seções menores e distribuí-las em intervalos ao longo de um período prolongado, ao invés de tentar aprender tudo de uma vez só. Pode ser incorporado diferentes formas de assimilação de um mesmo conteúdo nesse processo, ora por leitura, ora por vídeo-aula, como sugerido por Paul Kelly (Spaced Learning: A Harbinger of a Paradigm Shift Education). A Aprendizagem Espaçada permite que o cérebro assimile e consolide melhor o conhecimento, aumentando a probabilidade de lembrar as informações no futuro. Para implementar essa técnica, é importante planejar sessões de estudo regulares, revisar o conteúdo em diferentes momentos e permitir um tempo adequado entre as sessões para que o cérebro processe e armazene as informações adequadamente.

 


Gama Ensino
https://gamaensino.com/

Gama Pré-Vestibular
gamaprevest.com


Nova Zelândia sobe no índice de principais destinos entre estudantes brasileiros

Pesquisa da Belta, associação das agências brasileiras de intercâmbio, indica que um dos principais motivos é a qualidade de vida oferecida pelo país

Estudo foi realizado entre dezembro de 2022 a abril de 2023 com estudantes e agentes do setor de todas as regiões do Brasil

 

De acordo com pesquisa da Belta (Brazilian Educational & Language Travel Association) divulgada nesta segunda-feira (22/05), a Nova Zelândia saltou para a sétima posição na lista de principais destinos educacionais procurados por estudantes brasileiros que realizaram intercâmbio, em comparação com 2019, quando estava em oitavo lugar (antes da pandemia). A apuração feita pela Belta, que reúne empresas do setor de intercâmbio no Brasil, ouviu 763 intercambistas e 317 agentes de educação internacional. 

O principal fator (26,8%) que influencia a escolha do país entre esses estudantes ouvidos pela Belta é a qualidade de vida – a Nova Zelândia ocupa ótimas posições em diversos rankings internacionais de qualidade de vida, educação, proteção de direitos civis, transparência governamental, vida para aposentados e mulheres. O segundo fator de influência é a indicação do destino educacional por amigos ou familiares (14,8%).  

Os dados da Belta reforçam a indicação internacional do índice Better Life, que mede variáveis que compõem a qualidade de vida de países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Nessa apuração, a Nova Zelândia figura como um dos melhores países do mundo para se viver, apresentando expectativa de vida de cerca de 82 anos, um ano a mais do que a média da OCDE.  

O pequeno país da Oceania também é reconhecido como uma das nações que melhor educa para o futuro – o país ocupa a terceira posição (é primeiro entre os países de língua inglesa) do ranking mundial realizado e divulgado pela revista The Economist.  


Escolha do país e motivação para o intercâmbio 

O principal objetivo dos estudantes ao participar de um intercâmbio é poder realizar o sonho de conhecer países e culturas diferentes (45,1%); e o segundo é o interesse de investir em idiomas (29,2%), sendo que a maioria (84%) escolhe estudar a língua inglesa ao viajar.  

A qualidade das escolas de inglês e programas de idiomas no país também é considerada boa ou excelente (60%), assim como das universidades e de seus programas de graduação e pós-graduação (45,0%). A maioria das pessoas entrevistadas entende, ainda, que as qualificações emitidas na Nova Zelândia terão um impacto bom ou excelente (67,0%) em suas carreiras.  

A qualidade de ensino é mais uma das razões indicadas pelos pesquisados ao escolherem a Nova Zelândia. Neste sentido, vale reforçar que todas as universidades do país estão ranqueadas entre as 2% melhores do mundo pelos principais índices internacionais, como QS World Universities e THE – Times Higher Education.  

A percepção entre intercambistas, em média, é a de que a segurança na Nova Zelândia é boa ou excelente (50%). De todos os pesquisados, não houve registro para a opção “ruim ou muito ruim” oferecida pela pesquisa neste campo.  


Agentes  

A pesquisa também foi aplicada entre agentes de educação internacional, cujas equipes são compostas por gestores de rede e agências de intercâmbio, franqueados, supervisores, gerentes, proprietários ou representantes de marcas de intercâmbio – a maioria (68,5%) associada à Belta. Em geral, os agentes relatam que a demanda de estudantes com interesse no país da Oceania tem se mantido estável (52,9%) após a abertura das fronteiras. Outros 20,6% registraram crescimento nesses serviços.  

Para o biênio 2023 e 2024, os agentes educacionais projetam que o envio de estudantes brasileiros para a Nova Zelândia voltará para o nível anterior à pandemia, com os maiores fluxos de intercâmbio esperados para o primeiro (35,3%) e segundo trimestres de 2024 (32,4%), sendo que a procura inicia aumento gradativo desde o primeiro trimestre de 2023. 


Sobre a Education New Zealand (ENZ)  

A Education New Zealand (ENZ) é a agência do governo para a divulgação e representação da educação da Nova Zelândia em âmbito internacional. Com o objetivo de tornar a Nova Zelândia conhecida como destino para estudantes internacionais e como a mais importante parceira para conhecimento e serviços ligados à educação, a ENZ conta com aproximadamente 100 funcionários em 18 localidades ao redor do mundo e é dirigida por uma junta nomeada pelo Ministro de Educação Superior, Competências e Ofícios.    


www.studywithnewzealand.govt.nz    
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Progresso x preservação: o impasse entre IBAMA e Petrobras

Há mais de uma década, comenta-se sobre o enorme potencial petrolífero na Margem Equatorial do Brasil, onde, a partir do Norte, encontram-se as bacias Foz do Amazonas, Pará-Maranhão, Barreirinhas, Ceará e Potiguar. Entretanto, durante este período, apesar dos inúmeros poços perfurados na região até 2011 (a grande maioria em águas rasas), pouco resultado foi alcançado no sentido de confirmar o potencial petrolífero do local.

Mais um capítulo desta novela se iniciou recentemente. No último dia 17 de maio, o IBAMA indeferiu licença solicitada pela Petrobras para atividade de perfuração marítima no bloco FZA-M-59, na bacia da foz do Amazonas. Importante destacar que o bloco está localizado a uma distância de 175 quilômetros da costa do Amapá, a mais de 500 quilômetros da foz do rio, e encontra-se em águas ultra profundas.

É a segunda negativa para atividades de perfuração na região. Em 2018, o IBAMA também negou a solicitação de emissão de licença para os cinco blocos sob controle da empresa TotalEnergies, que resultou na desistência da empresa na exploração da Margem Equatorial no lado brasileiro. Acreditando no potencial da região, a empresa investiu na exploração na bacia Guiana-Suriname, e tem prosperado com resultados promissores, com descobertas desde janeiro de 2020, no Bloco B58.

O processo de licenciamento ambiental do bloco FZA-M-59 teve início em 2014. Na época, a solicitação foi feita a pedido da BP Energy do Brasil, que não prosperou. A empresa era originalmente operadora do projeto, com 70% de participação no consórcio e a Petrobras com 30%. Assim, com a desistência da BP Energy, no final de 2020, os direitos de exploração de petróleo no bloco foram transferidos integralmente para a Petrobras.

Importante ressaltar que no pedido de licenciamento negado na semana passada pelo IBAMA, a Petrobras havia solicitado tão somente a realização de uma avaliação pré-operacional (APO), que consiste em uma simulação de emergência e não a licença propriamente dita para exploração da região. Ou seja, nem realizar estudos preliminares para avaliar o potencial da riqueza a ser explorada, está sendo autorizado.

A Petrobras tem em seu plano estratégico 2023-2027 uma previsão de investimentos de cerca US$ 3 bilhões destinados à exploração na Margem Equatorial. Isto significa que, já com a iniciativa de pesquisa cientifica/exploração, a região da Margem Equatorial será beneficiada com aumento da atividade econômica, geração de empregos, aumento da renda e crescimento socioeconômico.

Espera-se que os resultados exitosos desta campanha exploratória possam transformar a região em um “novo pré-sal brasileiro”, com benefícios incalculáveis para a sociedade, para o setor de petróleo e gás natural e para o Brasil. Do ponto de vista da segurança energética, o êxito na Margem Equatorial seria transformacional e, ainda, incrivelmente importante para a transição energética, já que recursos poderiam ser direcionados para pesquisas e projetos de energia renovável.

Estudos geológicos preliminares sugerem que essa nova fronteira de exploração tenha a possibilidade de produzir de 5 a 7,5 bilhões de barris de petróleo recuperáveis, se considerado um fator de recuperação de 25%. Ou seja, pode existir um volume inicial in situ de 20 a 30 bilhões de barris de petróleo.

No âmbito das preocupações levantadas pelo IBAMA, de fato, não foram realizadas avaliações ambientais de área sedimentar (AAAS) para a bacia da foz do Amazonas. Esta avaliação é uma análise ampla, estratégica e bem detalhada que permite identificar áreas em que não seria possível realizar atividades de extração e produção de petróleo e gás em razão dos graves riscos e impactos ambientais associados.

Ainda segundo o IBAMA, a bacia da foz é considerada uma região de extrema sensibilidade socioambiental e, por isso, existe a necessidade de uma AAAS. O órgão cita unidades de conservação, terras indígenas, mangues, formações biogênicas de organismos, como corais e esponjas, além de grande biodiversidade marinha com espécies ameaçadas de extinção.

Porém, considera-se que este estudo não seja um impeditivo para liberar a licença para exploração, pois, segundo parecer do próprio IBAMA, de janeiro de 2023, o órgão informa que “não há instrumentos jurídicos para justificar a recomendação de não emissão de licenças ambientais de perfuração exploratória até que seja realizada uma avaliação ambiental estratégica – como a AAAS.”

Considerando todo o histórico e as ponderações de lado a lado, é preciso que o diálogo continue de forma construtiva entre todos os envolvidos para que se possa desenvolver uma visão estratégica de longo prazo com o objetivo de explorar esta riqueza de forma sustentável. Não há dúvidas de que o IBAMA está legitimamente buscando proteger nossas riquezas naturais. Assim como também é legitimo dizer que o povo do Amapá e a sociedade brasileira podem ter a oportunidade de buscar o desenvolvimento econômico sustentável da região, especialmente, se confirmado o potencial petrolífero na campanha exploratória.

Por mais que se tenha todo cuidado para prevenir acidentes, os riscos e impactos ao meio ambiente de qualquer atividade produtiva sempre existe. E, o que se espera é minimizar estes riscos com diversas atividades preventivas e de contingência vis a vis com os benefícios gerados para a sociedade. A Petrobras é reconhecida nacional e internacionalmente pelo excelente histórico na prevenção de acidentes e atividades de contingenciamento, já que utiliza padrões muito rigorosos de segurança operacional e proteção ao meio ambiente.

Importante lembrar que, não muito longe da fronteira do Brasil, do lado da Guiana-Suriname, já existem diversas empresas operando na exploração e produção de petróleo de forma segura e com resultados expressivos. A ExxonMobil, por exemplo, espera alcançar uma produção de cerca de 500 mil barris/dia este ano e cerca de 1.2 milhões de barris em 2027.

Outro fator importante a ser considerado é que, do lado brasileiro da Margem Equatorial deveria existir planos de contingência e proteção ao meio ambiente, caso ocorra algum acidente do lado da Guiana-Suriname. Porém, somente conseguimos isso de forma efetiva com empresas operando na exploração/produção de petróleo do lado brasileiro.

O processo decisório de concessão de uma licença ambiental não pode ficar restrito aos aspectos técnicos socioambientais, especialmente, em casos de grande relevância para o desenvolvimento econômico do país. A exploração na Margem Equatorial, certamente, é um projeto estratégico e de grande relevância, portanto, precisa ser avaliado por um conselho multidisciplinar, à exemplo do CNPE (Conselho Nacional de Política Energética), e com anuência, em última instância, do chefe do executivo e de seu governo, por se tratar de um projeto de estado.

É preciso modernizar o marco legal do licenciamento ambiental para reduzir a burocracia e equilibrar o processo decisório e de governança, para, assim, simplificar, agilizar e padronizar os procedimentos para diferentes tipos de licenciamento ambiental em todo o país.

Nada mais importante – especialmente considerando a conjuntura geopolítica para a segurança/transição energética e desenvolvimento socioeconômico do país – do que conhecer seu potencial energético e explorá-lo de forma sustentável.

Os recursos provenientes da exploração de combustíveis fosseis podem acelerar a transição energética, ajudar na preservação do meio ambiente e criar condições diferenciadas no desenvolvimento econômico da margem equatorial e do país. Há quem diga que o maior inimigo do meio ambiente é a proliferação da pobreza e do atraso no desenvolvimento econômico.

 

Felipe Kury - ex-diretor da ANP – Agência Nacional de Petróleo e consultor independente.

 

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