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quarta-feira, 24 de maio de 2023

Dia Mundial Sem Tabaco: combater o tabagismo e o alcoolismo são as mais importantes ferramentas para impedir novos casos de câncer de boca

Opinião

 

Freepik
No Dia Mundial Sem Tabaco, celebrado em 31 de maio, é fundamental reforçar duas antigas orientações importantes para promoção da saúde e prevenção de doenças, como o câncer de boca. Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), esse tipo de câncer é mais comum em homens acima dos 40 anos, mas pode afetar pessoas de todas as idades.

Quando falamos nestes casos, é fundamental pensar não apenas na região específica do lábio, mas nas áreas que integram essa parte do corpo: língua, assoalho da boca, sulco gengivo labial, mucosa jugal (parte interna das bochechas), palato duro e palato mole.

Os sintomas do câncer de boca incluem feridas na boca que não cicatrizam, manchas brancas ou vermelhas na mucosa da boca, dor ao mastigar ou engolir, sangramento na boca, inchaço dos gânglios linfáticos, entre outros.

O fator de risco mais importante ainda é o cigarro. Essa é uma preocupação que deve sempre estar em primeiro lugar. O segundo causador da doença é o alcoolismo. Quando há a associação desses dois fatores, o risco é ainda maior.

Por tudo isso, é fundamental a adoção de hábitos saudáveis como parar de fumar, reduzir o consumo de álcool, manter uma boa higiene bucal e fazer consultas regulares ao dentista. Para combater o câncer de lábio, há uma orientação a mais que é o uso do protetor solar indicado para prevenção.

 

Dr. Marcos André dos Santos - Diretor de Comunicação da AMRIGS

 

Dia Nacional da Adoção: 61% da população pensa em adotar uma criança, diz estudo

Quem tem dificuldades para engravidar liderou as respostas positivas, com 67% das pessoas afirmando que se veem adotando uma criança


Nesta quinta-feira (25), é celebrado o Dia Nacional da Adoção. A efeméride vem conscientizar sobre a importância de oferecer um lar para crianças e adolescentes que não tiveram a chance de crescer junto a uma família. 

Conforme informações do Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), no Brasil existem quase 34 mil crianças e adolescentes abrigados em casas de acolhimento e instituições públicas semelhantes. Destas, cerca de 4 mil estão prontas para a adoção, à espera de pessoas que as amem e cuidem delas, oportunizando crescerem de forma saudável, em um ambiente que as ampare plenamente.  

Noutra perspectiva, muitos casais que têm dificuldades para obter a gestação, ou recebem um diagnóstico de infertilidade, encontram na adoção uma maneira de finalmente concretizar o sonho de constituir uma família. E, pertinente a isso, o último estudo realizado pela Famivita revelou que 61% dos brasileiros e brasileiras cogitam a adoção, sendo ela vista como uma alternativa. Nesse sentido, quem tem dificuldades para engravidar liderou as respostas positivas, com 67% afirmando que a adoção é uma ideia a ser pensada.

Estima-se que haja no país aproximadamente 43 mil casais pretendendo adotar uma criança - número expressivo e bastante superior aos infantes disponíveis para adoção. A questão, porém, segundo profissionais da área, é que a maioria dos candidatos a adotantes faz exigências e demonstra preferências, que por sua vez são parecidas. Por isso, existem muitos candidatos a adotantes concorrendo pela adoção das mesmas crianças. 

Crianças brancas, sem irmãos, sem deficiência física ou cognitiva e com baixa idade costumam ser o perfil mais escolhido. Grande parte dos adotantes prefere adotar crianças com até 2 anos de idade de modo que quanto mais velhas elas forem, menor a chance de adoção. E o que acontece é que, na prática, os infantes com mais de 10 anos têm chances mínimas de serem adotados.


“Laços de sangue”

Acerca do assunto, especialistas apontam que há uma forte questão cultural envolvida, referente aos chamados "laços de sangue", ou seja, a consanguinidade. Assim, ocorre com certa frequência de os adotantes terem em vista semelhanças físicas, buscando uma espécie de comprovação dessa vinculação biológica, preferindo uma criança ainda bebê e que apresente traços físicos semelhantes aos da família pela qual será adotada. A respeito disso, o estudo feito pela Famivita revelou que para 28% dos participantes, a idade e/ou a aparência da criança seria levada em consideração. Nesse caso, 16% se importariam com a idade, 5% com a aparência, e 7% com ambos os fatores.

Ainda de acordo com a pesquisa, entre as mulheres, 74% disseram não se importar com a idade e aparência, contra 57% dos homens. Por Estado, os dados coletados mostraram que Tocantins foi a localidade em que mais pessoas revelaram ver a adoção como possibilidade, com 79% das  pessoas respondendo positivamente. No Distrito Federal e em São Paulo, esse número foi de 64% e 61%, respectivamente. Rio de Janeiro aparece no ranking com 56% e Santa Catarina com 70%.

Com tantos elementos e subjetividades atravessando o tema, boa parte dos casais geralmente passa do tratamento da infertilidade para a adoção, após esgotar as opções médicas disponíveis, procurando antes ter certeza que a gravidez biológica está fora do seu alcance. Importante lembrar, nesse sentido, o quanto o caminho da adoção exige um enfoque amplo e um olhar amoroso, encarado não apenas da perspectiva de quem adota, mas do que é melhor para a pessoa adotada.

 

Por ano, 73 mil pacientes do SUS ficam sem radioterapia: problema de solução complexa

Cerca de 70% das pessoas com câncer precisarão passar por radioterapia em algum momento do tratamento


 Em determinadas situações clínicas, a radioterapia pode ser a única forma indicada de tratamento contra o câncer. O problema é que perto de 73 mil pacientes não têm acesso aos procedimentos radioterápicos anualmente no Brasil pelo Sistema Único de Saúde (SUS), segundo relatório da Sociedade Brasileira de Radioterapia (SBR). Soma-se à escassez de aceleradores lineares a obsolescência das máquinas e a má distribuição delas pelo território nacional. A combinação de adversidades pode ter causado a morte de 110 mil pessoas entre os anos de 2008 e 2022, conforme levantamento da SBR.

A deficiência do sistema radioterápico ganha proporções alarmantes ao se considerar os números do câncer no Brasil. O Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima 704 mil novos casos para cada ano do triênio 2023-2025. Fernando Medina, oncologista clínico do Centro de Oncologia Campinas, explica que cerca de 70% desses diagnósticos necessitarão de radioterapia em algum momento do curso da doença, ou seja, 492,8 mil precisarão ser submetidos a sessões, porém, quase 15% deles não terão acesso ao tratamento essencial pelo SUS.

“A radioterapia moderna é altamente precisa, complexa e cada vez mais indicada em situações iniciais da doença. É um dos tratamentos mais antigos contra o câncer, extremamente eficiente”, descreve Fernando Medina. A complexidade do procedimento, entretanto, vem acompanhada do alto custo envolvido na aquisição, instalação e funcionamento dos aceleradores lineares, o que justifica a falta de aparelhos no Brasil, aponta o médico.

Em 2022, o Centro de Oncologia Campinas adquiriu um dos mais modernos acelerados lineares em operação no Brasil, o Infinity, produzido pela empresa sueca Elekta. O custo total da implantação do aparelho foi de cerca de R$ 15 milhões, sendo que o equipamento em si foi adquirido por US$1,5 milhão (cerca de R$ 8,5 milhões).

“Antes mesmo de você ter o equipamento, é preciso pagar 40% de impostos de importação e desembaraço aduaneiro”, relata Fernando Medina. O bunker que abriga o equipamento é uma estrutura robusta de concreto, blindada e também onerosa. A construção é orientada por regras da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen), órgão que atua nas áreas de radioproteção e segurança nas aplicações da energia nuclear para fins pacíficos.

Superada a parte burocrática, o início da operacionalização é acompanhado de mais especificidades. “Para operar um aparelho de radioterapia, é preciso contar com técnicos altamente especializados, médicos treinados para fazer esse tipo de atendimento e físicos para estabelecer o planejamento. Você também depende de exames de imagens, como tomografias e ressonância, para iniciar a radioterapia. É um procedimento muito caro e o reembolso do SUS não dá para cobrir os custos. Tudo isso leva os hospitais a não investirem nessa área porque não há retorno”, conclui Medina.

Outro problema que surge da onerosidade do processo é a obsolescência dos aceleradores. “Os equipamentos acabam se tornando ultrapassados porque também é muito caro realizar a manutenção e fazer os upgrades necessários. É fundamental estabelecer contratos para manutenção preventiva e manter as máquinas atualizadas. Quanto mais modernos os aceleradores, mais preciso e eficiente é o tratamento”, confirma.

A falta de investimentos em radioterapia interfere diretamente no resultado dos tratamentos. Novas tecnologias reduzem em até 80% número de sessões para o tratamento do câncer. A precisão de entrega do feixe do Infinity adquirido pelo COC, por exemplo, permite que os tratamentos sejam realizados com uma dose mais alta de radiação. Com isso, há maior controle na eficácia do tratamento, com um menor número de sessões e maior proteção dos tecidos saudáveis que cercam o tumor. O equipamento também realiza radiocirurgia intracraniana de múltiplas lesões em apenas 15 minutos. Por meio de Radioterapia Guiada por imagem 4D, é possível irradiar de forma mais segura anatomias que estão em movimento, como o pulmão.

“É importante observar que a falta de aceleradores lineares no Brasil não é um problema isolado.  Muitos desses equipamentos já estão ultrapassados, o que significa que os resultados nem sempre são os melhores possíveis. A resolução do problema envolve muitas frentes, todas elas ligadas a incentivos maiores para a implantação do serviço, como custos menores de importação e correção das tabelas dos valores pagos pelo SUS”, aponta Medina.

Para se ter uma ideia do quanto a radioterapia é essencial ao tratamento do câncer, no ano de 2022, o Centro de Oncologia Campinas realizou cerca de 27 mil sessões de radiação. Como o novo acelerador nuclear do COC iniciou a operação em maio, a projeção para 2023 é e números ainda maiores. A expectativa é de realização de 35 mil sessões, o que significa aumento de 30% na comparação com 2022 e quase 3 mil sessões mensais.

 Sobre o COC

O Centro de Oncologia Campinas dispõe de uma equipe multidisciplinar para oferecer todos os níveis de cuidados aos pacientes, incluindo serviços complementares ao tratamento. Possui salas de imagens, de quimioterapia, radioterapia, análises clínicas e imunoterapia. Também realiza atendimentos nas áreas de oncogenética, psico-oncologia, odonto-oncologia e hematologia, dentre outras.

Recentemente, o COC inaugurou o Centro de Endoscopia Digestiva, que realiza procedimentos diagnósticos, terapêuticos e de prevenção das lesões do aparelho digestivo alto (esôfago, estômago e duodeno) e baixo (cólon).

Mais de 30 médicos compõem o Corpo Clínico do Centro de Oncologia Campinas. Na sua maioria, especialistas detentores de excelência técnica, resultado da natureza e origem de suas respectivas formações. Serviços de nutrição, educação física, fisioterapia, odontologia e farmácia complementam os cuidados dentro da instituição, que atende mais de 30 convênios médicos.

 

Centro de Oncologia Campinas
Rua Alberto de Salvo, 311, Barão Geraldo, Campinas.
Telefone: (19) 3787-3400.

 

Conheça a bactéria intestinal que pode ser a principal responsável pelo Parkinson

De acordo com neurocirurgião que atua na área, a descoberta pode contribuir para a luta contra a doença 

 

O Parkinson é uma doença neurodegenerativa que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, ela pode prejudicar significativamente a qualidade de vida dos pacientes, provocando rigidez, tremores e dificuldades de movimento e outros sintomas que limitam a independência e a capacidade de realizar tarefas diárias, embora não haja cura conhecida, os avanços na medicina têm permitido um melhor controle dos sintomas.

 

Uma nova descoberta pode mudar a forma como a ciência enxerga o desenvolvimento do Parkinson, de acordo com um novo estudo realizado por um grupo de pesquisadores da universidade de Helsinki, na Finlândia, e publicado na revista científica Frontiers in Cellular and Infection Microbiology, um dos causadores da doença de Parkinson poderia ser uma bactéria intestinal.

O estudo coletou amostras de fezes de 10 pacientes com Parkinson e de 10 pessoas saudáveis (seus respectivos parceiros), depois, isolou dessas fezes um grupo de bactérias chamado de Desulfovibrio, então, usou essas bactérias para a alimentação de um verme e avaliou se aconteceria o acúmulo de uma proteína dentro deles: A alfassinucleína, cuja forma defeituosa está relacionada à doença de Parkinson. 

Finalmente, verificou-se que os vermes que se alimentaram das bactérias de pessoas com Parkinson desenvolveram esse acúmulo em maior intensidade do que os vermes que se alimentaram das bactérias de pessoas sem Parkinson, além disso, observaram que os primeiros vermes morreram mais do que os últimos.

Segundo o neurocirurgião especialista em Parkinson, Dr. Bruno Burjaili, pesquisas que buscam compreender melhor o surgimento da doença de Parkinson ajudam a direcionar melhor o desenvolvimento de técnicas que busquem prevenir, diagnosticar e tratar a doença.

Os resultados do estudo sugerem que essa bactéria, nas pessoas que têm doença de Parkinson, pode ser um dos fatores responsáveis pelo acúmulo da proteína defeituosa que já sabemos estar relacionado ao problema, resta sabermos se esses achados serão confirmados e melhor detalhados por outros estudos, para esclarecermos se, na prática, atacar essas bactérias ajudará na luta contra a doença, e como fazer isso” Explica o Dr. Bruno Burjaili. 

 

 

Dr. Bruno Burjaili - Neurocirurgião especializado no tratamento de doenças da cabeça, nervos e coluna vertebral, com experiência em doença de Parkinson, tremores, distonia, dores crônicas e fibromialgia.



Atividade física e alimentação saudável: os melhores remédios para combater a hipertensão

Hospital Sapiranga, reconhecido por seu compromisso com a saúde da comunidade, reforça a importância da conscientização no Dia Mundial da Hipertensão, celebrado em 17 de maio



A Hipertensão Arterial, popularmente conhecida como pressão alta, é uma doença crônica que se caracteriza pelo aumento persistente da pressão sanguínea nas artérias. Estima-se que cerca de 30% dos brasileiros sejam hipertensos, sendo um dos principais fatores de risco para doenças cardiovasculares, como infarto e acidente vascular cerebral (AVC).

O médico do Hospital Sapiranga, Anderson Dal Pozo, salienta que a falta de controle adequado da pressão arterial pode levar a complicações graves e até mesmo fatais. Por isso, é fundamental conscientizar a população sobre a importância da prevenção, do tratamento adequado e da adoção de um estilo de vida saudável.

“É uma doença multifatorial em que fatores genéticos, sociais e ambientais podem influenciar no seu surgimento, sendo assim além de nos preocuparmos com a história familiar e assim procurar identificar a hipertensão de forma precoce (através da aferição regular da mesma) nos indivíduos que apresentem histórico familiar, devemos nos preocupar com os fatores que podem ser modificáveis através das mudanças no estilo de vida como dieta saudável, atividade física regular, controle do peso, controle do estresse, cessação do tabagismo e redução do consumo de bebidas alcoólicas”, afirma.

A hipertensão arterial é uma doença crônica não transmissível caracterizada por níveis de pressão persistentemente elevados iguais ou maiores do que 140 – 90mmHg medidas em duas ou mais ocasiões diferentes sem o uso de medicações que reduzam a pressão (anti-hipertensivos).

Ao contrário do que muitos pacientes pensam, a hipertensão costuma ser assintomática, ou seja, os pacientes apresentam a condição e não apresentam sintomas, sendo que os mesmos costumam surgir quando o paciente já apresenta comprometimento em órgãos alvo (coração, cérebro, rins e vasos). É o principal fator de risco modificável para doenças cardiovasculares (infarto e derrame), insuficiência renal crônica e morte prematura e geralmente associada a outras condições como dislipidemia (colesterol e triglicerídeos elevados), intolerância à glicose e diabetes mellitus, obesidade abdominal.

Cuidado com o sal

O sal é um dos grandes vilões e o médico, Anderson Dal Pozo, reforça a importância da população ter hábitos saudáveis na hora da alimentação.

“O sal é um vilão sendo o consumo excessivo um dos principais fatores de risco modificáveis para a hipertensão, sendo que sua ingestão deveria ser restrita a 5g/dia (2g/dia de sódio), porém muitas vezes é difícil este controle uma vez que o sódio está presente em uma série de alimentos, principalmente embutidos, enlatados, temperos prontos e alimentos em conserva e muitas vezes as embalagens não especificam as quantidades presentes”, completa.

Quando identificada a hipertensão o paciente deve passar por uma avaliação inicial visando a identificação de comprometimentos em outros órgãos ou a presença de outras comorbidades com dislipidemia e diabetes. Em concomitância o paciente deve ser orientado sobre as mudanças de estilo de vida e início de medicações conforme os níveis de pressão ou a presença de complicações nos órgãos alvo.

“É importante ter em mente que a hipertensão aumenta de prevalência à medida que envelhecemos, porém não devemos esquecer que crianças e adolescentes podem apresentar o problema também, sendo assim preconiza-se a medida da pressão arterial pelo menos 1 vez ao ano em crianças a partir dos 3 anos de idade ou com maior regularidade em grupos de risco como obesos, diabéticos, uso de corticoide entre outros. A aferição deve ser feita com manguito adequado para o braço e tendo em mente que os valores tidos como normais não são os mesmos dos adultos e obedecem a critérios que levam em conta a idade, sexo e percentil de altura”, finaliza o médico.

 

Marcelo Matusiak

 

Alerta: Uso indevido de medicamentos do momento e seus efeitos na saúde bucal

Somente nesta semana, mais de 5 casos foram registrados envolvendo o uso inadequado de medicamentos sem avaliação e acompanhamento médico. A automedicação é um problema crescente em todo o mundo, especialmente quando se trata de medicamentos para emagrecer, para se concentrar ou para dormir melhor.

Infelizmente, essa prática pode trazer consequências graves para a saúde, afetando não só o bem-estar geral, mas também a saúde bucal e o hálito.

De acordo com a cirurgiã-dentista e especialista em saúde bucal Dra. Bruna Conde, o uso indiscriminado de medicamentos pode causar diversos efeitos colaterais, como secura bucal, saburra lingual e mau hálito forte, que podem afetar o convívio social e a autoestima. É importante ressaltar que esses sintomas são apenas a ponta do iceberg, já que o uso indevido de medicamentos pode levar a problemas mais graves, como intoxicação, dependência química e até mesmo morte.

Por isso, é fundamental que as pessoas busquem ajuda médica antes de iniciar qualquer tratamento com medicamentos, especialmente aqueles que prometem resultados rápidos e milagrosos. O acompanhamento médico é essencial para avaliar a real necessidade do uso de medicamentos, prescrever a dosagem correta e monitorar os efeitos colaterais.

Nesse contexto, o papel do dentista também é fundamental. Muitos pacientes não associam a saúde bucal com o uso de medicamentos, mas é importante lembrar que a ingestão de substâncias químicas pode afetar a cavidade oral, causando secura bucal, saburra lingual e mau hálito forte.

A razão pela qual os medicamentos causam boca seca é que eles podem interferir na produção de saliva no organismo. A saliva é um líquido secreto pelas glândulas salivares, que ajuda a umedecer e lubrificar a boca, facilitando a fala, a mastigação e a deglutição. Além disso, a saliva contém enzimas que ajudam a neutralizar os ácidos produzidos pelas bactérias na boca, prevenindo a cárie dentária e outras doenças.

Para a Dra. Bruna Conde é fundamental que o paciente se sinta à vontade para contar todos os detalhes na consulta com o dentista e que este tenha tempo para conversar com o paciente e olhar além da boca, para entender o histórico de cada paciente e tratá-lo de forma multidisciplinar, considerando todos os aspectos que podem afetar a saúde bucal.

“A saúde bucal é parte integrante da saúde geral do paciente. Por isso, é importante que o dentista esteja atento não apenas aos sintomas bucais, mas também a outros aspectos, como o uso de medicamentos. Eu colho o histórico de cada paciente de forma individual, me atualizo nas tendências do mercado e trabalho de forma multidisciplinar para ajudar meu paciente por completo.” Finaliza a Dra. Bruna Conde.

 


Dra. Bruna Conde - Cirurgiã-Dentista.
CRO SP 102038

 

Disfunções da tireoide podem levar a sintomas psiquiátricos

Ansiedade e síndrome do pânico estão entre os relatos

25/05 – Dia Internacional da Tireoide

 

O hipotireoidismo e o hipertireoidismo, além de causarem diversas disfunções no organismo, podem também afetar a saúde psíquica. A endocrinologista Dra. Lorena Lima Amato explica que as duas doenças quando não diagnosticadas e tratadas ou se o paciente estiver usando a dosagem errada da medicação, podem levar à depressão, crise de pânico, estresse, irritabilidade e ansiedade.

 

“Nos casos em que a medicação não é suficiente, está indicada a cirurgia para a retirada da glândula tireoide e o radioiodo, tratamento com iodo radioativo, que destrói a glândula”, explica Dra. Lorena.

 

Hipotireoidismo - torna o metabolismo e o raciocínio mais lentos, causando sonolência, falta de ânimo, cansaço, discreto ganho de peso e inchaço. O tratamento é feito com a reposição do hormônio tireoidiano chamado levotiroxina, medicação de baixo custo, disponível em todas as farmácias e que não provoca efeitos colaterais.

 

Hipertireoidismo - está associado a aceleração do metabolismo, causando irritabilidade, perda de peso significativa, insônia e palpitação. O tratamento é feito com medicamentos chamados antitireoidianos, que têm como objetivo diminuir a produção do hormônio da tireoide.

 

Dra. Lorena Lima Amato - A especialista é endocrinologista pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), com título da Sociedade Brasileira de Endocrinologia (SBEM), endocrinopediatra pela Sociedade Brasileira de Pediatria e doutora pela USP.
https://endocrino.com/ e www.amato.com.br
https://www.instagram.com/dra.lorenaendocrino/


Alimentação: praticidade x qualidade de vida

Nutricionista do CEJAM destaca alguns pontos de atenção à preparação da marmita

 

Cuidados na preparação, montagem, transporte e acondicionamento dos alimentos estão entre os principais pontos de atenção a serem observados para quem é adepto à marmita.

Nesse sentido, a nutricionista Solange Schenfeld, da Unidade Básica de Saúde (UBS) Vila Calú, gerenciada pelo CEJAM – Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim” em parceria com a Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo, destaca a importância de priorizar a qualidade de vida à praticidade.

“Por vezes, pensamos que a praticidade é a melhor escolha ao fazer consumo de alimentos industrializados, que são os processados ou ultraprocessados. Entretanto, o impacto na saúde é tremendo e acaba resultando no surgimento ou agravo das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), que requerem investimento de tempo em consultas médicas e tratamentos medicamentosos”, explica a especialista.

Solange ressalta que o refino moderno retira dos alimentos nutrientes e micronutrientes de alto nível de importância para o organismo e traz o aumento de calorias, adicionadas às gorduras, sal e açúcares. “Podemos estar superalimentados, mas estamos subnutridos”, afirma.

Sobretudo no preparo de marmitas, a atenção precisa ser redobrada. A profissional recomenda a elaboração caseira à compra de marmitas prontas, devido ao conhecimento da procedência dos alimentos, garantindo a qualidade da refeição com ingredientes naturais, orgânicos, frescos e sustentáveis (uso de talos, folhas, sementes e cascas).

Além disso, há a higienização ou desinfecção adequada dos utensílios utilizados no processo e no manuseio dos legumes, folhosos e frutas, assim como a questão dos temperos utilizados, sendo comum em restaurantes o uso de aditivos industrializados e excesso de sal.

O tempo e a temperatura também devem ser observados, evitando o favorecimento do crescimento microbiano. “É possível fazer a marmita no momento do preparo do jantar ou tirar uma tarde para cozinhar e congelar as porções”, sugere.

Entre as técnicas que preservam os nutrientes dos alimentos, a nutricionista do CEJAM pondera que, no caso da salada, ela deve ser sempre fresca, higienizada e sem excesso de umidade (água).

Quando se trata de legumes e verduras, é indicado a técnica de branqueamento, para conservação da cor, crocância e nutrientes do alimento. “É preciso primeiro ferver a água para adicioná-los. Deixe-os cozinhar por alguns minutos (escaldá-los) e depois imediatamente mergulhe-os em água bem gelada, pois é esse choque que os manterão conservados.”

Em relação às proteínas, a nutri indica que o melhor é optar por carnes magras e priorizar a frequência de carnes brancas (frango sem pele e peixes). Ela orienta que as preparações devem ser grelhadas, cozidas, refogadas ou assadas. Outro ponto importante para esse alimento é o descongelamento, que não deve ser feito em temperatura ambiente. O correto é descongelar na geladeira para, então, iniciar o preparo.

O recipiente também é um ponto de atenção, pois os potes de plástico, mesmo sendo livres de bisfenol A, podem correr o risco de conter substâncias tóxicas que fazem mal à saúde. “Muitas pessoas utilizam vasilhas de plástico, mas o pote de vidro é muito melhor, considerando os aspectos de higienização, facilidade e sustentabilidade”, afirma.  

Outra dica é não colocar a marmita ainda quente no congelador, porque ela cria cristais de gelo que também impactam na qualidade da comida.

“Primeiramente, o pote deve ser colocado na geladeira para esfriar, antes de ser levado ao freezer, onde pode ser preservado por até 90 dias. Se houver peixes e frutos do mar, a validade do congelamento é reduzida a 30 dias. O transporte deve ser realizado em bolsa térmica, acrescidos de gelo, e devem ser acondicionados sob refrigeração (geladeira) até o momento do consumo”, pontua.

Estudos atuais indicam que o uso de marmita é uma tendência crescente e vem ganhando mercado entre os consumidores, independentemente da classe social. “Outro fator importante a ser considerado é a economia, pois, investir em produções caseiras, reduz os custos individuais e familiares”, finaliza a especialista.

 

CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”


90% dos nódulos de tireoide são benignos, mas requerem acompanhamento


O Dia Internacional da Tireoide, lembrado sempre em 25 de maio, chama a atenção para a prevenção e o diagnóstico precoce das doenças tireoidianas. A tireoide é uma glândula localizada na região do pescoço, responsável por produzir os hormônios tiroxina (também chamado de tetraiodotironina – T4) e tri-iodotironina (T3). Ambos auxiliam na manutenção da pressão sanguínea, do ritmo cardíaco, do tônus muscular e das funções sexuais. 

Nódulos na tireoide são bastante comuns e cerca de 90% desses nódulos são benignos, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA). Além disso, os cânceres de tireoide têm comportamento de maior benignidade e o sucesso do tratamento pode chegar a 97% dos casos. 

As pessoas mais predispostas a terem nódulos tireoidianos são os idosos, as mulheres e pacientes que tenham hipotireoidismo por tireoidite de Hashimoto. Regiões com carência de iodo e história de exposição prévia à radiação também aumentariam a formação de nódulos. 

Embora ainda não se conheça todos os mecanismos que levam à formação dos nódulos, as principais causas seriam bócio colóide (células normais da tireoide), cistos simples, tireoidites (inflamação na glândula levando à formação de nódulos) e neoplasias.

Algumas características necessitam de uma cautela maior: nódulo com crescimento muito rápido, história de irradiação (radioterapia) prévia na região cervical (pescoço) e rouquidão súbita. 

Vale frisar que o nódulo é uma alteração de “estrutura”, não influencia na função da tireoide. Algumas pessoas fazem certa confusão com isto, questionando como podem ter nódulo se o exame de sangue nunca acusou nada. Embora indivíduos com hipotireoidismo tenham maior chance de ter nódulo, a maioria das pessoas com nódulos tem função da tireoide normal. 

Não há indicação de medicamento para nódulo tireoidiano, a não ser que o paciente também apresente hipotireoidismo (redução dos níveis hormonais). Nestes casos, pode até ocorrer redução do tamanho do nódulo com o tratamento e normalização do TSH (hormônio que estimula a tireoide), mas não há evidência científica para prescrição de medicação para indivíduos que não tenham alteração da função da glândula. 

A maioria dos nódulos não precisa ser puncionada, mas requer acompanhamento semestral ou anual com imagem. Atualmente, seguimos algumas diretrizes internacionais e nacionais (SBEM-Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia) para se indicar ou não a punção. Embora a menor parte dos nódulos (5-10%) seja por neoplasia (câncer de tireoide), a avaliação e o seguimento especializado são fundamentais.

 

Claudia Chang - doutora e pós-doutora em Endocrinologia e Metabologia pela USP, membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) e coordenadora e professora da pós-graduação em Endocrinologia do Instituto Superior de Medicina (ISMD).



"Desvendando as Doenças Inflamatórias Intestinais"

Um Pequeno Guia Para que Você Entenda Seus Sinais e Tratamentos

 

Em meio à correria do dia a dia, muitas vezes deixamos de prestar atenção aos sinais que nosso próprio corpo nos dá. É nesse contexto que as Doenças Inflamatórias Intestinais (DIIs) podem passar despercebidas, impactando negativamente a qualidade de vida de milhares de pessoas.

 

Conversamos com o renomado Médico Cirurgião, Dr. Ernesto Alarcon, de São Paulo, para esclarecer os principais pontos sobre as DIIs.

 

Prepare-se para desvendar esse universo e descobrir formas de cuidar da sua saúde intestinal!

 

Segundo o Dr. Ernesto Alarcon, as Doenças Inflamatórias Intestinais são um grupo de condições que afetam o trato digestivo, causando inflamação crônica.

 

Entre as mais conhecidas estão a Doença de Crohn, a Retocolite Ulcerativa e as outras Colites.

 

Essas doenças podem se manifestar de formas diferentes em cada paciente, mas todas podem ter em comum sintomas como dor abdominal, diarreia recorrente e perda de peso inexplicada. Veja:

 

A Doença de Crohn é uma DII crônica que pode afetar qualquer parte do trato digestivo, desde a boca até o ânus. Os sintomas mais comuns incluem dor abdominal, diarreia persistente, perda de peso inexplicada, fadiga e sangramento retal. O tratamento envolve medicamentos para reduzir a inflamação, mudanças na dieta para aliviar os sintomas e, em alguns casos, cirurgia para remover as áreas afetadas e corrigir complicações.

 

A Retocolite Ulcerativa também é uma DII que causa inflamação e úlceras no cólon e no reto. Os sintomas incluem: diarreia com sangue, dor abdominal, urgência para evacuar e sensação de esvaziamento incompleto do intestino. O tratamento geralmente envolve medicamentos para controlar a inflamação, mudanças na dieta e, em casos graves, cirurgia para remover o cólon e o reto.

 

As outras Colites são carecterizadas pela inflamação do intestino grosso, que perde a capacidade de absorção de nutrientes. A doença pode ser tanto aguda quanto crônica, dependendo de sua gravidade. Diversas são as causas, podendo incluir desde fatores como o estresse, infecções, isquemia colônica etc.

Em alguns casos mais severos, pode ser necessário o tratamento cirúrgico para remoção do segmento colônico afetado ou para tratar as complicações da doença

 

 

 

Dr. Ernesto explica que é importante ressaltar que as DIIs não têm uma causa específica, mas acredita-se que fatores genéticos, ambientais e imunológicos desempenham um papel importante em seu desenvolvimento e que o diagnóstico precoce é essencial para o tratamento adequado e controle dos sintomas.

 

Por isso, se você apresentar sinais como desconforto abdominal persistente, alterações no padrão intestinal ou sangramento nas fezes, é fundamental procurar um médico para avaliação e investigação adequadas.

 

O Dr. Alarcon enfatiza o objetivo primário dos tratamentos são os de reduzir a inflamação, controlar os sintomas e melhorar a qualidade de vida do paciente. Ele diz também que cada caso é único e requer uma avaliação individualizada, por isso a importância de contar com a orientação de um profissional especializado.

 

As Doenças Inflamatórias Intestinais podem ser um desafio, mas com o conhecimento adequado e o acompanhamento médico correto, é possível controlar os sintomas e levar uma vida plena.

 

É importante também conhecer os fatores de risco, como a idade, pois geralmente a maioria das pessoas que desenvolvem DII acaba sendo diagnosticada antes dos 30 anos de idade. Porém, há indivíduos que desenvolvem a doença até os 50 ou 60 anos.

 

O histórico familiar, pois o risco é maior quando há um parente próximo com a doença; O uso excessivo de medicamentos anti-inflamatórios, tabagismo e claro, os fatores ambientais e alimentares que são maiores em pessoas que consomem abusivamente alimentos gordurosos, processados ou ultra processados.

 

Agora que você está familiarizado com as Principais Doenças Inflamatórias Intestinais, lembre-se da importância de reconhecer os sinais e sintomas e lembre-se de que a sua saúde é prioridade e, ao menor sinal de desconforto intestinal persistente, não hesite em buscar ajuda especializada. Cuide do seu bem-estar e aproveite cada dia com tranquilidade e equilíbrio. 

Esperamos que este pequeno guia tenha fornecido informações valiosas sobre as DIIs. Compartilhe esse conhecimento com familiares e amigos, pois juntos podemos conscientizar mais pessoas sobre a importância de cuidar da saúde intestinal.

 

Dr. Ernesto Alarcon - Médico Cirurgião , Especialista em Videolaparoscopia e Cirurgia Geral.
@drernestoalarcon
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Motivação ou ansiedade? Especialista alerta para os efeitos do café na rotina

Neste 24 de maio, dia nacional da bebida mais consumida no mundo, entenda a sua ação no cérebro e saiba como transformá-la em aliada durante os momentos que exigem foco.


O brasileiro não pode negar a sua paixão pela hora do cafezinho: de acordo com o IBGE, cada habitante do país consome em média entre 3 e 4 xícaras diariamente. Mais do que um hábito cultural, a bebida é vista como um potencializador da produtividade, o que atrai especialmente quem está em uma rotina mais intensa de trabalho ou estudo. 

“Estudos já mostraram que o consumo da cafeína é seguro para a maioria das pessoas, em quantidades baixas ou moderadas. No entanto, se for consumida de forma inadequada, pode causar efeitos colaterais desagradáveis, e até perigosos à saúde, dependendo de quanto tempo a substância ficar no seu corpo. Doses elevadas podem provocar taquicardia, ansiedade, tremores, alterações digestivas e insônia”, explica o biólogo e professor Paulo Jubilut, fundador da plataforma de educação Aprova Total, especializada na preparação de alunos para o Enem e vestibulares. 

No cérebro humano existe uma molécula de energia chamada ATP (trifosfato de adenosina), que age como um combustível para o corpo funcionar. Durante uma longa maratona de estudos, o cérebro vai esgotando essas moléculas, o que causa sono e cansaço. “Quando a cafeína entra no sistema, ela se liga a receptores específicos que enganam o cérebro e fazem parecer que não existe tanto cansaço. Mas na verdade é apenas a percepção de fadiga que diminui: o ‘combustível’ continua baixo”, explica o biólogo. 

No entanto, o papel do café não é recarregar energia — para isso, nada substitui uma boa noite de sono. O especialista explica que dormir é essencial para que as moléculas de ATP se restabeleçam. Caso contrário, não há produção dessa energia, e, como consequência, não acontece o processo de restauração cerebral que acompanha o descanso. 


Café também requer moderação no consumo 

Apesar de a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) considerar seguro, para pessoas saudáveis, o consumo de até 400 mg de cafeína por dia, equivalente a três xícaras, cerca de 61% dos brasileiros ultrapassam essa recomendação. Além da quantidade apropriada, o biólogo aponta outros cuidados. “É bom evitar a bebida após as 16 horas, já que a cafeína pode atrapalhar o sono à noite. Isso acontece porque a cafeína leva mais ou menos 7 horas para ser metabolizada pela metade, o que significa que mesmo horas após o consumo você continua sentindo os efeitos dela no corpo.” 

Além do café, outras bebidas e alimentos contêm cafeína, como chás, refrigerantes, energéticos, chocolates e alguns medicamentos. Embora a cafeína seja popular quando o assunto é produtividade, há outras estratégias para um bom desempenho cerebral, como dieta equilibrada, sono adequado e exercícios físicos. 

 

Covid, hipertensão e hemorragia estão entre as principais causas de morte materna no país

No Dia Nacional de Luta pela Redução da Mortalidade Materna (28/5), especialista alerta sobre os efeitos secundários da pandemia, que contribuíram para um aumento de 94% no índice brasileiro


Levantamento do Observatório Obstétrico Brasileiro aponta um aumento de 94% na razão de mortalidade materna no Brasil, entre 2019 e 2021, período da pandemia da Covid-19, passando de 55.31 a cada 100 mil nascidos vivos, para 107.53. Em países desenvolvidos, ela fica em torno de 10 por 100 mil nascidos vivos.

 

Somado às questões que historicamente mais causam óbitos em gestantes, como hipertensão e eclâmpsia, responsável por 23,4% dos 1.252 óbitos registrados preliminarmente em 2022 pela instituição, hemorragias (7,9%) e infecções (5,5%), está o novo coronavírus, que matou mais de 700 mil pessoas no país.

 

Estudo do Observatório Covid-19 Fiocruz, aponta que apenas em 2020, o Brasil registrou 549 mortes maternas pela doença. Além disso, que as chances de hospitalização de gestantes com diagnóstico de Covid-19 foram 337% maiores que os pacientes em geral com a doença.

 

“Mas, a questão vai muito além da infecção direta. Temos que considerar também os efeitos secundários do período pandêmico, como a redução de acesso aos serviços de saúde, que impactou negativamente na realização do pré-natal, e o medo de infecção em emergências, que retardou a busca por atendimento médico em alguns grupos de maior risco, como gestantes”, revela Soubhi Kahhale, Coordenador Científico de Obstetrícia da Maternidade São Luiz Star e professor Associado Livre Docente da Faculdade de Medicina da USP.

 

O alerta acontece na semana em que é celebrado o Dia Nacional de Luta pela Redução da Mortalidade Materna (28/5), data que destaca a importância dos cuidados no período pré-natal e no pós-parto para a saúde da mãe e do bebê.

 

“Nesse cenário, o que temos visto em hospitais são gestantes que chegam com quadros graves de diversas doenças, como hipertensão, já em estágio avançado e muitas vezes irreversíveis”, destaca Soubhi, que tem mais de 50 anos de atuação na área.

 

Levantamento do Conselho Federal de Medicina (CFM) aponta queda de 13% nas consultas de pré-natal no ano de 2020, em reação a 2019, de acordo com dados do Sistema Único de Saúde (SUS).

 

O pré-natal é fundamental para detectar doenças pré-existentes e acompanhar o desenvolvimento do bebê, identificando precocemente alterações. A realização de consultas e exames periódicos auxilia a gestante a manter uma gravidez saudável, evitando ainda riscos de hemorragias graves e pré-eclâmpsia, doença caracterizada pela elevação da pressão arterial durante a gravidez e principal causa de morte materna no mundo. 

 

O especialista explica que algumas doenças possuem sintomas iniciais simples, como dor de cabeça ou inchaço nos membros. “Sem orientação médica adequada a gestante acaba optando por se automedicar, mascarando e agravando o quadro clínico por meses.

 

Algumas doenças se identificadas precocemente, possibilitam a adoção de medidas de controle para uma gravidez segura”, complementa o especialista da Maternidade Star, que reúne toda a expertise do Hospital São Luiz, um dos mais tradicionais de São Paulo, com o serviço premium da Rede D’Or.

 

Em cerca de 10 meses de funcionamento, a Maternidade Star já realizou quase cinco mil partos e mantem sua taxa de mortalidade materna zerada.

 

Para Maria Augusta Gibelli, diretora Médica, esse resultado é possível graças à equipe multiprofissional altamente capacitada, que inclui os maiores especialistas do país. 

 

“Temos equipes especializadas, nomes de referência no mercado nacional, que acompanham as gestantes 24 horas por dia. Há ainda protocolos robustos e bem estabelecidos para atendimento de casos graves e partos de alto risco, proporcionando segurança assistencial e uma resposta mais rápida e eficiente em intercorrências”, explica a gestora.

 

A unidade conta ainda com que há de mais moderno em termos de tecnologia hospitalar, com leitos de Unidades de Terapia Intensiva e semi-intensiva Adulto e Neonatal, pronto-socorro e centro obstétrico, salas de Delivery Rooms no Centro de Parto Natural, 90 apartamentos, além de salas exclusivas para partos cirúrgicos, cirurgias fetais e neonatais.

 

Mariza Loesch, coordenadora médica de Unidade de Terapia intensiva, complementa ainda que os cuidados com a saúde da mãe não se encerram no parto. 

“O puerpério é um período extremamente conturbado e estressante, e os riscos relacionados a diversas doenças continuam. Por isso, é extremamente importante seguir com os cuidados após a saída do hospital", enfatiza a especialista. 



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