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sexta-feira, 19 de maio de 2023

Célula de defesa tem papel importante na regulação da inflamação causada pela obesidade, aponta estudo

Pesquisadores da Unicamp demonstraram que um tipo de linfócito
 circulante no organismo em pequenas quantidades desempenha,
 no tecido adiposo, funções diferentes das exercidas no baço e no fígado.
 Descoberta amplia a compreensão sobre os mecanismos da obesidade
(
imagem: NIAD/NIH)


Um tipo de célula de defesa que está em todo o corpo, mas em baixas quantidades, pode ser uma chave para compreender como se desenvolvem a obesidade e as lesões no fígado causadas por excesso de medicamentos ou pelo acúmulo de gordura no órgão.

Em estudo divulgado na revista Cell Reports, um grupo liderado por pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) mostrou que um tipo de linfócito T, conhecido pela sigla iNKT, contribui para regular a obesidade e está envolvido nas lesões hepáticas.

“Essa célula está em vários órgãos, mas no tecido adiposo ela parece ter uma função regulatória, que ajuda a controlar a obesidade. Enquanto no baço e no fígado ela está envolvida no controle da inflamação. Agora, conseguimos entender melhor como isso ocorre”, explica Cristhiane Favero Aguiar, primeira autora do estudo e bolsista de pós-doutorado da FAPESP no Instituto de Biologia (IB) da Unicamp.

“As iNKT ocorrem numa frequência muito baixa, menos de 1% dos nossos leucócitos circulantes são desse tipo. No entanto, elas respondem de forma rápida e intensa a patógenos ou a moléculas que demandam resposta e por isso têm um papel anti-inflamatório importante em alguns contextos, como no tecido adiposo”, conta Pedro Moraes-Vieira, professor do IB-Unicamp apoiado pela FAPESP e coordenador do estudo.

O pesquisador explica que, até então, era sabido que, conforme se fica obeso, a quantidade dessas células diminui. Porém, como isso ocorria ainda era um mistério. O grupo então usou a técnica de transcriptoma, que mostra tudo o que é expresso em determinado tecido ou célula. Com isso, encontrou diferentes genes nas iNKT do tecido adiposo, do baço e do fígado que poderiam ter um papel importante na sua função.

Mesma célula, diferentes funções

Em experimentos com camundongos, os pesquisadores observaram que as iNKT encontradas no fígado e no baço são parecidas do ponto de vista metabólico, dependendo de glicose para serem ativadas. Ao desativar, nas iNKT encontradas nesses órgãos, o gene Pkm2, ligado à produção de glicose, elas tiveram prejudicadas a capacidade de mitigar uma lesão aguda no fígado.

Por outro lado, as mesmas células encontradas no tecido adiposo dependem de outro gene, o AMPK, para cumprir sua função naquele tecido. Quando o gene foi desativado, impedindo a produção de uma proteína ligada ao metabolismo de lipídios, as células perderam a capacidade de manter o próprio funcionamento em equilíbrio. Com isso, não podiam mais regular a inflamação causada pela obesidade no tecido adiposo.

Em outras análises, os pesquisadores mediram o conteúdo das mitocôndrias – organelas que produzem energia para a célula – e observaram que no fígado e no baço ele era similar. No entanto, nas iNKT do tecido adiposo, as mitocôndrias tinham menor massa e formato mais esférico.

Outras medições mostraram ainda mais espécies reativas de oxigênio nas iNKT do tecido adiposo, que podem ser sinal de desequilíbrio do sistema. Além disso, detectaram presença maior de proteínas do metabolismo de ácidos graxos, ligados à obesidade.

Esses resultados sugerem que o microambiente em torno das células influencia o perfil imunometabólico das iNKT, o que pode ter consequências diretas para a sua funcionalidade.

Os pesquisadores então injetaram, em camundongos obesos, iNKT saudáveis retiradas de tecido adiposo, o que fez com que os animais emagrecessem. O efeito não foi observado quando injetadas as iNKT que não produziam AMPK.

“Conseguimos aprofundar o conhecimento sobre a regulação imunometabólica específica de cada um desses tecidos pelas células iNKT. Isso impacta diretamente o curso das inflamações causadas por lesão no fígado e pela obesidade”, encerra Aguiar, atualmente pós-doutoranda no Trinity College de Dublin, na Irlanda.

O estudo contou com a colaboração do professor Alexandre Keller, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), e de grupos da Universidade de São Paulo (USP). Também teve apoio da FAPESP por meio de outros oito projetos (13/07607-815/15626-819/25973-819/19435-319/06372-319/11490-521/11200-7 e 18/21018-9).

O artigo Tissue-specific metabolic profile drives iNKT cell function during obesity and liver injury pode ser lido em: www.cell.com/cell-reports/fulltext/S2211-1247(23)00046-3.

  

André Julião
Agência FAPESP
https://agencia.fapesp.br/celula-de-defesa-tem-papel-importante-na-regulacao-da-inflamacao-causada-pela-obesidade-aponta-estudo/41415/


19 de maio é o dia de conscientização das Doenças inflamatórias intestinais

Essas doenças contam com novos tratamentos, mas conscientização e diagnósticos precisos continuam sendo necessários


O dia 19 de maio é marcado por ser o Dia Mundial da Doença Inflamatória Intestinal e, por consequência, todo o mês de maio se tornou célebre pelo Maio Roxo, que visa conscientizar o público em relação a essas doenças. “Em todo o mundo, no mês de maio são realizadas palestras, corridas e iluminação a monumentos públicos que visam conscientizar sobre essas doenças que são tão desafiadoras e que interferem muito na qualidade de vida de seus pacientes”, afirma a médica proctologista do Hospital Edmundo Vasconcelos, Maristela Almeida.

A especialista, que acabou de voltar do Digestive Disease Week (DDW 2023), maior congresso de gastroenterologia que aconteceu em Chicago, nos Estados Unidos, explica que constantemente novos conhecimentos sobre os mecanismos de inflamação intestinal vêm sendo desenvolvidos e, com isso também, novas drogas vêm sendo apresentadas para o tratamento dessas doenças. “É importante salientar, que a maioria das drogas já estão disponíveis no Brasil, inclusive no SUS, o que nos permite oferecer excelentes alternativas de tratamento aos nossos pacientes, permitindo que convivam da melhor forma possível com essas doenças inflamatórias intestinais”, afirma ela.

Segundo a médica, duas doenças em especial chamam a atenção e merecem o alerta por parte da comunidade médica: a doença de Crohn e a retocolite ulcerativa. Abaixo, Maristela explica o que são essas doenças, suas causas e sintomas.


Doença de Crohn (DC)

O que é e principais causas – é uma doença inflamatória crônica, recidivante e que pode acometer desde a boca até o ânus, além de atingir todas as camadas do intestino. Sua causa ainda está em esclarecimento, mas sabe-se que muitos fatores se associam para o seu aparecimento: genética, microbiota intestinal e fatores ambientais, como por exemplo, o fumo.

Sintomas – a doença pode causar estreitamentos e até perfurações que causam fístulas. Então é muito comum o aparecimento de dor abdominal persistente em cólicas e diarreia. Pode causar aftas na mucosa bucal e aparecimento de múltiplas fístulas em região perianal. Como é uma doença que aparece mais frequentemente em adultos jovens (entre 15-30 anos), com um segundo pico após os 60 anos, nos jovens pode levar a um emagrecimento importante, desnutrição e anemia. Nas crianças, por todas essas alterações, pode ocorrer déficit de crescimento.

Retocolite Ulcerativa

O que é e principais causas - A retocolite também é uma doença inflamatória intestinal crônica e recidivante mas que acomete apenas o reto e o cólon (intestino grosso), daí o seu nome. Assim como a doença de Crohn, sua causa ainda está em esclarecimento e pode envolver fatores genéticos, ambientais, comportamentais e microbiota intestinal.

Sintomas - A retocolite se manifesta por diarreia com sangue e muco nas fezes. Outro sintoma muito comum, chamado de tenesmo, é a sensação de evacuação incompleta, que leva o paciente muitas vezes ao banheiro. Por conta de sangramentos frequentes, também é comum o aparecimento da anemia.

Para ambas as doenças, não há um tratamento específico. “O tratamento, baseado em corticoides, imunossupressores, medicamentos biológicos e até cirurgia, deve ser individualizado para melhor resposta. Ou seja, o que funciona para um paciente pode não funcionar para outro e só o médico vai poder ajudar nessa escolha”, afirma Maristela, ressaltando que, se houver um diagnóstico e tratamento adequados, seus portadores terão uma boa qualidade de vida.

Por fim, ela ressalta que não há prevenção para as doenças, mas que a adoção de certos hábitos pode ser de grande importância. “A realização de uma dieta saudável e a adoção de bons hábitos alimentares, não fumar, praticar exercícios e um trabalho de controle sobre emoções como ansiedade, além da realização de exames do intestino com certa frequência colaboram para dificultar seu aparecimento”, finaliza a médica do Hospital Edmundo Vasconcelos.

 

Hospital Edmundo Vasconcelos
www.hpev.com.br


Alimentação, exercícios e manejo do estresse: como lidar com a hipertensão arterial

Mudanças no estilo de vida e adesão ao tratamento médico podem ser cruciais para o controle da doença

 

De acordo com aSociedade Brasileira de Cardiologia, a hipertensão é uma doença crônica que afeta cerca de 30% dos brasileiros e é responsável por mais de 10 milhões de mortes em todo o mundo. Mesmo sendo uma doença silenciosa, na maioria dos casos, com o principal sintoma sendo a elevação dos níveis de pressão arterial acima de 140/90 mmHg, é fundamental que a população esteja consciente dos cuidados e medidas de prevenção.

A doença está cada vez mais comum na sociedade moderna, afetando homens e mulheres, brancos e negros, ricos e pobres, idosos e crianças, gordos e magros, pessoas calmas e nervosas. O médico titular da Sociedade Brasileira de Cardiologia e integrante da equipe do Hospital Mater Dei Santa Genoveva, Dr. Rodrigo Penha de Almeida, destaca que a pressão se eleva por vários motivos, mas principalmente pela dificuldade de relaxamento dos vasos sanguíneos, que pode ser influenciada pelo estilo de vida adotado pela pessoa.

Por se tratar de uma doença multifatorial, não existe uma causa única para o surgimento de hipertensão arterial e, sim, fatores de risco. Dr. Rodrigo alerta que, se uma pessoa é sedentária, alimenta-se mal, está acima do peso e tem antecedentes familiares de hipertensão, a chance de desenvolver a doença é grande. Porém, mesmo que não tenha nenhum desses fatores, ainda assim a doença pode aparecer, lembrando que a idade é um fator importante para o seu surgimento.

No entanto, a alimentação pode influenciar no controle da pressão arterial. Cerca de 30% dos hipertensos respondem à redução do sal da dieta, com melhora da hipertensão. Alguns alimentos podem ajudar também no controle, como frutas, verduras, legumes, sementes e oleaginosas, leguminosas, grãos e cereais integrais, carnes magras, leite, iogurte e queijos, na versão com menos gordura e em quantidade moderada, carboidratos integrais, em vez de refinados, e até 5 g de sal por dia. A dieta DASH, um acrônimo de Dietary Approaches to Stop Hypertension, é uma das dietas recomendadas para ajudar no controle da pressão arterial.

O sedentarismo também pode aumentar o risco de pressão alta, pois as pessoas sedentárias têm maior propensão à obesidade. O Dr. Rodrigo destaca que o exercício é essencial no controle da hipertensão, pois promove a dilatação natural dos vasos arteriais, com a liberação do óxido nítrico. As atividades físicas recomendadas para ajudar a prevenir e controlar a pressão arterial são caminhada, corrida, ciclismo, natação e musculação, mas é importante que a pessoa escolha uma atividade que goste e se sinta confortável.

O estresse também pode ser um componente importante no desenvolvimento da hipertensão arterial. Está cada vez mais provado que o fator psicológico tem papel fundamental no surgimento da hipertensão e, posteriormente, no seu controle. “Sob estresse, o organismo produz substâncias que elevam a pressão arterial e a frequência cardíaca, podendo também ser o gatilho para o desenvolvimento de um acidente vascular cerebral (AVC) ou um infarto do miocárdio”, explica o cardiologista. Técnicas de gerenciamento de estresse, como meditação, yoga e terapia cognitivo-comportamental, são recomendadas para ajudar a controlar a pressão arterial.

Segundo o Dr. Rodrigo, os medicamentos anti-hipertensivos funcionam reduzindo os níveis pressóricos, promovendo a vasodilatação arterial ou eliminando o sódio do corpo. Existem também medicamentos que reduzem a frequência do coração e atuam no sistema nervoso central.

A hipertensão arterial pode ter efeitos devastadores em outras partes do corpo, como os rins e o coração. “A pressão alta danifica os vasos sanguíneos, tornando-os endurecidos e estreitados, o que pode levar a complicações como infarto e AVC. Nos rins, a hipertensão arterial pode causar alterações na filtração e até mesmo paralisar o órgão”, alerta o cardiologista. No entanto, o Dr. Rodrigo destaca que essas situações graves podem ser evitadas com o tratamento adequado, bem conduzido por médicos.

Para prevenir a hipertensão arterial, é importante evitar os fatores de risco, como o sedentarismo, a obesidade, o consumo excessivo de álcool e o tabagismo. No entanto, é necessário lembrar que somente isso não é suficiente e que os níveis de pressão arterial devem ser avaliados regularmente, para um diagnóstico precoce.


Confira os 10 Mandamentos para combater a pressão alta

Por: Rodrigo Penha de Almeida

1.     Reduza o sal dos alimentos e as frituras. Adote uma alimentação saudável com mais frutas, verduras e legumes.

2.     Meça a pressão pelo menos uma vez por ano. Se já for hipertenso ou estiver com suspeitas as medidas devem ser mais frequentes.


3.     Reduza o consumo de álcool, de preferência não beba.

4.     Não fume.

5.     Mantenha o peso ideal, evite a obesidade.

6.     Siga as orientações do seu médico ou profissional de saúde.

7.     Evite o estresse, tenha tempo para o lazer com a família e os amigos.

8.     Nunca pare o tratamento para controlar a Hipertensão, ele é para a vida toda.

9.     Pratique atividades físicas todos os dias

10.     Ame e seja amado!



Santa Genoveva Complexo Hospitalar
Em caso de urgências e emergências, ligue (34) 3277-9090 ou (34) 3277-9092.


Mulheres são mais acometidas pela tendinite no quadril


Dr. Marco Aurélio Silvério Neves explica o que é a tendinite no quadril, suas causas e tratamento

 

A tendinite no quadril, também chamada de síndrome da grande trocânter, é uma patologia em que ocorre a inflamação dos tendões dos músculos dos glúteos, interferindo na região lateral do quadril, resultando em dores crônicas que, muitas vezes, irradia para a lateral da coxa até o joelho. 

O Dr. Marco Aurélio Silvério Neves, ortopedista e traumatologista especializado em cirurgia de quadril e joelho, explica que este problema afeta mais mulheres porque a anatomia da pelve feminina é diferente da masculina. Dessa forma, as mulheres têm uma predisposição a desenvolver inflamação nos tendões do quadril muito pelos esforços excessivos e repetitivos, posições viciosas que vão além da capacidade que o tendão pode suportar. 

Outra causa dessas inflamações no quadril é a perda muscular localizada na musculatura do glúteo, que pode acontecer ao abandonar a regularidade nas atividades físicas, perda significativa e rápida de peso e por alterações hormonais relacionadas à menopausa. 

Mas o especialista alerta que indivíduos que realizam esforço físico intenso como, por exemplo, correr em subida, esforço de repetição ou que não alongam a musculatura antes de algum exercício, podem também sofrer com as fortes dores. Assim como é comum inclusive em atletas que utilizam em excesso os tendões localizados nessa região, causando inflamação e dor ao caminhar, que irradia para a perna, ou ainda dificuldade para mexer uma ou as duas pernas. 

O principal sintoma em pacientes com tendinite no quadril é a dor, já que a inflamação tendinosa provoca uma maior dificuldade de se mover pela constante pressão do peso do corpo sobre os tendões, limitando os movimentos. Além desse, há o aumento da sensibilidade na lateral do quadril, dor para deitar de lado, dificuldade para subir escadas ou levantar de uma cadeira ou sofá. Essa dor pode piorar bastante com o toque e a palpação na lateral do quadril, sendo bem localizada.

 

A boa notícia é que, via de regra, os casos de tendinite no quadril não são cirurgicos. Normalmente o tratamento clínico inclui repouso, aplicação de gelo, uso de analgésicos e anti-inflamatórios, mas a fisioterapia tanto para aliviar a dor como para o fortalecimento e reequilíbrio muscular é essencial.

 

O tempo de recuperação varia de paciente para paciente, podendo durar de 3 semanas a 8 meses, dependendo do grau da inflamação, idade, tipo de atividade exercida e qual o tendão foi acometido.

 

“O importante é identificar a causa da lesão para buscar o tratamento mais adequado a cada paciente e a cada grau de lesão e, a partir daí, tomar as orientações médicas necessárias de prevenção para que a inflamação não volte”, ressalta Dr. Marco Aurélio.

 

A dor sempre é um sinal de alerta e quando aparece é necessário buscar ajuda de um ortopedista. Apenas o especialista poderá avaliar o grau de lesão, pois tão importante quanto tratar a dor é identificar sua causa para indicar o tratamento mais adequado para cada paciente, indicando orientações médicas necessárias de prevenção para que a inflamação não volte, permitindo uma melhor qualidade de vida.

   

 



Dr Marco Aurélio S. Neves - ortopedista e traumatologista, especializado em próteses de quadril e joelho. Pioneiro no Brasil em técnicas avançadas para realização de cirurgias de prótese de quadril e de joelho. Conta com especialização em Ortopedia e Traumatologia (2001) e em Cirurgia do Quadril e do Joelho (2002 e 2003), pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC – FMUSP). O grande diferencial do médico são as bases tecnológicas aplicadas na prótese de joelho, o uso de guias customizadas feitas sob medida para cada paciente, por meio de impressão 3D, aumenta a precisão da cirurgia, otimizando os resultados. E na cirurgia de prótese de quadril, pioneiro na utilização da via anterior é a única que possibilita o método verdadeiramente não invasivo (AMIS), preservando músculos e tendões. Especializações em centros de referência em cirurgia ortopédica do mundo, entre eles: Presbyterian Hospital Plano (Texas, Estados Unidos, 2004), Hospital Jan Palfij (Gent, Bélgica, 2006), Clinic Dr. Decker (Munique, Alemanha, 2006), The Steadman Clinic (Vail, Estados Unidos, 2009), South West London Orthopaedic Center (Inglaterra, 2013), Le Centre Médico Chirurgical Paris V (Paris, França, 2015).
www.drmarcoaurelio.com.br
Instagram: @drmarcoaurelio.ortopedia
Linkedin: marco-aurelio-silverio-neves

 

Doenças Inflamatórias Intestinais: tratamento adequado pode garantir mais qualidade de vida e remissão sustentada da doença

Conhecidas como DIIs, elas não têm cura, mas tem tratamentos que controlam o processo de inflamação e reduzem os sintomas. A terapia biológica é considerada um desses avanços da medicina nos últimos tempos para tratá-las

 

Maio é o mês da conscientização das doenças inflamatórias intestinais, que fazem parte do dia a dia de cerca de 10 milhões de pessoas no mundo. No Brasil, dados da Sociedade Brasileira de Coloproctologia mostram que a incidência dessas doenças vem crescendo e que no SUS chega a 100 casos para cada 100 mil habitantes, em sua maioria homens e mulheres entre 15 e 40 anos.  Dentro das doenças inflamatórias intestinais estão a Doença de Crohn e a Retocolite Ulcerativa. Elas são doenças crônicas e imunomediadas, ou seja, são originadas em nosso próprio corpo quando ocorre uma resposta inflamatória anormal após exposição a algum gatilho. Elas podem atingir todo o intestino ou uma parte dele, daí a importância de iniciativas de conscientização da sociedade, da indústria, dos pacientes e dos próprios médicos, para que identifiquem os sintomas mais precoces, busquem o diagnóstico precoce e indiquem o tratamento adequado. 

“Em geral, os primeiros sinais são constipação, dores abdominais e diarreia, frequentemente levando à associação com outras doenças. Além disso, são doenças sistêmicas, ou seja, afetam todo o corpo humano, ao invés de apenas um órgão, causando efeitos variados. Por isso, elas são associadas a comorbidades”, afirma a gastroenterologista Dra. Cristina Flores, presidente da Organização Brasileira de Doença de Crohn e Colite – GEDIIB. 

Um estudo epidemiológico liderado pelo GEDIIB – o primeiro usando o registro nacional de pacientes organizado pela própria entidade - acompanhou 1.179 pacientes entre 2020 e 2022, sendo 51% com Retocolite Ulcerativa, 48% com Doença de Crohn e 1% com colite indeterminada. Com o objetivo de caracterizar o perfil de pacientes com DII e identificar os fatores clínicos associados à gravidade dessas doenças, o estudo mostrou que, em sua maioria, as manifestações mais graves da doença impactam pessoas mais jovens – entre 14 a 35 anos. E cerca de 21% desses pacientes apresentaram manifestações extraintestinais, ou seja, outras doenças associadas como as reumatológicas, por exemplo, muito comum em pacientes com doenças sistêmicas - como as DIIs. 

Em meio a essa jornada desafiadora do paciente em busca do diagnóstico e do tratamento adequados, dados da Associação Brasileira de Colite Ulcerativa e Doença de Crohn (ABCD) mostram que cerca de 12% dos pacientes demoraram mais de três anos para procurar um médico especialista (gastroenterologista ou coloproctologista), e 43% foram ao menos quatro vezes ao pronto-socorro antes de receber um diagnóstico final. “Por isso, a importância do diagnóstico precoce. Quanto antes a doença for descoberta, mais rapidamente poderá ser tratada e, com isso, garantir mais qualidade de vida ao paciente”, alerta a especialista. 

Mas como ter uma vida “normal” e não precisar interromper momentos e atividades por causa dos sintomas, que em sua maioria, impactam fortemente o dia a dia do paciente? Apesar de ainda não existir cura para as DIIs, existem tratamentos eficazes que controlam o processo de inflamação, reduzem os sintomas e permitem a retomada da qualidade de vida.

 

Importância do tratamento adequado   

“Quando o paciente recebe o diagnóstico, várias dúvidas começam a surgir. Por isso é importante não se acomodar e dialogar com o especialista sobre qualidade de vida. Muitas vezes, vergonha, ansiedade e medo podem gerar dificuldades para que o paciente busque informações e o tratamento adequado com um especialista”, afirma Dra. Cristina Flores.  

Conhecer as opções terapêuticas disponíveis é importante para que o diálogo entre médico e paciente seja cada vez melhor. A definição sobre o tratamento é feita pelo especialista e depende dos sintomas, dos locais mais afetados pelas doenças, da gravidade, da evolução e dos tratamentos anteriores. “Temos medicamentos orais que diminuem inflamação, mas não interferem no sistema imunológico. Os corticosteroides que podem interferir no sistema imunológico e devem ser usados por um período curto de tempo. Os imunossupressores que atuam no sistema imunológico, reduzindo sua atividade. E os imunobiológicos que aparecem como um avanço da medicina contra as DIIs nos últimos tempos”, orienta a especialista. 

A terapia imunobiológica é desenvolvida por engenharia genética, atuando em várias etapas do processo inflamatório e bloqueando algumas substâncias que desencadeiam inflamação e fazem com que a doença se manifeste. Como se trata de doenças que desequilibram o sistema imunológico, o objetivo desse tratamento é regular essa disfunção. “Eles controlam a inflamação intestinal e, consequentemente, previnem - ou pelo menos retardam - o dano intestinal progressivo e suas consequências”, declara Dra. Cristina. A médica complementa: “os imunobiológicos permitem o paciente atingir a remissão sustentada, melhorando a qualidade de vida e atividade laboral com redução dos recursos de assistência médica, cirurgias e hospitalizações”. 

Segundo o último Consenso da GEDIIB (2023), os imunobiológicos são recomendados para os casos moderados e graves das DIIs. “Esse material, completo e inédito no Brasil, serve como diretriz para os médicos e beneficia os pacientes. Ele direciona  o diagnóstico e tratamento adequados dessas doenças”, declara a presidente da entidade. 

Considerando que cada paciente é um e manifesta a doença de um jeito diferente é importante termos cada vez mais opções terapêuticas à disposição, já que estamos falando de doenças crônicas e esse paciente vai precisar utilizar a medicação por toda a vida. Quanto maior o acesso desse paciente a terapias inovadoras, mais qualidade de vida e possibilidade de remissão ele terá.  

 

Campanha #SigaSemPausa: Juntos para tratar as DIIs e dar o start nos seus planos é a mensagem da campanha da Janssen desse ano para conscientizar a sociedade e os pacientes sobre as doenças inflamatórias intestinais, a importância do diagnóstico precoce e do tratamento adequado para mais qualidade de vida.

 

Guia multidisciplinar para os pacientes: formatos para download e podcast 

 Os sinais físicos das doenças inflamatórias intestinais refletem na saúde emocional e na alimentação, por isso a necessidade do acompanhamento multidisciplinar, além da terapia medicamentosa. Lançada em 2020, a campanha Siga Sem Pausa, iniciativa da Janssen para conscientização das DIIs, disponibiliza o Guia Multidisciplinar para download gratuito no site da campanha. Esse ano, o material ganhará uma versão em PODCAST, com entrevistas inéditas de especialistas e pacientes que abordarão temas fundamentais como o impacto no trabalho, acesso aos tratamentos disponíveis, qualidade de vida e alimentação. Os guias têm o apoio científico do GEDIIB.  

 Conteúdos educativos nas redes sociais da Janssen e a parceria com influenciadores estratégicos completam o hub de informações da campanha, que conta com apoio da Associação Brasileira de Colite Ulcerativa e da Doença de Crohn (ABCD), da Associação Nacional dos Portadores de Doenças Inflamatórias Intestinais (DII Brasil) e da Associação do Leste Mineiro de Doenças Inflamatórias Intestinais (ALEMDII).

Para mais informações sobre a doença, a campanha e o Guia, clique aqui!

 

Janssen
https://www.janssen.com/brasil/
Janssen Brasil no Instagram, Facebook e LinkedIn

 

Pesquisa realizada pelo Instituto Ethos mostra que apenas 15% das empresas brasileiras estabeleceram metas para reduzir desigualdades salariais

Realizada pelo Instituto Ethos, em parceria com Época Negócios, a pesquisa aponta também que 47,74% das empresas dizem monitorar a relação entre o maior salário e a média salarial dos demais empregados; A pesquisa ouviu 199 empresas, a grande maioria (71%) de grande porte e da área de serviços (52%) 

 

A quinta edição da Pesquisa Diversidade e Inclusão nas Empresas 2022/2023, do Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social, pelo segundo ano realizada em parceria com a revista Época Negócios, mostra o longo caminho que o Brasil precisa percorrer para diminuir as desigualdades salariais e, consequentemente, de renda no ambiente empresarial. Das 199 empresas participantes - 71% de porte grande, 21% médio e 6% pequeno -, quase metade (47,74%) dizem que monitoram a relação entre o maior salário e a média salarial dos demais empregados, porém, apenas 15,58% estabelecem metas para reduzir essa distância salarial dentro da companhia.

Outro dado preocupante da Pesquisa Diversidade e Inclusão 2022/2023 aponta que apenas 32,66% das 199 empresas possuem metas para que a proporção de funcionários negros siga a mesma do perfil demográfico regional. Por outro lado, 75,88% das empresas disseram eliminar a diferença salarial injustificada entre empregados brancos e negros. 

Caio Magri, presidente do Instituto Ethos, destaca que o combate à desigualdade é prioritário para a entidade. “Elegemos o tema das desigualdades, e em especial as de salário e renda nas empresas, como prioridade da atuação do Ethos em 2023. Os resultados da nossa pesquisa reafirmam que há muito a fazer ainda nesse sentido”, diz ele. Magri afirma, também, ser necessário criar, aplicar e mensurar políticas públicas e empresariais que ajudem e reduzir as desigualdades, caso contrário, o país enfrentará enormes dificuldades em seu desenvolvimento econômico e social.

Um dado que apresentou leve melhora foi o da quantidade de empresas que incluem o aspecto de reconhecimento de resultados de promoção da diversidade e inclusão em seus programas de remuneração variável, passando de 34% para 37,69%. Com relação aos cargos em quadro de gerência e executivos, 43,65% das empresas afirmam ter metas para reduzir a desproporção entre negros e brancos.


Desigualdade de salário entre homens e mulheres

Quando o recorte da pesquisa observa a meta de redução da desigualdade salarial entre mulheres e homens, 66,33% das empresas afirmam buscar a redução de diferenças entre gêneros quando exercem a mesma função. Além disso, 43,22% das empresas disseram priorizar mulheres nos planos de sucessão das áreas core do negócio, e 53,27% estabelecem metas para que as mulheres ocupem, no mínimo, 30% dos cargos de liderança até 2030.  Ainda assim, a quantidade de empresas que declaram ter metas para reduzir a desproporção dos cargos ocupados por homens e mulheres em quadros gerenciais e executivos não avançou de um ano para o outro, variando de 58,66% para 59% das respostas.

No início deste mês, a Câmara aprovou proposta para instituir medidas que garantam salários iguais para homens e mulheres com a mesma função, obrigando as empresas a divulgarem relatórios de equiparidade salarial. O projeto está em avaliação do Senado.


Campanhas de conscientização

Outros dados trazidos pela pesquisa Diversidade e Inclusão mostram que houve um decréscimo nas campanhas internas de conscientização sobre diversidade. Baixou de 97% para 90,45% o número de empresas que afirmaram realizar campanhas com temas de gênero; de 96% para 90,9% (pessoas negras), 95% para 87,84% (pessoa com deficiência), 95% para 90,45% (pessoas LGBTI+). Enquanto, por outro lado, as campanhas sobre diversidade geracional aumentaram de 50% para 73,87%, sobre refugiados de 31% para 53,61%, sobre indígenas, permaneceu estável (57% para 57,7%).

Acesse a íntegra da Pesquisa Diversidade e Inclusão na Empresas  aqui

 

Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social


Rio de Janeiro e Gramado estão entre os 5 destinos latino-americanos mais buscados globalmente para as férias de julho, aponta Booking.com

Rio de Janeiro

A cidade maravilhosa registrou aumento de 25% em buscas em relação ao mesmo período do ano passado, enquanto pesquisas para Gramado tiveram crescimento de 8% na plataforma


Muitas pessoas já começaram a planejar suas férias do meio do ano, afinal, mais de dois em cada cinco turistas globais (44%¹) começam o planejamento de suas viagens com um a quatro meses de antecedência. Pensando nisso, a Booking.com realizou um levantamento de dados² na plataforma para verificar para onde os viajantes do mundo todo planejam viajar em julho e agosto, período tradicional de férias escolares. Na lista dos cinco destinos latino-americanos mais buscados por viajantes globais para o período, na plataforma da Booking.com, dois são brasileiros: Rio de Janeiro (RJ) e Gramado (RS), sendo que ambos tiveram crescimento em buscas comparados com o mesmo período em 2022. A cidade maravilhosa alcançou um aumento de 25% em relação às buscas para o mesmo período no ano passado. Já a cidade gaúcha registrou crescimento de 8% em comparação a 2022.

Entre os latino-americanos, Cancun (no México), aparece como o mais visado para o período, seguido de Punta Cana (na República Dominicana), e Playa del Carmen (também em terras mexicanas).

Destinos latino-americanos mais buscados por viajantes globais, na Booking.com, para o período de julho e agosto de 2023²:

1) Cancún, México: 20º lugar na lista global

2) Punta Cana, República Dominicana: 42º lugar na lista global

3) Playa del Carmen, México: 52º lugar na lista global

4) Rio de Janeiro (RJ), Brasil: 59º lugar na lista global

5) Gramado (RS), Brasil: 70º lugar na lista global

Para Nelson Benavides, Gerente Regional da Booking.com no Brasil, “é muito gratificante ver dois destinos brasileiros em meio ao ranking global e com aumento significativo nas buscas. O Brasil e a América Latina são ricos em destinos e atrações para todos os gostos e perfis de viajantes, desde grandes capitais a charmosas cidades de serra, praias paradisíacas e até mesmo locais para a prática de esportes de inverno”. 

¹Pesquisa encomendada pela Booking.com e realizada de maneira independente com 42.513 entrevistados em 33 países e territórios, incluindo o Brasil. Para participar dessa pesquisa, as pessoas deveriam ter mais de 18 anos, terem viajado a trabalho ou lazer pelo menos uma vez nos últimos 12 meses e estarem planejando uma viagem em 2023. Além disso, deveriam ser responsáveis pela decisão ou estarem envolvidas no processo de tomada de decisão da viagem. A pesquisa foi feita on-line e ocorreu em janeiro e fevereiro de 2023. 

²Destinos mais buscados por viajantes globais, na plataforma da Booking.com, entre 03 e 16 de abril de 2023, para viagens no período de 01 de julho a 31 de agosto de 2023. Para fins de comparação, foram verificadas as buscas entre 04 e 17 de abril de 2022, para viagens no período de 01 de julho a 31 de agosto de 2022.


Booking.com 


Como mitigar os efeitos da sobrecarga digital?

Existem diferentes formas de identificar os sinais de um profissional sobrecarregado, algo que merece atenção tanto do colaborador quanto da empresa

 

O mundo está cada vez mais digital. Atividades que antes aconteciam presencialmente, como reuniões semanais, começaram a ser realizadas por meio de uma tela de computador ou celular. Tudo isso pode causar o que se chama de sobrecarga digital. Sentir-se sobrecarregado também pode fazer com que os colaboradores fiquem desengajados, ou seja, tudo se torna um efeito manada que pode prejudicar a vida profissional e pessoal. Para se ter ideia, uma pesquisa realizada pelo grupo Adecco, que realiza consultoria de talentos, revelou que 71% dos profissionais se sentem desengajados na empresa onde trabalham.  

De acordo com Hugo Godinho, CEO da Dialog, startup que lidera o setor de Comunicação Interna no Brasil com uma plataforma multicanal, em uma era digital todos estão sujeitos a essa sobrecarga. “Sobrecarga digital é o que acontece quando uma pessoa recebe com regularidade um grande volume de informações, que podem chegar de diferentes canais ou não. Essa quantidade de conteúdo costuma ser muito superior à possibilidade de assimilação - ou seja, nem tudo aquilo que é recebido por alguém consegue ser, de fato, absorvido e compreendido. O uso das redes sociais, o consumo de notícias on-line e o recebimento de centenas de notificações fazem com que as pessoas percam completamente o controle da quantidade de informações visualizadas por dia”, explica. 

Entretanto, ele destaca que a tecnologia não deve ser vista como uma inimiga. “Nas empresas, a sobrecarga digital acontece quando a Comunicação Interna não é estruturada de forma estratégica nem conta com ferramentas adequadas. Se a empresa enviar dezenas de e-mails por dia e acionar os grupos de WhatsApp a todo momento, por exemplo, a informação perderá seu propósito e se tornará apenas mais uma distração. Isso tudo é resultado de uma Comunicação Interna descentralizada. Essa alternância entre os canais de comunicação representa um processo desarticulado que, em vez de informar, sobrecarrega aquele que precisa consumir a mensagem”, complementa.  

Isso leva à conclusão de que centralizar a Comunicação Interna em um canal exclusivo é uma das formas de evitar a sobrecarga digital. Poder acessar apenas uma única plataforma para interagir com gestores, consumir conteúdo ou consultar informações importantes faz com que os colaboradores não sintam tão intensamente os efeitos desse esgotamento. Implementar uma ferramenta com esse potencial nas empresas pode aprimorar o fluxo da informação na jornada de trabalho.

 

Os sinais da sobrecarga: é possível superar o cansaço da digitalização? 

São muitos os sinais que, inicialmente, podem indicar de forma bastante sutil que o colaborador está enfrentando um momento de sobrecarga. Além do número de vezes que checamos os aplicativos, também precisamos estar atentos a sintomas como cansaço mental, dificuldade de concentração, ansiedade e impaciência.  

Hugo destaca a importância do que hoje já é chamado de Workplace Experience (WX), um espaço de trabalho digital onde se concentra a comunicação entre os colaboradores. Essa transformação da Comunicação Interna reduz os impactos do ruído digital e auxilia a empresa a conquistar o tão desejado bem-estar dos colaboradores – que deve ser vivenciado, inclusive, na esfera digital. 

Uma pesquisa da Qualtrics, publicada em 2022, mostrou que processos ruins e sistemas ineficientes aumentam o risco de Burnout. Fabiana Mendes, psicóloga, Doutora e Mestra em Pesquisa/Epistemologia pela UFRJ, vai além e afirma o quanto a sobrecarga digital pode culminar no Burnout diante da ausência da estruturação dos processos na jornada do colaborador. Ela ressalta que avaliar a experiência do colaborador deve ser uma bússola para mitigar os efeitos dessa sobrecarga. 

Segundo ela, desconcentração, baixa produtividade e ausência de engajamento podem ser indícios desse mal-estar contemporâneo, causado pela era digital. “A transformação digital precisa estar atrelada a uma Comunicação Interna estratégica, que deve oferecer ferramentas que facilitem o dia a dia do colaborador. A ineficiência nas atividades é um reflexo de trabalho improdutivo, decorrente do excesso de informações – algo difícil de lidar quando a empresa não adota plataformas que contribuam para a produtividade das equipes”, afirma Fabiana. 

Dentro das empresas, o setor de RH tem um papel essencial nesse sentido. “A sobrecarga digital só é superada se os responsáveis pela Comunicação Interna estiverem cientes e atentos a essa realidade. A informação precisa ser gerenciada de forma estratégica, mas para isso é necessário contar com ferramentas que, além de eficientes, também possam sustentar boas práticas de comunicação. O RH, nesse sentido, deve ser um setor aliado. Para isso, a tecnologia precisa ser usada de forma inteligente e mensurável a fim de monitorar o bem-estar do colaborador”, finaliza Hugo Godinho. 

 

Fabiana Mendes - Graduada em Psicologia, Fabiana Mendes é Doutora e Mestra em Pesquisa/Epistemologia pela UFRJ. Possui experiência na aplicabilidade da pesquisa ao ambiente corporativo com foco em EX e HPEX. 


A importância da inclusão feminina em lideranças corporativas

As mulheres estão cada vez mais presentes no mercado de trabalho, no entanto, ainda representam uma pequena parcela dos cargos de liderança nas empresas. Não é suficiente as empresas contratarem mulheres em grandes quantidades, enquanto o conselho executivo é formado apenas por homens, a diversidade deve estar presente em todos níveis da empresa, não apenas nas postagens da corporação. 

Os esforços para promover a inclusão nas empresas é efetivo, porém, deve ser melhor executado e ter propósito. Para se ter uma ideia, uma pesquisa feita pela Grant Thornton mostrou que as mulheres ocupam apenas 38% dos cargos de liderança em empresas, evidenciando a necessidade de inserir vozes femininas no comando das empresas que ditam a economia brasileira. 

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 63% dos cargos gerenciais são ocupados por homens. As mulheres atuam somente em 37%. 

Acredito que existem inúmeros obstáculos para a ascensão de mulheres no mercado. Por mais que seja visível o movimento de desconstrução do machismo, nós mulheres sabemos que ainda existem inúmeras barreiras para alcançarmos uma posição estratégica. Estar imersa em ambientes organizacionais onde a dinâmica de gênero não é pensada, só reforça o preconceito e dificuldade de ascensão feminina na carreira.

 

Os desafios a serem superados 

O começo da solução está em incentivar organicamente a inclusão de mulheres nos cargos altos de empresas e que mulheres se apoiem em um cenário tão competitivo. Entendo que o caminho mais efetivo é promover ambientes cada vez mais diversos e com canais abertos de comunicação. 

Ter o intuito de buscar promover a igualdade de verdade. Misturar perfis, gêneros, localidades, preferências, a diversidade nos levará a superar esses preconceitos. Penso que estimular o convívio reflexivo do time também seja um ponto importante, para que diante de qualquer situação suspeita, se perceba, se questione, se entenda e não se leve adiante replicações preconceituosas e machistas da sociedade em que estamos inseridas. 

Por isso, é importante criar uma rede de apoio e inspiração mútua entre mulheres. Além de forças femininas super importantes do meu convívio familiar, como minha esposa, mãe, avó e tias. Também tenho como inspiração as mulheres que estão presentes no meu dia a dia corporativo: as desenvolvedoras, gestoras, e designers da Workverse, as mulheres líderes das grandes entreprises em que atuamos. Juntas conseguimos estabelecer uma rede de sucesso para o resultado de cada projeto como também uma círculo de apoio e auto-inspiração. 

Os fatos são que é essencial que haja uma mudança nos processos atuais, com o intuito de dar mais voz às lideranças femininas. A chave da transformação mais global das normas culturais, passa pela mudança do que é incentivado e cultivado em ambientes menores, como o meio corporativo. 

Nesse sentido, programas de formação e estímulo à capacitação feminina são extremamente relevantes para que possamos ter condições de aumentar a representatividade das mulheres em cargos de liderança.

 

O caminho para o futuro

A base da melhoria da inclusão feminina nas empresas está na mudança do pensamento da sociedade, que ainda possui o machismo estrutural em si, especialmente em setores dominados por homens, como a engenharia e a tecnologia. Apesar de estar mudando, o segmento de tecnologia ainda tem uma predominância de desenvolvedores homens. 

Para alterar essa realidade é preciso termos um número cada vez maior de mulheres desenvolvedoras, dessa forma, entendo que a transformação dessa realidade está muito relacionada com a etapa de formação e educação básica feminina. O foco está em aproximar as mulheres dos cursos de ciências da computação, tecnologia de sistemas, engenharias, e para isso, se faz necessário despertar e estimular a possibilidade dessa carreira nas estudantes do ensino fundamental e médio. 

Uma das áreas que já tem predominância feminina e pode servir de exemplo para as demais são os Recursos Humanos, que possui 73% dos cargos de gerência do setor ocupados por mulheres, de acordo com uma pesquisa da empresa Bureau of Labor Stati.  

Por sua essência, a área de RH demanda profissionais com destaque para habilidades de relacionamento, gerenciamento de conflitos e comunicação eficaz, e, historicamente, como essas são características atribuídas às mulheres, penso que existe uma tendência da presença feminina nessa área. 

Além disso, ter uma maior diversidade no comando das empresas permite diferentes pontos de vista e visões para suas decisões estratégicas. A sagacidade feminina me inspira. A sabedoria de saber ser suave quando é necessário suavidade, de firmeza quando é preciso rigidez, essa mistura e complexidade de atuação que acho admirável. 

Vejo que nós mulheres conseguimos compor bem 3 ingredientes importantes para uma liderança estratégica: 1 - a empatia, nos permitimos, mais facilmente que os homens, a compreender diferentes perspectivas e necessidades; 2 - A inovação, temos um olhar criativo para solucionar problemas e encontrar novas oportunidades; 3 - A resiliência, não desistimos fácil e isso inspira os outros a persistirem em meio a desafios.

 

Carolina Guimarães - COO e Co-Founder da Workverse, uma startup que transforma a jornada de admissão e onboarding de novos colaboradores por meio de uma experiência imersiva e gamificada.


Construção sustentável: necessidade iminente e desafio possível

Encontrar um edifício, seja residencial, comercial ou industrial, inteiramente sustentável - do projeto ao uso - é condição rara no Brasil. Estão em voga algumas soluções ecológicas na construção civil e arquitetura, como os “green buildings”, que são edificações planejadas para causar pouco impacto ao meio ambiente. Essas obras ambientais e responsáveis são pensadas para causar o mínimo impacto, desde o desenho do projeto até depois de sua finalização, oportunizando qualidade de vida nas cidades. 

Os esforços de sustentabilidade no Brasil já foram reconhecidos: o país está na vanguarda em matéria de edificações conscientes e ocupa o quinto lugar no ranking Green Building Council Brasil (GBCB). A construção verde, por assim dizer, engloba uma série de processos ambientalmente responsáveis e eficientes do ponto de vista construtivo, operacional, de manutenção, renovação e até mesmo demolição. Para a adoção de práticas sustentáveis visando à criação de estruturas ecológicas, faz-se necessária a estreita cooperação entre empreiteiros, arquitetos, engenheiros, colaboradores e clientes para o mesmo fim: reduzir o impacto global da construção sobre o meio ambiente, economizar os custos das matérias-primas, obter um melhor aproveitamento dos recursos e valorizar o imóvel. 

A necessidade de eficiência energética na construção civil é essencial. Muito além do uso racional e responsável das fontes energéticas,  é preciso viabilizar soluções construtivas mais eficientes e uso de materiais extraordinários. Dentre as alternativas presentes hoje no mercado, estão a oferta de materiais de construção sustentáveis, como blocos de cimentos tecnológicos feitos em materiais alternativos, como isopor e resíduos plásticos; madeira de reflorestamento; e blocos ecológicos, como tijolos feitos com terra comprimida, dentre outros. 

Outra iniciativa é o reúso da água, uma solução adotada pela maioria dos projetos de engenharia com visão sustentável. Inclusive, o reaproveitamento dos recursos hídricos já é norma promulgada pela Assembleia Legislativa do Estado do Paraná. A Lei n.º 20448-17, de dezembro de 2020, prevê que os novos projetos de edificações deverão priorizar equipamentos hidráulicos de consumo econômico, bem como o reúso de água e a captação e utilização da água da chuva. Uma iniciativa de destaque é o reaproveitamento das águas pluviais para limpeza de itens de pintura como pincéis, espátulas e rolos. Estima-se que no prazo de execução de uma obra, seja gerado uma economia de R$ 60 mil.

A indústria da construção civil também se preocupa com outros princípios de eficiência energética como a energia solar. Essa energia proveniente da luz e do calor do sol já é uma tendência adotada por construtoras e incorporadoras, principalmente nos canteiros de obras. Dentre os benefícios, destacam-se a redução das despesas com eletricidade, o que favorece o orçamento da obra e a receita da construtora; salvaguarda a obra contra as variações na tarifa de energia elétrica em determinados períodos do dia e do ano, aumentando a previsibilidade do orçamento; valorização do empreendimento, já que a energia solar é percebida como um valor agregado ao proporcionar economia a longo prazo; e, ainda, torna o empreendimento mais sustentável, atendendo às exigências da sociedade por projetos mais ecológicos e conscientes. 

Cabe destacar que o preço de implementação da energia fotovoltaica ainda é uma das maiores objeções à implementação nos empreendimentos. No entanto, o investimento compensa: se não for possível comprar as placas solares para instalar, uma alternativa é a compra de crédito de energia solar, que são produzidos com a sobra da energia gerada em uma unidade produtora. A iniciativa, ainda em fase de testes, foi aplicada em duas obras de grande porte com 268 colaboradores em campo e de 58.630 metros quadrados e já gerou 4.310 de quilowatts-hora (kWh) de energia limpa. Outro fator compensatório: o Brasil tem, hoje, a segunda conta de luz mais cara do mundo, ficando atrás apenas da Colômbia. A surpreendente constatação veio de um estudo realizado pela plataforma CupomValido.com.br com dados da Associação dos Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace). E tem mais, segundo estimativa da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a tarifa de energia elétrica tende a subir, em média, 5,6% neste ano. Ou seja, alternativas são mandatórias.

É notório que ser sustentável envolve mais do que ter um sistema de reúso da água da chuva, coleta seletiva com destinação adequada dos resíduos ou contar com iluminação natural e lâmpadas de LED. A implementação consistente de iniciativas verdes eficientes nas edificações enquadra as obras, não somente nos padrões internacionais ambientalmente favoráveis, mas agrega valor aos produtos oferecidos para a sociedade e natureza. 

 

Michael Vicentim - superintendente de TI e Inovação do Grupo A.Yoshii.


Empreendedora, você pode se aposentar como MEI

Hoje, minha intenção é informar as microempreendedoras individuais sobre as regras para elas se aposentarem por meio da contribuição de MEI. Sabemos que, entre os muitos impactos trazidos pela pandemia, a busca pelo trabalho autônomo foi a saída para o sustento de muitas mulheres que abriram o seu próprio negócio.

Segundo o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), a abertura de pequenos negócios no país bateu recorde nos dois últimos anos.  Só em 2022, mais de 3,5 milhões de empreendedores formalizaram micro e pequenas empresas ou se registraram como microempreendedores individuais. Atualmente, os MEI são cerca de 15 milhões de trabalhadores, protegidos por uma legislação própria e com benefícios garantidos. Entre eles, a aposentadoria.

A modalidade MEI foi criada em 2009 e permite a formalização de mais de 470 categorias profissionais. A partir disso, vieram diversas facilidades como obtenção de crédito, emissão de notas fiscais e redução do número de impostos.

Os MEI ficaram elegíveis a benefícios similares aos trabalhadores de carteira assinada, sendo o direito à aposentadoria pelo INSS um dos mais significativos. Mas nem todas as microempreendedoras têm conhecimento disso.

É importante destacar que a trabalhadora MEI tem seu direito à aposentadoria pelo INSS garantido, desde que sejam pagas regularmente as contribuições. Por isso, é importante não deixar de pagar o INSS para ter acesso a diversos benefícios e não só a aposentadoria. Afinal, a contribuição é muito inferior ao da maioria dos trabalhadores.


Contribuição como MEI e a Reforma da Previdência

Em novembro de 2019, foi realizada a Reforma da Previdência que alterou a maioria das regras das aposentadorias e também a alíquota de contribuição dos trabalhadores da iniciativa privada e dos serviços públicos federais. Agora, é utilizada uma tabela unificada entre os trabalhadores do Regime Geral (INSS) e do Regime Próprio (servidores), com uma alíquota progressiva. Contudo, a Reforma não afetou microempreendedores individuais.

O recolhimento previdenciário do MEI tem uma alíquota de 5% sobre o valor do salário-mínimo, o chamado DAS-MEI. Em 2023, tendo em vista que o salário-mínimo atualizado é de R$ 1.320,00, a contribuição previdenciária do MEI custa R$ 66,00 por mês. Porém, para esta categoria de seguradas, também são aplicadas as taxas de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), de R$ 1,00 por mês, e/ou ISS (Imposto sobre Serviços), de R$ 5,00 por mês, dependendo da atividade. É importante lembrar que quem faz o recolhimento de 5% só se aposenta por idade e, nessa situação, o valor de recebimento é um salário mínimo

A MEI tem ainda a opção de complementar o recolhimento previdenciário com mais 15% sobre o valor do salário-mínimo. Esse procedimento pode ser feito por meio de uma Guia Complementar de Recolhimento e a orientação pode ser obtida com um profissional. É dessa forma que se tem acesso às demais regras de aposentadoria.

Saliento que, ao complementar a contribuição, a MEI terá direito a todas as modalidades de aposentadoria e regras de transição hoje aplicadas aos trabalhadores com carteira assinada e o valor da aposentadoria será superior ao do salário mínimo. O valor é calculado conforme a regra escolhida para a aposentadoria – por tempo de contribuição ou por idade, por exemplo.

 

Isabela Brisola - advogada previdenciária, fundadora do escritório Brisola Advocacia e empreendedora.


Maio Amarelo: 'Decisão final cabe ao motorista', alerta especialista

Professor do CEUB comenta o gargalo da fiscalização e destaca o papel estratégico das campanhas educativas para avançar na segurança do trânsito

 

O movimento Maio Amarelo é uma iniciativa internacional criada para alertar sobre a promoção de uma cultura de paz no trânsito e sobre a urgência de reduzir acidentes e mortes nas ruas e estradas. Em 2023, a ação chega à sua 10ª edição no Brasil tendo como tema “No trânsito, escolha a vida”. O Plano Global lançado pela Organização Mundial da Saúde tem como meta prevenir - em pelo menos 50% - as mortes e lesões no trânsito até 2030. Luango Ahualli, professor do curso de Engenharia Civil do CEUB, comenta a legislação brasileira e destaca o papel estratégico das campanhas educativas e das tecnologias atreladas à segurança do trânsito.  

De acordo com Luango Ahualli, a Engenharia de Tráfego trabalha com três pilares – Engenharia, Educação e Fiscalização. Ele acredita que a legislação brasileira é abrangente sobre as ocorrências de acidentes, mas ressalta que para garantir sua suficiência, é preciso vencer o gargalo da fiscalização. “A maioria dos órgãos de trânsito atuam como um número de agentes e analistas aquém do necessário. Acredito que precisamos, antes, melhorar a fiscalização da aplicação da nossa legislação de trânsito para então avaliar a suficiência da mesma”, ressalta. 

Ahualli também salienta o papel estratégico das campanhas educativas. “Ainda que as soluções de engenharia avancem consideravelmente com o desenvolvimento de novas tecnologias, a decisão final do tráfego ainda compete ao usuário. Em Brasília, vemos a abrangência e importância de uma campanha como a do Maio Amarelo". Isso fica claro, por exemplo, ao acompanharmos as estatísticas de vítimas fatais de acidentes de trânsito em faixas de pedestres não semafórica. Entre 2009 e 2020, houve uma redução de 72,7% das fatalidades. 

Mas ainda há espaço para avançar! Segundo Luango, a educação no trânsito associada à entrada de novas tecnologias na rotina dos usuários têm auxiliado substancialmente na segurança do trânsito. “No caso de Brasília, a cidade ainda é jovem, então o entendimento e ajustes da dinâmica urbana estão em evolução constante. A identificação dos pontos de conflitos nas vias são o pontapé inicial para o desenvolvimento e aplicação das medidas de segurança. Quanto mais dados tivermos e quanto melhor o entendimento, mais cirúrgica e efetiva acaba sendo a solução, inclusive a curto e médio prazo”, completa o professor.


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