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sexta-feira, 19 de maio de 2023

Geneticista aponta os perigos de brincadeiras com luz laser para cães e gatos

Myléne por Pixabay
Objeto, em vez de entreter, é muito estressante para esses animais e pode deixar sequelas 


Diariamente, grandes lojas populares, brasileiras e internacionais, disponibilizam produtos com preços atrativos, inclusive voltados ao mercado pet. Um deles, bastante procurado por donos de cães e gatos, é a luz laser, usada com frequência para brincadeiras nas horas de lazer.

Desavisados, muitos desses tutores adquirem este tipo de objeto com a intenção de estar fazendo um bom negócio, pois acreditam que possam trazer bem-estar e entretenimento aos animais de forma simples e econômica. Porém, embora pareçam inofensivas, as luzes dos lasers podem trazer sérias consequências aos bichinhos.

Camilli Chamone, geneticista, consultora em bem-estar e comportamento canino e criadora da metodologia neuro compatível de educação para cães no Brasil, explica que o hiperfoco gerado pela inalcançável caça ao ponto de luz desencadeia um quadro de enorme hiper estimulação mental, com a liberação dos "hormônios do estresse" – em especial, a noradrenalina.

"Esses 'hormônios do estresse' afetam o estado de vigília dos cachorros e, consequentemente, aumentam a ansiedade, que pode se manifestar sob a forma de latidos, lambedura ou monta compulsivos; corridas malucas pela casa; dificuldade de dormir à noite; e ação de comer o próprio cocô, chamada de coprofagia", alerta a geneticista.

Não raro, cães (e gatos, também) acabam desenvolvendo o comportamento de perseguir obsessivamente qualquer ponto de luz, quando expostos recorrentemente a esse tipo de "brincadeira". 

"Para evitar o desenvolvimento desse quadro de ansiedade, o ideal é não usar laser para interagir com seu cão ou gato", simplifica.

Assim, se o intuito for trazer bem-estar para o seu animalzinho, opte por manter uma vida equilibrada por meio de quatro pilares: gerenciamento das emoções, alimentação de qualidade, sono satisfatório e rotina de exercícios físicos.

"Para enriquecer o dia a dia com atividades, foque em passeios em contato com a natureza, brinquedos que estimulem o olfato, com petiscos dentro deles, ou um grande osso para roer. Esses são estímulos importantes e que deixarão o seu peludo longe da ansiedade causada por brinquedos completamente inadequados, como os lasers", finaliza.


Pet macho ou fêmea? Entenda se há diferenças nos cuidados

 iStock
Embora muito do que se pensa sobre machos e fêmeas esteja pautado em crendices populares, existem diferenças pontuais entre eles que devem ser conhecidas

 

Assim como nós humanos, os pets também têm necessidades diferentes, a depender do sexo. Para além de toda a responsabilidade de se adotar um amigo de estimação, é importante prestar atenção as exigências e particularidades que cada animal tem e levar em conta as vantagens e desvantagens de machos e fêmeas antes de tomar qualquer decisão. Afinal, é uma vida que depende totalmente dos nossos cuidados.

 

Antes de adotar um pet, é importante assegurar de que se dispõe de tempo, paciência, dinheiro e principalmente espaço para que tudo corra bem com ele ou ela. Por essa razão, fazer um planejamento é parte imprescindível da escolha. Apenas mais uma variável deve ser adicionada, que é justamente a questão do sexo.

 

Como é sabido, cães machos adoram demarcar território, através do xixi. É algo que faz parte do seu instinto de matilha. Para eles, todo lugar deve ser “carimbado” com sua presença. Por esse motivo, são mais difíceis de serem ensinados a fazer suas necessidades em um só lugar. Para solucionar esta questão, adestramento e castração podem ajudar.

 

Ao contrário do que se costuma pensar, os cães machos não são mais agressivos que as fêmeas. Na realidade, apenas costumam brincar de forma mais bruta. Aliás, agressividade é uma característica que pouco tem a ver com o sexo do animal, e está mais ligada a forma como o animal é criado. Logo, adestramento correto e carinho ajudam no controle de qualquer animal. No entanto, as fêmeas são mais fáceis de serem adestradas. 

 

Apenas quando estão no cio que podem apresentar algum comportamento mais agressivo, principalmente na presença de outras fêmeas. Essa disputa pelos machos é normal e costuma durar cerca de 10 dias, ou seja, durante o ciclo do cio, que ocorre de uma a duas vezes por ano. A castração pode ser importante para aliviar algumas mudanças de humor ocorridas por conta da variação hormonal.

 

No geral, as fêmeas são mais carinhosas com crianças e também um pouco menos barulhentas e territorialistas que os machos. Costumam ser mais independentes também, o que significa que gostam de um tempo para si. Também são mais controladoras e ciumentas que os machos, devido ao seu instinto maternal. Os machos são mais bagunceiros e adoram roer e destruir coisas.

 

Quanto aos cuidados, as exigências são um pouco diferentes. Um macho pode precisar de mais espaço para fazer xixi, caso esse comportamento não tenha sido controlado. As fêmeas costumam concentrar as necessidades em um mesmo lugar. Por isso, é importante sempre manter o local limpo e desinfetado para garantir a higiene e saúde do animalzinho.

 

No mais, as diferenças podem se dar muito mais por conta do porte e da raça do animal. É importante conhecer estas características antes de adotar. E, com a idade, as necessidades e os cuidados também mudam bastante, assim como acontece conosco. Animais mais velhos podem sofrer de incontinência urinária, por exemplo, e demandar produtos específicos, como fraldas para cachorro. Na dúvida, um veterinário deve ser consultado.



Nanotecnologia: inovação para controle da dermatite atópica canina

A nanociclosporina pode ser administrada em diferentes vias,
como oral, nasal, ocular e tópica, possibilitando maior
diversidade no tratamento dos pets
 Foto: Melvin Quaresma
Nova fórmula pode custar até 50% menos e proporcionar maior eficácia com redução de efeitos colaterais, nessa e em outras doenças


Coceira intensa que incentiva a lambedura e a mordedura, capaz de ocasionar vermelhidão, lesões na pele, pequenos caroços, edemas e, até mesmo, alopecia. Esses são os sintomas da dermatite atópica, doença que, segundo estimativas, atinge cerca de 10% a 30% da população canina e compromete significativamente a qualidade de vida dos pets, causando quadros de estresse crônico nos animais e também nos tutores, desconfortáveis com o incômodo dos seus bichinhos de estimação.  

De origem genética, a dermatite atópica é uma doença inflamatória crônica que torna os cães sensíveis a antígenos presentes no ambiente, causando crises agudas quando ocorre oscilação na imunidade ou fatores estressantes. As regiões mais afetadas são a face, os olhos, o interior das orelhas, a virilha, os interdígitos, o períneo e o rabo. Se não tratadas, as lesões na pele podem evoluir para quadros de inflamação e infecção secundárias.

Embora não tenha cura, existe tratamento para o controle da doença. Um dos fármacos mais indicados é a ciclosporina A, bastante conhecida pela prevenção de rejeição de órgãos transplantados em seres humanos, mas que, na medicina veterinária, é muito empregada no tratamento de dermatite e alergias atópicas, fístulas perianais em cães, complexo granuloma eosinofílico felino, doença intestinal inflamatória, estomatite e doença das vias aéreas (asma) em gatos, além do uso tópico e oftálmico.

Apesar dos resultados que pode proporcionar, a ciclosporina possui baixa solubilidade aquosa, sendo necessária sua veiculação em óleos ou sistemas mistos, que geralmente causam menor aceitação e mais chances de reações adversas para os pacientes. Pensando nisso, a rede de farmácias de manipulação veterinária DrogaVET investiu em pesquisa e na nanotecnologia para desenvolver sua própria fórmula de nanociclosporina. “A nanotecnologia é uma tendência mundial como técnica para aprimorar medicamentos para humanos ou animais, pois as nanopartículas têm alta capacidade de proteger as moléculas de fármacos contra a degradação no meio fisiológico ou durante o armazenamento, permitem uma liberação gradual dos ativos no organismo e reduzem uma possível toxicidade devido a uma eventual liberação exacerbada. Desta forma, com a nossa fórmula conseguimos otimizar os efeitos da ciclosporina, reduzindo possíveis reações adversas, criando uma alternativa bastante inovadora e promissora para tratamentos”, revela a farmacêutica e gerente de produto e desenvolvimento da DrogaVET, Thereza Denes.

Para o desenvolvimento da fórmula, a rede de farmácias investiu em dois anos de estudos junto às universidades Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) e Universidade Federal do Paraná (UFPR), nas áreas de dermatologia e oftalmologia. A terapia mostrou-se eficaz e segura para o controle a longo prazo do prurido e das lesões dos cães com dermatite atópica. Na administração oftálmica, o estudo comparativo entre a ciclosporina convencional e a nanoencapsulada revelou que a segurança e a eficácia de ambas as drogas foram equivalentes, porém as médias diárias do Teste de Schirmer (exame que avalia se o olho produz uma quantidade suficiente de lágrima), obtidas com a nanociclosporina, foram constantemente superiores às da ciclosporina.

Agora a marca lança, de forma exclusiva, o ativo nanoencapsulado disponível em diversas formas farmacêuticas. “Com a nanotecnologia conseguimos dispersar o fármaco em veículos aquosos, o que aumenta sua absorção e permite sua administração em diferentes vias, como oral, nasal, ocular e tópica, possibilitando maior diversidade no tratamento de pacientes”, explica a farmacêutica. Ou seja, além do tratamento em suspensão oral ou em colírio, já conhecidos, é possível oferecer o medicamento em outras formas farmacêuticas como biscoito, calda, molho, pasta oral e também para uso tópico como cremes, espuma, spray, shampoo, lenço umedecido, gel transdérmico e solução nasal e otológica. “A variação de formas farmacêuticas permite mais possibilidades para o médico veterinário tratar o paciente, além de facilitar a administração do medicamento para o pet. O gel transdérmico, por exemplo, é fácil de aplicar e reduz os efeitos colaterais gastrointestinais. Sprays e loções permitem a aplicação local e biscoitos, caldas e molhos podem ser manipulados com o sabor de preferência do animal, tornando o tratamento mais agradável”, comenta a médica veterinária e consultora da DrogaVET, Farah de Andrade.

A novidade ainda impacta positivamente o bolso dos tutores: “O tratamento com a nanociclosporina pode chegar a custar até 50% menos que o convencional com ciclosporina oral”, revela Thereza. Além da diversidade de formas farmacêuticas, a manipulação veterinária ainda permite a combinação de mais de um ativo em uma mesma fórmula, fatores que potencializam o tratamento e reduzem ainda mais o custo final.

Mais informações sobre doenças de pele, prevenção e tratamento também estão disponíveis no bate-papo gravado com o apresentador, Julinho Casares, e a professora e médica veterinária, Marcia Lima, disponível no canal da rede de farmácias de manipulação no Youtube: https://youtu.be/25EE1_ESt8c

 

DrogaVET
www.drogavet.com.br

Conheça os 10 principais suplementos nutricionais para pets

 Veterinária convidada pela VetBR, a mais completa distribuidora de produtos para saúde animal do país, fala sobre a importância e os benefícios da suplementação para animais de estimação

 

A preocupação com uma alimentação saudável tem conquistado mais espaço, tornando-se parte do cotidiano das pessoas. Junto com ela, tem crescido também o uso de suplementos alimentares, auxiliares para a prevenção de doenças e a melhora da qualidade de vida. Não é muito diferente no segmento de pets, em que os suplementos são a cada dia mais um recurso para que os animais também se beneficiem de uma vida mais saudável. Mas para isso é necessário que os cuidados sejam adotados durante toda a vida do animal. 

Segundo a veterinária e promotora de vendas da VetBR, Manuella Ebeling, os tutores que optaram pela alimentação natural (formulação de dieta com alimentos saudáveis), mix feeding (mistura da ração com alimentos úmidos) ou até mesmo pela ração precisam ficar atentos às necessidades nutricionais dos pets. 

“A suplementação é o melhor aliado do tutor em diferentes casos, tanto durante um tratamento de doença quanto na prevenção. Ela não tem contraindicação, mas é importante que, antes de recorrer aos suplementos, o tutor consulte um médico veterinário para que ele verifique se o pet realmente precisa de suplementação e quais são as suas reais necessidades nutricionais. Essa medida evita desperdício de dinheiro e tempo e também que o pet tome vitaminas que ele já tenha em nível suficiente”, explica Ebeling.

Com foco na saúde animal, a especialista apresenta importantes informações sobre os dez principais suplementos nutricionais para pets. Confira a seguir.

 

  • Ômega 3

Age como anti-inflamatório no organismo do pet. Previne doenças, melhora a circulação sanguínea e a oxigenação do sangue. Bastante indicado para filhotes, por estarem em fase de desenvolvimento cognitivo, e em animais idosos, que têm grandes chances de ter disfunção cognitiva (o suplemento retarda o processo, nesse caso). Indicado também para pacientes cardíacos, oncológicos, com disfunções renais e até mesmo para aqueles que tenham alguma alteração cutânea. Por ser um anti-inflamatório, ele também tem indicação para pacientes com osteoartrose em geral. É um suplemento com inúmeros benefícios para os nossos pets. 

 

  • Probióticos

Conceituados como suplementos microbianos vivos, restauram qualquer disbiose (desequilíbrio da flora intestinal). Indicados para animais com alterações na microbiota intestinal, quedas de imunidade, em período de vacinação e em fase de mudança na dieta.

 

  • Condroitina e glucosamina

Têm como função evitar o desenvolvimento de doenças articulares nos pets — são ideais, portanto, para animais idosos, em formação ou até que já desenvolveram artrose. Ideal também para algumas raças específicas — como Labrador, Golden Retriever e Pastor Alemão, cuja articulação nem sempre acompanha o crescimento do animal. A suplementação visa diminuir as dores, ajudar no desenvolvimento das articulações ou retardar o processo de diferentes doenças.

 

  • Cálcio e fósforo

A deficiência de cálcio e fósforo nos animais pode causar diversas doenças. São indicados principalmente para fêmeas gestantes e lactantes, pois ajudam a manter o bom funcionamento do organismo da fêmea e auxiliam no desenvolvimento dos filhotes. Já é possível encontrar esses suplementos em formato de biscoito e com aroma de carne, o que torna a experiência mais agradável para o animal de estimação.

 

  • Ferro

É difícil detectar a carência de ferro no organismo dos animais, sendo necessário fazer exames para confirmar o diagnóstico. Entretanto, alguns sintomas como cansaço, desânimo, fraqueza, anorexia, aumento da frequência cardíaca, palidez de mucosas e diminuição do apetite podem ser sinais que há algo de errado com o pet. A falta do mineral pode causar diversas doenças, como a anemia ferropriva. 

 

  • Estimulador de apetite

Também existem suplementos que estimulam o apetite do seu gato ou cachorro. Geralmente são indicados para animais que estão com alguma enfermidade, tomando antibiótico ou na fase idosa, período em que o apetite pode diminuir. Geralmente produzido em forma de seringa, pode ser aplicado de uma a duas vezes ao dia.

 

  • Vitamina C

Indicada para cães e gatos em qualquer fase da vida. Tem efeito antioxidante e é aliado para melhorar a imunidade e também contra doenças virais nos pets. O suplemento ajuda a deixar o organismo menos suscetível ao desenvolvimento de bactérias nocivas. 

 

  • Vitamina B

Voltado para cães que têm ou já tiveram cinomose ou que não produzem vitamina B sozinhos. É importante lembrar também que, em caso de vômito e diarreia, a vitamina B é a primeira eliminada, precisando, por isso, de reposição.

 

  • Biotina

Estimula o crescimento e o fortalecimento do pelo e da pele do animal — ideal, com isso, para pets que têm algum problema de saúde que leva à queda ou perda de brilho dos pelos. Ele também já é vendido em forma de petisco e com sabor de carne, o que facilita a adesão do animal ao suplemento.

 

  • Complexo vitamínico

Indicado para animais que não têm uma dieta balanceada ou que comem, por alguma razão, ração de qualidade inferior. No caso das rações que não oferecem nutrientes suficientes, o complexo vitamínico pode ser um ótimo aliado. O suplemento ajuda a evitar doenças e aumenta a imunidade do animal.

 


VetBR
https://bit.ly/3NUgg5h


Cerca de 150 mil litros de leite materno humano são distribuídos aos recém-nascidos de baixo peso internados em unidades neonatais por ano

Diretora-presidente do Instituto Opy, Heloisa Oliveira, e coordenadora do Centro de Aleitamento Ana Abrão - Assistência, Ensino e Pesquisa em Aleitamento Materno e Banco de Leite Humano, Profª. Drª Kelly Coca abordam a importância da doação de leite humano

 

Neste ano, o Dia de Doação de Leite Humano, 19 de maio, traz o slogan “Um pequeno gesto pode alimentar um grande sonho: Doe leite materno!”, uma iniciativa para proteção e promoção do aleitamento materno, que visa sensibilizar a sociedade sobre a importância da doação de leite humano. De acordo com o Ministério da Saúde, anualmente, cerca de 150 mil litros de leite materno são distribuídos aos recém-nascidos de baixo peso que estão internados em unidades neonatais no país. Um litro de leite materno pode alimentar até 10 recém-nascidos por dia.

Segundo a coordenadora do Centro Ana Abrão, Profª Drª Kelly Coca, o leite humano é o alimento ideal para a criança e é recomendado até os seis meses de vida, de forma exclusiva. “O leite materno não só oferece uma alimentação completa e equilibrada como também traz proteção contra doenças infecciosas do primeiro ano de vida e doenças crônicas na vida adulta, diminui o risco de infecção hospitalar e de doenças gastrointestinais”, explica.

A diretora-presidente do Instituto Opy, Heloisa Oliveira, afirma que os cuidados nos primeiros mil dias de vida da criança são primordiais para a prevenção de doenças e para a implementação de práticas saudáveis na rotina diária e, o aleitamento materno é parte fundamental nesse processo. “Doar leite materno humano é um gesto que salva vidas. O Ministério da Saúde enfatiza que bebês que estão internados com baixo peso e não podem ser amamentados pelas próprias mães têm a oportunidade de receber os benefícios do alimento por meio da doação, com maiores chances de desenvolvimento  pleno”, relata.

As mulheres que possuem baixa produção de leite, podem buscar auxílio do serviço especializado do Banco de Leite Humano (BLH) mais próximo de sua residência. A doação pode ser realizada por mulheres saudáveis que amamentam e apresentam excedente de leite materno. A coleta de leite humano é realizada pelos Bancos de Leite Humano existentes em todo o território brasileiro, responsáveis por recolher o leite materno doado, processar e distribuir aos recém-nascidos internados nas UTIs Neonatais que não conseguem receber leite da própria mãe, principalmente prematuros e de baixo peso. “A doadora não pode fazer uso de medicamentos que interfiram no aleitamento materno. O Banco de Leite Humano da UNIFESP aceita doações de leite humano com volumes superiores a 200 ml semanais”, informa Dra. Kelly Coca.

Atualmente, o Centro de Aleitamento Ana Abrão conta com o apoio de 40 doadoras, com um total de 54 litros de leite doados no último mês. O leite é pasteurizado e distribuído para as crianças internadas, especialmente na UTI Neonatal do Hospital São Paulo da UNIFESP. A instituição realiza campanha de doação permanente, com reforço no mês de maio. Para mais informações de como ser uma doadora de leite, entre em contato pelo WhatsApp: (11) 94044-2802. Se tiver dúvidas sobre amamentação, faça contato pelo whatsapp (11) 5576-4891, e-mail: aleitamento@unifesp.br ou telefone: (11) 5576-4891

 

SOBRE INSTITUTO OPY

Braço filantrópico da Opy Health, gestora de infraestrutura hospitalar, o Instituto Opy de Saúde atua como articulador, fomentador de ideias, projetos e ações de grande impacto social na promoção da saúde de crianças, gestantes e na redução de fatores de risco das doenças crônicas não transmissíveis.


SOBRE CENTRO ANA ABRÃO

O Centro Ana Abrão – Assistência, Ensino e Pesquisa em Aleitamento Materno e Banco de Leite Humano oferece assistência, ensino e pesquisa em aleitamento materno e banco de leite. A instituição foi criada em 2003, com o objetivo de atender as necessidades das crianças internadas na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal do Hospital São Paulo.


Especialista alerta sobre riscos da automedicação em casos de pré-eclâmpsia

Fatores relacionados à pandemia aumentaram o receio das gestantes em buscar atendimento hospitalar, influenciando na gravidade dos casos




Historicamente, a pré-eclâmpsia é a principal causa de morte materna no mundo. Caracterizada pela elevação da pressão arterial durante a gravidez, a doença pode ser identificada precocemente durante a realização do pré-natal, por meio da aferição da pressão e avaliação durante as consultas.

Entre os principais sintomas estão dor de cabeça, dor na boca do estômago, alterações na visão (com pontos de luz ou “estrelinhas”), e inchaço dos membros inferiores.

“São condições que parecem simples e isoladas, então sem orientação médica, muitas gestantes acabam se automedicando em casa e mascarando a real situação, que é relacionada à elevação da pressão arterial”, alerta Soubhi Kahhale, Coordenador Científico de Obstetrícia da Maternidade São Luiz Star e professor Associado Livre Docente da Faculdade de Medicina da USP.

Por isso a importância da realização correta do pré-natal e a busca por atendimento ao identificar qualquer sintoma ou alteração durante a gestação. “É uma doença rápida e muito perigosa, mas se identificada precocemente, é possível adotar medidas de controle que possibilitam uma gravidez segura”, complementa o médico.

O alerta acontece na semana em que é celebrado o Dia Mundial de Pré-eclâmpsia (22/5), data voltada para a conscientização sobre a doença, que afeta de 5 a 10% das gestações no mundo.

De acordo com a percepção do especialista, que atua há 50 anos na área e já coordenou um grupo de pesquisa no Hospital das Clínicas de São Paulo sobre hipertensão e pré-eclâmpsia, fatores relacionados à pandemia aumentaram o receio das gestantes em buscar atendimento hospitalar, influenciando na gravidade dos casos.

Levantamento do Conselho Federal de Medicina (CFM) aponta queda de 13% nas consultas de pré-natal no ano de 2020, em relação a 2019, de acordo com dados do Sistema Único de Saúde (SUS).

“O que temos visto em hospitais são gestantes que chegam com quadros graves de pré-eclâmpsia, como a Síndrome Hellp, que evolui com problemas de coagulação e a eclâmpsia quando apresenta convulsões. Ou seja, quadros gravíssimos e muitas vezes irreversíveis”, destaca o especialista da Maternidade Star, que reúne toda a expertise do Hospital São Luiz, um dos mais tradicionais de São Paulo, com o serviço premium da Rede D’Or.

Dados apontam que cerca de 20% das internações na UTI da Maternidade Star são relacionadas com síndromes hipertensivas na gravidez.

“Use máscara, álcool em gel e outras medidas para se sentir mais segura, mas vá ao médico. Jamais tome medicamentos por conta própria, pois isso pode agravar o quadro clínico”, orienta o professor Soubhi.

Já Mariza Loesch, coordenadora médica da Unidade de Terapia intensiva, lembra que o cuidado com a hipertensão não se encerra no parto. “O puerpério é um período extremamente conturbado e estressante, e os riscos relacionados à doença continuam. Por isso, é extremamente importante seguir com os cuidados após a saída do hospital, com acompanhamento médico ambulatorialmente", explica a especialista.

Entre as complicações estão principalmente problemas cardiocirculatórios, como derrame cerebral. “Após o nascimento a mãe tem uma série de preocupações com o bebê e a nova rotina, mas não pode deixar de lado os cuidados com a sua saúde”, alerta Mariza.

Em cerca de 10 meses de funcionamento, a Maternidade Star já realizou quase cinco mil partos e mantem sua taxa de mortalidade materna zerada.

Para Maria Augusta Gibelli, diretora Médica, esse resultado é possível graças à equipe multiprofissional altamente capacitada, que inclui os maiores especialistas do país.

“Temos equipes especializadas em casos de hipertensão, nomes de referência no setor, que acompanham as gestantes 24 horas por dia. Há ainda protocolos robustos e bem estabelecidos para atendimentos dos casos graves, proporcionando segurança assistencial e uma resposta mais rápida e eficiente”, destaca a gestora.

A unidade conta ainda com que há de mais moderno em termos de tecnologia hospitalar, com leitos de Unidades de Terapia Intensiva e semi-intensiva Adulto e Neonatal, pronto-socorro e centro obstétrico, salas de Delivery Rooms no Centro de Parto Natural, 90 apartamentos, além de salas exclusivas para partos cirúrgicos, cirurgias fetais e neonatais.

A taxa de mortalidade materna da Maternidade São Luiz Star está na contramão da taxa nacional, que aumentou consideravelmente nos últimos anos.

De acordo com levantamento do Observatório Obstétrico Brasileiro, com dados do Ministério da Saúde, a razão de mortalidade materna nacional aumentou 94% durante a pandemia da Covid-19, passando de 55.31 a cada 100 mil nascidos vivos em 2019, para 107.53 em 2021.


Estudo do CEUB mostra eficácia de massagem terapêutica no combate à enxaqueca

Pesquisa realizada pelo fisioterapeuta Patrick Ferreira comprova resultado da massagem no tecido conjuntivo na redução da intensidade e da frequência dos episódios de crise

 

A enxaqueca é uma das doenças mais incapacitantes do mundo: atinge 16% da população brasileira, em especial as mulheres com idades entre 30 e 50 anos. Levantamentos mostram que o uso abusivo de medicamentos para o tratamento das dores de cabeça piora a qualidade de vida dos pacientes e gera altos custos econômicos. Pesquisa feita pelo fisioterapeuta Patrick Ferreira sobre tratamentos não medicamentosos mostrou que 70% das pacientes alcançaram melhora no quadro de náuseas e vômitos ao adotarem a técnica conhecida como massagem no tecido conjuntivo – ressaltando a importância dos tratamentos alternativos. 

O estudo de Patrick Ferreira foi resultado de um Projeto de Iniciação Científica realizado no CEUB para estudar os benefícios da técnica conhecida como massagem no tecido conjuntivo (MTC) no tratamento de mulheres que utilizam medicação analgésica para o alívio da dor. O objetivo da pesquisa foi avaliar a eficácia dessa terapia na redução da intensidade da dor e na frequência dos episódios. Trata-se de uma massagem profunda nas “zonas de head”, regiões da pele que estão rígidas e aderentes em situações crônicas ou agudas.  

A pesquisa de Patrick mostrou que após a MTC foi observada a diminuição dos sintomas durante as crises. Cerca de 70% das pacientes alcançaram melhora no quadro de náuseas e vômitos, aproximadamente 54% tiveram redução da fotofobia e 70% registraram melhora no sentimento de agitação ou inquietação, além de tontura ou vertigem. Quanto à frequência dos episódios, antes da terapia, cerca de 46% das voluntárias apresentavam crises semanais, 38% tinham episódios mensais e aproximadamente 15% registravam crises diárias. 

Após a MTC, 15% das pacientes relataram não ter mais dores, 15% tinham episódios semanais e 70% registraram crises mensais, indicando a eliminação de casos com incidência diária de dores. Quanto à ingestão de medicamentos, segundo Patrick, 54% diminuíram a quantidade e 39% suspenderam completamente os remédios. “Esse estudo foi motivado pela busca de um método que pudesse minimizar os impactos da doença ao paciente e reduzir o uso de medicamentos. E aqui confirmamos a MTC como uma terapia alternativa para o tratamento de enxaqueca”, celebra Patrick Ferreira.

 

Difusão da técnica

Letícia Martins Paiva, doutora em Ciências da Saúde e coordenadora do curso de Fisioterapia do CEUB, avalia que a técnica deveria ser mais difundida e aplicada, inclusive em pacientes do SUS. “Para disseminar o método, seria necessário que os próprios fisioterapeutas apresentassem a técnica aos médicos, tanto com demonstrações técnicas, quanto por meio de publicações científicas, como foi o caso deste PIC”, comenta a orientadora do projeto. “Essa técnica propicia o alívio do quadro álgico, a melhora do funcionamento dos órgãos internos, a restauração da mobilidade do tecido conjuntivo, da circulação local e geral. Além do próprio relaxamento muscular e de manter o terapeuta em constante contato com o paciente”, acrescenta. 

A professora alerta, entretanto, para as contraindicações da técnica. “Assim como toda técnica de massagem, a MTC possui inúmeras contraindicações, como: tumores malignos, tuberculose, mioma uterino, cisto de ovário, inflamações agudas, infecções (febre, abscessos, gripe, amigdalite), feridas abertas, úlceras ou lesões cutâneas, psoríase, gestantes antes do 4º mês, além de determinados distúrbios cardíacos e mentais”, ressalta a professora Letícia.

 

Sobre a Enxaqueca 

A enxaqueca é uma forma de cefaleia recorrente, que se manifesta em crises que duram entre 4 a 72 horas, desencadeando impactos socioeconômicos, além do comprometimento da saúde e da qualidade de vida de milhões de pessoas. Apesar de ser uma doença com alta incidência, sua fisiopatologia ainda não é completamente compreendida e pode estar relacionada a diversos fatores, como estresse, menstruação, fadiga, alterações no sono, alimentos com potencial alergênico, desequilíbrios neuroendócrinos e deficiências nutricionais. O tratamento para as crises de enxaqueca é considerado padrão e inclui a prescrição de analgésicos e anti-inflamatórios que visam restaurar rapidamente o paciente para o funcionamento normal.

 

Glaucoma não combina com qualidade de vida

 

Entre as muitas datas de conscientização da Saúde, no dia 26 de maio temos o Dia Nacional de Combate ao Glaucoma. Doença oftalmológica que gera perda do campo visual e pode levar à cegueira, o glaucoma causa uma lesão no nervo óptico e, atualmente, impacta quase um milhão de pessoas no Brasil e cerca de 64 milhões de pessoas entre 40 e 80 anos em todo o mundo. O glaucoma fica atrás somente da catarata, sendo a segunda maior causa de casos de cegueira. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) alertam que o número total de pacientes com glaucoma pode ultrapassar os 110 milhões até 2040.       

Por tudo isso, é importante que nós, profissionais de saúde, atuemos na linha de frente da conscientização a respeito da necessidade de incluir as visitas periódicas ao oftalmologista na lista de cuidados de prevenção de doenças, para pessoas de todas as idades. Infelizmente, o glaucoma ainda não tem cura, e o diagnóstico precoce, bem como o tratamento, são fundamentais para o paciente e para sua qualidade de vida.    

Estudos mostram que a doença é mais comum em pessoas da população negra ou que sejam parentes de portadores de glaucoma, idosos, portadores de alta miopia, diabéticos e usuários crônicos de colírios com corticoides. Os sintomas iniciais mais frequentes são os escotomas, aquelas manchas escuras no campo visual periférico: inicialmente, a visão da pessoa fica prejudicada nas laterais, e conforme a doença vai ficando mais crítica, essas manchas também crescem de tamanho, deteriorando ainda mais a visão, e ela passa a enxergar como se estivesse olhando por um binóculo. Outros sintomas também podem surgir: dor nos olhos e na cabeça, maior sensibilidade à luz e olhos avermelhados e lacrimejantes.      

O maior problema do glaucoma é que seus sintomas iniciais são praticamente imperceptíveis. Em geral, quando esses sintomas são notados, a doença já está avançada, e o paciente já tem cerca de 50% das células ganglionares atrofiadas. O diagnóstico final é feito por meio de exames como a campimetria e a tomografia de coerência óptica. Definido conforme o caso, o tratamento é relativamente simples e envolve a aplicação de colírios, tendo como objetivo reduzir ou estabilizar a pressão intraocular, melhorando expressivamente a qualidade de vida do paciente. Em casos mais avançados, o especialista responsável pode recomendar a aplicação de laser ou cirurgia.        

O mais importante é lembrarmos que, com a visão comprometida, nossa mobilidade e qualidade de vida ficam reduzidas. Assim, o melhor caminho é manter uma rotina de consultas com o oftalmologista, que é o profissional mais indicado para orientar os cuidados de manutenção da saúde dos olhos e as ações de prevenção de doenças. Além disso, vale sempre repetir: não use colírios e nenhum outro tipo de medicamento nos olhos sem prescrição médica. O glaucoma definitivamente não combina com qualidade de vida.  

   


Márcia Ferrari - médica oftalmologista e professora do curso de Medicina da Universidade Santo Amaro – Unisa.


Medicamento genérico: funciona mesmo

Medicamentos genéricos aumentam competitividade do mercado farmacêutico
 e ampliam acesso da população ao tratamento de diversas doenças
Créditos: Envato


Como o investimento em tecnologia de ponta e pesquisa tem garantido qualidade na fabricação de genéricos e mais acesso da população a tratamentos


Mais barato do que os produtos de referência, o medicamento genérico está presente há 24 anos no Brasil e tem ampliado o acesso a tratamentos de saúde para a população, principalmente aquelas de baixa renda. Criado pela Lei 9.787/1999, que permitiu o registro e comercialização, por qualquer laboratório farmacêutico, de medicamentos com patentes expiradas. 

“O genérico aumentou a competitividade do mercado farmacêutico, resultando em melhores ofertas para os consumidores e facilitando o acesso e a adesão da população ao tratamento de diversas doenças”, explica o farmacêutico e gerente de inovação e pesquisa clínica da Prati-Donaduzzi, Liberato Brum Junior. “O valor do medicamento genérico é no mínimo 35% menor em comparação com o medicamento de referência, o que garante a continuidade do tratamento de saúde e, consequentemente, melhora a qualidade de vida, aliviando sintomas e curando doenças”, complementa Liberato, que faz parte de uma das principais indústrias de medicamentos genéricos do país. Atualmente, a Prati-Donaduzzi é a maior produtora de medicamentos genéricos em doses terapêuticas e está presente em cerca de 60 mil farmácias e mais de 36 mil unidades básicas de saúde distribuídas por diversos estados brasileiros. 

No entanto, mesmo assim, muitas pessoas ainda resistem ao genérico e optam por pagar mais caro pelo produto de referência. Liberato explica que, de forma geral, o medicamento de referência é aquele que traz inovação e é o primeiro a ser comercializado no país, após a certificação na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Isso requer um trabalho de pesquisa que garante a segurança e a qualidade, e comprovação científica junto ao órgão regulador por meio de ensaios clínicos. Em seguida, vem o genérico, que contém os mesmos princípios ativos, mesma dose e forma farmacêutica, mesma posologia e mesma indicação terapêutica. Dessa forma, ele oferece eficácia e segurança equivalentes ao medicamento de referência, comprovados por meio de ensaios de equivalência e bioequivalência farmacêutica.

A médica de Família e Comunidade e professora da Universidade Positivo, Nathalie de Paula Damião, reforça que o medicamento genérico possui a mesma eficácia que o de referência, comprovada por laboratórios e com todas as certificações necessárias para garantir a segurança do tratamento. “Quando pensamos em um paciente que toma vários medicamentos de uso contínuo e, muitas vezes, precisa de mais algum para fases agudas da doença, a diferença no custo final é muito grande. Se ampliarmos isso para municípios e estados que precisam fornecer medicamentos para o SUS, a importância do genérico é ainda maior”, destaca a médica.


Mesma eficácia

O medicamento genérico possui a mesma qualidade, segurança e eficácia do medicamento de referência. Sua intercambialidade é assegurada por testes de equivalência, que incluem comparações in vitro e estudos de bioequivalência em humanos e apresentados para avaliação final da Anvisa.

“As grandes indústrias farmacêuticas utilizam tecnologia de ponta e realizam avaliações rigorosas para cumprir todos os procedimentos de boas práticas de fabricação e controle de qualidade lote a lote, empregando e validando metodologias e processos de acordo com padrões internacionais de qualidade e referência. Isso garante que a classe médica e os pacientes tenham acesso a medicamentos genéricos que atendam a todos os padrões de qualidade, segurança e eficácia”, ressalta Liberato.


Prati-Donaduzzi


Doença celíaca atinge cerca de 2 milhões de pessoas no Brasil

Celíacos não podem comer alimentos com glúten
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Especialista explica que problema, caracterizado pela dificuldade do organismo em absorver nutrientes como o glúten, pode surgir em qualquer fase da vida e que mesmo pessoas assintomáticas podem ser portadoras do distúrbio, que não tem cura, mas possui tratamento


Doença celíaca é uma doença autoimune causada pela intolerância ao glúten, uma proteína encontrada em alimentos como trigo, aveia, cevada, centeio e seus derivados. Essa  inflamação ocorre na parede interna do intestino delgado, promovendo redução da absorção dos nutrientes. Segundo a Federação Nacional das Associações de Celíacos do Brasil (FENACELBRA), a patologia atinge cerca de 2 milhões de pessoas no País, mas a maioria encontra-se sem diagnóstico.

No último 16 de maio foi celebrado o Dia Mundial de Conscientização sobre a Doença Celíaca, a data foi escolhida como uma homenagem ao nascimento de Samuel Gee, médico e pesquisador inglês que foi o primeiro a reconhecer que os sintomas da Doença Celíaca estavam relacionados à dieta. Estima-se que a cada 400 brasileiros, um seja celíaco. De cada oito pessoas que possuem a doença, apenas uma tem o diagnóstico. 

A médica gastroenterologista Karen Thalyne Pereira e Silva Domingos (CRMGO 15081), especialista que atende no Órion Complex, em Goiânia, explica que há um componente genético bem definido da doença celíaca, por isso pode acometer várias pessoas da mesma família. O diagnóstico é através da dosagem no sangue dos anticorpos contra o glúten e a biópsia do intestino. “Se fizermos o diagnóstico em uma pessoa, todos os parentes de primeiro grau devem ser investigados, pois podem apresentar a doença mesmo sem apresentarem os sintomas”, diz a médica.

Ela esclarece que a Doença Celíaca pode aparecer em qualquer fase da vida. Além dos celíacos, algumas pessoas podem ter sintomas desagradáveis ao ingerir glúten, mas não chegam a desencadear a reação autoimune que define a doença. Nesse caso, trata-se de sensibilidade ao glúten não celíaca (SGNC), condição que atinge em média 5% da população no Brasil. 

A médica relata que os sintomas podem variar muito de pessoa para pessoa, mas os mais comuns são dores no estômago, náuseas, diarreia, distensão abdominal, anemia, entre outros. Geralmente, eles aparecem alguns dias ou horas após o consumo de glúten. 

Os sintomas típicos parecem com o de quem comeu algo que não caiu bem, como vômito, diarreia, gases, sensação de inchaço, dores abdominais e azia que acontecem de forma frequente. “Se o indivíduo permanecer  ingerindo glúten, a doença, evolui e pode provocar problemas mais graves, como lesões de pele, anemia, perda óssea, desnutrição, carência de vitaminas e infertilidade”, alerta a médica. A partir da confirmação do diagnóstico, o paciente precisa seguir uma dieta 100% livre de glúten. Isso é relativamente simples, mas não é fácil.

Vários famosos já foram diagnosticados com a doença celíaca como a atriz Isis Valverde e o tenista Novak Djokovic. Isso mostra que a doença pode afetar qualquer pessoa, independente da classe social e estilo de vida. 

 

Saúde Óssea na Infância: a importância do cuidado durante os primeiros anos de vida

A médica endocrinologista pediátrica Dra. Gabriela Werneck fala sobre as oportunidades e vulnerabilidades do cuidado com a saúde óssea durante a infância


É estimado que ao longo da gravidez o feto obtenha entre 50 a 90 gramas de conteúdo mineral ósseo (CMO). Dentre os fatores que interferem no processo de mineralização óssea durante a gestação, destacam-se a nutrição materna, níveis de vitamina D, metabolismo ósseo e a idade gestacional.

 

“Após o nascimento, as crianças apresentam um aumento constante na massa óssea ao longo de toda a infância, chegando a aproximadamente 2.400g de massa óssea em mulheres adultas jovens e 3.300g em homens adultos jovens. Durante a adolescência, ocorre o acúmulo de metade dessa massa óssea. Vários fatores, como exercícios físicos, consumo de cálcio, níveis de vitamina D, hormônio do crescimento e hormônios sexuais influenciam na aquisição de massa óssea e devem ser monitorados durante a infância e adolescência. Portanto, a infância é uma fase de oportunidades, mas também de vulnerabilidades”, explica a endocrinologista pediátrica Dra. Gabriela Werneck, membro da Associação Brasileira de Avaliação Óssea e Osteometabolismo – ABRASSO.

 

De acordo com a profissional, a massa óssea é adquirida de maneira acentuada durante os dois primeiros anos de idade, e aumenta de maneira gradativa, até atingir o pico de massa óssea no início da fase adulta. Entretanto, ao longo da vida, a perda óssea é maior que a formação. Nesse sentido, quanto maior o pico de massa óssea atingido pelo indivíduo e quanto menor a perda óssea ao longo dos anos, menor será o risco de fragilidade óssea na idade adulta.

 

Em relação ao pico de aquisição de massa óssea, a Dra. Gabriela salienta que ele ocorre de maneira quase concomitante com pico de velocidade de crescimento. A puberdade é uma fase importante para aquisição de massa óssea, tendo em vista que entre 50% a 80% da massa óssea das pessoas é adquirida neste período. “É nessa fase que ocorrem a maior parte das fraturas em crianças e adolescentes, devido a uma maior velocidade de crescimento que antecede o pico de massa óssea, o qual acontece mais tardiamente, no início da vida adulta”, alerta.

 

Identificação precoce de riscos ósseos e as estratégias para promover a saúde óssea na vida adulta

 

Segundo a médica, a avaliação da densidade mineral óssea por meio da densitometria óssea é essencial em crianças com risco de osteoporose. Para fazer essa avaliação analisa-se o corpo todo e a coluna lombar. Dentre as indicações para a realização deste exame estão: a ocorrência de duas ou mais fraturas de ossos longos de baixo impacto em crianças menores de 10 anos e três ou mais fraturas em crianças e adolescentes de 10 a 19 anos. Também pode ser realizado em pacientes que possuem condições que aumentam o risco secundário de osteoporose, como distrofias musculares, doenças reumáticas, fibrose cística, entre outras comorbidades.

 

A aquisição de massa óssea durante a juventude está relacionada a fatores ambientais, incluindo a prática de atividades físicas. A modelação óssea é sensível à estimulação mecânica. Nesse sentido, recomenda-se que as crianças pratiquem atividades físicas diariamente, com duração de pelo menos 180 minutos, que podem ser fracionadas ao longo do dia. A partir dos 6 anos, recomenda-se pelo menos 60 minutos diários de atividade física de intensidade moderada a intensa.

 

Hereditariedade - A genética desempenha um papel fundamental, correspondendo entre 60% a 80% do pico de massa óssea. Ao realizar um exame clínico, é essencial buscar um histórico de fragilidades ósseas na família e identificar situações de risco para baixa massa óssea. Além disso, devido à importância da mineralização óssea do feto no terceiro trimestre de gestação, é crucial assegurar que a gestante mantenha níveis adequados de vitamina D e consumo de cálcio.

 

Assegurar cuidados adequados durante a gestação, incluindo a avaliação do histórico familiar, a manutenção dos níveis adequados de vitamina D e a monitorização do metabolismo ósseo, são medidas cruciais para promover uma boa saúde óssea e prevenir complicações futuras.

 

Recomendações clínicas para a ingestão de nutrientes importantes para a saúde óssea na infância

 

O cálcio é um nutriente essencial para o desenvolvimento adequado dos ossos e é obtido principalmente por meio da alimentação, com destaque para produtos lácteos, além de outras fontes vegetais.

 

Segundo artigo publicado pelo “Institute of Medicine”, recomenda-se a ingestão diária de 700mg para crianças de 1 a 3 anos, 1.000mg para crianças de 4 a 8 anos, 1.300mg para crianças e adolescentes de 9 a 13 anos, 1.300mg para adolescentes de 14 a 18 anos.

 

Caso a quantidade adequada de cálcio não seja alcançada por meio da dieta, a suplementação se faz necessária. Nesse sentido, a Sociedade Brasileira de Pediatria e a Endocrine Society recomendam a suplementação de vitamina D com uma dose de 400 UI durante o primeiro ano de vida. Para o restante da infância, caso haja necessidade de suplementar a vitamina D, as necessidades diárias variam entre 600 e 1.000 UI, administradas na forma de colecalciferol ou ergocalciferol, para pessoas de 1 a 18 anos.

 

É importante salientar que valores acima de 20 ng/mL são considerados desejáveis para a população saudável, indicando níveis adequados de vitamina D no organismo.

“Garantir uma ingestão adequada de cálcio e vitamina D desde a infância é fundamental para promover a saúde óssea ao longo da vida. Portanto, é essencial que os pais e profissionais de saúde estejam cientes das recomendações e orientações fornecidas pelas sociedades médicas, a fim de garantir o crescimento saudável e o desenvolvimento ósseo adequado das crianças e adolescentes”, finaliza a médica

 


ABRASSO - Associação Brasileira de Avaliação Óssea e Osteometabolismo,
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Pesquisa mostra que metade da população mundial sofre com dores de cabeça

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Com mais de 150 tipos, distúrbio neurológico é um dos mais prevalentes e incapacitantes no mundo. No próximo dia 19 de maio marca campanha nacional de Combate à Cefaleia e especialista dá dicas de prevenção do problema

 

Um estudo de revisão global publicado em abril pelo The Journal of Headache and Pain revela que 52% das pessoas acima de 5 anos no mudo sofrem com cefaleia, um dos distúrbios neurológicos mais prevalentes e incapacitantes. e 14% da população mundial tem a forma crônica da condição, a enxaqueca. Ainda segundo o estudo, outros 26% possuem cefaleia do tipo tensional (dor leve a moderada, como se fosse um "apertão"), e 4,6% sentindo o incômodo durante 15 ou mais dias por mês. No Brasil, segundo a pesquisa da  Sociedade Brasileira de Cefaleia (SBCe), 70% da população do país, em graus diferentes, sofre com esse desconforto de vez em quando. 

Para alertar sobre o problema, o 19 de maio foi instituído como Dia Nacional de Combate à Cefaleia, também conhecida como dor de cabeça. Ao todo, existem mais de 150 tipos de dor de cabeça, que são classificados de acordo com sua origem. O neurologista Iron Dangoni Filho, especialista que atende no centro clínico do Órion Complex, em Goiânia, ressalta as principais. “A enxaqueca é a mais conhecida forma de cefaleia, porém a mais comum nas pessoas é a tensional, que é caracterizada por uma dor de cabeça leve e possui maior frequência. Além disso, há ainda a cefaleia trigêmino autonômica e a cefaleia em salvas, mais comum nos homens”, explica. Os pacientes com o distúrbio, segundo o médico, representam 4,5% dos atendimentos em unidades de urgência no País, sendo o quarto motivo mais frequente de consulta.

O neurologista Iron Dangoni Filho explica que as dores de cabeça podem ser primárias e secundárias, quando são causadas por alguma outra doença, como um tumor ou AVC. “Entre as primárias, os sintomas podem se diferenciar. Por exemplo, a enxaqueca costuma ser moderada a forte, apenas de um lado, com duração de cerca de três dias e com sintomas associados, como a fotofobia (sensibilidade à luz) ou fonofobia (sensibilidade aos sons). Já a cefaleia tensional geralmente é uma dor atrás da cabeça, mais leve e que pode piorar ao longo do dia e durar até sete dias”.


Como se prevenir

O médico destaca que a maioria das pessoas faz apenas o tratamento para tirar a dor, usando analgésicos. Contudo, o especialista conta que é possível realizar a prevenção para que os episódios de cefaleia fiquem bem menos frequentes. “Tratamentos não medicamentosos, como a prática de exercícios físicos regulares, ioga, acupuntura, massagem e boa alimentação trazem excelentes resultados a médio e longo prazo. Um sono de qualidade também é essencial, pois ficar sem dormir longos períodos funciona como um gatilho para crises. Ficar longos períodos do dia sem se alimentar também é problema”, esclarece o neurologista.

O especialista ressalta que a automedicação para as dores de cabeça também é algo perigoso. “Existe a cefaleia por uso excessivo de analgésicos, que acontece quando se muda o tipo de dor em razão do uso dos remédios. Normalmente, ela fica pior e pode torna-se crônica, o que dificulta o tratamento”, afirma o médico. Ele revela que, quando a dor aparece com frequência, deve-se procurar um neurologista para solicitação de exames que irão indicar a causa dessa dor de cabeça. “Quando acontece quatro vezes por mês, já temos ai um sinal de alerta. Se a dor de cabeça aparece menos vezes, mas são fortes, também é preciso ir atrás de ajuda especializada. Quando ela muda o padrão também é sinal de alerta, como por exemplo,quando não responde aos analgésicos que costuma fazer uso ou a intensidade da dor aumenta muito”, detalha.


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