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quinta-feira, 9 de fevereiro de 2023

De IA a Incentivos: conheça as armas para atrair mão-de-obra qualificada

Segundo dados do Fórum Econômico Mundial, empregadores demonstraram a intenção de oferecer requalificação e atualização para 70% de seus funcionários 



O desemprego atinge cerca de 9 milhões de brasileiros no início do ano e é considerado um problema crônico da economia do País. Por outro lado, a Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom) estima que o País irá gerar, até 2025, cerca de 797 mil vagas no setor. O problema é que anualmente são formados 53 mil trabalhadores nesta área e seriam necessários muitos mais para suprir as vagas que serão abertas no período. Essa diferença entre oferta e procura é chamada de apagão de mão-de-obra, que começa a ser enfrentado pelas startups com soluções de automação na requalificação dos times, mas precisa também contar com relevantes ajustes estratégicos na política educacional.

Na avaliação do professor Francisco Borges, mestre em Políticas Públicas do Ensino e consultor da Fundação de Apoio à Tecnologia (FAT), esse "apagão" é resultado de políticas educacionais que ignoraram as reais demandas do mercado. “Alinhar essas expectativas é crucial para reduzir o desemprego, e o primeiro desafio hoje é a busca pela excelência da capacitação, aquém do necessário na maior parte dos casos”, diz.

De acordo com ele, atualmente, existem mais de 19 milhões de vagas de cursos de graduação técnica presenciais e mais de 13 milhões de vagas para cursos EaD. Ou seja, não se trata de um problema de quantidade de vagas para qualificação profissional, e sim para quais setores elas são ofertadas. “Às vezes, as políticas educacionais priorizam cursos descolados da realidade do mercado”, afirma.

Ele destaca que existem, nas Instituições de Ensino Superior públicas, cursos que sequer conseguem ocupar suas vagas por serem de baixa capacidade de empregabilidade. Não é diferente nas instituições privadas, que também precisam conhecer mais o mercado, entender as demandas dos setores produtivos e se preparar para garantir aos alunos um acesso a posições de aproveitamento real do saber e do fazer.


O que fazem as startups?

Neste cenário, reter talentos e motivar pessoas são práticas que ocupam ainda mais o topo da lista de prioridades das empresas. Uma das respostas mais eficazes encontradas foi a modernização dos programas de incentivo para adaptar suas funcionalidades rapidamente às necessidades de cada organização. Rodolfo Carvalho, CEO da Incentivar, primeira plataforma especializada em incentivo inteligente do Brasil, apostou neste modelo e, no último ano aumentou a quantidade de usuários na plataforma em 40%.

"Temos a solução para uma das maiores dores das empresas, que é justamente manter seus times devidamente motivados e focados nas metas traçadas. Não é à toa que tivemos um crescimento de mais de 30% em faturamento de janeiro de 2021 até agora e aumentamos consideravelmente nossa carteira de clientes no mesmo período", afirma o gestor.

Há 3 anos no mercado, a Incentivar atualmente atende companhias de todos os portes. No total, são mais de 50 clientes incluindo marcas líderes de seus segmentos como Coca-Cola Femsa, iFood, Wizard, Remax, Hypera, Marilan, entre outras. Uma das vantagens do software é sua característica SaaS e White Label. Por meio de dashboards tanto os colaboradores quanto seus gestores podem acompanhar o desempenho e o quanto falta para a meta ser alcançada. Aliás, o aplicativo possibilita o uso inteligente com base nos dados coletados durante a campanha. É possível acompanhar os resultados segmentados de todos os participantes durante a campanha, saber quais produtos foram resgatados com pontos na plataforma, entre outras funcionalidades que facilitam a tomada de decisões e preparação das equipes.

Outras ferramentas que têm ganhado cada vez mais espaço para ajudar os colaboradores a melhorarem suas performances durante o treinamento estão relacionadas à Inteligência Artificial (IA). Um levantamento feito pelo Fórum Econômico Mundial (FEM), que compõe o relatório Future of Jobs, mostrou que apesar de empregadores demonstrarem a intenção de oferecer requalificação e atualização para 70% de seus funcionários, apenas 42% dos empregados estão dispostos a receber esta oportunidade de atualização profissional. Neste contexto, cresce a expectativa de que, neste ano, setores ainda pouco familiarizados com essas tecnologias emergentes, como a própria IA, apostem na recomendação automática de conteúdo e gamificação.

Utilizando como base os dados do trabalho produzido pelo FEM, o fundador da Beedoo, plataforma de comunicação e capacitação para equipes operacionais, Álvaro Manzione, acrescenta que, em média, as empresas estimam que cerca de 40% dos trabalhadores precisarão de uma nova requalificação a cada seis meses. Além disso, 94% dos líderes empresariais esperam que seus funcionários adquiram novas habilidades no trabalho o quanto antes. “Suprir uma demanda com este volume e nesta velocidade é uma tarefa praticamente impossível de ser executada pelos métodos tradicionais de treinamento. Por isso, as empresas estão buscando a cada dia novas tecnologias e metodologias de ensino profissional”, diz.


Dados da indústria: 2022 terminou com avanço das vendas e aumento de salários, e 2023 volta sua atenção para taxa de juros e controle da inflação

No fechamento do ano de 2022, as vendas reais avançaram 1,6% e os salários reais médios cresceram 2,4% na comparação com o ano de 2021


Segundo a pesquisa Levantamento de Conjuntura (FIESP/CIESP), no consolidado do 4º trimestre, o  ano de 2022 foi positivo para a economia nacional devido, principalmente, ao avanço da vacinação contra a Covid-19, que possibilitou a reabertura por completo da atividade econômica de todos os setores, com especial ênfase aos serviços. 

Com isso, a taxa de desemprego melhorou e, no último dado divulgado pelo IBGE, estava em 8,1% (novembro/2022). Outros fatores positivos como a liberação do FGTS, a prorrogação e aumento do Auxílio Brasil e as medidas fiscais adotadas pelo governo federal, colaboraram para resultados positivos, principalmente nos dois primeiros trimestres de 2022. 

No entanto, a guerra entre a Rússia e a Ucrânia, a inflação acima do teto da meta, a incerteza fiscal, a economia mundial em desaceleração e as incertezas envolvidas no processo eleitoral foram contribuições negativas para a atividade econômica do país. 

No consolidado do 4º trimestre, as vendas reais cresceram na comparação com o trimestre anterior (+5,3%). As horas trabalhadas na produção se mantiveram estáveis (0,0%), enquanto os salários reais médios (-0,1%) e o NUCI (-0,5 p.p.) decaíram no dado trimestral. No fechamento do ano de 2022, as vendas reais avançaram 1,6% e os salários reais médios cresceram 2,4% na comparação com o ano de 2021. 

No acumulado de 2022, a balança comercial brasileira teve superávit de US$62,2 bilhões no agregado dos produtos, e déficit de US$62,0 bilhões quando são considerados apenas os produtos da indústria de transformação.

 

Desafios em 2023 

Para 2023, ressalta-se a atenção para o patamar da taxa de juros (SELIC), na condução da política econômica, no controle da inflação, destaque especial para a Reforma Tributária e a criação do novo arcabouço fiscal, a diminuição da política de covid zero da China, além do horizonte de desaceleração das principais economias mundiais que, inevitavelmente, afetam a atividade econômica do Brasil.

O Sensor do mês de janeiro encerrou em 50,9 pontos, resultado inferior ao mês anterior – de 52,3 pontos. As leituras, acima de 50,0 pontos, indicam elevação da atividade industrial paulista no mês.

Sobe e desce 

Segundo dados divulgados pelo SIDOCAL (Sindicato da Indústria de Doces e Conservas Alimentícias no Estado de São Paulo), entidade sindical representativa de mais de 3 mil empresas que industrializam produtos à base de atomatados, condimentos e temperos, molho de soja, doces e conservas alimentícias, as exportações dos produtos SIDOCAL caíram 8,1% em dezembro de 2022 em relação ao mesmo mês do ano anterior, enquanto as importações cresceram 16,0% nesta mesma comparação. Assim, o saldo da balança comercial foi déficit de US$46,0 milhões ante déficit de US$ 37,6 milhões em dezembro de 2021. 

No acumulado de 2022, as exportações dos produtos SIDOCAL cresceram 18,6% em relação ao mesmo período do ano anterior, enquanto as importações cresceram 10,4% nesta mesma comparação. Assim, o saldo da balança comercial foi déficit de US$495,0 milhões ante déficit de US$ 455,3 milhões no acumulado de dezembro de 2021. 


Como uma entidade patronal, o Sidocal tem como finalidade defender todos os interesses das empresas do setor, como as negociações coletivas de trabalho, revisão dos tributos e questões relacionadas à sustentabilidade. Possui comitês especializados para atender as mais variadas demandas, a saber: Fiscal/Tributário; Qualidade/Tecnologia; RH; Agrícola; CEOs/Empresários.

De acordo com a secretária executiva do Sidocal, Vanessa Accunzo, a atuação dos comitês, principalmente nesse momento em que pensa muito em reconstrução, em fortalecer o cenário econômico, a produção, o emprego e a renda pelo trabalho, é fundamental. “Discutimos ações voltadas ao crescimento sustentável do setor e fomentamos meios de executá-las, de modo que as empresas tenham o Sidocal como uma entidade estratégica e eficiente na busca de soluções que ajudem o setor a prosperar cada dia mais”, explica.

 


Sindicato da Indústria de Doces e Conservas Alimentícias no Estado de São Paulo – Sidocal
https://www.sidocal.com.br/


As decisões que tomamos moldam a realidade à nossa volta

Quanto mais nossas escolhas são inteligentes e alinhadas com nossos valores, mais propensos estamos a ter uma vida satisfatória e bem sucedida

 

A pesquisadora Sheena Iyengar, da Universidade Columbia, nos Estados Unidos, revelou através de um estudo que, em média, tomamos 70 decisões relevantes por dia - desde as mais simples, como o que vamos comer no almoço, às mais complexas, como mudar de emprego ou de país. Há outras centenas, talvez até milhares, de decisões irrelevantes, como qual pé colocaremos primeiro para fora da cama ou se vamos tomar banho antes ou depois de tomar café. De qualquer forma, as decisões estão presentes no nosso dia a dia em níveis quase imperceptíveis. Tanto que, muitas vezes, por levarmos a vida no modo automático, a importância das escolhas conscientes acaba sendo negligenciada.

Nos primeiros anos de vida, nós não temos plena capacidade para decidir. Porém, mesmo na mais tenra idade, não aceitamos tão bem qualquer coisa que colocam à nossa frente. Observe que até as menores crianças já sabem distinguir do que gostam ou não de comer, de fazer, de brincar, de ver na televisão… Sabem o que pode causar dor, o que pode diverti-las ou entediá-las, satisfazê-las ou deixá-las com fome. 

Conforme crescemos, nossas escolhas vão dizendo muito sobre quem somos. Quais valores temos, o que almejamos, o que ou quem priorizamos, que práticas adotamos. Sendo assim, para que vivamos com mais felicidade e bem-estar, as nossas escolhas não devem ser terceirizadas. Claro que nem sempre temos um poder claro de escolha. Mas o importante é que quando este poder estiver em nossas mãos, usemos ele da melhor maneira possível.  Temos que reconhecer o impacto que as escolhas têm na construção da vida que queremos e assumir as rédeas.

Por meio de nossas escolhas, sejam elas simples ou complexas, conseguimos moldar o mundo em nosso entorno. Se comemos fast food mais barato ou uma refeição saudável mais cara; se preferimos um emprego que nos faz infelizes e paga bem ou outro que nos faz felizes mas é mal remunerado; se nos casamos com quem sempre desejamos mas mantemos um relacionamento frustrado ou continuamos solteiros, solitários, e talvez sem decepções. Cada decisão reconfigura a nossa vida, nos apresenta novas realidades e contextos, traz diferentes consequências e possibilidades, e nos ensina sobre as próximas decisões que precisaremos tomar.

Por isso é arriscado não tomarmos decisões de forma consciente, deixando o barco correr nas mãos dos outros, quando poderíamos estar investindo em uma vida mais apropriada para aquilo que realmente queremos ser. Quanto mais descobrimos quem somos - nossos gostos, valores, preferências, sonhos -, mais capazes nos tornamos de decidir por aquilo que nos trará satisfação e felicidade. Por meio de pequenas decisões, conseguimos desfrutar melhor da vida, extraindo de cada uma delas aquilo que nos faz pessoas mais realizadas. Assim, é fundamental que protejamos o nosso direito de decidir por nós mesmos, e usufruir desse direito o máximo que pudermos. Cada escolha tem seu valor, e não podemos desperdiçá-las, pois são elas que nos proporcionam viver a vida de forma plena e com significado.



Uranio Bonoldi - palestrante e especialista em negócios e tomada de decisão, é professor do Executive MBA da Fundação Dom Cabral, onde leciona sobre "Poder e Tomada de Decisão". Educado pelo método Waldorf, sua graduação e em seguida a pós-graduação em administração de empresas foi feita na FGV-SP. Atuou em grandes empresas como diretor e CEO. É autor dos thrillers da saga “A Contrapartida” e de “Decisões de alto impacto: como decidir com mais consciência e segurança na carreira e nos negócios”.


Com a nota do ENEM, candidatos podem conquistar bolsas de até 100% na Braz Cubas

Com apenas 300 pontos os candidatos passam a ter desconto garantido até o final do curso e acima de 800 pontos, os vestibulandos ganham bolsa integral

 

O resultado do Enem será divulgado na próxima segunda-feira (13) e o Centro Universitário Braz Cubas, instituição pertencente ao grupo Cruzeiro do Sul Educacional, está com as inscrições abertas para a Bolsa Mérito Enem.

Os descontos, que vão de 20% a 100% até o final da graduação, são proporcionais ao desempenho do aluno no exame e são destinados para cursos de graduação, exceto medicina. As pontuações entre 300 e 599, 99 garantem bolsa de 20%; entre 600 a 699,99, o desconto é de 30%; de 700 a 799,99 pontos, os interessados têm 50% de desconto; e, por fim, descontos de 100% para notas acima de 800.

As inscrições para o processo seletivo via Enem 2023 da Braz Cubas estão abertas e são gratuitas. Para saber mais, os interessados devem acessar o regulamento completo sobre o Ingresso Via Enem no site da Braz Cubas, antes de realizar a inscrição. Acesse: Processo Seletivo Enem – Braz Cubas.


SERVIÇO:

Bolsa Mérito Enem Braz Cubas 1º semestre 2023                                                                     

                                                                             

Centro Universitário Braz Cubas

Av. Francisco Rodrigues Filho, 1233 – Mogilar, Mogi das Cruzes – SP

Cep: 08773-380

Telefone: 3003-1189 para capitais e regiões metropolitanas e 0800 721 5844 para demais localidades.

Centro Universitário Braz Cubas

www.brazcubas.br

 

IPT e USP lançam e-book para reaproveitamento de resíduos de poda

Equipes do IPT e da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo desenvolveram guia para utilização de galhos e troncos de árvores de maneira sustentável

 

Para expandir o conhecimento sobre o reaproveitamento de galhos e troncos, o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) e a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAUUSP) se uniram para pensar em formas de agregar valor a estes resíduos e um dos resultados desta parceria é a publicação do e-book ‘Resíduo de poda urbana: como reaproveitar?’.


O e-book foi concebido como um passo a passo para possibilitar o reaproveitamento dos resíduos de poda e mostra que é preciso primeiramente conhecer minimamente as árvores da área de interesse, que pode ser a arborização de um município, de um bairro, de um parque, de um condomínio ou de outro território definido.


Em seguida, é necessário fazer a quantificação da composição física e gravimétrica média dos resíduos de poda: esta determinação possibilita a realização de estudos de aplicação de tecnologias de tratamento, reaproveitamento e reciclagem dos materiais, reduzindo assim o desperdício de um material nobre e a sua disposição em aterros. 


O terceiro passo é a caracterização tecnológica das espécies de árvores analisadas, por meio de ensaios físicos e mecânicos realizados em amostras de resíduos de poda. A caracterização é importante na indicação do potencial de uso da madeira destes resíduos para finalidade estrutural e na fabricação de móveis e pequenos objetos de madeira. 


Este passo a passo foi colocado em prática pelas equipes durante o projeto-piloto realizado na cidade litorânea de Bertioga (SP) e o e-book traz uma série de exemplos do reaproveitamento de resíduos levantados durante a sua execução, com informações das espécies em fichas técnicas contendo um resumo de suas características e usos potenciais.


O público principal do e-book são municípios brasileiros que podem se inspirar na metodologia construída com Bertioga e concluir que utilizar resíduos das podas urbanas de uma forma mais inteligente e sustentável não é uma meta impossível de ser atingida.


Profissionais que utilizam madeira para desenvolverem produtos, como artesãos e designers, também podem se interessar pela publicação. Concessionárias de energia elétrica também já se interessaram pelo estudo, visando um melhor destino para as podas realizadas por eles e por suas terceirizadas.


O e-book está disponível para download em https://conteudo.ipt.br/como-reaproveitar-residuo-de-poda


Alguém viu um concorrente por aí?

Após muita expectativa e alguma comoção por termos Anitta entre as concorrentes do Grammy, a brasileira perdeu o prêmio para Samara Joy.

Samara o quê? Disseram muitos.

Confesso que também não a conhecia e fui ouvir essa tal “alegria”.

Quer saber? Fiquei encantado com a voz densa e cristalina.

Não que Anitta não tenha seus méritos capazes de gerar uma legião de fãs revoltados com a injustiça da premiação, mas por algum motivo, o jazz sobrepôs o funk.

Não entendo muito os critérios de premiação do Grammy e, por mais subjetivos que possam ser, sempre cabe a pergunta: “Tem sentido comparar dois ritmos musicais tão distintos?”

A questão surge quando pergunto aos meus clientes sobre “quem são seus concorrentes”.

Tem sentido comparar a sua marca com aquela sua vizinha na gôndola do supermercado?

Tem sentido comparar o seu filho com o colega dele na escola?

Quem é o melhor?

Existem várias formas de considerarmos a concorrência.

A maneira mais óbvia é aquela que compara aspectos materiais, dois shampoos, duas camisetas, dois cabeleireiros.

Neste caso, a concorrência é facilmente percebida e, por isso, analisada e controlada.

Certo?

Errado.

E quem lava os cabelos com sabonete? E quem veste camisa? E quem prefere cortar o cabelo em casa? Ou seja, quem resolve uma necessidade de um jeito diferente da solução que a sua marca propõe.

Estamos falando então sobre uma análise de relevâncias e, assim, você já percebeu que a concorrência se ampliou em quantidade e perfis.

Certo?

Sim.

Suficiente?

Não.

Como não? Se fabrico shampoos e conheço todos os demais fabricantes do segmento, além de sabonetes e afins, onde mais há concorrentes?

Na carteira do seu cliente.

Seu verdadeiro desafio na luta contra os concorrentes está na sua participação no orçamento do seu cliente, o que chamamos de “share of wallet”,

De cada R$100,00 que seu cliente gasta, que fração ele gasta com você?

Nesta visão mais ampla e realista, qualquer compra pode atrapalhar o desempenho de sua marca.

Por isso, não parece tão absurdo que a Samara Joy concorra diretamente com a Anitta. Ambas disputam a atenção do público e da crítica.

E se após a leitura desse texto, você ficou mais perturbado com suas análises de mercado, proponho que você desista de ser o melhor a todos, a todo o tempo.

Seja o melhor hoje, aos seus clientes, àqueles que estão com você, conhecem seus pontos forte e fracos e permanecem comprando.

Aplauda quem está no palco da sua marca e deixe que os seus aplausos sejam ouvidos pelos que ainda estão lá fora na fila da concorrência.

Aos poucos, eles virão espiar a sua performance.

 

Fernando Adas - fundador e diretor de planejamento e atendimento da Fine Marketing e autor do livro “O Safado, a Biscate e Eu: causos, cases e casos de um publicitário indiscreto”.

 

Oito em cada dez empregos foram gerados nos pequenos negócios em 2022

No ano passado, os setores de Serviços e Comércio foram os que mais contrataram nas micro e pequenas empresas


Em 2022, a cada 10 postos de trabalho gerados no Brasil, aproximadamente 8 foram criados pelas micro e pequenas empresas (MPE), segundo levantamento do Sebrae feito com base no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Com o resultado positivo, o acumulado do ano ultrapassou 2 milhões de novas vagas, das quais quase 1,6 milhão teve lugar nos pequenos negócios.

Mesmo quando comparado com 2021 – quando as MPE tiveram um desempenho que superou os 2,17 milhões de empregos gerados, equivalente a 77% do total de vagas do período –, verifica-se que a participação dos pequenos negócios no saldo total aumentou no ano passado, chegando a 78,4%.

“Mais uma vez, os pequenos negócios não decepcionaram o Brasil e mantiveram a tradição de grandes geradores de empregos no país. Assim como em 2022, tenho certeza de, neste ano, as MPE, principalmente na figura do Microempreendedor Individual (MEI), continuarão a impulsionar a nossa economia, com destaque para os setores de Serviços e Comércio”, assegura o presidente do Sebrae, Carlos Melles.

Na soma dos 12 meses do ano passado, os setores dos pequenos negócios que mais contrataram foram Serviços (828.463), Comércio (332.626) e Construção Civil (229.755). No ranking dos saldos de empregos por unidade federativa, o primeiro lugar ficou com Roraima, seguido de Amapá e Amazonas. Em valor absoluto de vagas nas MPE, São Paulo ficou na liderança.

A pesquisa também faz um recorte de dezembro de 2022 que, similar aos anos anteriores, apresenta mais desligamentos do que admissões, resultando em saldos negativos em todos os portes. No último mês do ano passado, o Brasil encerrou pouco mais de 431 mil postos de trabalho – desse volume, as MPE foram responsáveis por 205 mil (47,5%). Como todos os portes apresentaram saldos negativos de contratação, o mesmo pôde ser observado na estratificação por setor de atividade. O único setor que gerou emprego foi o setor do Comércio das MPE.


Micro e pequenas empresas do país serão capacitadas em inovação

 O Programa Varejo Inteligente Conecta Brasil vai promover a aceleração e a cultura inovadora em 900 negócios do setor de comércio e serviços espalhados por todo o Brasil  

 

De tendência a prioridade. Essa foi a escalada da inovação no mercado varejista mundial. No Brasil, não é diferente. De acordo com uma pesquisa da consultoria de inovação, ACE Cortex, para 85% das empresas nacionais, a inovação é uma prioridade. Apesar do expressivo desejo de mudança, o levantamento mostra que somente 36% dos negócios possuem estrutura para promover e colocar em prática novas ideias.

Um estudo do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas Rio Grande do Sul (Sebrae-RS), juntamente com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFGRS), em 2022, revelou que os principais retornos obtidos pelos pequenos negócios que inovaram foram a conquista de novos clientes (85%), a melhoria de processos (55,4%), o aumento das vendas (53,8%) e a fidelização dos clientes (41,3%). Em outra perspectiva, a pesquisa revelou que o processo de inovação é composto por dores como falta de recursos financeiros (64,8%), falta de tempo (38,8%), escassez de recursos humanos (38%) e o não conhecimento técnico (34,4%). Os setores que mais inovaram ao longo dos últimos anos, segundo o levantamento, foram Serviços (52,5%) e Comércio (31,4%).

A pesquisa mostrou ainda que 67% das micro e pequenas empresas almejam buscar apoio externo para inovar e 63,4% já foram em busca de ideias fora do ambiente do negócio. Com esse grande potencial de inovação a ser explorado nas quase 20 milhões de Micro e Pequenas Empresas (MPE), em todo o país, a Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH) e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas  (Sebrae Nacional), com o apoio da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL),  lançam o projeto Varejo Inteligente Conecta Brasil, uma iniciativa que tem como objetivo promover a mudança de mentalidade dos empresários participantes, desmistificando a inovação e tornando sua prática possível em seu dia a dia em médio e longo prazo. A metodologia se dá por meio de capacitações, workshops, consultorias individuais, oficinas práticas e eventos de conexão com startups.


Mais de 900 empresas de todo o país serão impactadas

O Varejo Inteligente Conecta Brasil almeja impactar, inicialmente, 900 empresas em todas as regiões do país, por meio de 30 CDLs, incluindo as entidades de capitais como São Paulo, Florianópolis, Vitória, Salvador, Porto Velho, Manaus, Recife, Goiânia e Palmas.

“Somente em 2022, as micro e pequenas empresas foram responsáveis por 72% dos quase dois milhões de postos de trabalho gerados no país. O setor de comércio e serviços corresponde a 50% desse montante de empresas, sendo que somente o segmento de serviços equivale a 30% e o comércio a 20%. Ofertar a esses micro e pequenos empresários a oportunidade de elevar a qualidade do seu negócio por meio da inovação, é crucial para o desenvolvimento econômico do país”, afirma o presidente da CDL/BH, Marcelo de Souza e Silva.

Ainda segundo o dirigente, o projeto tem como proposta ajudar as MPE a lidar com os desafios do negócio e atuar diretamente na transformação das pessoas que estão à frente da gestão, tornando-as capazes de praticar inovação de forma simples, promovendo resultados reais e, consequentemente, habilitando-as como embaixadoras de inovação no setor de comércio e serviços.

O presidente do Sebrae, Carlos Melles, considera estratégica a capacitação dos donos de pequenos negócios para a disseminação da inovação no país. “Muitos empreendedores ainda têm uma compreensão equivocada de que inovar é algo necessariamente caro e restrito ao universo das grandes empresas. A prática do Sebrae tem sido de – permanentemente – desfazer esse mito e mostrar que a inovação está ao alcance de todos”, comenta.

Ainda de acordo com Melles, as análises do Sebrae mostram que o setor de serviços deve continuar liderando a geração de empregos formais. “O saldo de contratações das MPE – com 60,2 mil empregos – já é mais que duas vezes maior que o volume de vagas geradas pelas médias e grandes (29,1 mil novos contratos). Enquanto isso, as contratações dos pequenos negócios do comércio (39,1 mil) já são cinco vezes maiores que as geradas por médias e grandes (8,3 mil)”, acrescenta o presidente do Sebrae.


De Minas para o Brasil

O Varejo Inteligente Conecta Brasil é a nacionalização do projeto Varejo Inteligente, criado em 2016 pela CDL/BH e pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Minas Gerais (Sebrae Minas), que tem como proposta apoiar as empresas da capital mineira e Região Metropolitana no caminho rumo à inovação. A edição mineira do programa já realizou sete edições e impactou 126 empresas, 125 startups e, por meio do transbordo, impactou mais de 2.200 pessoas.

“As sete edições do Varejo Inteligente nos mostraram que a inovação é essencial para as micro e pequenas empresas que almejam vida longa no mercado. Em Belo Horizonte, segundo dados da Receita Federal, são mais de 550 mil negócios deste porte em atividade. Para elas, é fundamental uma movimentação em prol da inovação”, explica o presidente da CDL/BH. “A capital mineira tem no setor de comércio e serviços, principal ramo de atuação dessas empresas, 72% de seu PIB e maior gerador de empregos. Para elas, a inovação precisa ser fomentada e praticada, pois a sustentabilidade desses negócios impacta diretamente na economia da cidade”, completa Marcelo de Souza e Silva.


Como funcionará o Varejo Inteligente Conecta Brasil

Seguindo os moldes da edição mineira, o programa nacional será executado em quatro etapas, sendo a primeira, chamada Foco 1, voltada para a capacitação das CDLs. Neste processo, as entidades fizeram uma imersão,  com carga horária total de 12 horas, cujo objetivo foi promover um alinhamento conceitual e discutir algumas práticas de inovação, com foco no trabalho da mentalidade para inovar e uso de métodos ágeis, especialmente o Design Thinking, que será a principal ferramenta do Projeto.

Na segunda etapa, denominada Foco 2, a atenção estará voltada para as trilhas de conteúdo, que são eventos on-line pensados para iniciar uma jornada de transformação das empresas, compartilhamento de conteúdos práticos e alinhados ao momento atual dos negócios. Os temas são escolhidos de  acordo com as dores e desafios mais latentes, especialmente das pequenas empresas.

A terceira etapa, chamada Foco 3, promove a aceleração das empresas participantes. São promovidos workshops, oficinas, consultorias individuais para as micro e pequenas empresas e conexão com startups. 

A quarta e última etapa, Foco 4, será um evento aberto ao público no modelo híbrido (presencial com transmissão on-line), onde são entregues os resultados do projeto, reconhecimento das CDLs,  das micro e pequenas empresas e das startups mais engajadas.

No momento, o Varejo Inteligente Conecta Brasil está iniciando o Foco 2. A expectativa é que até o fim de março deste ano, tenha início o Foco 3, etapa de aceleração das empresas selecionadas.


Conexão Startup-Empresa

Nos focos 3 e 4, as startups iniciam a participação no projeto e farão conexões com as empresas participantes. “Após elencar os desafios destas empresas, as startups irão se inscrever para propor soluções de inovação de acordo com a  dor/desafio que possuírem aderência. Concluído o processo, haverá um workshop preparatório e um evento de conexão promovendo a interação direta entre empresas e startups”, detalha o presidente da CDL/BH.

“Nacionalizar o projeto Varejo Inteligente Conecta, depois de muito aprendizado e validação, é uma forma de oportunizar para as MPEs e MEIs de todo o Brasil, a possibilidade de desmistificar a inovação, entender que não se trata só de tecnologia e que é possível aprender metodologias e ferramentas passíveis de aplicação em seus negócios de maneira recorrente. Assim, é possível melhorar resultados, mudar a mentalidade, e, de fato, implementar uma cultura de inovação independentemente do tamanho de sua empresa. Os empresários que passam por este processo aprendem como inovar e se tornam habilitados a enfrentar os desafios de forma diferente, criativa e inovadora”, afirma o gerente de inovação e tecnologia da CDL/BH, Marcelo Costa.


Como as empresas podem participar

O Varejo Inteligente Conecta Brasil é gratuito e será realizado em 12 meses. Podem participar MPE do setor de comércio e serviços, que estejam ativas na Receita Federal e Estadual, tenham sua sede e Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica registrado nos estados participantes. As empresas selecionadas também devem ter faturamento anual máximo de até R$ 4,8 milhões (Micro e Pequenas Empresas). As inscrições e participação no projeto são gratuitas, sendo custeado pela CDL/BH e Sebrae Nacional. As inscrições estarão disponíveis no início do Foco 02, previsto para a segunda semana de fevereiro, e deverão ser realizadas pelo site: cdlbh.com.br (Aqui deve ser inserida a LP do projeto, prevista para ser entregue na sexta, 20.)

“Não é preciso ser associado às CDLs participantes para se inscrever no projeto. Queremos auxiliar o maior número possível de MPEs do setor de comércio e serviços do país. Haverá um critério de seleção de acordo com os pré-requisitos. Contudo, mesmo as empresas que não forem selecionadas poderão participar das trilhas de conteúdo e eventos de conexão”, destaca o presidente da CDL de Belo Horizonte.

“Temos a convicção de que a parceria do Sebrae e as lideranças lojistas brasileiras tem a chance de mudar o cenário do setor no país. Nossa experiência mostra que, quando devidamente apoiadas com iniciativas e políticas públicas consistentes, as pequenas empresas cumprem com o seu papel de liderar a geração de empregos e contribuir com o crescimento da economia. Não é exagero afirmar que as MPE são a locomotiva do Brasil”, conclui Carlos Melles.


Preenchendo as brechas de segurança no home office e em configurações híbridas de trabalho

Com a pandemia quase sob controle, organizações em todo o mundo já voltaram ao escritório e muitas adotaram, de forma permanente, o trabalho híbrido, que inclui vários dias de home office. Embora cada arranjo carregue seu conjunto de prós e contras, do ponto de vista da segurança cibernética existem alguns desafios que precisam ser enfrentados para cobrir todas as lacunas de segurança.

Esse arranjo híbrido do trabalho obscurece a divisão entre as redes corporativas e domésticas, ao mesmo tempo em que expande a superfície de ataque em ambos os ambientes. Desta maneira, como dar conta dessas brechas de segurança?
Primeiro, devemos examinar os dados para ver quais ameaças prosperaram durante o período de transição. Em 2021, a maioria das organizações se estabeleceu em configurações remotas. Em nosso resumo anual daquele ano, notamos que houve um aumento de 382% em arquivos maliciosos bloqueados. Os cibercriminosos também parecem ter dobrado os esquemas de phishing durante o período.

Com base em dados do Trend Micro™ Cloud App Security, o phishing teve um crescimento absurdo de 596%. Na época em que o local de trabalho passou amplamente dos escritórios para as residências, os agentes mal-intencionados tiraram todo o proveito que podiam do e-mail para disseminar malwares, por ser um vetor de ataque de baixo esforço, mas de alto impacto.

E a rede doméstica? Os dados da  solução “Smart Home Network” mostraram um aumento de atividade maliciosa potencial em redes domésticas de 2019 para 2020. O número de ameaças bloqueadas indica que os dispositivos domésticos, principalmente os roteadores, foram alvos frequentes durante o período. Ainda que isso fosse esperado, já que a maioria dos funcionários que ficaram em casa contavam com dispositivos para se manterem conectados e continuarem suas atividades, o crescimento de ataques foi mais do que o dobro, causando imensa preocupação para o setor de segurança da informação.

Para o trabalho híbrido funcionar, os funcionários precisam acessar os arquivos da empresa de seus locais remotos. No entanto, mover arquivos pode aumentar a probabilidade de violação de dados ou a introdução de arquivos maliciosos na rede de uma empresa. De acordo a pesquisa realizada pela OpenText - empresa canadense que desenvolve e vende software de gerenciamento de informações empresariais -, 56% dos colaboradores dos EUA usam ferramentas de compartilhamento de arquivos pessoais no dia a dia de trabalho.

Entre os entrevistados, 76% admitiram que se sentem estressados ​​com a enxurrada de informações de contexto de Home Office, enquanto 26% afirmaram que usam 11 ou mais contas, recursos, ferramentas e aplicativos, todos os dias – uma estimativa esmagadora, para dizer o mínimo.

As organizações devem fornecer aos seus funcionários maneiras seguras de transferir arquivos grandes e acessar serviços de hospedagem de dados. Eles também devem educar os colaboradores sobre quais tipos de arquivos são seguros para serem compartilhados e a permissão correta a ser aplicada na hora de compartilhar arquivos.

As redes privadas virtuais (VPNs) permitiram que os usuários se conectassem a redes seguras enquanto trabalhavam em casa. Infelizmente, vulnerabilidades não seguras em VPNs também foram exploradas em ataques. Uma das vulnerabilidades mais usadas foi a CVE-2018-13379. Até hoje, é a vulnerabilidade mais explorada em produtos VPN, embora um patch para ela esteja disponível desde maio de 2019. Outras vulnerabilidades que sofreram muitas explorações foram as CVE-2019-11510 e CVE-2019-19781.

Empresas e usuários devem estar a par dessas ameaças, pois configurações híbridas aumentam a facilidade de atravessarem as redes domésticas e de escritório. Considerando que o Home Office e o trabalho híbrido testam a ideia de segurança cibernética como uma responsabilidade compartilhada, funcionários e organizações devem fazer tudo que estiver ao alcance para evitar ameaças e preencher a lacuna de segurança entre as redes domésticas e de escritório.
Abaixo, algumas dicas para os colaboradores:

  • Isole seus dispositivos de trabalho em sua rede doméstica;
  • Use VPNs para tornar mais segura a conexão entre sua casa e a rede do escritório;
  • Configure a segurança dos roteadores para limitar as possibilidades de invasão por cibercriminosos; se possível, use uma ferramenta de segurança de rede para obter uma camada adicional de proteção para todo o ambiente doméstico e dispositivos conectados;
  • Siga as regras de boas práticas de segurança da sua companhia;
  • Esteja atendo às táticas de phishing e outros golpes, especialmente quando estiver trabalhando em um ambiente com nível menor de segurança;
  • Utilize somente ferramentas, aplicativos, serviços e contas disponibilizadas pela empresa, evitando o uso e o download de alternativas não aprovadas;
  • Opte sempre pelo duplo fator de autenticação (2FA) em vez de utilizar apenas senhas simples.

Já as empresas devem:

  • Controlar o acesso dos colaboradores à VPN e exigir que eles renovem o login diariamente;
  • Estabelecer rede para convidados visando o uso por visitantes e em dispositivos pessoais;
  • Promover o treinamento do pessoal sobre melhores práticas de segurança digital, além de criar uma linha de comunicação para reportar incidentes suspeitos, particularmente os com sinais de phishing;

·       Definir ferramentas e estabelecer serviços de nuvem para a comunicação entre os colaboradores e o acesso e compartilhamento de arquivos.


Cesar Candido - diretor geral da Trend Micro no Brasil, empresa especializada em cibersegurança.


Tamanho da população rural é subestimado no Brasil e falta representação política, afirmam cientistas

Artigo publicado por pesquisadores da UFABC mostra que, no que diz respeito à concentração fundiária, pouco se avançou desde a redemocratização do país. Para os autores, a desigualdade extrema e a ausência de políticas públicas para dirimir seus efeitos são as principais causas dos conflitos e da violência no campo (foto: Fernando Martinho/Repórter Brasil) 

Quatro décadas transcorridas desde a redemocratização do país, a extrema desigualdade no meio rural, que é um traço estrutural da formação social brasileira e uma das principais causas de seus desequilíbrios e conflitos, pouco ou quase nada mudou. Essa desigualdade não se verifica apenas em termos de renda, mas também de propriedade e posse da terra.

Esta é a afirmação central do artigo Land Inequality in Brazil: Conflicts and Violence in the Countryside Desigualdade de Terras no Brasil: Conflitos e Violência no Campo), publicado pelos pesquisadores da Universidade Federal do ABC (UFABC) Artur Zimerman, Kevin Campos Correia e Marina Pereira Silva. O texto compõe um dos capítulos do livro Agriculture, Environment and Development: International Perspectives on Water, Land and Politics (Springer, 2022), que apresenta resultados de pesquisas realizadas no Brasil, na Índia e Europa.

“Se o país é atualmente um dos maiores produtores e exportadores de commodities agrícolas, essa produção, provavelmente, é diferente daquela do antigo proprietário de terras ou latifundiário em termos de escala, mas semelhante em princípios, mantém a desigualdade rural tão presente hoje quanto foi no passado”, afirma o artigo.

O texto reconhece os avanços quantitativos realizados pelos governos Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) e Lula (2003-2010) quanto à distribuição de terras, comparativamente a seus antecessores e sucessores. Mas sublinha que o tipo de reforma agrária realizada durante esses períodos foi claramente insuficiente, privilegiando o agronegócio em detrimento da agricultura familiar.

“A concentração da propriedade ou da posse da terra é enorme em toda a América Latina – particularmente no Brasil. Apenas 1% da população concentra a metade de toda a área já apropriada. E a modernização protagonizada pelo agronegócio, que levou alta tecnologia ao campo, não apenas excluiu a população rural de seus benefícios como diminuiu a oferta de empregos no trabalho agrícola. Conflitos com a segurança particular dos grandes proprietários ou com a polícia já provocaram, desde 1985 até hoje, 1.836 mortes no campo brasileiro – 564 delas no sul-sudeste do Pará”, diz Zimerman, primeiro autor do artigo, que recebeu apoio da FAPESP no âmbito do projeto “Por que os conflitos agrários se tornam violentos na América Latina (AL)? Compreendendo a crise alimentar e como aliviar os impactos da violência agrária”, desenvolvido na Universidade de Londres (Reino Unido).

O pesquisador pondera que a diminuição do contingente de trabalhadores empregados em atividades agropecuárias não deve ser associada automaticamente ao êxodo rural. Muitas pessoas foram trabalhar nas cidades, mas continuam morando no campo.

“A definição de rural e urbano adotada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística [IBGE] baseia-se em parâmetros definidos na época do Estado Novo, entre 1937 e 1945, que já não correspondem à realidade de hoje. O IBGE é uma instituição respeitável, mas, no tocante a este tema, seus parâmetros, que são seguidos por outros institutos de pesquisa do continente, estão totalmente desatualizados”, sustenta Zimerman.

E acrescenta: “Critérios mais modernos, propostos pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico [OCDE] e pelo Banco Mundial, e adotados por autores conceituados como José Eli da Veiga, Ricardo Abramovay e Ivair Gomes, dentre outros, nos obrigam a redefinir o tamanho da população rural, que tem sido claramente subestimado. Como detalhamos em nosso artigo, para definir zonas rural e urbana os organismos internacionais levam em consideração os seguintes parâmetros: densidade populacional menor ou maior do que 150 habitantes por quilômetro quadrado; infraestrutura; e distância a uma cidade com mais de 100 mil pessoas. Quando adotamos esses critérios, o tamanho da população rural da América Latina praticamente dobra: de 24% para 46%”.

O pesquisador argumenta que esse enorme contingente populacional está dramaticamente desprovido de uma representação política formal, que poderia atuar na defesa de seus interesses, dirimindo conflitos. “Enquanto os pequenos proprietários e trabalhadores assalariados do campo possuem representação irrisória, a bancada ruralista, que legisla em prol do agronegócio, vai compor uma bancada com cerca de 280 parlamentares na nova legislatura”, enfatiza Zimerman.

E seu artigo afirma que “a desigualdade fundiária é o vilão dos pobres do interior do Brasil e uma das principais tarefas que os governos democráticos devem realizar é reduzir esse hiato entre os diferentes estratos da população”.


Reforma agrária

O estudo informa que as maiores mudanças em termos de reforma agrária, que só tomaram impulso após a metade do primeiro mandato de Fernando Henrique Cardoso, foram postas de lado pela administração federal em 2016, durante o governo Temer, quando o antigo Ministério do Desenvolvimento Agrário foi reduzido ao nível de secretaria, e completamente abandonadas em 2019, durante o governo Bolsonaro, quando essa secretaria, esvaziada de suas funções e renomeada, foi subordinada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).

O número de famílias assentadas por ano alcançou 584.655 durante o período Fernando Henrique Cardoso e 614.088 durante o período Lula. Caiu para 133.635 ao longo do governo Dilma, no contexto de uma grave crise econômica. Foi drasticamente reduzido para 10.077 no período Temer. E baixou ainda mais, para apenas 9.222, com Bolsonaro.

“O total de famílias assentadas no meio rural brasileiro desde a redemocratização [1985] gira em torno de 1,5 milhão. Além de serem em número muito pequeno, considerado o montante da população rural, os assentamentos não modificaram substancialmente o quadro de desigualdade econômica e social prevalente no campo. O Índice de Gini, que mede a desigualdade, praticamente não mudou nas duas últimas décadas. Há uma grande diferença entre distribuição de terra e reforma agrária. Além da terra, uma reforma agrária pressupõe financiamento público e assistência técnica, entre outros benefícios”, explica Zimerman.

Um dos resultados do modelo vigente, que privilegia a grande propriedade e a produção de commodities, é o forte impacto sobre o preço dos alimentos. “Nas duas últimas décadas, o preço dos alimentos quintuplicou na América Latina. E a pressão que isso exerce sobre o orçamento doméstico é enorme. Nos países desenvolvidos, a fatia do orçamento doméstico destinada à compra de alimentos varia de 10% a 15%. Nos países não desenvolvidos e em desenvolvimento, ela consome de 65% a 80%”, contabiliza o pesquisador.

As crises alimentares, registradas nos anos 2007-2008, 2011-2012 e, agora novamente, durante a pandemia, são temas de uma nova pesquisa, que está sendo desenhada por Zimerman. Nesse novo trabalho, o pesquisador pretende ampliar seu foco, contemplando também as aquisições de terras por grandes investidores estrangeiros (árabes, nórdicos e chineses); os impactos das mudanças climáticas na violência agrária; o papel dos indicadores demográficos globais, com o aumento da população e o consequente aumento do consumo pressionando o uso da terra e constituindo um ainda maior fator de violência; e a polarização política nos países latino-americanos.

O artigo Land Inequality in Brazil: Conflicts and Violence in the Countryside pode ser acessado em: link.springer.com/chapter/10.1007/978-3-031-10264-6_6.

 


José Tadeu Arantes
Agência FAPESP
https://agencia.fapesp.br/tamanho-da-populacao-rural-e-subestimado-no-brasil-e-falta-representacao-politica-afirmam-cientistas/40642/

 

O que significam as demissões em massa do mercado tech?

Amazon
Divulgação
Somente em 2022, mais de 120 mil pessoas foram demitidas de seus empregos em alguns dos maiores players de tecnologia – Meta, Amazon, Netflix e Google. Big techs menores e startups seguem o mesmo caminho 

Google, Microsoft, Amazon, Meta, Twitter e Salesforce. Essa poderia ser uma lista das big techs mais poderosas do mundo, mas é, na verdade, um ranking das que mais demitiram em 2022. Foram mais de 200 mil dispensas no total.

Anúncios de cortes continuam chegando. Milhares de funcionários foram ao Linkedin relatar suas demissões. O anúncio mais recente veio do Spotify, que divulgou, no último dia 23/1, que vai cortar 6% do quadro de funcionários – cerca de 600 pessoas.

Ao que parece, a evolução da tecnologia também corta na própria carne. Mas por que tantas empresas estão demitindo grande parte da sua força de trabalho? As gigantes de tecnologia expandiram muito e rápido demais? Seriam as novas tecnologias de inteligência artificial que já estariam em um processo de substituir pessoas por máquinas? Qual seria o alerta deixado por essas demissões?

Para alguns especialistas, um pouco de tudo isso explica esse momento. E para outros, nada disso. Até porque nenhuma das empresas especificou a automação como motivação para suas recentes ações.

Outro ponto é que, mesmo com demissões e suspensões de contratações, todas as empresas continuam muito rentáveis. A justificativa de algumas dessas companhias tem sido a desaceleração macroeconômica. Segundo o analista Richard Camargo, da Empiricus Research, as empresas de tecnologia tiveram um boom de contratações durante o isolamento na pandemia.

Agora que o cenário mudou, houve uma escalada da inflação no mundo inteiro e ajustes tiveram que ser feitos para as empresas se adequarem à nova realidade de demanda. Nesse contexto, as grandes corporações precisaram reorganizar seus negócios, ainda que bastante sólidos, de modo a compensar a queda de receita nos últimos meses.

Na contramão dessa ideia, Jeffrey Pfeffer, professor da Stanford Graduate School of Business, tem acompanhado esse movimento e prefere deixar a economia de lado. Pfeffer define esse momento como resultado de um "contágio social". Ou seja, um comportamento imitativo.

Outro alerta levantado pelo acadêmico de Stanford é o de que as demissões aumentam as chances de suicídio em duas vezes e meia. Pfeffer argumenta que essas demissões em massa não apenas matam pessoas, mas também não melhoram o desempenho de uma empresa.

Em um artigo sobre o assunto, ele cita: "Poderia haver uma recessão tecnológica? Sim. Houve uma bolha nas avaliações? Absolutamente. A Meta contratou demais? Provavelmente. Mas é por isso que eles estão demitindo pessoas? Claro que não. Meta tem muito dinheiro. Essas empresas estão todas ganhando dinheiro. Eles estão fazendo isso porque outras empresas estão fazendo isso".

Em sua explicação, Pfeffer destaca que na maioria das vezes, as demissões não reduzem os custos, nem aumentam os preços das ações. Demissões não aumentam a produtividade e não resolvem o que geralmente é o problema subjacente e, por fim, podem sinalizar que uma empresa está passando por dificuldades. Portanto, qual seria o benefício disso tudo?

Dentre os exemplos citados, Pfeffer cita o caso da Lincoln Electric, famoso fabricante de equipamentos de soldagem. Em vez de demitir 10% de sua força de trabalho, a companhia fez com que todos recebessem um corte salarial de 10%, exceto a alta administração, que teve um corte maior.

Em sua análise sobre o assunto, Tonia Casarin, especialista em desenvolvimento de liderança humana, também destaca o viés desumano dessas demissões. Nas palavras de Tonia, devido ao alto número de demissões, os líderes se omitem e não conduzem o processo como ele deveria ser, de uma forma transparente, sem causar alardes ou mesmo respeitosa.

Agir com transparência e dar menos chance para rumores entre os colaboradores, com disseminação de informações infundadas que instauram um clima de desconfiança, medo e alarde deveria ser o norte dessas ações - que têm sido muito robotizadas, segundo a especialista.

Tonia também cita a situação daqueles que continuam na empresa. Embora aliviados por manter seus postos, dar acolhimento para essas pessoas e incentivá-las a contactar seus colegas pode ajudar no processo.

“A cultura de cuidado é importante para quem fica e para quem vai, de forma que a decisão é focada em negócios, mas deve-se cuidar das pessoas no processo”, diz Tonia.


Mariana Missiaggia
https://dcomercio.com.br/publicacao/s/o-que-significam-as-demissoes-em-massa-do-mercado-tech



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