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terça-feira, 18 de janeiro de 2022

Pacientes com doença rara agravada por alimentação podem ter melhor qualidade de vida

Com o acompanhamento adequado e o tratamento correto, é possível reduzir os episódios de pancreatite aguda, principal complicação da síndrome da quilomicronemia familiar (SQF)


Lidar com uma doença é um desafio para todos os indivíduos. Porém, quando ela pode ser agravada pela alimentação, a situação fica ainda mais complicada. No caso da síndrome da quilomicronemia familiar (SQF), até mesmo alimentos que seriam saudáveis para a maioria das pessoas, como o azeite de oliva e o abacate, podem ser prejudiciais para quem possui a condição. Isto porque a doença é causada por uma anomalia nos genes responsáveis por “quebrar” os triglicérides presentes no sangue, levando a um acúmulo desta gordura. Em pacientes com SQF, as taxas de triglicerídeos podem chegar a concentrações de 10 a 100 vezes o valor normal¹.

Genética e rara, a doença afeta igualmente homens e mulheres e pode se manifestar em qualquer momento da vida, desde o nascimento até a fase adulta. “Para quem tem SQF, é fundamental o acompanhamento nutricional constante, uma vez que a principal forma de tratamento da doença é a restrição nutricional rigorosa da ingestão de gordura. Além disso, também é indicado o apoio de uma equipe multidisciplinar para o cuidado integral com a saúde, com cardiologistas, pediatras, endocrinologistas, hepatologistas, hematologistas, geneticistas, dermatologistas, por exemplo”, explica Dra. Maria Cristina Izar, cardiologista e professora da Escola Paulista de Medicina e membro do comitê científico da Associação Brasileira de Hipercolesterolemia Familiar (AHF).

Quando não manejada adequadamente, entre os danos que esse excesso de triglicerídeos na gordura do sangue pode causar ao indivíduo, está, principalmente, a pancreatite aguda. “A SQF também pode prejudicar outros órgãos, como o fígado, e causar manifestações físicas, como dor abdominal generalizada, fadiga, e alterações gastrointestinais, entre outras. Também pode atingir o sistema cognitivo, gerando dificuldade de concentração, perda de memória ou dificuldade de julgamento e para lembrar dos acontecimentos. Pode, ainda, impactar o paciente emocionalmente, já que ele tem que lidar com a incerteza constante de dores, cólicas ou pancreatite aguda, podendo desenvolver depressão, ansiedade e isolamento social”, completa a especialista.

Um estudo clínico em que participou Dirk Blom, chefe da divisão de Lipidologia da Universidade de Cape Town, contava com pacientes de 12 países, incluindo o Brasil, trouxe uma nova esperança para as pessoas que sofrem com a condição². “Com a terapia medicamentosa, os pacientes tiveram diminuições nos níveis de triglicérides de 83%. Durante o estudo, três no grupo de placebo tiveram quatro episódios de pancreatite aguda, enquanto um no grupo que recebeu a medicação teve um episódio (nove dias após receber a dose final). A redução dos triglicerídeos foi muito boa e sustentada. O problema foi a diminuição das plaquetas, o que significa que nem todos os pacientes podem tolerar a terapia e continuar com ela em longo prazo”, explica Blom.

 

Saiba mais sobre a síndrome da quilomicronemia familiar


A SQF é uma doença genética de herança recessiva, ou seja, é necessário que tanto o pai quanto a mãe de um indivíduo afetado, tenham um gene alterado; portanto, o risco de recorrência para a prole (os filhos) de pais portadores (do gene alterado) é de 25% para cada gestação do casal. Além disso, estima-se que a prevalência seja entre uma e duas em cada um milhão de pessoas.1,3

O diagnóstico da síndrome pode ser feito através do exame clínico ou laboratorial. Em um exame de sangue é possível avaliar a ausência ou deficiência da enzima LPL, assim como os níveis de triglicérides. Além disso, pode ser solicitado também um exame genético. Em geral, o diagnóstico é feito tardiamente por conta dos sintomas bastante comuns e pela doença poder se manifestar em qualquer idade. Logo, é importante que a população tenha conhecimento sobre ela e fique atenta aos sinais.1,4



Sobre a Associação Brasileira de Hipercolesterolemia Familiar
A Hipercolesterolemia Familiar (HF) é uma doença genética hereditária, na maioria quase absoluta dos casos, autossômica dominante. A alteração genética provoca altos níveis de colesterol de lipoproteína de baixa densidade, o LDL. Apesar de possuir tratamento, seu diagnóstico tardio, dificulta sobremaneira a prevenção da DCV, sendo uma das causas genéticas mais comuns na doença cardiovascular prematura.

Para mudar este cenário, em 21 de maio de 2014 foi fundada a AHF -- Associação Brasileira de Hipercolesterolemia Familiar, formada por pessoas com HF, familiares e profissionais interessados em HF. A AHF conta com o apoio de médicos especialistas em seu Conselho Científico. Por toda sua expertise em dislipidemias genéticas e empatia, não poderia deixar de lado esta doença rara, também relacionada com o metabolismo de lipídeos. Assim, a AHF abarca este desafio para acolher as pessoas com SQF e aumentar a conscientização sobre o tema.

 

[1] Falko JM. Familial Chylomicronemia Syndrome: A Clinical Guide For Endocrinologists. Endocr Pract. 2018;24(8):756-763.

[2] Blom DJ, O'Dea L, Digenio A, Alexander VJ, Karwatowska-Prokopczuk E, Williams KR, Hemphill L, Muñiz-Grijalvo O, Santos RD, Baum S, Witztum JL. Characterizing familial chylomicronemia syndrome: Baseline data of the APPROACH study. J Clin Lipidol. 2018 Sep-Oct;12(5):1234-1243.e5. doi: 10.1016/j.jacl.2018.05.013. Epub 2018 May 31. PMID: 30318066. Available on: Link

[3] Baass A, Paquee M, Bernard S, Hegele RA. Familial chylomicronemia syndrome: an under recognized cause of severe hypertriglyceridaemia [published online ahead of print, 2019 Dec 16]. J Intern Med. 2019;10.1111/joim.13016.

[4] Sugandhan S, Khandpur S, Sharma VK. Familial chylomicronemia syndrome. Pediatr Dermatol. 2007;24(3):323--325


Pandemia provoca alterações no CID 11 e eleva os casos de Burnout


A nova onda da variante Ômicron, que atinge o mundo neste momento, chega em meio a um cenário recheado por profissionais, principalmente, os da linha de frente, esgotados, cansados, fragilizados e, até de certa forma, desanimados com os rumos da doença, uma vez que mal saímos de uma onda dramática e já entramos em outra. Mas não só estes estão exauridos física e mentalmente, a humanidade inteira está.

 

Fato é que, a pandemia do coronavírus provocou até mesmo alterações significativas no CID – Classificação Internacional de Doenças. Atualizado pela OMS (Organização Mundial de Saúde) o CID 11 entrou em vigor em Janeiro/22.

 

Consta agora em suas novas especificações, doenças como: Distúrbios de games, Estresse pós-traumático, Saúde sexual, alterações do Transtorno do Espectro Autista e a Síndrome de Burnout (como um fenômeno ocupacional).

 

Ou seja, novos olhares para as dores físicas ou mentais que acometem o ser humano em um momento tão difícil.

 

Essa sensação de perda de esperança na volta da normalidade, acaba gerando muitas cobranças exacerbadas e situações inusitadas motivadas por uma pandemia e uma aceleração da vida, onde prezar por uma boa saúde mental é imprescindível em qualquer circunstância, principalmente nos ambientes corporativos.

 

Fica claro que, a sucessão de mutações do vírus e de novas ondas de Covid-19 faz com que a sensação de despreparo frente a doença continue elevada, reduzindo a expectativa de dias melhores e de controle da situação.

 

Não podemos negar os impactos na saúde que os profissionais sofrem para darem conta de suas múltiplas tarefas nos tempos atuais.

 

No entanto, a linha tênue da inteligência emocional está em entender que comprometer-se e se engajar corporativamente é muito diferente de se encharcar de afazeres, se matar de trabalhar e no fim, perder a saúde e o equilíbrio, gerando e desenvolvendo transtornos e neuroses psicológicas severas.

 

Dados estatísticos mostram que somos o país mais ansioso do mundo e o mais depressivo da América Latina. Além da depressão e da ansiedade, somam-se outros transtornos entre a população ativa laboral, como a Síndrome de Burnout, o transtorno de personalidade e o déficit de atenção.

 

No caso da Síndrome de Burnout, que assola principalmente os profissionais da saúde, é um tipo de distúrbio emocional que potencializa sintomas de exaustão extrema, estresse e esgotamento físico resultante de situações de trabalho desgastante. É o esgotamento físico e mental, provocado por condições de trabalho aceleradas.

 

A principal causa da doença é o trabalho em excesso e está mais ligada a profissões que estão sob constante pressão e muitas responsabilidades. Além disso, possui sintomas físicos e psicológicos. O nervosismo constante, a falta de vontade de levantar ou fazer atividades cotidianas podem ser sinais do início da doença.

 

Seus principais sintomas, são: cansaço excessivo, físico e mental; dor de cabeça frequente; alterações no apetite; Insônia; síncopes e quedas da própria altura; desânimos; dificuldades de concentração, sentimentos de fracasso e insegurança; negatividade constante; sentimentos de derrota, desesperança e incompetência; alterações repentinas de humor; isolamento; fadiga, pressão alta, dores musculares, problemas gastrointestinais; alteração nos batimentos cardíacos, entre outros...

 

No entanto, várias são as formas de se prevenir esses sintomas depressivos ou de Burnout.

 

O mais importante é refletir sobre como está sua vida. Está acelerada demais? Tem tido tempo para cuidar de você, cuidar de sua saúde física e mental? Tem feito pequenas pausas para relaxar e equilibrar a pressão cotidiana? Independente de suas respostas, existem formas de prevenção para que se encontre um equilíbrio de suas atividades, bem como uma adequação de seu momento de forma a privilegiar sua saúde como um todo.

 

São elas:

 

Tente encontrar maneiras para reduzir o estresse e a pressão na rotina profissional; 


Pratique atividades físicas, de lazer e fazer programas que não sejam da sua rotina;


Converse com pessoas de confiança sobre seus sentimentos e se afaste daquelas que reclamam de tudo, principalmente no trabalho; 


Organize seu tempo para descansar e tente dormir pelo menos oito horas por noite; 


Evite o uso de álcool e outras drogas e nunca se automedique;


Aprenda a desacelerar para que não cometa o grave erro de carregar o mundo nas costas.

 

É preciso desmistificar a saúde mental e valorizar a inteligência emocional. Trabalhar a qualidade de vida e a saúde individualizada para um alto rendimento profissional é importante em qualquer ocupação.

 

As doenças mentais e psicológicas devem ser acolhidas e tratadas em busca de uma melhor performance mental e cerebral. Até porque, podemos ser muito mais eficientes se começarmos a entender e saber lidar com nossas emoções, elevando a autoconsciência, gerenciando humor, manejando os relacionamentos e promovendo a automotivação e a empatia.

 

Enfim, fique atento aos sinais de seu corpo e de sua mente. Se já identificou que a depressão e alguns sintomas geram essa desestabilização emocional em sua vida, previna-se e mude seus hábitos. Reflita sobre o porquê desse excesso.

 

Afinal, se todo excesso esconde uma falta, será que mergulhar de cabeça no trabalho, extrapolando seus limites do corpo e da mente, pode não ser uma fuga? Uma forma de fugir da sua própria realidade? Não se engane, lembre-se que: as emoções impactam diretamente na performance e na produtividade do ser humano.

 

O estresse, a depressão e a desmotivação impedem o indivíduo de ser produtivo e criativo, limitando sua atuação e comprometendo seus relacionamentos.

 

Saber gerenciar esses sentimentos e emoções irá potencializar força e habilidade para a realização dos desejos e das tomadas de decisões mais assertivas. Já que, a canalização emocional com sabedoria, propiciará uma análise consciente dos aspectos desafiantes aos quais somos confrontados diariamente.

 

Afinal, a mente humana é, sem dúvida, a parte do corpo mais exigida ao longo de uma jornada de trabalho, independente da função desempenhada pelo indivíduo. A capacidade de produção está diretamente ligada ao foco, a motivação, a concentração e ao comprometimento com os resultados, que só serão possíveis através do equilíbrio físico e mental.

 

 

Dra. Andréa Ladislau - psicanalista. Graduada em Letras e Administração de Empresas, pós-graduada em Administração Hospitalar e Psicanálise e doutora em Psicanálise Contemporânea. Possui especialização em Psicopedagogia e Inclusão Digital. É palestrante, membro da Academia Fluminense de Letras e escreve para diversos veículos. Na pandemia, criou no Whatsapp o grupo Reflexões Positivas, para apoio emocional de pessoas do Brasil inteiro.


Como a tecnologia certa pode ajudar a lidar com a crescente quantidade de dados, trazer mais segurança para os pacientes e reduzir custos da assistência médica

O sistema de saúde vive em constante pressão por maior eficiência e melhor controle de custos. Embora algumas barreiras tenham sido quebradas nesses últimos anos, ainda existem vários desafios a serem superados, muitos deles relacionados à falta de emprego de tecnologia (na medida certa) para lidar com o elevado volume de informações. 

As principais perguntas são: como os hospitais têm trabalhado com a tecnologia para melhorar a disponibilidade da informação para médicos, time de enfermagem, farmacêuticos, de forma a aumentar a segurança do paciente? Como esta informação tem sido utilizada para reduzir os custos dos tratamentos?

Nos países da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico), 15% da atividade e das despesas hospitalares são decorrentes de eventos adversos. Os erros de medicação são uma das principais causas de lesões e danos evitáveis nos sistemas de saúde: globalmente, o custo anual associado a isto foi estimado em US$ 42 bilhões. Já no Brasil, R$ 10 bilhões foram consumidos pelos eventos adversos, no ano de 2017, somente na saúde suplementar, segundo a pesquisa mais recente do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar da Universidade Federal de Minas Gerais (IESS-UFMG).

É nesse cenário que a tecnologia se apresenta como uma forte aliada dos serviços de saúde. Não é mais possível imaginar uma instituição de saúde segura sem recursos de suporte à decisão clínica (CDS “Clinical Decision Support”). Hoje, o seu emprego está diretamente relacionado à qualidade e segurança assistencial prestada ao paciente. Ela ajuda a padronizar os processos e, ao mesmo tempo, viabilizar um atendimento personalizado, diminuindo erros de diagnósticos e mantendo uma relação mais humanizada. Sem o apoio da tecnologia, por exemplo, um farmacêutico clínico passa várias horas do dia revisando prescrições, ou então, assim como médicos, no caso de dúvidas, tem que recorrer aos livros.

Este tipo de recurso é também fator impactante no que tange à redução de custos e sustentabilidade, que é o segundo maior objetivo de uma instituição de saúde (o primeiro segue sendo a segurança do paciente, obviamente). 

A tecnologia atualmente disponível já nos permite oferecer uma ajuda efetiva para estes profissionais. Sabemos o quanto é importante que o médico (durante o atendimento) e o farmacêutico também contem com o apoio de uma solução que concatene e avalie um conjunto de informações, tanto sobre o que está sendo prescrito, como a respeito das condições clínicas; exames mais adequados naquele caso; previsão de alta; abordagens possíveis; dosagens; alergias; duplicidades de drogas; interações medicamentosas; condições genômicas alteradas etc.

Ferramentas de automação e soluções que empregam evidências científicas são cruciais para viabilizar a fármaco segurança e a fármaco economia. Trazer informações relevantes, com aprofundamento sob demanda, validadas cientificamente, estruturadas e confiáveis são fatores para qualidade e segurança, e acima de tudo, sustentabilidade, em especial em sistemas públicos. Ou seja, assegurar simultaneamente aumento de qualidade e redução de custos.

Tecnologias avançadas conseguem mapear todos os dados ao mesmo tempo e ainda criar milhões de combinações, agregando capacidade analítica e oferecendo as melhores respostas para a tomada de decisão do médico. Obviamente, este tipo de transformação digital não é para todos. Inserir tecnologia nas atividades apenas por modismo, sem objetivos claros e sem o apoio do corpo clínico pode trazer muito desconforto, aumentar os custos e piorar a qualidade da assistência. É necessário o autoconhecimento para se obter reais benefícios.

Em suma, as instituições de saúde precisam da tecnologia certa, na médica certa. E é isso que irá responder aos desafios de segurança, custos e de colocar o paciente, sempre, no centro de tudo.



Matheus Barbosa - Gerente de Canais & Alianças para Medi-Span Clinical na Wolters Kluwer, empresa líder global no fornecimento de informações profissionais, soluções e serviços para médicos e enfermeiros.


Novas opções de tratamento para DPOC são incorporadas ao SUS

A doença é uma condição progressiva e pode ser tratada e prevenida[i][ii][iii]. Atualização do protocolo amplia arsenal terapêutico e permite individualização do tratamento


A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec) acaba de divulgar[iv] parecer positivo para a inclusão do dispositivo de inalação em nuvem, Spiolto Respimat®, no Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) da Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC). A atualização, a primeira desde 2013, tem o objetivo de ampliar o acesso a opções terapêuticas mais modernas e eficientes, possibilitando individualizar o tratamento dos pacientes com a doença.
 

Em linha com os protocolos internacionais de tratamento da DPOC, o Ministério da Saúde incorporou dois novos broncodilatadores à rede pública: a associação em pó inalante (brometo de umeclidínio + trifenatato de vilanterol) e a solução para inalação em nuvem suave (tiotrópio monoidratado + cloridrato de olodaterol)[v] [vi].

Em estudos clínicos controlados, ambas as opções de tratamento se mostraram eficazes. Entretanto, como a capacidade do paciente de atingir um fluxo inspiratório mínimo para inalar o medicamento de forma eficiente influencia os resultados do tratamento, o Ministério da Saúde optou por oferecer dois novos broncodilatadores. O dispositivo de pó seco oferece maior resistência ao fluxo de ar, enquanto a inalação em nuvem oferece menos resistência, sendo uma alternativa para pacientes com DPOC, que apresentem capacidade de exalar o ar reduzida (VEF1 [vii] [viii].

“Essa é uma grande conquista para médicos e pacientes. A inclusão dessas novas opções de tratamento na rede pública de saúde tem potencial de, aliada ao diagnóstico precoce, reduzir exacerbações, internações e mortalidade pela DPOC no país”, explica o Dr. José Roberto Megda, Pneumologista do Hospital Universitário de Taubaté. Quanto mais opções de tratamento, mais cedo o médico consegue iniciar o cuidado adequado ao paciente, retardando a progressão da doença, que geralmente surge em pessoas acima de 40 anos. “Outro grande avanço do novo protocolo de tratamento é proporcionar a individualização do tratamento, com base na condição clínica no paciente, possibilitando melhores resultados no controle da doença”, completa.  

Com a incorporação desses novos tratamentos, o Ministério da Saúde espera reduzir a morbimortalidade, melhorar a qualidade de vida, evitar o absenteísmo ao trabalho e diminuir o do uso dos serviços de saúde.

 

Sobre a DPOC

A doença pulmonar obstrutiva crônica, também conhecida como enfisema pulmonar, é uma condição progressiva e séria que limita o fluxo de ar nos pulmões e afeta a qualidade de vida dos pacientes, por produzir sintomas como tosse crônica, expectoração e falta de ar, que muitas vezes impedem a realização de atividades básicas do dia a dia [ix] [x].

No Brasil, quatro brasileiros morrem por hora, 96 por dia e 40 mil todos os anos [xi]em decorrência da DPOC. O tabagismo é o principal fator de risco para a doença, seguido de exposição ocupacional e ambiental envolvendo vapores químicos, poeira e outras partículas que provocam irritação pulmonar [xii].

 


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[i] World Health Organization, Cardiovascular diseases: Chronic obstructive pulmonary disease (COPD) Disponível aqui. Acesso em junho de 2021.

[ii] Fernandes, F. L. A., Cukier, A., Camelier, A. A., Fritscher, C. C., Costa, C. H. D., Pereira, E. D. B., ... & Lundgren, F. L. C. (2017). Recomendações para o tratamento farmacológico da DPOC: perguntas e respostas. Jornal Brasileiro de Pneumologia, 43, 290- 301.

[iii] Global Initiative for Chronic Obstructive Lung Disease -- GOLD 2021 [homepage na internet]. Bethesda: Global strategy for the diagnosis, management, and prevention of chronic obstructive lung disease 2021 report. Disponível aqui [acesso em 25 jun 2021].

[iv] Disponível aqui.

[v] BRASIL. Ministério da Saúde. Relatório no 585 - Broncodilatadores Antagonistas Muscarínicos de Longa Ação (LAMA) + Agonistas Beta2-Adrenérgicos de Longa Ação (LABA) para o tratamento de pacientes com Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica. 2020.

[vi] BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. SECRETARIA DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA, INOVAÇÃO E INSUMOS ESTRATÉGICOS EM SAÚDE. PORTARIA SCTIE/MS No 66, DE 28 DE DEZEMBRO DE 2020. Torna pública a decisão de incorporar o brometo de umeclidínio + trifenatato de vilanterol, conforme Prot. Diário Oficial da União. 2020

[vii] Grant AC, Walker R, Hamilton M, Garrill K. The ELLIPTA® Dry Powder Inhaler: Design, Functionality, In Vitro Dosing Performance and Critical Task Compliance by Patients and Caregivers. J Aerosol Med Pulm Drug Deliv. 2015 Dec;28(6):474--85.

[viii] Baloira A, Abad A, Fuster A, García Rivero JL, García-Sidro P, Márquez-Martín E, et al. Lung Deposition and Inspiratory Flow Rate in Patients with Chronic Obstructive Pulmonary Disease Using Different Inhalation Devices: A Systematic Literature Review and Expert Opinion. Int J Chron Obstruct Pulmon Dis. 2021;16:1021--33.

[ix] Disponível aqui.

[x] Halbert RJ, Isonaka S, George D, Iqbal A. Interpreting COPD prevalence estimates: What is the true burden of disease? Chest [Internet].2003;123(5):1684--92.

[xi] Centers for Disease Control and Prevention (CDC).Chronic obstructive pulmonary disease among adults--United States, 2011. MMWR Morb Mortal Wkly Rep [Internet]. 2012 Nov 23;61(46):938--43. Disponível aqui. Acesso em: dezembro de 2021.

[xii] Devine JF. Chronic obstructive pulmonary disease: an overview. Br J Nurs [Internet]. 2008;25(7):360--6. Available here.


Teleconsulta: modalidade segue em alta entre população mais velha

Segundo dados da instituição, esse grupo responde por quase 20% dos teleatendimentos realizados com médicos


A tecnologia vem expandindo cada vez mais as oportunidades no setor da saúde, facilitando o acesso das pessoas a uma experiência acessível e segura a grandes centros de saúde. Um exemplo disso é a telemedicina, opção que se tornou essencial durante o período de pandemia da Covid-19 devido ao distanciamento social, que muitos aderiram para manter suas consultas e orientações médicas em dia, mas com a praticidade de fazê-lo à distância. 

Ao completar dois anos de pandemia e com o retorno das atividades no país graças ao avanço da vacinação, dados da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, hub de saúde de excelência no país, mostram que o número de consultas por telemedicina permanece constante, com 6.500 atendimentos feitos com especialistas desde janeiro de 2021. Além disso, cerca de 18% das teleconsultas com especialistas na BP e 16% do pronto atendimento digital foram feitas por pessoas de 45 a 75 anos no período de janeiro a agosto de 2021. Clínica geral, cardiologia e geriatria são três das especialidades mais procuradas por esse grupo. 

“A aceitação do público permanece ótima ao serviço. É animador que os pacientes mais velhos estão utilizando o teleatendimento de maneira constante”, diz Felipe Reis, gerente executivo de Inovação, Tecnologia e Soluções Médicas da BP. 

Desde o início da pandemia, a telemedicina foi incorporada à vida das pessoas e é comum o seu uso entre todos os públicos. Com o objetivo de facilitar a locomoção e a gestão do tempo, o atendimento do paciente não possui barreira de localização, já que pessoas de todos os lugares podem realizar seu acompanhamento remotamente. É o caso do trabalhador rural aposentado Sebastião Egídio, de 87 anos, morador da cidade de Santana do Manhuaçu, MG, que hoje faz seu acompanhamento com um cardiologista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo. Com o falecimento do médico que acompanhou seu caso de cardiopatia há anos em sua cidade, Sebastião e sua família tiveram que procurar por outros especialistas e optaram por um grande centro com expertise em cardiologia. Com seu caso já bem detalhado e monitorado, a teleconsulta da BP pareceu uma boa opção; o acompanhamento agradou ao paciente, que é atendido pelo cardiologista Fernando Ribas, remotamente, mas em eventual necessidade de avaliação presencial, possui um médico em seu município que conversa com o profissional da BP.

 

Cuidado com a experiência 

A comodidade para esclarecer dúvidas, ter direcionamento prévio, além de realizar um acompanhamento médico à distância torna mais fácil e seguro cuidar da saúde sem necessária a locomoção do paciente. Pessoas com mais de 60 anos estão inclusos no grupo de risco de contágio do coronavírus, o que faz com que este público fique alerta sobre os cuidados para prevenir a transmissão do vírus, mas também para seguir seus tratamentos e acompanhamentos de maneira segura. 

“Vivemos a era da mobilidade. Não é mais necessário se locomover por grandes distâncias para solucionar um problema ou sanar uma dúvida. Na BP, investimos no que há de mais inovador com foco na experiência e confiança do paciente. A junção de saúde e tecnologia tem grande importância no cuidado com a saúde e nos avanços que o setor está vivenciando”, disse Reis. 

Mais de 1.600 consultas com especialistas foram realizadas em um aparelho celular e 974 do computador dos pacientes de 45 a 75 anos durante o período de janeiro a outubro de 2021. “Nos organizamos para ter uma plataforma intuitiva, prática e sobretudo, segura. Treinamos todos os médicos e tivemos o cuidado em criar uma ótima experiência para profissionais e pacientes”, afirma o gerente. 

As mulheres representam 67% do público geral que agendam e realizam consultas com especialistas à distância, sendo Clínica Adultos e Ginecologia as especialidades mais procuradas pelas pacientes de 45 a 75 anos. São mais de 20 especialidades disponíveis para o agendamento online e teleatendimento para pessoas de todas as faixas etárias.

 

O que está por vir? 

Implantados em 2020, a telemedicina, o check-in antecipado e o drive-thru de exames da BP Medicina Diagnóstica permanecem em funcionamento com adesão pelos pacientes de todas as faixas etárias, especialmente os mais velhos. Mas além das inovações estabelecidas, o que mais pode ser acrescentado para a praticidade no cuidado com a saúde? 

Segundo Felipe Reis, a instituição continuará investindo para o crescimento do atendimento inovador na BP. “Estamos começando com as teleinterconsultas, onde os hospitais conveniados terão equipes de especialistas da BP participando ativamente do atendimento dos casos mais complexos, raros ou que requeiram nossa expertise, como se fizéssemos parte da equipe daquele hospital. Por meio de uma plataforma digital, podemos trocar informações e sugerir condutas gratuitamente, com o objetivo de economizar tempo e salvar mais vidas". E ainda completa: “Também estamos trabalhando trazendo pacotes de Pronto Atendimento Digital, nos quais o paciente pode, de maneira híbrida, realizar apenas o necessário presencialmente e seguir com seu acompanhamento à distância”.

 

BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo 


'Check-up anual' é importante, mas saúde preventiva é conquistada ao longo do ano

Cuidado é importante para prevenção de doenças e acessibilidade ao sistema de saúde, mas especialista recomenda acompanhamento constante para mais assertividade e eficácia
 

É muito comum ouvir que, pelo menos uma vez ao ano, é necessário fazer um “check-up completo” para avaliar se há algum problema de saúde e se certificar de que tudo está bem. A prática é realmente válida e recomendada, mas já parou para pensar se você está utilizando o conceito do “check-up de saúde” de forma correta? Você sabe o que é o check-up e em quais momentos ele é recomendado? 

Para o Médico de Família da Amparo Saúde, Dr. Lucas Tiso Gurgel, o conceito é realmente importante e fundamental inclusive para a garantia de acesso à saúde a todos, pois está amparado pelos valores de Atenção Primária à Saúde (APS), ou seja, “prevenir é melhor do que remediar”. Apesar disso, muitas pessoas fazem isso errado, pois tratam o check up como uma série de exames que são utilizados como atestado de saúde e álibi para manter um estilo de vida. Caso uma doença já esteja instalada, o exame poderá apontar a alteração, mas perceba que toda a janela de oportunidade de correção de mudança de estilo de vida foi perdida. Há ainda os casos em que o check up não requer exames laboratoriais ou de imagem, mas sim uma investigação do bem estar mental, rotina de alimentação e prática de atividade física. 

“O problema não é o check-up em si, mas a forma como as pessoas lidam com ele. O que precisamos ter em mente é que ele é uma estratégia para que as pessoas não se esqueçam de fazer ao menos uma consulta no ano, e com isso ter a oportunidade de manter a saúde e o estímulo de bons hábitos de vida. Na APS falamos muito em prevenção e essa é uma oportunidade para fazer essa abordagem, que vai levar em consideração aspectos individuais de cada paciente, ou seja, a consulta de check up é uma das mais complexas que o médico de família executa. É necessário conjugar o saber de diversas áreas do conhecimento médico e principalmente da pessoa que está atendendo. Existem casos, que para um check up ser executado com qualidade, o médico de família precisa conhecer inclusive o histórico social de toda a família. Não são apenas exames, mas sim uma consulta que é preciso empatia, individualização e muito conhecimento técnico. Para que isso não fique restrito à consulta, o médico de família conta com uma equipe para fazer o cuidado coordenado do paciente ao longo do ano. Isso sim fará a diferença, e se necessário o paciente poderá contar com o médico e a equipe nos casos em que precise fazer exames mais extensos e profundos. Solicitar exames sem critérios e dizer que é check up causa mais malefícios ao paciente, o contrário do que queremos proporcionar em experiência na APS”, afirma o profissional. 

E como fazer o check-up anual da forma correta? Confira as dicas do especialista da Amparo Saúde:
 

1. Escolha um médico de confiança, e de preferência da especialidade de medicina da família: Se o seu objetivo é fazer a prevenção de doenças, o médico de família é o médico que especializou seu conhecimento nessa área de saber. Nesse caso ele é o mais indicado para tratar e te acompanhar ao longo de todo o ano. Além de saber todo o seu histórico pessoal e familiar, é ele quem direciona as necessidades do check-up para especialidades que podem ser importantes para você.
 

2. Faça os exames que são realmente indicados: Muitos pacientes fazem o check-up anual sem ao menos saber o que estão fazendo. Apenas pedem para que o seu médico lhe passe todos os exames possíveis e que não falte nenhum, ou ainda solicitam um exame que um conhecido fez e deu alterado. Lembre-se que fazer uma grande quantidade de exames de uma única vez não significa que você estará protegido de fato dos problemas de saúde. Outro ponto, o check up deve ser individualizado, de acordo com seu histórico de vida e risco de adoecimento. Por isso é importante que você tenha o acompanhamento com o seu médico de confiança para justamente fazer o que você precisa. As necessidades dos pacientes não são iguais e os exames pedidos também não devem ser. Isso é sobre humanização e personalização de acordo com o paciente.
 

3. Tenha atenção com a sua saúde o ano todo e acompanhamento periódico: Se você fizer um check-up completo e somente depois de 12 meses voltar ao médico, muita coisa pode ter mudado e em pouco tempo. Ter os resultados todos perfeitos é um ótimo sinal, mas não significa relaxamento ao longo de todo o ano. Caso seu exame esteja normal, mas você é sedentário e come batata frita diariamente, não preciso nem dizer que seu risco de adoecimento é muito elevado, certo? Se o papel do check-up é realmente atuar na prevenção de doenças e garantir melhor qualidade de vida, faça um acompanhamento periódico com o seu médico de família. O seu médico deve te conhecer para assim poder indicar os melhores caminhos para você ter uma saúde melhor.


 
Amparo Saúde


5 riscos da automedicação durante a pandemia


Pesquisa revela que uma em cada quatro pessoas "tratou precocemente" ou "preveniu" a Covid-19. Consequências podem levar à morte
 

25% das pessoas se automedicam com o chamado "tratamento precoce" para "prevenção" da Covid-19.

 

A automedicação traz riscos para o organismo e pode levar à identificação tardia de diversas doenças. Mas durante a pandemia a situação é ainda mais preocupante. Uma pesquisa realizada pelo Datafolha revela que mesmo no segundo ano da pandemia, em 2021, uma em cada quatro pessoas "tratou precocemente" ou "preveniu" a Covid-19 com o uso de medicamentos sem orientação médica ou comprovadamente ineficazes no combate e prevenção da doença. 

A farmacêutica do marketplace Consulta Remédios, Francielle Mathias, explica que o simples ato de tomar remédios sem a recomendação médica pode ser prejudicial à saúde. "Os riscos da automedicação vão além do agravamento da doença. Os sintomas podem ser mascarados e, ao procurar atendimento, o caso pode ser irreversível, levando até mesmo à morte." 

A especialista comenta que é comum as pessoas terem uma pequena farmácia em casa para amenizar sintomas como dores de cabeça ou musculares, resfriados ou crises alérgicas. "O alívio dos sintomas, especialmente no caso da Covid-19 e que muitas vezes podemos confundir com um resfriado, pode retardar o tratamento adequado. Ou seja, podemos ter uma situação crítica que teria sido evitada sem a automedicação." 

De acordo com uma pesquisa realizada em 2020 pelo Consulta Remédios, 73% das pessoas se automedicam. Os números revelam que o Brasil é o país com o maior número de pessoas que tomam remédios sem receita. Já os dados divulgados por um levantamento realizado pelo Instituto de Ciência, Tecnologia e Qualidade (ICTQ) apontam que os principais prescritores leigos e informais no Brasil são familiares (68%), balconista de farmácia (48%), amigos (41%) e vizinhos (27%). Os sintomas mais tratados com a automedicação são dor de cabeça (56%), febre (32%), resfriado (31%), dores musculares (28%), tosse (24%) e dor de barriga (18%). A maioria destes sintomas podem ser percebidos em todas as variantes da Covid-19 identificadas até o momento. 

Leia abaixo os cinco principais riscos para a saúde com a automedicação durante a pandemia: 

  1. O uso recorrente de medicamentos sem prescrição médica pode sobrecarregar os rins e fígado e ter como consequências outras doenças, como as insuficiências renal ou hepática.
  2. Dificultar o diagnóstico de determinadas doenças e atrasar o tratamento adequado, agravando o problema.
  3. Alguns medicamentos - como os antibióticos - se utilizados sem prescrição médica, podem aumentar a resistência dos microorganismos e comprometer a eficácia do tratamento.
  4. Medicamentos como analgésicos, anti-inflamatórios e antitérmicos são os principais causadores de intoxicação pelo uso de remédios. A superdosagem pode levar até à morte.
  5. A interação com outros medicamentos ou problemas de saúde pré-existentes, como a diabetes, podem ser agravados com a automedicação. Por isso é importante a prescrição por um médico que conheça o histórico da pessoa que será tratada.

 


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Médico dá 5 dicas para ajudar na adesão ao tratamento do diabetes

O Brasil é o 3º país com maior prevalência de diabetes tipo 1  


“A adesão é o grau de correspondência entre as informações da equipe médica que assiste o paciente e o que ele realmente segue”, explica Dr. Felipe Martins Oliveira, endocrinologista da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Regional São Paulo (SBEM-SP). O médico aponta cinco dicas importantes para melhorar a adesão ao tratamento:

 

Dica 1 – Mantenha atenção nas cinco áreas que envolvem o tratamento: alimentação, exercício, teste de glicose, manejo de hipoglicemias e uso de insulina ou medicamentos.

 

Dica 2 – Esteja alinhado aos profissionais de saúde que cuidam de você: confira se a prescrição médica que segue é a mais atual e se você consegue compreender perfeitamente as instruções que estão nela. Na dúvida, entre em contato com a equipe de saúde.

 

Dica 3 - Estabeleça uma rotina escrita: marque em agenda ou calendário as ações realizadas no tratamento. No caso das medicamentos, faça um diário daquilo que precisa tomar da hora que se levanta até o momento de ir dormir. Respeite os horários e anote tudo, em ordem cronológica.

 

Dica 4 – Mantenha os medicamentos em lugares que sejam intuitivos para você: no móvel ao lado da cama, na pia da cozinha, enfim, nos lugares que julga serem os mais fáceis para você se lembrar de encontrá-los e realizar a medicação. “Caixas organizadoras que separam os comprimidos por dia da semana e horário de tomada são bem úteis”, comenta Dr. Felipe.

 

Dica 5 – Avalie se é necessário ter ajuda de alguém para coordenar o seu tratamento. Não é vergonha pedir ajuda!

 

O diabetes no Brasil - Os dados (leia aqui) da Federação Internacional do Diabetes (IDF) apontam que o Brasil ocupa o 6º lugar entre os 10 principais países com adultos (20 a 79 anos) com diabetes em 2021 (e nas projeções para 2045); Somos o 3º país com maior prevalência de diabetes tipo 1 (92.300 pessoas), em pessoas abaixo dos 20 anos de idade, atrás apenas da Índia e Estados Unidos.

 

Insuficiência renal, problemas cardiovasculares, amputação de membros, cegueira e acidente vascular cerebral (AVC) são algumas das complicações causadas pelo diabetes mal controlado.

 


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A proteína SARS-CoV-2 interage com a proteína de Parkinson e promove a formação de amiloide


Relatos de casos de pacientes relativamente jovens com covid-19 que desenvolveram a doença de Parkinson semanas após a contração do vírus levaram os cientistas a se perguntar se poderia haver uma ligação entre as duas condições. Agora, pesquisadores relatando na ACS Chemical Neuroscience mostraram que, pelo menos no tubo de ensaio, a proteína N do SARS-CoV-2 interage com uma proteína neuronal chamada α-sinucleína e acelera a formação de fibrilas amiloides, feixes de proteínas patológicas que implicam na doença de Parkinson. 

Além dos sintomas respiratórios, o SARS-CoV-2 pode causar problemas neurológicos, como perda de olfato, dores de cabeça e "fog cerebral". No entanto, ainda é controverso se esses sintomas são causados ​​pelo vírus que entra no cérebro ou se os sintomas são causados ​​por sinais químicos liberados no cérebro pelo sistema imunológico em resposta ao vírus. Na doença de Parkinson, uma proteína chamada α-sinucleína forma fibrilas amiloides anormais, levando à morte dos neurônios produtores de dopamina no cérebro. Curiosamente, a perda do olfato é um sintoma pré-motor comum na doença de Parkinson. Esse fato, bem como relatos de casos de Parkinson em pacientes com covid-19, fez com que Christian Blum, Mireille Claessens e colegas se perguntassem se os componentes proteicos do SARS-CoV-2 poderiam desencadear a agregação de α-sinucleína em amiloide. Eles escolheram estudar as duas proteínas mais abundantes do vírus: a proteína spike (S-), que ajuda o SARS-CoV-2 a entrar nas células, e a proteína nucleocapsid (N-), que encapsula o genoma de RNA dentro do vírus. 

Em experimentos em tubo de ensaio, os pesquisadores usaram uma sonda fluorescente que liga fibrilas amiloides para mostrar que, na ausência das proteínas do coronavírus, a α-sinucleína exigia mais de 240 horas para se agregar em fibrilas. A adição da proteína S não teve efeito, mas a proteína N diminuiu o tempo de agregação para menos de 24 horas. Em outros experimentos, a equipe mostrou que as proteínas N- e α-sinucleína interagem diretamente, em parte por meio de suas cargas eletrostáticas opostas, com pelo menos 3 ou 4 cópias de α-sinucleína ligadas a cada N-proteína. Em seguida, os pesquisadores injetaram proteína N e α-sinucleína marcada com fluorescência em um modelo de célula da doença de Parkinson, usando uma concentração semelhante de proteína N como seria esperado dentro de uma célula infectada por SARS-CoV-2. Em comparação com células de controle com apenas α-sinucleína injetada, cerca de duas vezes mais células morreram após a injeção de ambas as proteínas. Além disso, a distribuição da α-sinucleína foi alterada nas células co-injetadas com ambas as proteínas, e estruturas alongadas foram observadas, embora os pesquisadores não pudessem confirmar que eram amiloides. Não se sabe se essas interações também ocorrem dentro dos neurônios do cérebro humano, mas se assim for, elas podem ajudar a explicar a possível ligação entre a infecção por covid-19 e a doença de Parkinson, dizem os pesquisadores.
 


 Rubens de Fraga Júnior - professor titular da disciplina de gerontologia da Faculdade Evangélica Mackenzie do Paraná. Médico especialista em geriatria e gerontologia pela SBGG.


Fonte: Slav A. Semerdzhiev et al, Interactions between SARS-CoV-2 N-Protein and α-Synuclein Accelerate Amyloid Formation, ACS Chemical Neuroscience (2021). DOI: 10.1021/acschemneuro.1c00666


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