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quinta-feira, 9 de dezembro de 2021

Região do cérebro ainda em desenvolvimento explica vídeo de criança andando em janela

A imagem se espalhou rapidamente na internet e chamou a atenção: Por que uma criança anda tranquilamente em uma janela, mesmo correndo risco de cair? A razão disso está na formação de seu cérebro, explica o neurocientista Prof. Dr. Fabiano de Abreu. 

Um vídeo que viralizou nas redes sociais nesta quarta-feira mostra uma criança andando na janela de um prédio. Enquanto os vizinhos assistem apavorados àquela cena, as pessoas que estavam naquele apartamento são alertadas da situação de perigo. Em seguida, um homem que estava no local consegue chegar até ao local e resgatar o bebê. 

Para entender o que levou a criança a passar por esta situação tão perigosa, o PhD, neurocientista, psicanalista e biólogo Prof. Dr. Fabiano de Abreu explica que tudo isso aconteceu por que crianças ainda não têm córtex pré-frontal bem desenvolvido.

 

Segundo o neurocientista, “o córtex pré-frontal, que é a última camada do cérebro a se formar, é a área do cérebro responsável pelas funções executivas que são o pensamento crítico, tomada de decisões, autocontrole, planejamento, atenção, organização, controle de emoção, de riscos e impulsos, automonitorização, empatia e resolução de problemas”.

 

Ou seja, esta região é crucial para a autorregulação comportamental da pessoa. “Como ela demora um tempo maior para se desenvolver plenamente, isso explica as situações em que as crianças têm dificuldade de: interromper uma atividade e passar para outra atividade; planejar com antecedência, fazer mais de uma tarefa ao mesmo tempo, concentrar-se por longos períodos de tempo, renunciar a recompensas imediatas e além disso, se autorregular e não fazer nada perigoso quando fica sem a supervisão de um adulto. No vídeo em questão, podemos ver que aquela criança não tinha nenhuma noção da gravidade do perigo que estava correndo exatamente por não ter esta região plenamente desenvolvida”.

 

Cientificamente falando, Fabiano lembra que diversos estudos sobre a neurociência cognitiva do desenvolvimento revelam que comportamentos como esse são uma parte normal do crescimento e, até certo ponto, sua origem está relacionada à forma de funcionamento do cérebro nessa etapa da vida”.  

 

Para evitar situações como essa, que trouxe apreensão e pânico para muita gente, o neurocientista recomenda: “Nunca deixe as crianças sem a supervisão de um adulto. O cérebro delas está em desenvolvimento e elas não têm condições de evitar situações perigosas”, completa.

 

 


 

Prof. Dr. Fabiano de Abreu - PhD, neurocientista, mestre psicanalista, biólogo, historiador, antropólogo, com formações também em neuropsicologia, neurolinguística, neuroplasticidade, inteligência artificial, neurociência aplicada à aprendizagem, filosofia, jornalismo e formação profissional em nutrição clínica - Diretor do Centro de Pesquisas e Análises Heráclito; Chefe do Departamento de Ciências e Tecnologia da Logos University International, UniLogos.


Pesquisa da USP mostra quais são os erros de higiene na cozinha que põem em risco a saúde dos brasileiros

 Realizada pelo Centro de Pesquisas em Alimentos, a pesquisa analisou as medidas de higiene, manipulação e armazenamento de alimentos junto a 5 mil pessoas de todos os estados brasileiros.


De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), todos os anos cerca de 600 milhões de indivíduos no mundo adoecem e 420 mil morrem em decorrência de doenças transmitidas por alimentos (DTA). No Brasil, entre 2000 e 2018, foram registrados oficialmente 247.570 casos de DTA com 195 mortes, segundo dados do Ministério da Saúde. E qual foi a origem principal da contaminação apontada pelo estudo? A cozinha da própria casa.

Diante desses dados, os pesquisadores do FoRC realizaram uma pesquisa para analisar os hábitos de higiene e práticas relativas à higienização, manipulação e armazenamento dos alimentos nas residências dos brasileiros. Os resultados mostram que uma parcela expressiva da população adota medidas inadequadas. Portanto, está mais exposta à DTA. Feita com 5 mil pessoas de todos os estados brasileiros (a maioria mulheres entre 25 e 35 anos e com renda entre 4 e 10 salários mínimos), a pesquisa também verificou as temperaturas das geladeiras de 216 residências no Estado de São Paulo. Veja abaixo os principais resultados:


Higienização - Cerca de 46,3% dos participantes disseram ter o hábito de lavar carnes na pia da cozinha, 24,1% costumam consumir carnes malcozidas e 17,4% consomem ovos crus ou malcozidos em maioneses caseiras e outros pratos. "Lavar carnes, especialmente a de frango, na pia da cozinha pode espalhar potenciais patógenos no ambiente, representando uma prática de risco", explica o coordenador da pesquisa, Uelinton Manoel Pinto, professor da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP e integrante do FoRC.

Segundo ele, o consumo de alimentos de origem animal malcozidos ou crus também apresenta risco microbiológico, já que o recomendado é cozinhar o alimento a uma temperatura mínima de 74 °C para garantir a inativação de patógenos que podem estar presente no produto cru. "Lembrando que nem todo produto cru de origem animal contém micro-organismos patogênicos, mas existe esse risco e o cozimento adequado garante que esses micro-organismos sejam eliminados ou reduzidos a níveis seguros."

Com respeito às práticas de higienização de verduras, 31,3% costumam fazer a higienização apenas com água corrente e 18,8% com água corrente e vinagre. Para higienização de frutas, 35,7% utilizam apenas água corrente e 22,7% com água corrente e detergente. "Para a higienização segura de verduras, legumes e frutas que serão consumidos crus a recomendação é lavar com água corrente e utilizar uma solução clorada com um tempo de contato mínimo de 10 minutos, seguido de novo enxágue em água corrente", acrescenta. O percentual de pessoas que usam água com solução clorada, no estudo, foi de 37,7% (para verduras) e 28,5% (para frutas). Vale ressaltar que vegetais que serão cozidos ou frutas que serão consumidas sem a casca não precisam passar pela desinfecção em solução clorada.


Refrigeração - Ao fazer compras em supermercados, a maioria dos participantes (81%) não utiliza sacolas térmicas para transportar alimentos refrigerados ou congelados até suas residências. "Em um país como o Brasil, onde as temperaturas chegam facilmente a 30 °C em várias cidades durante o ano todo, é fundamental que os produtos perecíveis sejam transportados em condições adequadas, dentro de uma sacola térmica", destaca Jessica Finger, nutricionista e pesquisadora que conduziu a pesquisa, que teve ainda o envolvimento de um aluno de iniciação científica, Guilherme Silva, graduando de Nutrição da USP.

Com respeito às sobras de alimentos, 11,2% dos participantes relataram armazená-las na geladeira passadas mais de duas horas do preparo, o que representa risco à segurança dos alimentos. "Não é recomendado deixar alimentos prontos por mais de duas horas sem refrigeração, visto que a temperatura ambiente favorece o crescimento microbiano nesses alimentos. Essa é uma das principais práticas responsáveis por surtos de doenças de origem alimentar," acrescenta os pesquisadores.

Evidenciou-se também que era comum entre os participantes descongelar os alimentos em temperatura ambiente (39,5%) ou dentro de um recipiente com água (16,9%), o que também não é adequado, visto que os alimentos devem ser mantidos a uma temperatura segura durante o descongelamento, podendo ser realizado na geladeira ou no micro-ondas (Saiba mais aqui ).


Armazenamento - Sobre o armazenamento de carnes na geladeira, a maioria dos participantes (57,2%) relatou armazenar as carnes na própria embalagem que contém o produto. Esta prática é questionável, uma vez que é preciso utilizar um recipiente adequado para evitar o gotejamento do suco da carne e a contaminação de outros alimentos estocados no refrigerador.

A boa notícia é que em relação à temperatura dos refrigeradores, dos 1.944 registros coletados, 91% ficaram entre a faixa de temperatura recomendada de 0 a 10 °C. Este dado é importante, pois pode ser utilizado em estudos de modelagem para prever a multiplicação de micro-organismos nos alimentos refrigerados.

Os resultados evidenciam que no contexto das práticas de higiene, manuseio e armazenamento de alimentos, existem determinadas ações realizadas de forma inadequada por uma parcela significativa dos entrevistados. Assim, um material educativo foi elaborado como forma de orientação sobre a forma correta de armazenar os alimentos na geladeira. Para baixá-lo clique aqui .


Vitamina D: por que seu filho precisa dela

Pró-hormônio é essencial para o desenvolvimento dos ossos; baixos níveis podem levar ao retardo de crescimento durante a infância e maior risco de fraturas na vida adulta

 

A vitamina D é importante em todas as idades, mas na infância têm papel de destaque. Ela mantém os bons níveis de cálcio, é essencial para o esqueleto ósseo, formação dos dentes e atua como pró-hormônio na modulação do sistema imune e proteção contra infecções.

A hipovitaminose D é comum em lactantes, bebês prematuros e também em crianças e adolescentes. Nos períodos de crescimento acelerado do esqueleto ósseo, lactantes 0-12 meses e adolescentes 9-18 anos são os mais vulneráveis. Nos adolescentes acrescenta-se o fato de estarem no período de formação do pico de massa óssea.

De acordo o médico Odair Albano, obstetra e consultor em saúde, apesar da exposição ao sol ser a principal fonte de vitamina D, ela é limitada nas crianças. Também é comum a prevalência de hipovitaminose D não corrigida pela alimentação, já que o micronutriente está presente em pequenas quantidades nos alimentos. Sabendo disso, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) orientação sobre a necessidade e indicação formal de suplementação de vitamina D.

A falta desses dois micronutrientes, dependendo da gravidade e duração, pode ser assintomática ou se manifestar com atraso do crescimento e desenvolvimento, irritabilidade, dores ósseas e, quando prolongada, é um risco aumentado para raquitismo em crianças e osteomalácia em adolescentes e adultos”, explica o especialista.


E como ficam os bebês?

Bebês em aleitamento materno exclusivo também precisam suplementar vitamina D? Segundo o especialista, nestes casos, o ideal é seguir a recomendação atual da SBP: “Ela indica que sim, todos os bebês devem receber suplementação de vitamina D, o que chamamos de suplementação universal até os dois anos de idade”.

Para recém-nascidos, a recomendação da SBP é a de suplementação de 400 UI de vitamina D/dia, a partir da primeira semana de vida até 12 meses. Para os prematuros, deve ser iniciada em recém-nascidos com mais de 1.500 gramas e tolerância à ingestão oral. A suplementação de 600 UI/dia é indicada para crianças dos 12 aos 24 meses, inclusive bebês em aleitamento materno exclusivo.

Ainda que bem suplementados, é importante oferecer para o pequeno uma alimentação colorida, saudável e balanceada composta também de alimentos que contenham vitamina D, como sardinha, salmão e atum, gema de ovo, leite e derivados. Mas, vale destacar que a dieta por sí só é capaz de suprir apenas 10 % das necessidades diárias, segundo o especialista.

“Levar a criança para brincar ao ‘ar livre’ aumenta a exposição ao sol e produção pela pele de vitamina D”, explica o médico. Mas, o uso de protetor solar é indispensável para evitar queimaduras, o que reduz a produção da vitamina. A Academia Americana de Pediatria e a Sociedade Brasileira de Pediatria orientam evitar a exposição direta ao sol em crianças abaixo de seis meses. De seis meses e dois anos, o uso de filtros “baby” e maiores de dois anos os “filtros infantis”.

Diante de tantas limitações a suplementação de vitamina D é recomendada no Brasil para todas as crianças da primeira semana de vida até os dois anos de idade. A consulta regular ao pediatra é importante para uma adequada orientação sobre a alimentação, exposição solar e uso de suplementos de vitamina D pela criança, finaliza.



Bibliografia

Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). Deficiência de vitamina D em crianças e adolescentes, 2014.

Sociedade Brasileira Pediatria (SBP). Guia Prático de Atualização Departamento Científico de Endocrinologia. Hipovitaminose D em pediatria: recomendações para o diagnóstico, tratamento e prevenção Nº 1, Dezembro de 2016.

Sociedade Brasileira Pediatria (SBP). Documento Científico dos Departamentos Científicos de Dermatologia e Neonatologia. Atualização sobre os Cuidados com a Pele do Recém-Nascido. Nº 11, 27 de Maio de 2021.

Fonseca CRB, Fernandes TF. Puericultura: passo a passo. Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP), São Paulo, 2018.


Se eu tenho epilepsia meu filho também vai ter? Mitos e verdades

Entenda como ajudar alguém durante uma crise


                Cerca de 4% das pessoas já apresentaram pelo menos uma crise convulsiva na vida


               A neuronavegação é uma ferramenta útil auxiliando em neurocirurgias complexas

 

Existe uma diferença entre epilepsia e convulsão. Por definição, epilepsia é uma doença neurológica caracterizada por descargas elétricas anormais e excessivas no cérebro que são recorrentes e geram as crises epilépticas. Em cerca de 70% existe um controle da epilepsia.

 

Para considerar que uma pessoa tem epilepsia ela deverá ter repetição de suas crises epilépticas, portanto, a pessoa poderá ter uma crise epiléptica (convulsiva ou não) e não ter o diagnóstico de epilepsia. O Dr. Ricardo Santos de Oliveira, neurocirurgião pediátrico, comenta as principais dúvidas em relação ao tema:

 

MITO: A epilepsia é uma doença mental.

Não! A epilepsia é uma doença neurológica. Em casos graves, e principalmente quando a epilepsia ocorre na população pediátrica, antes de dois anos de idade, o risco de atraso mental é maior.

 

Toda convulsão é uma crise epiléptica, mas além da convulsão existem várias formas de crises epilépticas. Na convulsão o paciente apresenta movimentos grosseiros de membros, desvio dos olhos, liberação de esfíncteres e perda de consciência. E um exemplo comum de crise epiléptica não convulsiva é a crise de ausência.

 

MITO: A epilepsia é uma doença contagiosa.

A epilepsia é uma doença neurológica não contagiosa. Portanto, qualquer contato com alguém que tenha epilepsia não transmite a doença.

 

MITO: Uma crise convulsiva define a epilepsia.

A epilepsia é uma doença frequente que acomete cerca de 1 a 2% da população geral. A convulsão é um tipo de crise epilética, que acontece quando um agrupamento de células cerebrais se comporta de maneira anormal. Um único episódio não indica que a pessoa tenha epilepsia - muito embora a consulta com um especialista seja necessária - e a doença não implica obrigatoriamente em ter distúrbios de comportamento.

 

Existem situações que podem predispor o aparecimento de uma crise convulsiva, como por exemplo febre, estresse, drogas ou distúrbios metabólicos, privação de sono, estímulos visuais excessivos, entre outros.

 

Um episódio único de crise convulsiva não pode ser considerado o diagnóstico de epilepsia.

 

Existem várias formas de epilepsia em crianças e nas emergências pediátricas é comum observar a convulsão febril, que costuma ter evolução benigna. Essa chamada epilepsia benigna da infância pode acontecer desde a idade pré-escolar até a adolescência. As crises com breves paradas comportamentais sem evento motor nítido, exemplificam formas comuns de epilepsia na infância

 

MITO: Os pacientes com epilepsia podem dirigir.

Segundo a Associação Brasileira de Educação de Trânsito, o paciente com epilepsia que se encontra em uso de medicação antiepiléptica poderá dirigir se estiver há um ano sem crise epiléptica – dado que deve ser apresentado através de um laudo médico. Caso o paciente esteja em retirada da medicação antiepiléptica, ele poderá dirigir se estiver há, no mínimo, dois anos sem crises epilépticas e ficar por mais seis meses sem medicação e sem crise. Já a direção de motocicletas é proibida.

 

MITO: A epilepsia não tem cura.

Existem várias medicações que são indicadas de acordo com o histórico de cada paciente, porém, nos casos de epilepsia grave e que não respondem ao tratamento clínico, o paciente pode precisar da cirurgia. A tecnologia avançada tem permitido um melhor diagnóstico e o tratamento medicamentoso e cirúrgico têm sido cada vez mais seguro e com melhores resultados.

 

Existem situações que a crise convulsiva ocorre de forma inédita num paciente adulto ou pediátrico, podendo estar associada a um tumor cerebral. O uso de tecnologias avançadas como a neuronavegação e a monitorização intraoperatória permitem cirurgias mais seguras.

 

Em outros casos, chamados de epilepsia refratária, observamos uma continuidade das crises convulsivas apesar da medicação. Estes pacientes devem ser avaliados numa unidade especializada em cirurgia de epilepsia na tentativa de correlacionar uma região do cérebro (foco) com a origem da epilepsia.

 

Orientações do Especialista:

 

Como usar a medicação?

Os remédios para epilepsia são controlados e o paciente deve sempre fazer acompanhamento médico para avaliar possíveis efeitos colaterais erroneamente atribuídos ao tratamento. A dose da medicação nunca deve ser alterada por conta própria.

 


Tenho epilepsia. Meu filho também vai ter?

Cerca de 4% das pessoas já apresentaram pelo menos uma crise convulsiva na vida, mas isso não significa que tenham epilepsia. Pai ou mãe que tem epilepsia não significa que o filho também terá, pois a maiorias das doenças que cursam com epilepsia não são hereditárias.


 

Como ajudar alguém que esteja em crise epilética?

É importante tentar proteger a cabeça da pessoa para evitar um traumatismo, e virar o rosto dela de lado para eliminar o acúmulo de saliva e impedir a asfixia com o próprio vômito. Não se deve segurar a língua do paciente, sob o risco de tomar uma mordida, ou colocar objetos na boca, como uma colher. Se a crise estiver durando mais de 5 minutos, já vale a pena chamar uma ambulância, o mesmo deve ser feito se a pessoa demorar a recobrar a consciência.

 

“O paciente com epilepsia pode ter uma vida normal, desde que controlados, podem e devem ser inseridos completamente na sociedade, ou seja, devem trabalhar, estudar, praticar esportes, se divertir”, finaliza Dr. Ricardo Oliveira.

 


Dr. Ricardo de Oliveira - Graduado em Medicina pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRPUSP). Doutor em Clínica Cirúrgica pela Universidade de São Paulo, com pós-doutorados pela Universidade René Descartes, em Paris, na França e pela FMRPUSP. É orientador pleno do Programa de Pós-graduação do Departamento de Cirurgia e Anatomia da FMRPUSP e médico assistente da Divisão de Neurocirurgia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto. Também é docente credenciado do Departamento de Cirurgia e Anatomia da pós-graduação e tem experiência com ênfase em Neurocirurgia Pediátrica e em Neurooncologia, atuando principalmente nas seguintes linhas de pesquisa: neoplasias cerebrais sólidas da infância, glicobiologia de tumores cerebrais pediátricos e trauma crânio-encefálico. É presidente da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia Pediátrica (2019/2021). Foi o neurocirurgião pediátrico principal do caso das gêmeas siamesas do Ceará. Atua com consultórios em Ribeirão Preto no Neurocin e em São Paulo no Instituto Amato.

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Aplicativo para quem vive com esclerose múltipla chega ao Brasil

Gratuito, o app é o mais usado no mundo por quem tem esclerose múltipla (EM);

•Crônica e autoimune, a EM é uma doença que compromete o sistema nervoso central que afeta em sua maioria indivíduos em idade produtiva, jovens entre 20 e 40 anos;

 

A Biogen Brasil Produtos Farmacêuticos Ltda. (Biogen), empresa de biotecnologia com foco em neurociência, acaba de lançar o aplicativo Cleo para quem vive com esclerose múltipla - doença progressiva que afeta, aproximadamente, 40 mil brasileiros[1]. "O Cleo foi pensado para otimizar a rotina de quem tem EM, tornando-se um grande aliado quando o assunto é cuidado e bem-estar. É um espaço para acompanhar a si mesmo: registrar a rotina, o humor e os sintomas a fim de melhorar a qualidade de vida. Sabemos que com a correria do dia a dia essa prática nem sempre é possível", explica Tatiana Branco, diretora de médica da Biogen da Biogen Brasil. A proposta do Cleo une cuidado, saúde e tecnologia e está alinhada a tendência journaling inteligente, que é a prática de escrever sobre os acontecimentos do cotidiano, organizar melhor as ideias e sentimentos.

Os usuários do app também podem receber notificações de consultas e gerar relatórios, que podem ser compartilhados e discutidos com o médico. Além de poder contar com uma série de conteúdos sobre a esclerose múltipla, textos informativos, dicas de saúde, depoimentos de quem vive com a doença, programas de relaxamento e até receitas culinárias.

Tatiana explica que a EM não tem cura, mas o tratamento adequado pode prevenir surtos e retardar a progressão da doença, e com a ajuda do aplicativo, as pessoas com a doença, assim como os seus familiares, podem monitorar marcos e sinais importantes. "Para a Biogen, a saúde vai muito além de consultas e tratamento. Acreditamos que o verdadeiro cuidado engloba atenção integral da mente e do corpo, e neste sentido a tecnologia pode ser uma forte aliada. A nossa missão é transformar a vida de pacientes, tornando realidade o acesso a uma medicina personalizada e digital", finaliza.

Para Bruna Rocha, vice-presidenta da Associação Amigos Múltiplos, o formato do aplicativo reflete a relevância da escrita curativa para o autoconhecimento. "A escrita curativa, por si só, é poderosa e transformadora. Poder contar com um aplicativo que permite registrar, de maneira prática e intuitiva, como estamos nos sentimos e o que está acontecendo com o nosso corpo é muito importante. Além permitir o autoconhecimento, o app traz novidades e conteúdos diversificados de suma importância para toda a comunidade de EM".

O aplicativo Cleo já está disponível nos Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha, França, Espanha, Itália e Portugal, e chega agora ao Brasil para dispositivos IOS e Android .


Sobre a esclerose múltipla[2,3,4]: é uma doença que compromete o sistema nervoso central, um processo de inflamação crônica de natureza autoimune que pode causar desde problemas momentâneos de visão, falta de equilíbrio até sintomas mais graves, como cegueira e paralisia completa dos membros. A doença está relacionada à destruição da mielina - membrana que envolve as fibras nervosas responsáveis pela condução dos impulsos elétricos no cérebro, medula espinhal e nervos ópticos. A perda da mielina pode dificultar e até mesmo interromper a transmissão de impulsos. A inflamação pode atingir diferentes partes do sistema nervoso, provocando sintomas distintos, que podem ser leves ou severos, sem hora certa para aparecer. A doença geralmente surge sob a forma de surtos recorrentes, sintomas neurológicos que duram ao menos um dia. A maioria dos pacientes diagnosticados são jovens, entre 20 e 40 anos, o que resulta em um impacto pessoal, social e econômico considerável por ser uma fase extremamente ativa do ser humano. A progressão, a gravidade e a especificidade dos sintomas são imprevisíveis e variam de uma pessoa para outra. Algumas são minimamente afetadas, enquanto outras sofrem rápida progressão até a incapacidade total. É uma doença degenerativa, que progride quando não tratada. É senso comum entre a classe médica que para controlar os sintomas e reduzir a progressão da doença, o diagnóstico e o tratamento precoce são essenciais.



Biogen

https://www.biogen.com/

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Minha família diz que eu já não escuto bem. O que fazer?

A partir dos 50 anos, muitas pessoas começam a sentir as primeiras dificuldades para ouvir

 

A perda auditiva tem várias causas, entre elas o envelhecimento. Isso ocorre porque as células ciliadas da orelha, responsáveis pela audição, vão morrendo com o passar do tempo; e a situação piora a partir dos 50 anos.

"Alguns indivíduos perdem a audição mais cedo que outros, mas é a partir dos 50 anos, na maior parte das vezes, que as pessoas começam a observar as primeiras dificuldades para ouvir. Depois dos 60 anos, o quadro pode ir acentuando. Por isso, é importante buscar ajuda aos primeiros sinais de incômodo", explica a fonoaudióloga Rafaella Cardoso, especialista em Audiologia e Vendas na Telex Soluções Auditivas.

O processo de perda de audição fica mais acelerado na Terceira Idade. É o que os especialistas chamam de presbiacusia. No entanto, a perda auditiva vem atingindo cada vez mais a população jovem e adulta. Com a exposição prolongada a sons muito altos, principalmente por causa do hábito de ouvir música em fones de ouvido, os brasileiros estão tendo problemas auditivos mais cedo. De acordo com a Associação Brasileira de Otorrinolaringologia (ABO), hoje, mais de 20 milhões de brasileiros têm alguma dificuldade para ouvir.

Estudos da entidade comprovaram que quem precisa e não usa aparelho auditivo, enfrenta frequentemente grande dificuldade para participar de atividades sociais, principalmente no ambiente familiar e entre amigos. Isso pode provocar efeitos psicológicos negativos, como isolamento, insegurança, tristeza, irritação, medo e até depressão.

"Fica aqui o nosso alerta para a importância de se buscar o quanto antes a orientação de um médico otorrinolaringologista ou um fonoaudiólogo. O especialista vai verificar o tipo e o grau de perda auditiva e indicar o melhor tratamento. Na maioria dos casos, o uso de aparelho auditivo melhora a condição auditiva do indivíduo", ressalta a fonoaudióloga Rafaella.

Como a expectativa de vida dos brasileiros vem aumentando a cada ano e o processo de perda auditiva está mais acelerado, atingindo até mesmo adultos com vida profissional intensa, devido à overdose de barulho na sociedade atual, é importante ficar atento e se cuidar o quanto antes para manter uma boa comunicação com familiares, amigos e colegas de trabalho.

Pesquisa realizada nos Estados Unidos, com 1.500 pessoas com déficit de audição, mostrou que nove entre 10 usuários de aparelho auditivo afirmaram terem melhor qualidade de vida após a aquisição de uma prótese auditiva.

"Antigamente o transtorno era grande. Quem tinha problemas de audição usava aparelhos auditivos enormes, que causavam constrangimento. Por isso, muitos resistiam e preferiam ficar sem ouvir. Mas atualmente, com a evolução tecnológica, temos aparelhos auditivos com tanta tecnologia quanto os celulares e que trazem enormes benefícios. E muitas vezes, as pessoas em volta nem notam o aparelho auditivo, de tão discreto que ele é. Ninguém mais precisa sofrer com isolamento, solidão e desânimo porque não ouve bem. Os aparelhos auditivos resgatam os sons e permitem que se viva com alegria e disposição", reforça a especialista da Telex.


Vantagens do uso de aparelho auditivo

- Sentir-se bem consigo mesmo, com maior autoestima;

- Melhoria nos relacionamentos com a família e amigos;

- Melhoria do foco e concentração;

- Produzir mais no trabalho e com maior eficiência.

- Maior bem-estar físico;

- Sentir-se mais independente e seguro;

- Menor sensação de cansaço;

- Mais disposição e confiança para participar de reuniões sociais.


Oftalmo explica por que os óculos de sol são tão importantes para os olhos quanto o protetor solar é para a pele

Dr. Hallim dá dicas de como se preparar para a compra dos seus óculos de sol


"Quando a gente pensa em óculos escuros, lembramos como ficamos bem com eles no rosto, e não pensamos que, na verdade, a função mais importante não é nos deixar mais atraentes, e, sim, proteger os olhos e as pálpebras da radiação ultravioleta (UVA e UVB) do sol", esclarece o médico oftalmologista Membro do Conselho Brasileiro de Oftalmologia, Dr. Hallim Féres Neto.

O médico alerta que, da mesma maneira que é necessário passar diariamente o protetor ou filtro solar, como um cuidado primordial para a pele, visando a prevenção contra o câncer de pele, causada pelos mesmos raios solares (UVA e UVB), é muito importante proteger os olhos dessa radiação: "Os óculos de sol são, para os nossos olhos, equivalentes aos protetores solares para a nossa pele".

Isso porque "parte da radiação ultravioleta atravessa os olhos e chega ao fundo do olho, causando danos graves e podendo levar à cegueira", explica Hallim.

E há ainda um fator agravante: quanto menor a idade, maior é a porcentagem de radiação que chega à retina e à córnea.

"A exposição excessiva ao sol, sem a devida proteção, pode causar queimaduras, pterígio (criar uma membrana ocular que se forma sobre o olho) e ceratites (inflamação da camada mais externa dos olhos, a córnea); acelera o aparecimento da catarata e da degeneração macular (perda de visão no centro do campo visual (a mácula), devido a danos na retina)" enumera o oftalmologista.

Dr Hallim deixa algumas dicas para o verão:

- Nesse verão (e em todos os outros dias), lembre-se, sempre, de usar os óculos escuros (e do protetor solar para a pele);

- Os dias de forte calor e a alta radiação podem comprometer a capacidade da visão e ocasionar problemas mais graves, seja a longo ou a médio prazo;

- Na hora de comprar seus óculos de sol, busque modelos que cubram as laterais dos olhos; as lentes envolventes são as melhores opções;

- Os fabricantes de óculos devem indicar claramente o grau de proteção de cada lente. Lentes inadequadas são mais perigosas do que simplesmente não usar os óculos de sol;

- Antes de realizar a compra, consulte o seu oftalmologista para que ele oriente, de forma correta, qual os óculos indicados para você;

- A proteção contra os raios UVA e UVB não está relacionada ao uso de lentes nos tons mais escuros. Óculos de sol com lentes nas cores verde, laranja, vermelha, cinza e até transparente podem oferecer a mesma proteção que lentes mais escuras.

Quando o médico afirma que usar lentes de má qualidade é pior que sair ao sol sem óculos, ele se refere ao fato de que lentes escuras acabam por relaxar as pálpebras e essas passam a ficar abertas diante da radiação.

Ou seja, os óculos de sol sem proteção adequada em suas lentes escuras retiram também a proteção natural, quando as pupilas e as pálpebras se fecham diante da luz solar.

Sem esses mecanismos de proteção, a radiação passará mais facilmente e atingirá mais o olho com mais força, o que pode ser ainda mais perigoso do que se o indivíduo estivesse sem óculos escuros.

Daí a necessidade de comprar óculos com lentes originais e com proteção comprovada e consultar sempre o seu oftalmologista.

 

Dr. Hallim Feres Neto @drhallim - CRM-SP 117.127 | RQE 60732 • Oftalmologia Geral • Cirurgia Refrativa • Ceratocone • Catarata • Pterígio • Membro do CBO - Conselho Brasileiro de Oftalmologia • Membro da ABCCR - Associação Brasileira de Catarata e Cirurgia Refrativa • Membro da ISRS - International Society of Refractive Surgery • Membro da AAO - American Academy of Ophthalmology


O peso da indústria científica para a disseminação da ciência

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Estudo aponta que artigos baixados em plataformas piratas recebem duas vezes mais citações que os armazenados em repositórios


Todo acadêmico tem uma certeza: além do imenso prestígio de escrever uma nova tese, há também uma imensa satisfação quando a mesma é citada por outro estudante em outro estudo. Afinal, não bastando servir de exemplo para a composição de outro trabalho, a citação também é uma forma de divulgação do trabalho, o que significa levar o conhecimento adiante.

No entanto, ainda que a citação seja muito relevante para artigos acadêmicos, a própria indústria desse meio impede que esse conhecimento seja disseminado: a maior parte das bibliotecas acadêmicas é restrita a assinantes e não gratuita, o que dificulta o acesso de boa parcela dos estudantes. E o inverso também se comprova: artigos encontrados em repositórios piratas acabam recebendo mais divulgação.

É o que mostra o estudo da Universidade Federal de Sergipe (UFS), publicado na revista Scientometrics: já é comprovado que artigos descarregados são citados duas vezes mais do que os não baixados, ou seja, aqueles que estão vinculados a plataformas piratas acabam mais favorecidos nesse processo.


Um pedaço da história

Não é de hoje que as plataformas de artigos científicos são fechadas para assinantes. A prática vem desde a década de 1950, por meio do militar Robert Maxwell, que foi um dos primeiros distribuidores de estudos para os Estados Unidos e Reino Unido com a editora Pergamon Press. 

Desde então, há uma indústria que se espalhou mundo afora para lucrar a partir dos artigos, o que de fato traz algumas vantagens aos criadores do conteúdo – e, claro, às plataformas –, mas também impede que a ciência avance.


A dificuldade de acesso à educação superior no Brasil

O estudo avaliou mais de quatro mil artigos computados pelo repositório, entre setembro de 2015 e fevereiro de 2016, e os comparou em 2017, após serem disponibilizados ilegalmente pela programadora cazaque Alexandra Elbakyan. O resultado foi que, após um acesso gratuito, o número de citações aumentou bastante – um indicativo interessante sobre o acesso à educação superior no Brasil.

“A ideia era isolar as variáveis que pudessem interferir no desempenho dos artigos e identificar a que melhor explicasse o número de citações”, esclarece o psicólogo colombiano e um dos autores do estudo Julian Tejada, do Departamento de Psicologia da UFS, em entrevista à revista Pesquisa, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). 

A tese mostra como o acesso a artigos no Brasil ainda é dificultado e quais são as suas desvantagens no meio acadêmico quando os arquivos são bloqueados, evidentemente. Mas também mostra a maneira a qual os estudantes recorrem para adquirirem conhecimento para suas produções.

Esse bloqueio ocorre tanto para a produção de artigos científicos no país, quanto para estudos mais simples, como é o caso dos concursos públicos. Para estudar para diversos concursos abertos  no Brasil, como o concurso Sefaz SC, por exemplo, boa parte dos estudantes se vê sem recursos e recorre à pirataria.


Comprando presentes de Natal? Fique atento aos seus direitos de consumidor

A advogada Lívia Sampaio explica quais suas garantias no mercado 



Com a chegada do fim de ano e as datas comemorativas de Natal e Ano Novo, nossa vida no mês de dezembro se vê em meio à diversas confraternizações entre amigos e familiares. Chegado o momento de presentear as pessoas queridas, nem sempre o produto caberá adequado, nesse sentido, é importante todos ficarem atentos aos direitos do consumidor.

A advogada e influenciadora digital, Lívia Sampaio, explica de antemão que aquela troca de 30 dias que as lojas oferecem ao comprar presentes é apenas uma cortesia.

“Quando os vendedores avisam que podemos trocar a peça em até 30 dias desde que esteja com a etiqueta, é uma forma de cortesia do estabelecimento; já que, o Código de Defesa do Consumidor, prevê a troca obrigatória de um objeto apenas em caso de defeitos”, explica ela.

Mas, para evitar transtornos, Lívia Sampaio destaca os principais direitos garantidos aos consumidores.



*1. Direito de Arrependimento*

O Código de Defesa do Consumidor garante o direito de arrependimento para compras realizadas fora do estabelecimento comercial, como na internet ou telefone. Ou seja, é possível desistir da compra em até 7 dias após o recebimento do produto, sem precisar justificar a desistência.



*2. Prazo de Garantia*

A garantia legal obrigatória para produtos e serviços, em caso de bens duráveis, o prazo de reclamação é de 90 dias. Já aos não duráveis, são 30 dias de garantia. O Código de Defesa do Consumidor atesta à empresa realizar o reparo em 30 dias, caso não aconteça, o consumidor pode ter a troca do produto ou o valor ressarcido.



*3. 2ª via de Nota Fiscal*

A nota fiscal é um documento fundamental para o consumidor ter as informações do produto, e claro, servir de comprovação da aquisição do mesmo. Caso o consumidor perca sua nota fiscal, ele tem o direito de pedir a segunda via do documento para a instituição que realizou a compra. Esta nova via deve apresentar as mesmas informações da nota fiscal perdida.

“Na compra de presentes para as comemorações natalinas, ou mesmo em qualquer época do ano, é essencial conhecer seus direitos do consumidor, para não se prejudicar nas relações de consumo. Saiba quais as principais garantias que lhe são oferecidas pelo Código de Defesa do Consumidor, isso irá te auxiliar em diversas situações, como na compra de produtos com defeito, na troca e devolução e no descumprimento de ofertas”, finaliza Lívia.


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