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terça-feira, 10 de novembro de 2020

A agilidade agregada aos benefícios da tecnologia sem fio

Uma das mais importantes frentes de combate à pandemia de Covid-19 é a tecnologia. Com ela, a eficiência na hora de tratar um paciente que se encontra em uma Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) se torna imprescindível. É possível, também, ver que todos os setores da sociedade estão reunindo esforços para superar esse momento. Com isso, diversas tecnologias ganham destaque no tratamento dos infectados.

Aplicativos já foram lançados para tirar dúvidas sobre sintomas, prevenção e demais informações a respeito da luta contra o coronavírus. Tudo está sendo feito com o objetivo de minimizar seus devastadores impactos. E quem mais sofre com toda essa realidade, com certeza, são as pessoas que desenvolvem um quadro mais grave e têm de ser entubadas.

Nessas situações, o paciente necessita de toda a atenção da equipe médica, porém, por estar imobilizado e, portanto, sem condições de se mover com comodidade, utiliza-se chamadores para que os enfermeiros venham ajudá-lo em algum momento. Um exemplo do uso desses aparelhos se dá no caso em que o paciente sente que não está bem, nesse momento que é utilizada a campainha.

Esses dispositivos que auxiliam de forma considerável na logística de um hospital são ferramentas que trazem agilidade no momento de salvar vidas. São soluções muito práticas que vêm ganhando bastante espaço no mercado porque utilizam tecnologia sem fio, o que gera economia e maior praticidade na hora de instalar os equipamentos nos quartos dos enfermos, já que a instalação não requer obras complicadas e que podem atrapalhar o funcionamento do local.

A importância de dispositivos sem fio em um hospital também se dá quando a necessidade de investimento em tecnologia não pode ultrapassar o orçamento disponibilizado pela administração. Por isso, equipamentos que dispensam a utilização de fiações são econômicos, pois geram agilidade na instalação e, consequentemente, economia nos gastos. 

Quanto à agilidade, essa é causada pela necessidade de otimização dos cuidados com os pacientes diagnosticados com a Covid-19, e é suprida pela facilidade na utilização dos dispositivos que são implantados nos locais de forma imediata.

Atualmente, a tecnologia sem fio usada nos chamadores utiliza a transmissão de sinais por rádiofrequencia, porém com a chegada do 5G os resultados do uso dessa tecnologia podem ser expandidos e potencializados de forma que a própria logística de um hospital tenha ganhos positivos também.

Os benefícios do uso da tecnologia sem fio na pandemia são agregados à agilidade no atendimento e no dinamismo da demanda adicional, que o novo coronavírus provocou em todos os centros de tratamento. Com isso, sem sombra de dúvidas, a recuperação das pessoas ganhará mais qualidade porque há a junção da prevenção, agilidade, tecnologia e economia. E esses aspectos juntos podem ajudar na retomada da vida cotidiana dos infectados sem maiores preocupações.

 


José Rubens Almeida - graduado em ciências da computação e diretor da AGM Automação, que produz toda a linha de equipamentos Psiu sem fio. www.psiusemfio.com.br


63% dos brasileiros mudaram seus hábitos de desinfecção durante a pandemia

Pesquisa da SC Johnson mostra mudanças significativas nos hábitos de desinfecção dos consumidores do país

 

A SC Johnson anunciou hoje os resultados de uma nova pesquisa que destaca mudanças importantes no comportamento de higiene entre os brasileiros durante a pandemia da COVID-19. Agências de saúde em todo o mundo têm enfatizado a necessidade de desinfetar as superfícies para proteção contra a doença, e o levantamento* realizado pela empresa descobriu que 63% – quase dois em cada três brasileiros – mudaram seus hábitos de desinfecção em suas casas durante a pandemia.

“Essa pesquisa mostra que a pandemia mudou as percepções e hábitos das pessoas sobre como se protegerem”, afirma Tatiana Ganem, gerente geral da SC Johnson Brasil. “É muito importante que as pessoas mantenham seus hábitos de desinfecção como parte de suas rotinas de limpeza regulares para proteger suas famílias de vírus, germes e bactérias.”


Informações Adicionais

A pesquisa revelou mudanças de comportamento dos brasileiros como resultado da pandemia da COVID-19. Embora as práticas de desinfecção tenham sido importantes para ajudar a proteger as famílias do novo coronavírus, as pessoas também estão focadas em manter rotinas proativas em suas casas.

  • 69% dos brasileiros com filhos menores de 18 anos em casa disseram que aumentaram suas práticas de desinfecção doméstica durante a pandemia;
  • 67% dos brasileiros planejam desinfetar suas casas pelo menos duas vezes por semana após a pandemia;
  • 83% dos brasileiros com 56 anos ou mais, incluindo pessoas na faixa etária de alto risco, consideram-se muito bem informados ou bem informados sobre a prevenção de doenças causadas por germes, bactérias e vírus.


Educação e Conscientização

Embora muitas pessoas entendam a importância de desinfetar a casa para se proteger contra germes, bactérias e vírus, a pesquisa também revela que os entrevistados estão ansiosos por mais informações. Como uma empresa familiar, a SC Johnson tem o compromisso de ajudar a proteger as famílias dessas doenças, bem como fornecer transparência com os ingredientes de seus produtos.

  • 21% dos brasileiros ainda não se consideram bem informados sobre prevenção de doenças causadas por germes, bactérias e vírus;
  • 81% dos brasileiros acreditam nas informações do rótulo de um produto sobre sua eficácia contra germes, bactérias e vírus;
  • 76% dos brasileiros consideram a qualidade do produto um fator relevante na hora de comprar um desinfetante.

“A SC Johnson tem um longo legado de trabalho para melhorar a vida das famílias no Brasil e no mundo”, diz Tatiana Ganem. “Estamos empenhados em conscientizar e ajudar os brasileiros a manter hábitos de higiene saudáveis.”

*A SC Johnson encomendou uma pesquisa online com 1.000 adultos no Brasil, que foi realizada entre 9 e 15 de setembro de 2020. A margem de erro para este estudo (n = 1.000) é de +/- 3,1%.

 


 

SC Johnson

www.scjohnson.com


Estudos detalham impactos do declínio de populações de mamíferos na região neotropical

Grupo liderado por ecólogo da USP mostra que defaunação pode comprometer mais de 40% dos serviços ambientais prestados por esses animais, entre eles controle de doenças e formação de solo. Efeito é maior sobre os grandes mamíferos (macaco da espécie Brachyteles_arachnoides, popularmente conhecido como muriqui-do-sul; foto: ICMBio)

Um grupo de cientistas liderado pelo ecólogo Juliano André Bogoni, da Universidade de São Paulo (USP), publicou dois artigos que desvendam a intensidade da defaunação de mamíferos nos neotrópicos – região que compreende a América Central, todas as ilhas do Caribe e a América do Sul – e seus efeitos deletérios mais funestos.

No primeiro estudo, publicado em agosto na Ecosystem Services, os pesquisadores apontam que a extinção de mamíferos afeta mais de 40% dos serviços ambientais prestados por esses animais, como provisão de proteína animal para populações tradicionais e controle de doenças, por exemplo. No entanto, os mamíferos de pequeno porte têm “backups”, ou seja, há mais de uma espécie que realiza o mesmo serviço.

No segundo trabalho, publicado em setembro na Scientific Reports, o grupo quantificou em 56% a defaunação de grandes e médios mamíferos nos neotrópicos e propôs um novo Índice de Pressão de Caça (IPC), que indica a vulnerabilidade de determinado local à prática da caça ilegal com base em fatores que inibem e incentivam a atividade. O trabalho revela, ainda, que os mamíferos que sobraram são os menores.

Segundo Bogoni, o resultado do primeiro artigo foi um tanto surpreendente para a equipe. “Percebemos que, embora os mamíferos estejam declinando de forma muito rápida nos neotrópicos, ainda há backups: quando falta um, outro está fazendo o serviço. Mas isso não acontece com todos eles. Há famílias, por exemplo, como a Cricetidae (ratos) nas quais encontramos às vezes 30 espécies dentro de um gênero e quase até uma centena de espécies em ‘grupos-irmãos’, que são espécies de gêneros muito relacionados evolutivamente e morfologicamente. Ou seja, há muitas espécies que se sobrepõem no grupo dos pequenos mamíferos e dos voadores [morcegos]. Se tivéssemos nos concentrado em mamíferos médios e grandes, o declínio dos serviços teria sido muito maior.”

Os predadores de topo da cadeia alimentar são bons exemplos de falta de sobreposição. “Neste caso, só há um backup. A onça-pintada e o puma, por exemplo. Quando se perde um, sobra apenas o outro – isso se eles coexistirem no mesmo lugar, o que muitas vezes não acontece. Neste caso, a perda da espécie significa a perda dos serviços.”

Bogoni é pós-doutorando da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq-USP), no Laboratório de Ecologia, Manejo e Conservação de Fauna Silvestre, e atualmente desenvolve sua pesquisa na Universidade de East Anglia, no Reino Unido, com Bolsa de Estágio de Pesquisa no Exterior concedida pela FAPESP.

Para estabelecer a metodologia, os cientistas simularam dois macrocenários de defaunação: estocásticos (como se todos os grupos de mamíferos declinassem de igual forma) e determinísticos (quando alguma característica do ambiente ou do próprio grupo determina a defaunação). “O cenário determinístico é a ‘vida real’, o que está acontecendo hoje. Mas, como eu não sabia quais eram os grupos mais penalizados, pois não havíamos publicado ainda o segundo trabalho, também simulei o cenário estocástico, para poder comparar.”


Serviços afetados

A equipe dividiu os serviços prestados pelos mamíferos em quatro grandes grupos: provisão (que inclui proteína animal para populações tradicionais, inutilização e dispersão de sementes, bem como suas respectivas capacidades de afetar a dinâmica de regeneração das florestas e dos recursos madeireiros, e recursos genéticos); regulação (que inclui regulação climática, controle de doenças e pestes, controle biológico, recuperação de desastres naturais e polinização); culturais (ecoturismo, identidade etnocultural, estética e educação); e suporte (formação de solo, ciclo de nutrientes, produção de oxigênio e produtividade primária).

Os principais serviços ecossistêmicos afetados nos diferentes cenários de defaunação foram o ecoturismo (43,4%), a formação de solo (39,8%), o controle de doenças (39,6%), a aquisição de proteína para subsistência (38,0%) e a identidade etnocultural (37,3%), cujas perdas sob o regime de defaunação determinística variaram de 38,9% a 53,0% em comparação com a linha de base. No cenário determinístico especificamente, os principais serviços impactados entre os diferentes regimes de defaunação (ecoturismo, formação do solo, controle de doenças e aquisição de proteínas pelos povos tradicionais) tiveram redução acima de 40%.

De acordo com Bogoni, alguns serviços, como identidade etnocultural, podem declinar muito rapidamente. “As pessoas se associam, na maioria das vezes, aos predadores de topo ou a animais que tenham alguma característica ecomorfológica muito aflorada. Um rato talvez nunca seja objeto de identidade etnocultural, mas uma onça-pintada, sim, pois povoa o imaginário das pessoas desde tempos pré-colombianos. Outro exemplo de declínio severo de serviços é o provimento de proteína animal para povos tradicionais, que é a caça para subsistência. É um serviço que não tem muito backup, e foi um dos que mais declinaram. Quanto menos backup, maior a possibilidade de o serviço declinar, ou até zerar.”

O ecólogo realizou uma vasta revisão da literatura buscando por artigos que remetessem a serviços prestados pelos mamíferos de acordo com critérios ecomorfológicos – de como eles se comportam e como são. “É delicado estabelecer isso porque é algo putativo: predeterminamos que aquele animal presta certos serviços de acordo com algumas características que ele tem. O input foi baseado na literatura e em critérios como tamanho do corpo, dieta etc. Para evitar enviesar a atribuição do animal, consultamos mais oito especialistas em mastozoologia para colher opiniões. Na média, a diferença entre as nossas atribuições e a dos outros especialistas foi de 3%. Ou seja: a atribuição do serviço, embora presumível, é bem confiável.”

A metodologia abrange dados sobre 1.153 espécies de mamíferos distribuídas em 2.427 assembleias (grupos de espécies com histórias evolutivas relacionadas, dentro de determinada comunidade) em cerca de 20,4 milhões de quilômetros quadrados (km2) na América Latina. Entre a concepção do trabalho e a elaboração do banco de dados para a rodagem das análises, Bogoni contabiliza de seis a sete meses.


Perda de hábitat x caça

No segundo artigo, os cientistas abordam a intensidade da defaunação e a pressão que a caça exerce em grandes mamíferos nos neotrópicos. “Com base em dados atuais de defaunação que venho compilando desde 2015 e números da International Union for Conservation of Nature [IUCN], que fornecem uma distribuição aproximada dos mamíferos em polígonos predeterminados, assumimos que esses polígonos seriam a distribuição do animal na América pré-colonial, e fizemos a comparação. Realizei a análise para 1.029 assembleias.”

Ele esclarece que a equipe usou uma abordagem matemática chamada de matriz de confusão para lidar com os falsos negativos, ou seja, quando o animal presumivelmente ainda está presente, mas não foi registrado no banco de dados moderno. “Aplicando essa matriz para ‘corrigir’ possíveis falsos negativos, nossos dados mostram uma defaunação de 56,5%. Os índices mais severos de defaunação estão na América Central, no bioma Caatinga, no Brasil, e na porção norte da América do Sul.”

E alerta para o resultado mais importante do trabalho: “As assembleias foram miniaturizadas. Na distribuição dos dados por assembleia, em 95% dos casos os animais deveriam ter, de acordo com a média histórica, por volta de 14 quilos (kg), mas agora eles têm apenas 4 kg. Ou seja: sobraram os animais menores. A defaunação, além de ser pervasiva, é mais direcionada a grupos de grande porte, provavelmente afetada primariamente pela perda de hábitat e acentuada pela caça”.

Bogoni e os colegas também propuseram o novo Índice de Pressão de Caça (IPC), com base em fatores que inibem e incentivam a prática. “Na metodologia listamos diversos deles. Por exemplo, latitude: à medida que a latitude diminui, mais perto do Equador, mais espécies, mais biomassa, mais produtividade, então a probabilidade de se caçar ali é maior que nos extremos, onde só há bichos pequenos e rarefeitos no espaço. O mesmo raciocínio vale para a altitude: quanto maior, menos presas, menor a probabilidade de caça. Consideramos outros fatores, como ocorrência de luminosidade artificial, ou a relação entre a produtividade primária e a biomassa vegetal. Ambientes com alta produtividade e baixa biomassa vegetal provavelmente são pastagens, e se há gado, há proteína animal, não é necessário caçar”, explica.

Os resultados mostram valores relativamente altos de IPC para uma vasta fração dos neotrópicos: aproximadamente 17 milhões de km2, que incluem em grande parte a Amazônia, o Cerrado, a Caatinga e regiões da Patagônia. “Estamos tentando entender o que pesa mais para a defaunação: perda de hábitat ou caça. Por enquanto, todos os trabalhos mostram que é um efeito sinergético, mas queremos entendê-los separadamente, para que as estratégias de conservação levem em conta essas nuances”, adianta Bogoni.

O artigo Effects of mammal defaunation on natural ecosystem services and human well being throughout the entire Neotropical realm pode ser lido em: www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S2212041620301157?via%3Dihub.

Para ler o estudo Extent, intensity and drivers of mammal defaunation: a continental-scale analysis across the Neotropics acesse: www.nature.com/articles/s41598-020-72010-w.




Karina Ninni

Agência FAPESP 

https://agencia.fapesp.br/estudos-detalham-impactos-do-declinio-de-populacoes-de-mamiferos-na-regiao-neotropical/34561/


Aprovação automática: é isso que precisamos discutir?

Não há dúvidas que 2020 tem se mostrado um ano desafiador - tanto para o processo de ensino, quanto para a aprendizagem dos milhões de alunos e alunas que hoje estão na Educação Básica. O isolamento social provocado pela pandemia, que fechou nossas escolas por um longo período, visa proteger a comunidade escolar da Covid-19. Se, por um lado, isso é relevante e importante em termos de saúde, o fechamento prolongado das escolas impacta no aprendizado dos nossos alunos.

A transição do ensino presencial para o ensino remoto parece atingir igualitariamente todos os alunos, o que não é verdade. O que vimos nos últimos meses foi um aumento na desigualdade de acesso à Educação. Desde março, as escolas vêm trabalhando no engajamento dos estudantes para o ensino remoto e encontrando obstáculos que,  muitas vezes, estão além da sua área de atuação.

E é por esse motivo que não deveríamos aplicar uma regra única para todos os alunos, seja da rede pública ou da rede privada. Em linhas gerais, a Base Nacional Comum Curricular garante os direitos de aprendizado dos estudantes da Educação Básica e é papel de governos e comunidade escolar fazerem valer esses direitos. E é nesse ponto que começamos a diferenciar os propósitos e perguntar muito mais que responder. Ao ser perguntado sobre a viabilidade da aprovação automática em 2020, me vieram à mente muito mais perguntas do que respostas.

O sistema de ensino foi capaz de manter seus alunos engajados? Promoveu avaliações coerentes com o ensino remoto? Foi capaz de dar suporte aos seus professores para que tivessem ferramentas para disponibilizar aulas síncronas e assíncronas? Garantiu que seus alunos e alunas não tivessem nenhum impedimento para acompanhar as aulas e atividades remotas, levando em consideração ainda o acompanhamento especial a alunos com laudo? Se a nossa resposta para essas perguntas for sim, não há porque garantir a aprovação automática, uma vez que a equidade desses estudantes já foi garantida e será possível avaliá-los de alguma maneira.

E assim a gente chega na parte mais importante: como sociedade, fomos capazes de garantir essas condições para todos os estudantes? O que está em pauta não deveria ser a discussão da dicotomia de aprovação automática, e sim como devemos lidar com o ano letivo de 2020 e 2021. Está claro que este ano e o próximo não devem ser tratados como dois anos letivos distintos. A pandemia mudou a vida de todos nós e o biênio 2020-2021 deveria ser repensado em termos de currículo, horas letivas e avaliações, para que os direitos de aprendizagens da Base Nacional Comum Curricular possam ser garantidos a todos os nossos alunos e alunas.

Mais do que se preocupar com o retorno das aulas ou o que ocorrerá em 31 de dezembro de 2020, o ideal seria focarmos nossas preocupações em desvincular, pelo menos nos próximos dois anos, o ano letivo ao ano-calendário. Não é simplesmente uma questão de empurrar para 2021 o que faltou aplicar em 2020, mas de repensar e reorganizar o currículo das duas séries no tempo disponível nos próximos ciclos. Temos que garantir a recursividade curricular, de ano contínuo, de revisão no sistema avaliativo, e não cabe pensar agora em aprovação ou reprovação, porque o período letivo não deveria acabar no final do ano.

 


Fabrício Cortezi de Abreu Moura - gerente de conteúdo digital e avaliações do Sistema Positivo de Ensino

Pesquisa da UFSCar avalia inteligência emocional no ambiente de trabalho



Pessoas interessadas em colaborar com o estudo podem se manifestar até o dia 15 de novembro

 


O Laboratório de Desenvolvimento Humano e Cognição (LADHECO) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) convida pessoas voluntárias para participar de pesquisa intitulada "Teste de inteligência emocional no trabalho: construção de um instrumento psicológico", que está sendo realizada por Isaías Peixoto dos Santos Nascimento, estudante de doutorado do Programa de Pós-Graduação em Psicologia (PPGPsi), sob orientação de Monalisa Muniz, docente do Departamento de Psicologia (DPsi) da Instituição.


O objetivo é construir um instrumento psicológico para avaliar a inteligência emocional, que envolve a percepção, compreensão e gerenciamento das emoções, no ambiente de trabalho brasileiro. Podem participar do estudo pessoas com mais de 18 anos, que atendam um dos seguintes critérios: estar empregado há mais de um ano ou que tenha sido demitido há menos de seis meses, em instituições públicas ou privadas; ou se tiver sido demitido há mais de seis meses, desde que tenha trabalhado em empresas privadas por mais de cinco anos. 


A participação consiste no preenchimento de um teste online e o sigilo é assegurado. Para manifestar interesse, é necessário preencher este formulário (https://bit.ly/IEteste), até o dia 15 de novembro; o pesquisador entrará em contato e disponibilizará o acesso à plataforma do teste. 


De acordo com Peixoto, ao colaborar com o estudo, os voluntários poderão auxiliar na construção do primeiro teste de inteligência emocional específico para o ambiente de trabalho, elaborado para a população brasileira. Além disso, contribuirão com a ciência da inteligência emocional no contexto do trabalho no Brasil. Dúvidas podem ser esclarecidas pelo e-mail isaiaspeixotodsn@gmail.com.


Projeto aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFSCar (CAAE: 08173519.1.0000.5504).

 

Sharecare mostra três causas do absenteísmo e como combatê-las

Embora diversos sejam os fatores que impactam no desenvolvimento das atividades de uma empresa, não há como negar que o absenteísmo no trabalho é uma questão que merece uma atenção especial por parte de gestores e líderes.

Isso porque altos índices de absenteísmo, na prática, podem representar perdas produtivas significativas para o negócio, sobretudo quando se trata de setores em que o capital humano está diretamente ligado às operações e aos resultados.

Nesse sentido, ao gestor, não basta ser capaz de identificar e recrutar os melhores talentos para a sua empresa. Mais do que isso, é crucial desenvolver ações para manter os profissionais engajados, motivados e comprometidos com as suas funções. Além disso, é seu papel oferecer um ambiente de trabalho adequado, que contribua com a saúde e bem-estar dos colaboradores.

Dada a relevância que o absenteísmo no trabalho tem dentro das empresas, a Sharecare destacou três das principais causas desse problema e como combatê-las. 

Os impactos do absenteísmo no trabalho

De modo geral, a produtividade é o ponto mais afetado dentro das empresas quando o assunto é absenteísmo. Com equipes frequentemente desfalcadas, há uma série de ocorrências que interferem no bom andamento das atividades, como:

  • sobrecarga de trabalho em relação aos colaboradores presentes;
  • desorganização na rotina, dada a necessidade de que colaboradores assumam as responsabilidades dos ausentes;
  • ineficiência operacional, também ocasionada pela necessidade de que funcionários, muitas vezes sem as habilidades, assumam as funções de outros;
  • desgaste do clima interno, o que também impacta na motivação e no rendimento das equipes.

Além desses pontos, também é preciso considerar que altos índices de absenteísmo impactam negativamente sobre as finanças da empresa. Nesse sentido, por exemplo, pode-se aumentar os custos com o pagamento de adicionais por horas extras, dada possível necessidade de aumento da jornada dos funcionários para conseguir manter a produtividade.

No mais, quando o absenteísmo está relacionado a questões de saúde, a empresa precisa arcar com os prejuízos decorrentes de afastamento do empregado, acionamento do plano de saúde e, em casos mais graves, contratação de substitutos.

As três principais causas de absenteísmo nas empresas

Em regra, um alto índice de absenteísmo no trabalho está diretamente relacionado a dois pontos principais: a insatisfação do funcionário em relação a empresa e os problemas de saúde. Desses dois fatores, outros acabam surgindo e merecem a atenção por parte dos gestores e líderes. Vejamos alguns exemplos!

1. Falta de motivação

A falta de motivação pode ter origens internas — isto é, relacionadas à empresa — ou externas. Por exemplo, se o colaborador atua em uma função com a qual não sente prazer, não se sente valorizado, certamente trabalhará desmotivado, uma situação que pode contribuir para o seu absenteísmo.

Além disso, existem questões internas que também podem desmotivar o funcionário, como:

  • jornadas de trabalho excessivas;
  • falta de descanso;
  • condições de trabalho inadequadas;
  • baixa remuneração;
  • falta de perspectiva quanto ao crescimento dentro da empresa;
  • ausência de benefícios e outros.

Todos esses são fatores precisam estar no “radar” dos gestores, a fim de que estratégias possam ser aplicadas para reverter o quadro.

2. Estresse e depressão

As chamadas doenças psicossociais, como a depressão, também figuram como uma das grandes causadoras de absenteísmo nas empresas. Para se ter uma ideia da complexidade do problema, a depressão é a terceira maior causa de afastamentos médicos no estado de São Paulo. No Brasil, a patologia ocupa a 13ª posição.

Tanto o estresse quanto a depressão podem estar relacionados com fatores internos. Entre os mais comuns, pode-se destacar:

  • trabalho em ambiente hostil;
  • cobrança excessiva;
  • falta de descanso e lazer;
  • sobrecarga de trabalho;
  • desvalorização dos cuidados com a saúde mental;
  • descontentamento com as funções; entre outros.

A depressão também pode surgir por questões pessoais, como conflitos familiares, perda de entes queridos e outras. Em todos os casos, é fundamental que a empresa tenha uma cultura de acompanhamento da saúde mental dos seus colaboradores, minimizando assim os danos que podem ser causados por esse grave problema.

3. Problemas de saúde física

O absenteísmo também é um bom indicador de como anda a saúde dos colaboradores. Quando se observa a recorrência de afastamentos por motivo de doença, é possível que as condições de trabalho oferecidas na empresa estejam contribuindo com o surgimento ou agravamento de enfermidades.

Os problemas mais comuns são ocasionados por doenças ocupacionais, quadro que tem uma íntima relação com más condições de trabalho. Além disso, problemas de saúde física também podem ser causados por acidentes de trabalho ou pela exposição desprotegida a ambientes insalubres e perigosos.

No mesmo sentido, hábitos prejudiciais à saúde, como o tabagismo, má alimentação e o sedentarismo, pesam negativamente sobre as estatísticas de absenteísmo por razões de doenças físicas.

Medidas estratégicas para combater o absenteísmo no trabalho

Como visto, o absenteísmo no trabalho pode gerar uma série de impactos negativos sobre os resultados da empresa. Em razão disso, é fundamental que os gestores estejam atentos às causas desse problema, agindo para solucioná-las.

A seguir, destacamos algumas das ações estratégicas que podem auxiliar na redução do absenteísmo no trabalho. 

Investir em prevenção

A melhor estratégia para lidar com as altas taxas de absenteísmo é, sem dúvida, evitar que elas atinjam níveis preocupantes. Para tanto, focar em ações que contribuam com o clima organizacional da empresa é uma excelente alternativa.

Nesse sentido, valorizar o colaborador é uma medida preventiva de grande valia, pois melhora a relação da empresa com as equipes, fortalece a motivação e, consequentemente, reduz as taxas de absenteísmo.

Para isso, é importante que o hábito de reconhecer o bom trabalho e oferecer feedbacks construtivos estejam integrados à cultura da empresa. Além disso, a formulação de um ambiente colaborativo, saudável e pautado na comunicação, pode prevenir os afastamentos ao reduzir os riscos de atritos internos, ruídos na comunicação e outros pontos similares.

Do ponto de vista da saúde física, a prevenção também deve estar presente no ambiente. Nesse sentido, investir em ergonomia e na promoção de hábitos saudáveis são algumas medidas mais gerais que podem prevenir os afastamentos.

Ações mais específicas certamente demandam uma leitura mais técnica e aprofundada da realidade das equipes. Com base em dados e análises, é possível executar planos estratégicos mais direcionados, aumentando a probabilidade de bons resultados e otimizando os custos.

Engajar as equipes

O engajamento dos colaboradores é um dos quesitos determinantes para o sucesso de qualquer ação que vise a redução do absenteísmo. Isso porque, não basta traçar uma excelente estratégia para reduzir os altos índices. Além disso, é indispensável que os trabalhadores adotem as medidas estabelecidas e sintam que elas são efetivas.

Para fortalecer o engajamento, pode-se pensar em medidas como:

  • definir metas;
  • reconhecer o esforço das equipes;
  • oferecer pequenas recompensas, entre outras.

Investir em tecnologia e soluções personalizadas

Como visto, o absenteísmo pode ser ocasionado por diferentes fatores. Por essa razão, nem sempre é recomendado que a empresa adote ações genéricas para tentar reverter a situação, pois há o risco de se gastar com ações improdutivas e pouco aderentes às reais causas do problema.

Na realidade, considerando as diferentes ferramentas que se tem à disposição atualmente, o mais indicado é investir em tecnologia, em recursos e soluções que facilitem o monitoramento dos recursos humanos em seus mais diferentes aspectos, como desempenho, saúde e bem-estar.

Com o apoio de softwares e dos dados, por exemplo, gestores podem ter muito mais visibilidade sobre a real situação dos colaboradores, podendo identificar as principais causas de afastamento, por exemplo. A partir dessas leituras, certamente fica mais fácil direcionar ações e investimentos, aumentando o retorno e os resultados.

Em conjunto com essas medidas, investir em soluções personalizadas também pode potencializar a gestão dos recursos humanos da empresa. Soluções desenvolvidas com base nas necessidades e características da empresa, por exemplo, podem conduzir a avaliações mais finas e viabilizar ajustes mais estratégicos.

Por fim, o absenteísmo no trabalho é um indicador que está intimamente relacionado com o nível de satisfação, bem-estar e saúde dos colaboradores dentro e fora da empresa. Quando esse índice está muito elevado, os impactos negativos sobre a produtividade e os resultados do negócio são praticamente certos. Por isso, é fundamental avaliar as causas desse problema de forma criteriosa e, a partir disso, estabelecer um plano estratégico focado na solução.

 

segunda-feira, 9 de novembro de 2020

Dia Mundial do Diabetes: projeções em prédio na avenida Paulista reúnem histórias de pacientes

Iniciativa é uma parceria entre a ADJ Diabetes Brasil e a campanha "Quem Vê Diabetes Vê Coração" 


 Em 2019, a campanha "Quem Vê Diabetes Vê Coração", que busca sensibilizar as pessoas sobre o risco cardiovascular associado ao diabetes tipo 2, passou por três localidades: São Paulo (SP), Petrolina (PE) e Chapecó (SC) com encontros com profissionais da saúde e uma oficina de fotografia.

O convívio com o diabetes requer atenção e cuidados constantes, que passam a fortalecer a autoestima e uma maior compreensão da própria saúde. Cuidar-se significa amar-se. Esse sentimento foi transmitido pelos participantes por meio de suas fotos, que ofereceram seu olhar e histórias de vida únicos. Como resultado desta iniciativa, foram captadas imagens de caráter pessoal e emotivo por pessoas com diabetes tipo 2, usando objetos de valor sentimental para ilustrar o diabetes associado à complicação cardiovascular.

As imagens desse trabalho foram projetadas por vídeo mapping em um prédio na esquina das avenidas Paulista e Consolação. A campanha com os vídeos dessa ação será lançada no dia 14 de novembro nos canais da ADJ Diabetes Brasil      e da campanha "Quem Vê Diabetes Vê Coração" no YouTube.

Dando continuidade à campanha "Quem Vê Diabetes Vê Coração", a ADJ Diabetes Brasil realiza a live "O diabetes e os problemas do coração", no dia 11 de novembro, às 19h, ao vivo no Facebook da ADJ Diabetes Brasil e também no Youtube da ADJ.

A live terá a participação do médico cardiologista Dr. José Francisco Kerr Saraiva,      professor titular da disciplina de Cardiologia da Faculdade de Medicina da PUC Campinas; diretor de Promoção de Saúde da Sociedade Brasileira de Cardiologia;      membro do Departamento de Diabetes e Doença Cardiovascular da Sociedade Brasileira de Diabetes e pesquisador de Estudos de Segurança Cardiovascular de anti-hiperglicemiantes e a endocrinologista pediátrica e médica voluntária da ADJ Diabetes Brasil, Dra. Denise Ludovico.

Em paralelo, será lançada uma exposição digital com os depoimentos e registros fotográficos dos participantes no site da campanha: www.quemvediabetesvecoracao.com.br.

 

 

Quem Vê Diabetes Vê Coração

    

Lançada em junho de 2019 pela Novo Nordisk, a campanha Quem Vê Diabetes Vê Coração conta com apoio de entidades e sociedades médicas brasileiras. Para mostrar que o coração está mais perto do diabetes do que se imagina, a iniciativa      já realizou uma série de ações      em diferentes regiões do Brasil.

  

Sobre a ADJ Diabetes Brasil

Fundada em 10 de março de 1980, a ADJ Diabetes Brasil é uma entidade não governamental, sem fins lucrativos, legalmente registrada no Registro Civil de Pessoas Jurídicas. Seu objetivo é promover educação nesse campo para pessoas com diabetes, familiares, profissionais de saúde e comunidade.

 

Atende gratuitamente as pessoas com todos os tipos de diabetes, de qualquer faixa etária e classe socioeconômica. Oferece um trabalho integrado realizado por uma equipe multidisciplinar.

 


Novo Nordisk

www.novonordisk.com.br, Instagram, Facebook, Twitter, LinkedIn, YouTube.


Campanha faz alerta sobre a incidência das arritmias cardíacas, suas consequências e a prevenção de morte súbita

Você sabe o que são as arritmias cardíacas? Como reconhecê-las e o que fazer ao sentir os sintomas da doença? Ou até mesmo como socorrer alguém que está sofrendo uma parada cardíaca? Essas são algumas das dúvidas que a Campanha Coração na Batida Certa da SOBRAC – Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas irá responder durante o mês de novembro.

A campanha, que já está na sua 14ª edição, tem como objetivo orientar e conscientizar a população sobre os principais sinais e sintomas de uma arritmia cardíaca, doença que atinge milhares de pessoas em todo o mundo e é responsável pela morte súbita de muitos brasileiros. “Algumas arritmias cardíacas podem acometer 1 em cada 4 pessoas ao longo da vida, podendo resultar em consequências graves, como insuficiência cardíaca e derrame cerebral (AVC). Além disso, as arritmias são responsáveis pela morte súbita de cerca de 300 mil pessoas todos os anos no Brasil”, explica Ricardo Alkmim Teixeira, presidente da SOBRAC.

O assunto é tão delicado e merece atenção que em 2007 a SOBRAC criou o Dia Nacional de Prevenção de Arritmias Cardíacas e Morte Súbita, comemorado anualmente em 12 de novembro, data que já faz parte do calendário do Ministério da Saúde. “A missão é divulgar e alertar a população leiga e profissional sobre os principais sinais e sintomas de uma arritmia cardíaca”, explica Carlos Kalil, coordenador da campanha.

Apesar de as arritmias cardíacas serem muito frequentes, inclusive em atletas e indivíduos jovens supostamente saudáveis, os sinais de alerta são pouco divulgados e sua prevenção ainda é precária. “Por isso, todos os anos procuramos levar orientações à população leiga sobre como identificar os principais sintomas, explicar o que são as arritmias e até mesmo treinar as pessoas sobre as manobras de ressuscitação cardíaca com massagens e uso do DEA (Desfibrilador Externo Automático)”, acrescenta Kalil.


Campanha Coração na Batida Certa 2020

Neste ano, durante o mês de novembro, a SOBRAC irá divulgar em suas redes sociais, site, e por meio dos seus associados, influenciadores digitais, jogadores de futebol e parceiros informações sobre o que são as arritmias cardíacas, como reconhecê-las e como ajudar alguém que está sofrendo uma parada cardíaca. As ações irão culminar no dia 12 de novembro, quando é celebrado o Dia Nacional de Prevenção de Arritmias e Morte súbita.

“Como não tivemos a oportunidade de realizarmos as nossas ações presenciais devido a pandemia do coronavírus e também para ampliar as mensagens da campanha, estamos mobilizando toda a sociedade para, literalmente, vestir a camisa e aderir à campanha com orientações em mídias sociais e imprensa”, conta Carlos Kalil.

As arritmias cardíacas são alterações elétricas que provocam modificações no ritmo das batidas do coração. Elas podem se apresentar na forma de batimentos irregulares, taquicardia (quando o coração bate rápido demais) e bradicardia (quando as batidas são muito lentas). Quando não é tratada, a arritmia cardíaca pode resultar em morte súbita. “Por isso a importância desta campanha no sentido de orientar a população sobre como reconhecer os sinais e sintomas e quais medidas preventivas podem ser tomadas para evitar o AVC e a parada cardíaca, por exemplo”, finaliza Ricardo Alkmim Teixeira, presidente da SOBRAC.

 



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Novembro roxo, entenda como a prematuridade pode desenvolver cardiopatias

No mês da prematuridade, cardiologista pediátrica explica a relação entre a saúde cardíaca e o nascimento prematuro


Neste mês é celebrado o Novembro Roxo, período dedicado à informação e conscientização sobre a prematuridade. Mas, sabia que existe uma relação direta entre o nascimento precoce e a saúde do coração?

Um estudo recente apontou que adultos jovens que nasceram em prematuridade extrema são mais suscetíveis a sofrerem de hipertensão arterial na vida adulta e, consequentemente, entrando para o grupo de risco de sofrerem de doenças cardíacas.

Mais de 200 adultos, nascidos entre 1991 e 1992 com menos de 28 semanas e abaixo de 1kg, foram acompanhados pelo Victorian Infant Collaborative Study¹. O estudo constatou que esses adultos tinham quase o dobro de chance de sofrer de pressão alta quando comparados aos que nasceram no tempo normal.

E isso tem um porquê.

A médica cardiologista pediátrica pela Sociedade Brasileira de Pediatria Dra. Renata Isa Santoro explica que o coração do bebê tem função e estrutura diferentes dentro e fora do útero:

"Quando ainda está no ventre materno, o coração do bebê possui uma estrutura muito importante e imprescindível para a vida, que se chama ducto arterioso. Ele é como uma ponte que conduz de 80 a 85% da quantidade de sangue que vai do lado direito do coração para o lado esquerdo e para a aorta (artéria de maior importância no nosso organismo). Checar o bom funcionamento desta estrutura é de grande importância durante a gestação", descreve.

No útero, o oxigênio vem da mãe, passa pela placenta e pelo cordão umbilical e, em seguida, viaja para o coração do feto por meio do ducto venoso. Assim que chega ao coração, o sangue é bombeado para o resto do corpo através de vasos muito importantes. Um desses vasos é o ducto arterioso.

"Mas, assim que o bebê nasce, sua primeira respiração inicia mudanças na função e na maneira como o coração trabalha", conta a cardiologista pediátrica. Uma das principais mudanças que acontece é que os ductos venoso e arterioso perdem função e, pouco a pouco, se fecham.

Mas, quando o bebê nasce prematuro, corre riscos de ter algumas complicações no coração. "Nos bebês que nascem a termo, ou seja, de nove meses, o canal arterial se contrai após o nascimento e se torna funcionalmente fechado. Em prematuros, no entanto, o fechamento do canal arterial é retardado, permanecendo aberto em aproximadamente 10% dos bebês nascidos entre 30 e 37 semanas de gestação, 80% daqueles nascidos com 25 a 28 semanas de gestação e 90% daqueles nascidos com 24 semanas de gestação."

E se esse ducto permanece aberto e funcionando, favorece o aumento do fluxo de sangue nos pulmões predispondo a algumas doenças como edema pulmonar, insuficiência respiratória, insuficiência cardíaca e, posteriormente, prejudicando também outros órgãos como intestino, rins e cérebro.

"O tratamento deve ser avaliado caso a caso. Todo bebê prematuro, em especial os extremos, precisam de acompanhamento médico o resto da vida para prevenir diferentes enfermidades, como as cardiopatias", conclui a médica.

 



Dra. Renata Isa Santoro - Médica pela faculdade de ciências médicas de Santos - UNILUS • Especialista em Pediatria pela AMB/SBP • Especialista na área de atuação em Cardiologia Pediátrica pela AMB/SBP/SBC • Especialista em Ecocardiografia fetal e pediátrica pela UNICAMP • Mestrado em Ciências pela UNICAMP • Atuou como Cardiologista Pediátrica, Ecocardiografista e na formação da residência médica em cardiologia pediátrica na UNICAMP de 2007 a 2018

 

 

¹Anjali H. Et al. High blood presure in Young adults survivors born extremely preterm or extremely low birthweight. Hypertension, 2019.


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