Na América Latina, 127,2 mil convivem com a diabetes, e o país com mais registros é o Brasil: 95,5 mil casos. No ranking global, o país só perde em número de casos para os Estados Unidos e a Índia - os números, no entanto, não demonstram maior incidência da doença entre os brasileiros; de acordo com a IDF, a posição do país entre os primeiros do ranking se deve ao tamanho de sua população. Segundo o relatório da IDF, cerca de 98,2 mil crianças e adolescentes com menos de 15 anos são diagnosticados com diabetes tipo 1 a cada ano - o número sobe para 128,9 mil quando a faixa etária se estende até os 20 anos.
Diabetes
é uma doença crônica, que atinge mais de um milhão de crianças brasileiras. Ela
afeta o metabolismo em que o açúcar no sangue atinge níveis muito altos,
desregulando o funcionamento metabólico e está relacionada à destruição das
células do pâncreas, causando diretamente a deficiência de insulina. Isso vale
tanto para pacientes infantis quanto adultos.
Segundo
a Associação Americana do Coração, crianças e jovens não devem consumir mais
de seis colheres de chá de açúcar por dia. E açúcar aqui
significa qualquer tipo de adoçante que não seja natural do alimento, como o
próprio açúcar refinado, mel, adoçante, açúcar mascavo, frutose. E para
crianças menores e 2 anos de idade nenhum tipo de açúcar acrescentado deve
ser oferecido.
De
acordo com a pediatra Dra. Loretta Campos, é durante a infância que o ser
humano desenvolve o paladar, além de o organismo também estar em fase de
desenvolvimento. “Isso significa que ao oferecer açúcar aos pequenos, estaremos
acostumando seu paladar ao doce, e eles irão sempre querer consumi-lo em maior
quantidade,” alerta a médica.
O
consumo de açúcar na faixa etária de 2 até 18 anos influencia muito na
condição cardiovascular da pessoa. O excesso desse
alimento nessa idade pode causar diabetes, aumento nos níveis de colesterol, risco cardíaco, hipertensão arterial e obesidade. “Além disso, essa ingestão não
controlada pode atacar o sistema imunológico, interferindo na absorção
de cálcio e magnésio,
diminuir o volume de nutrientes sintetizados, influenciar no aparecimento de cáries, sobrepeso e até depressão,”
reforça Loretta.
Os refrigerantes, doces coloridos (cheios de corante e
açúcar), bolos, biscoitos e sucos industrializados contém um nível muito alto
de açúcar e devem ser evitados. Por isso, é necessário melhorar os hábitos alimentares
desde de cedo, assim a criança vai logo se acostumar com bons hábitos, e terá
um ótimo reflexo na sua saúde durante a vida adulta.
Os
sintomas do diabetes tipo 1 em crianças e adolescentes surgem de forma
repentina. A abundância de energia marcante da faixa etária é substituída por
um cansaço frequente. Dessa maneira, a criança sente muita fome e perde peso de
uma hora para outra.
No
caso do diabetes tipo 2, os sintomas surgem, muitas vezes, devido à alimentação
inadequada. Isso resulta em muita sede, muita vontade de urinar, e o
escurecimento de dobras, como a da axila e do pescoço, por exemplo.
Saiba
como evitar oferecer produtos com alto níveis de açúcar para as crianças e
manter uma boa rotina alimentar:
- Manter o
aleitamento materno como única fonte de
alimentação até os 6 meses de idade se for possível;
- Jamais substitua as refeições principais por
lanche;
- Incentivar
a variedade de alimentos, incluindo frutas, verduras e legumes;
- Limitar a ingestão
de carboidratos refinados e gorduras saturadas;
- Aumentar as
atividades físicas.
“O tratamento do diabetes é
feito principalmente por meio do controle da alimentação, regulando a
quantidade de carboidratos que a criança ou adolescente consome durante o dia.
Por isso, é indicado o acompanhamento de um nutricionista de confiança,”
finaliza a pediatra Loretta Campos.
Dra. Loretta
Campos - Pediatra e Consultora de Aleitamento Materno - CRM 10819 – GO | RQE 5373 - Pediatra pela Universidade de São Paulo (USP),
Consultora Internacional em Aleitamento Materno (IBCLC), Consultora do sono,
Educadora Parental pela
Discipline Positive Association e membro da Sociedade Goiana e
Brasileira de Pediatria. A médica aborda temas sobre aleitamento materno com
ênfase na área comportamental da criança e parentalidade positiva.