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terça-feira, 2 de junho de 2020

Pets podem ajudar a combater solidão na quarentena


Eles são os melhores aliados no período de isolamento social, mas é preciso cuidados especiais com a alimentação e saúde dos animais domésticos


Não é de agora que estudos comprovam o quanto a companhia de animais de estimação pode ser benéfica para o ser humano. Levantamento realizado ainda em 2009 pela Universidade de Azabu, no Japão, mostra que quando donos de animais olham nos olhos dos seus pets, eles recebem picos de ocitocina. 
Considerado o hormônio da felicidade, é responsável por sensações de prazer e bem-estar. Aliás, esse é um dos motivos pelos quais a companhia de cães e gatos têm sido recomendada em meio a um cenário de pandemia, uma vez que especialistas garantem que os pets podem ser verdadeiros aliados no combate à ansiedade, estresse e solidão.

Esse impacto positivo na saúde decorrente do laço emocional com os animais domésticos pode ir muito além ainda. Pesquisa da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, mostra que se uma pessoa acariciar um gato ou cachorro por pelo menos 10 minutos terá redução do nível de cortisol – hormônio ligado ao estresse. “Eles oferecem suporte emocional e psicológico, e esse tipo de vínculo afetivo é terapêutico, tem peso ainda maior nos relacionamentos com pessoas idosas, solteiras, crianças e portadores de necessidades especiais, como autistas ou no caso de quem vive sozinho”, reforça Hugo Villalva Leça Fonseca, CEO da Mon Petit Chéri.

No país, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), cerca de 44% dos domicílios têm cães. Por sua vez, segundo o censo do Instituto Pet Brasil, o país contabiliza mais de 139 milhões de animais domésticos. Quando falamos especificamente no caso da Covid-19, os donos de cães e gatos podem ficar tranquilos porque o vírus não é transmissível de humanos para animais e vice-versa, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Associação Mundial dos Veterinários de Pequenos Animais (WSAVA). 

Mas diante da pandemia da COVID-19, é natural que as pessoas tenham dúvidas sobre a possibilidade dos pets serem infectados ou transmitirem esse vírus. “Os ‘coronavírus’ são de uma família que se divide em dois gêneros, o Alphacoronavirus e o BetaCoronavirus. O Alphacoronavirus possui duas espécies, que causam gastroenterite em cães e a peritonite em gatos, sendo que ambas as doenças não afetam humanos. Já os ‘BetaCoronavírus’ possuem três espécies que acometem os humanos, sendo a Mers-Cov, a Sars-Cov e a Sars-Cov 2, esse último justamente a espécie que está afligindo a humanidade atualmente”, afirma Hugo.

Embora tenha sido relatado o caso de um cão que foi infectado e testou positivo para esse vírus na China, a OMS (Organização Mundial da Saúde) e a Associação Mundial dos Veterinários de Pequenos Animais (WSAVA) afirmam que até o momento não há evidências de que os pets possam adoecer e transmitir a Covid-19. Portanto, conforme orientação das autoridades de saúde em quase todo o mundo, apesar da necessidade de isolamento, os passeios com os animais e o funcionamento dos pet shops estão autorizados. “As autoridades de saúde compreendem a necessidade de acesso a alimentos saudáveis e balanceados e medicamentos como algo importante para a saúde e bem estar dos pets. Como já dizia Mahatma Gandhi, ‘a grandeza de um país e seu progresso, pode ser medido pela forma como trata seus animais”, destaca o CEO da Mon Petit Chéri.


CUIDADOS ESSENCIAIS PARA A SAÚDE DOS PETS

Para as recomendações essenciais, Luciana D. Oliveira, veterinária com PhD em nutrição da Mon Petit Chéri, orienta a seguir quais são os principais cuidados com os animaizinhos. Vamos ao checklist?


- Passeios: para garantir a saúde de todos, em casa, somente uma pessoa deve passear com o cão e evitar locais com aglomeração, mantendo sempre uma distância mínima de um metro de outras pessoas e dos pets. O passeio deve ser de no máximo 15 minutos e ninguém deve tocar no cão. Ao retornar para casa, lavar as patas do cão/gato com água, sabão e secar. Não use álcool em gel nos pets. Lavar muito bem as mãos antes de sair de casa e imediatamente quando voltar;


- Banhos: é preciso dar banhos mais frequentes, lavar bem os bebedouros e comedouros diariamente e adiar consultas e cirurgias que não sejam de urgência e emergência, como exemplo as vacinas e a castração. Caso seja necessário levar o animal ao veterinário, ligar antes para que o horário seja agendado e não tenha fila de espera. Só um membro da família deve levar o animal ao veterinário, não sendo pessoa do grupo de risco para a COVID-19;


- Internação: em caso de internação, apenas um membro da família deve visitar o animal, devendo agendar um horário para isso, de forma que não haja outras pessoas no mesmo horário. O tempo da visita aos animais internados deve ser reduzido a 15 minutos e pessoas com sinais de gripe, suspeitos ou diagnosticados com COVID-19 não devem acompanhar os pets ao veterinário ou passeios;


- Atividade física: Os passeios devem ser feitos, se possível, sob a luz do sol, evitando os horários mais quentes, que são prejudiciais a saúde dos humanos e dos pets. O asfalto quente pode queimar as almofadas plantares das patas dos pets. O hábito do passeio é uma atividade física que deve ter intensidade moderada para fazer bem tanto a saúde do humano quanto a do seu animal, diminuindo o stress e, consequentemente, aumentando a resposta do seu sistema imunológico;


- Alimentação: mesmo no universo humano, temos a concentração de alimentos de algumas poucas fontes. Ao consumirmos os mesmos alimentos sempre, corremos riscos de ficarmos carentes de determinados nutrientes, em particular determinadas vitaminas e minerais. No universo pet ocorre o mesmo, porém, alguns alimentos de melhor qualidade são elaborados tendo em vista estudos técnicos de veterinários nutrólogos, que buscam balancear os ingredientes e os complementam com premix vitamínico mineral. As rações pets de ótima qualidade são saudáveis para os animais de estimação, mas por não oferecem muitas opções de sabores, podem deixá-los enfadonhos, e dessa forma recusarem a se alimentar de modo completo, e apenas nessa situação, como um efeito colateral, prejudicar a saúde dos pets.

Está em dúvida sobre como escolher a ração completa para o seu pet? Então, anote aí, pois ela deve conter:
  • 10 aminoácidos para cães e 11 para gatos (formam as proteínas do corpo)
  • 1 Ácido graxo para cães e 2 para gatos (fazem parte da gordura)
  • 12 minerais, entre eles cálcio, fósforo, iodo, zinco, selênio
  • 11 vitaminas para cães e 12 para gatos, entre elas as vitaminas do complexo B e vitaminas A, D e E
“Quando dizemos que um alimento é completo e balanceado, isso quer dizer que possui todos os nutrientes essenciais em quantidade igual ou maior que a necessidade mínima para aquela espécie animal. O uso regular de um alimento completo e balanceado é o que traz saúde ao animal, pois quando há falta de um ou mais nutrientes ou quando esses nutrientes não estão presentes em quantidades mínimas, invariavelmente o animal vai apresentar sinais de deficiências nutricionais, contribuindo para o aparecimento de enfermidades a pequeno, médio e longo prazo. Importante ressaltar que as quantidades de cada nutriente essencial é diferente para cães e para gatos”, esclarece Hugo.

Outro detalhe importante na alimentação é a possibilidade de oferecer mais sabores aos pets para quebrar a monotonia alimentar. Segundo Hugo, o sabor de um alimento é uma soma de estímulos sensoriais, como o paladar, odor e textura. Para cada espécie animal esses estímulos se somam de forma diferente. O executivo explica ainda que os cães possuem muito mais células olfativas do que os gatos, por exemplo, estes que, por sua vez, não sentem o sabor doce dos alimentos e preferem alimentos de textura mais crocante. 

“Quando reunimos rações que tenham equilíbrio na composição nutricional com opções de sachês e molhos exclusivos para pets, em diversos sabores, por exemplo, tornamos a experiência gastrômica dos nossos pets muito mais prazerosa e interessante”, conclui Hugo Villalva Leça Fonseca, CEO da Mon Petit Chéri.



Pets também podem ter glaucoma e catarata


No dia Nacional de Prevenção e combate a essas doenças (26/05), profissionais das comissões técnicas do CRMV-SP alertam sobre as principais causas de cegueira em animais


De acordo com a Organização Mundial da Saúde, o glaucoma é a segunda causa mais comum de cegueira no mundo. Uma estimativa aponta que neste ano mais de 11 milhões de pessoas podem ficar cegas. Em 26 de maio é lembrado o Dia Nacional de Prevenção e Combate ao Glaucoma e à Catarata para conscientizar as pessoas dos cuidados que devem ter com os olhos e sobre como agir em caso de identificação de alguma doença oftalmológica. E o alerta estende-se também aos tutores com relação à saúde dos pets, já que essas enfermidades ocorrem com a mesma gravidade em animais de estimação.

Para o médico-veterinário Eduardo Pacheco, membro da Comissão Técnica de Clínicos de Pequenos Animais do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP), todos os animais podem ter doenças oculares. As de origem genética são mais frequentes naqueles cuja criação não é controlada, como nos cães de raça pura de criadores irregulares, mais uma importância do cuidado necessário ao se escolher um canil ou gatil.

Shih-tzu, Pug, Lhasa Apso, Boxer, Bulldog e Boston Terrier são algumas das raças caninas que fazem parte do grupo com os maiores riscos de ter problemas oculares. Já em felinos, raças como persa ou exótico destacam uma propensão maior a ter tais complicações ao longo da vida, incluindo catarata, glaucoma, conjuntivite, úlcera de córnea, ceratoconjuntivite seca e doença das pálpebras. “Vale também lembrar que todos os animais, inclusive os sem raça definida (SRDs) podem desenvolver alguma lesão oftalmológica, por isso a importância de estar sempre atento”, indica Pacheco.

E como identificar esses problemas nos pets? Pacheco explica que para saber se há alguma alteração oftalmológica deve-se observar as seguintes situações: aparecimento de secreções, desconforto nos olhos, alteração na coloração dos olhos, mudança no comportamento do animal, que passa a raspar a face nos objetos ou coçar com a própria pata, por exemplo. “Há alterações que não são visíveis para o tutor, por isso, é sempre indicado ir a uma consulta com médico-veterinário oftalmologista pelo menos uma vez ao ano”, orienta.

O médico-veterinário Marcio Motta, da Comissão de Entidades Regionais Veterinárias do CRMV-SP, enfatiza a importância dos tutores estarem atentos ao comportamento dos pets. “Normalmente os animais apresentam pequenas alterações no comportamento que para o tutor atento podem chamar a atenção, como piscadas e/ou lacrimejamento excessivo, dificuldade em abrir os olhos, pupilas alteradas, presença de secreção excessiva, que pode ser líquida, com pus ou esbranquiçadas, e episódios de cegueira que podem ser prolongados ou momentâneos”, detalha.

Além disso, continua Motta, podem ocorrer incômodos em ambientes com muita claridade. “Podem ocorrer algumas alterações nos pets como apatia, falta de apetite, começar a esbarrar em coisas, como cadeiras, sofás, e também a apresentação de certa irritabilidade”, completa.


Tratamentos e prevenção

De acordo com Pacheco, os tratamento podem variar de colírios e medicamentos via oral até uma cirurgia, dependendo do caso. “O controle ou extinção da doença vai depender muito do tipo de enfermidade, da precocidade do diagnóstico, da introdução do tratamento mais adequado o mais rapidamente possível e da adesão do tutor ao processo - se ele não fizer conforme orientado, não funcionará”, alerta Pacheco.

Já Marcio Motta ressalta que um diagnóstico preciso é de suma importância para seguir o tratamento, pois um problema oftalmológico pode não ter a causa base diretamente nos olhos, mas ser proveniente de uma doença infecciosa, de uma doença autoimune, dentre outras.

“Os tratamentos oftalmológicos hoje em dia são muito efetivos, costumam ter um excelente prognóstico. Claro que em certos casos não é possível uma recuperação. Mas, por exemplo, é possível recuperar um animal de catarata com uma cirurgia. No geral o problema é corrigido, salvo em casos mais graves ou de trauma muito extenso”, comemora.

Para diminuir a incidência das doenças geneticamente transmissíveis, os animais com essas enfermidades devem ser retirados da reprodução pelos criadores.
Como outras formas de prevenção, é indicado manter uma limpeza diária da região periocular e manter sempre uma tosa higiênica da região. E o mais importante, visitas regulares ao médico-veterinário, que ao menor sinal de alteração pedirá exames ou encaminhará a um especialista para seguir com diagnóstico e tratamento.





Sobre o CRMV-SP
O CRMV-SP tem como missão promover a Medicina Veterinária e a Zootecnia, por meio da orientação, normatização e fiscalização do exercício profissional em prol da saúde pública, animal e ambiental, zelando pela ética. É o órgão de fiscalização do exercício profissional dos médicos-veterinários e zootecnistas do estado de São Paulo, com mais de 39 mil profissionais ativos. Além disso, assessora os governos da União, estados e municípios nos assuntos relacionados com as profissões por ele representadas.


Como preparar os pets para o retorno a rotina?


Especialista em comportamento animal reforça importância de treinar o animal gradualmente para que ele se acostume a ficar períodos longe do tutor

A pandemia do coronavírus impôs uma séria de mudanças na rotina da população. Hoje, muitas pessoas, que antes passavam horas trabalhando fora, estão em casa na companhia dos pets. 

Os animais não compreendem o que motivou essa alteração abrupta, porém muitos deles já se adaptaram a presença constante do tutor. Mas, e quando a rotina voltar ao normal? 

Sem o preparo adequado, essa mudança será um verdadeiro desafio para os animais, especialmente os cães. Pensando nisso, a Ceva Saúde Animal convidou a Dra. Daniela Ramos, médica veterinária comportamentalista, para responder as principais dúvidas sobre o tema e abordar dicas para que o processo ocorra sem estresse para os pets e os tutores. 

“O cão é altamente sociável e a presença do tutor em casa é vista como um estímulo positivo. O isolamento acabou proporcionando um período de estreitamento do vínculo entre eles. Por isso, retornar a passar alguns períodos sozinhos pode gerar um certo desconforto. Alguns cães, inclusive, podem ter desenvolvido uma dependência do tutor”, explica a Dra. Daniela.

Para manter o bem-estar do pet o indicado é que o retorno seja feito gradualmente, dessa forma o animal conseguirá compreender que o afastamento é apenas temporário. “Precisamos lembrar que os cães foram pegos de surpresa com essa alteração na convivência, e isso acontecerá novamente quando o cenário retornar à normalidade. Por isso, é preciso treinar, desde já, o animal para esse afastamento. Assim as chances dele ficar estressado serão menores”, afirma.

O processo envolve relembrar o cão que ficar alguns períodos longe do tutor fazem parte da rotina. “É preciso estimular a independência do animal. O tutor pode, por exemplo, na hora de tomar banho fechar a porta e deixar o pet fora do banheiro, ou no horário que costumava sair para trabalhar ir para um cômodo somente ele, deixando o cão no restante da casa. Assim o animal começa a ter contato com alguns graus de separação e entenderá que ficará, por alguns instantes, separado do tutor. O ideal é fazer isso diariamente”, conta a Dra. Daniela.
 
Outro ponto importante é o enriquecimento ambiental para o pet que ficará sozinho, mesmo nesses pequenos instantes só, que serão treinados agora.  “O cão precisa associar aquele momento com algo positivo. A dica é entretê-lo e existem várias maneiras de fazer isso. Pode ser um ossinho, uma pastinha congelada que o animal gosta de comer, ou até mesmo um brinquedo especial, que ele só tenha acesso nos momentos em que está sozinho. O cão precisa ter uma atividade prazerosa para fazer, com estímulos positivos. É como se o tutor dissesse: “Tá tudo bem, eu saio é rapidinho, volto e você fica bem aqui com seu petisquinho, com seu brinquedinho”, explica.

Essa estratégia é fundamental para que o processo ocorra mantendo o bem-estar do animal e evitando qualquer estresse para ele e o tutor.  “Sem treinar essa separação o pet sairá de uma convivência de praticamente 24 horas com o tutor, para longos períodos sem ele, de forma abrupta. Nesse cenário, a ansiedade de separação pode se tornar um problema”, afirma a Dra. Daniela.

Outra vantagem do treinamento gradual, mesmo quando não sabemos se o cão terá um problema futuro ou não, é identificar o problema antecipadamente. “Mesmo sentindo o cheiro do tutor dentro de casa quando ele se afastar, alguns animais já vão se perturbar, irão latir, chorar, uivar ou até mesmo roer e destruir algum objeto. Isso é um alerta de problema futuro e de necessidade de treinamento de separação ainda mais gradativo, elaborado, com uso de recompensas altamente atrativas e desde já”, detalha.


E os gatos?


Os gatos têm uma natureza mais independente, mas engana-se quem pensa que os felinos não foram afetados pela mudança na convivência com os tutores. 

“Muitos desses animais estão mais próximos aos tutores, mais apegados até, assim como têm aqueles que sentiram mais dificuldade em manter sua rotina de sono com a presença constante dos humanos, mas sem dúvidas eles também foram afetados por esse cenário e alguns, assim como cães, podem sentir a falta do tutor quando esse retornar suas atividades; outros, no entanto, sentir-se-ão aliviados com a retomada do território só para eles”, explica a Dra. Daniela.

A diferença está no comportamento social dos felinos que é naturalmente mais distanciado, ou seja, o animal se apega ao tutor, mas sem criar uma dependência, como os cães.

“Isso não quer dizer que o felino não goste do tutor ou que ele não sinta os impactos da mudança. O que acontece é que os gatos conseguem se adaptar melhor a ficarem sozinhos, desde que o tutor mantenha as atividades de costume com o gato, seguindo os horários respectivos, eles conseguirão lidar melhor com a volta do tutor à sua rotina”, conta.


 

Ceva Saúde Animal

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