De forma gradual, a pandemia trouxe três realidades
que impactaram a grande maioria dos segmentos: a preocupação extra e necessária
com a saúde pública, a redução da demanda de compra e a paralisação das
atividades. O impacto econômico e social da Covid-19 atinge também a construção
civil, por mais que o setor tenha sido classificado como serviço essencial em
algumas cidades brasileiras.
Em um período usual, a construção de um
empreendimento depende de colaboradores, desde os engenheiros e arquitetos que
projetam e supervisionam o andamento da obra, até pedreiros, eletricistas,
carpinteiros, encanadores e outros profissionais que colocam a mão na massa.
Depende ainda de fornecedores, que precisam cumprir os prazos estabelecidos com
os materiais corretos, na quantidade solicitada. A junção de todas as etapas
segue um cronograma planejado minuciosamente, para atender às expectativas dos
clientes quanto ao prazo, a qualidade e a segurança do empreendimento.
Neste momento atípico, a pandemia exige uma
adaptação rápida e eficaz do cronograma, do plano de trabalho e das
estratégias, para manter o compromisso assinado com o cliente e a perenidade da
marca. Na maioria das construtoras, o quadro de colaboradores e as atividades
do dia a dia tiveram que ser reorganizadas, seguindo as determinações dos
órgãos da saúde. Muitos trabalhadores, peças fundamentais dos projetos, deverão
permanecer em casa por mais um tempo ainda para amenizar os riscos. Em relação
aos suprimentos, estamos trabalhando em acordos comerciais que visem melhorar
cada vez mais a gestão do caixa e a eficiência operacional. É preciso avaliar a
redução de custos de acordo com a produtividade, minimizando desperdícios e
otimizando os produtos.
Na área da engenharia, por exemplo, é possível
trabalhar com uma gestão integrada, utilizando o recurso do Building
Information Modeling (BIM), ou modelagem de dados de construção. A tecnologia
permite integrar todas as áreas envolvidas no projeto em uma única plataforma,
que reúne informações relativas às etapas produtivas, em um modelo
tridimensional. Assim é possível melhorar o orçamento, planejamento e diminuir
as incompatibilidades entre os projetos, com o intuito de reduzir as
assistências técnicas e, assim, aumentar a satisfação do cliente.
A gestão ágil faz com que seja possível decidir e
aplicar uma estratégia rapidamente. Com a ajuda da tecnologia adequada, a
reorganização do projeto devido à uma pandemia torna-se um desafio viável e
possível de alcançar. Outro ponto importante é o comprometimento e a dedicação
em todos os níveis do processo, para assegurar um resultado final positivo, o
que só é possível quando este cultura já está inserida na empresa. E isso faz
toda a diferença em um momento de crise.
O compromisso com o cliente deve seguir preservado,
para seguir com a construção de planos, metas e sonhos. Em qualquer negócio é
preciso saber frear, para acelerar novamente em momentos oportunos. A
prioridade agora é se preparar para a retomada. Como em outras crises, essa
também vai passar, trazendo muitas oportunidades.
Sandro Sadao Nagata - diretor
executivo da A.Yoshii Engenharia