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sábado, 2 de maio de 2020

Na semana da educação a Falconi propõe um desafio: uma visita à sala de aula de 2025


Pode parecer precipitado falar de um cenário futuro para a educação neste momento em que a crise no segmento pode estar atingindo seu ponto mais crítico. Segundo dados da UNESCO, até o dia 26/04/2020 mais de 90% dos alunos no mundo haviam sido impactados pelo fechamento das escolas, algo nunca antes imaginado. Vivenciamos, em um curtíssimo espaço de tempo, inúmeras adaptações nos processos educacionais e administrativos e sabemos que há ainda muitas outras por vir. Esse movimento, contudo, não deve ser interpretado como um ajuste emergencial. Temos diante de nós a oportunidade de aproveitar todas as mudanças que já estão em curso e criar a nova educação que queremos.
E por que essas mudanças irão trazer impactos duradouros? Em primeiro lugar, a vacina para a COVID-19 não estará disponível nos próximos meses e, em nosso primeiro "novo normal" haverá um espaço de convivência mais limitado, impactando diretamente o ambiente escolar. As ferramentas digitais, até agora colocadas como elementos de apoio ao processo educacional, serão aliadas na construção dessa nova rotina e permitirão que os estudantes retomem suas atividades gradualmente e em segurança.
Além disso, a cada extensão das medidas de isolamento há um aumento da carga horária a ser reposta, uma vez que estão mantidas as 800 horas para o ano de 2020. Soluções relacionadas apenas ao ajuste do calendário escolar certamente não serão suficientes para recompor essa perda. O plano de retomada passará, necessariamente, pela combinação das aulas presenciais com outras modalidades de ensino e demandarão novas atitudes, dos professores, dos alunos e dos pais.
Essa mesma pressão de mudança será observada no mercado de trabalho. A crise sanitária que vivemos remodelará o modo como atuamos e demandará novos perfis de trabalhadores. Aqueles que estiverem mais preparados para atuar no mundo VUCA (volátil, incerto, complexo e ambíguo) serão mais bem-sucedidos que os demais. As instituições de ensino precisarão responder a essa demanda muito rapidamente, sob pena de se tornarem irrelevantes em um curto espaço de tempo.
Por último destacamos a profusão dos cursos via EaD para os mais variados assuntos. Certamente muitas pessoas estão percebendo, durante o período de isolamento, que não precisam de uma sala de aula para avançar em sua formação.
Em suma, estruturas que sustentavam o sistema escolar foram abaladas e as mudanças que já estão em curso remodelarão a forma como os diferentes stakeholders (professores, diretores, alunos, pais) percebem valor e se relacionam com o mesmo. Essa experiência e suas conclusões serão a base sob a qual será construída a relação da sociedade com o segmento escolar nos próximos anos.
Eis então que chegamos à proposta desse artigo: a escola de 2025. Certamente ela utiliza novos modelos pedagógicos e não centra todas as atividades de aprendizado unicamente no professor. O corpo docente tem uma preparação diferenciada e entende seu papel de mediador. Ele lança mão de recursos variados de aprendizado, domina diferentes ferramentas tecnológicas e reconhece a importância da formação continuada em um ambiente de constante transformação. As salas de aula são laboratórios de aprendizagem onde os alunos "experimentam o conteúdo", cada um conduzindo o seu aprendizado de acordo com os seus interesses de modo ativo. Carteiras enfileiradas onde os alunos assistem passivos à aula, sem poder falar ou se movimentar pelo espaço, já não faz parte desse contexto.
Os processos administrativos são mais enxutos e estão totalmente inseridos no contexto digital. O home office é parte da rotina da equipe não por imposição, mas por se tornar uma opção viável e econômica. Os conteúdos ministrados privilegiam os conhecimentos tradicionais, matemática, português, história, porém em uma abordagem interdisciplinar. As aulas de 50 em 50 minutos, em que as pessoas não enxergam que há muita arte na matemática, já foram abolidas. Também há um espaço relevante na grade curricular para o desenvolvimento das competências do século XXI e há consenso da importância desses temas entre a comunidade escolar. A família tem participação ativa na educação dos filhos, entende o trabalho que está sendo desenvolvido na escola e consegue dar continuidade à formação integral do indivíduo em casa. Cada aluno e cada família recebem uma atenção personalizada, é possível inclusive que o aluno saia de férias da escola em qualquer período do ano sem prejuízo na aprendizagem e garantindo o cumprimento do currículo.
Já imaginou tudo isso?! Como todo exercício de futurismo, há muitas hipóteses nos parágrafos anteriores que podem se mostrar verdadeiras, outras serão refutadas. Parte será amplamente implementada e outra parte, será conduzida em velocidade mais lenta ou não será adotada por todas as instituições de ensino, em razão dos obstáculos identificados. O que haverá em comum entre elas? Todas deverão ser discutidas a partir de hoje, pois, em diferentes medidas, nada será como antes! A crise já evidenciou a importância dos valores, atitudes e habilidades que promovem o respeito mútuo e a coexistência pacífica. Mostrou também, o valor da educação que contribui para a resolução dos desafios globais já existentes e emergentes que ameaçam o planeta e provou que é impossível construir soluções consistentes fora de um processo de colaboração.
Apesar de todos os desafios impostos pelo isolamento social e dos problemas sociais e econômicos que estamos enfrentando, nós temos a oportunidade de aprender com tudo isso e de criar o nosso futuro, a partir desse aprendizado, garantindo um mundo melhor para todos. Qual é a escola que vamos criar para 2025?



Ariane Melo - consultora sênior na Falconi. Atuou no segmento de educação na iniciativa pública e privada, com foco em reestruturação dos processos e melhoria dos resultados educacionais.

 
Izabela Murici - Sócia da Falconi . Graduada em Administração de Empresas pela UFMG, pós-graduada em Finanças pela Fundação Dom Cabral e em Marketing pela UFMG, Izabela ingressou na FALCONI em 2000 como estagiária na Gerência de Recursos Humanos. Consultora desde 2002, atua como líder de projetos nos setores público e privado. É também co-autora dos livros "Gestão para Resultados na Educação", "Gestão Integrada da Escola" e "Como Melhorar As Competências da Equipe Escolar Implementando a Matriz de Capacitação".



Falconi
 


Maio começa com forte queda da temperatura no Brasil


Grande e intensa frente fria avança sobre o país nas vésperas do Dias das Mães espalhando frio sobre áreas do Sul, Sudeste, Centro-Oeste e até do Norte do Brasil

Uma grande e forte frente fria avança sobre o Brasil nos primeiros dias de maio de 2020. A chuva desta frente fria começa a ser sentida no país entre os dias 4 e 5, mas o frio de sua massa polar só deve chegar do dia 6 em diante. A queda de temperatura mais acentuada de ocorrer na sexta-feira (08/05) e no fim de semana do Dia das Mães.
A frente fria tem potencial para provocar até alguns temporais durante sua passagem. Tem previsão de chuva para todos os estados da Região Sul nestes primeiros dias de maio, que até pode ser forte em alguns locais, mas que não vai mudar o grave quadro de seca observado desde o verão.
São Paulo e Mato Grosso do Sul, estados que também passaram um abril com pouquíssima precipitação vão receber um pouco da chuva desta grande frente fria. Porém, a chuva que ocorrer vai aliviar a secura do solo apenas momentaneamente.
"Esta primeira onda de frio forte do outono está chegando como prevista anteriormente. É com ela que vamos sentir uma clara mudança no clima no Brasil, que vamos sentir que o frio começou de verdade. Mas ainda teremos outra onda de frio em maio, na segunda quinzena, que também será forte e abrangente", comenta Patricia Madeira, meteorologista da Climatempo e especialista em previsão de clima.
O frio destas massas polares se sustenta por um período de 2 a 4 dias e depois a temperatura já entra em elevação.
 
Temperatura
A acentuada queda da temperatura começará ser sentida nas vésperas do Dia das Mães em grande parte da Região Sul do Brasil e até em áreas de Mato Grosso do Sul. Mas será justamente no fim de semana do Dia das Mães, 9 e 10 de maio, que este ar gelado vai se espalhar de vez pelo centro-sul do país derrubando a temperatura em São Paulo, no centro-sul de Minas Gerais e do Rio de Janeiro, e chegando também a Cuiabá, aos estados de Rondônia, Acre e até no sul do Amazonas.
Esta massa polar deve estabelecer as menores temperaturas deste ano no Brasil, com novos prováveis recordes de frio nas capitais do Sul, em São Paulo, Rio de Janeiro, Campo Grande, Cuiabá, Rio Branco e Belo Horizonte. Até agora, o menor valor registrado por órgãos oficiais de monitoramento meteorológico foi de -3,7°C negativos em Urupema, na parte mais elevada de Santa Catarina, pela medição do Epagri-Ciram.
Fabiana Weykamp, meteorologista previsora da Climatempo faz uma análise inicial do potencial de frio desta primeira grande massa de ar polar que vem por aí.
"Ao que tudo indica, o pico do frio dessa nova e forte massa de ar polar (provavelmente a mais forte até agora), será entre os dias 7 e 9 de maio. No Sul do Brasil, há possibilidade de geada em amplas áreas da Região, especialmente nos dias 7 e 8, com destaque para o risco de geada forte entre a serra e o planalto gaúcho, interior de Santa Catarina e toda a porção sul do estado do Paraná. Algumas cidades, especialmente aquelas mais altas da serra, certamente vão registrar temperatura abaixo de 0°C. Nas demais áreas, a temperatura fica entre 0°C e 4°C. O norte do Paraná, a princípio, é a região menos propícia a ter geada, com mínimas que devem ficar em torno de 8°C. As demais áreas do interior da Região Sul devem ter geada de fraca a moderada intensidade.
Dentre as capitais do Sul, a que deve registrar a temperatura mais baixa é Curitiba, devendo ser inferior a 5°C no dia 8 de maio, com alto potencial para geada".
Fabiana também alerta que o frio intenso vai chegar ao Centro-Oeste e ao Sudeste do Brasil, especialmente no dia 8/05 com possibilidade de geada em áreas do sul do estado de São Paulo e também da Serra da Mantiqueira e no sul de Mato Grosso do Sul. A geada nestes locais não será danosa para a agricultura. Para a cidade de São Paulo, alguns modelos projetam temperatura abaixo de 10°C, no dia 8 de maio.
Ainda segundo Weykamp, a massa de ar polar que se aproxima terá força para levar o frio até a Região Norte. "Há uma grande chance de ocorrer friagem no sul da Região Norte, com destaque para menores temperaturas mínimas nos dias 8 e 9 de maio. Provavelmente as temperaturas mais baixas devem ficar entre 13°C e 16°C".
  

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