Quem nunca sentiu uma dor
específica ou um mal-estar e, ao ir ao médico e fazer os exames solicitados,
descobriu que o problema tinha origem emocional? Atualmente, a relação entre
doenças físicas e emocionais é bastante comum. Aquilo que antigamente ganhava o
nome de “histeria”, nos dias atuais, nós chamamos de “estados conversivos”, nos
quais o paciente sente dores, desmaios, parestesias ou outros sintomas, sem que
nenhum exame laboratorial ou de imagem corrobore a organicidade dos mesmos.
Segundo Alexandre Pedro,
Psicanalista pela Sociedade Internacional de Psicanálise de São Paulo e Master
Practitioner de PNL filiado ao NLP Academy, os problemas emocionais geram
excesso da descarga de adrenalina causada por uma disfunção nos
neurotransmissores, ocasionando uma psicossomatização, ou seja, os efeitos
psíquicos se refletem na parte fisiológica do organismo. De acordo com a
Organização Mundial da Saúde (OMS), a mente doente pode desenvolver
enfermidades graves como câncer ou infarto. Segundo a organização, cerca de 60%
dos pacientes que procuram ajuda médica sofrem de sintomas gerados pela
somatização.
Mas o que são
doenças psicossomáticas?
Elas apresentam sintomas
físicos, mas não têm origem ou causa identificada em exames. Estar sob forte
pressão no trabalho, ter passado por um rompimento amoroso abrupto, pela perda
de um ente querido ou estar com problemas financeiros, são exemplos de
situações que podem levar o indivíduo a uma condição de estresse, ansiedade e
tristeza tão grave que o seu estado mental transcende e acaba afetando o
emocional. Assim, tudo que a pessoa sente na mente e em seu coração acaba se
manifestando fisicamente, causando mal-estar e dores pelo corpo. Isso é a
somatização, quando alguém absorve no corpo os seus desequilíbrios emocionais e
mentais.
5 exemplos de
doenças psicossomáticas mais comuns
- Resfriados frequentes:
Quando os episódios acontecem com frequência é sinal de que há algo de errado.
Se os exames médicos não encontram uma explicação lógica para essa imunidade
sempre baixa e você está passando por dificuldades, a somatização pode ser a
resposta.
- Herpes: O vírus é
transmitido através do contato com uma pessoa infectada. Entretanto, ele se
manifesta em ocasiões de baixa imunidade. Ter episódios constantes de herpes,
em especial, a labial, indica que o indivíduo apresenta alguma desordem no
organismo. As feridas podem surgir em momentos de muito estresse. Os sintomas são
surgimento de feridas ao redor da boca ou na região genital, com fortes dores e
sensação de queimação no local.
- Enxaquecas: A enxaqueca não
é uma dor de cabeça convencional, podendo durar algumas horas ou até dias.
Alguns casos são incapacitantes, ou seja, a pessoa não consegue realizar
atividades rotineiras. Estudos científicos apontam que o principal gatilho para
o episódio de enxaqueca é o estresse. Por isso, ela também é considerada uma
doença psicossomática. Os sintomas são dor intensa e localizada em um ponto da
cabeça, náuseas e falta de concentração.
- Alergia nervosa: Talvez você
nunca tenha ouvido falar, mas existe um tipo de alergia de fundo nervoso, em
que o indivíduo apresenta erupções na pele desencadeadas por um forte processo
de estresse. Uma crise, se não for tratada, pode acarretar em um choque
anafilático. Os sintomas são surgimento de erupções na pele, coceira,
vermelhidão no local e irritabilidade.
- Diarreia: Em algumas
pessoas, episódios de diarreia são decorrentes de forte estresse. Quando a
diarreia se mostra constante e não há uma explicação física, como a Síndrome do
Intestino Irritável, é bem possível que se configure como um caso de doença
psicossomática. Os sintomas são dores abdominais, fezes extremamente líquidas e
episódios constantes e frequentes de emergência para ir ao banheiro.
De acordo com o psicanalista
Alexandre Pedro, a psicoterapia, às vezes associada à medicação, é a melhor
forma de evitar ou diminuir essas reações. “A junção destas duas formas de
tratamento é sempre o mais indicado para os transtornos mentais atuais, sejam
eles transtornos de humor, como a depressão ou de ansiedade, sejam eles
transtornos bipolares, esquizofrênicos, ou mesmo de personalidade, como de
borderline. Em casos mais graves, como uma depressão severa, o emocional pode
levar o paciente ao suicídio. Daí a importância de procurar ajuda de um
profissional de saúde mental, ao menor sinal de que algo não vai bem”, reforça
Alexandre Pedro.