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Com o grande número de pessoas fora do mercado de trabalho,
a falta de confiança e o desânimo podem atingir mesmo os profissionais mais
capacitados; especialista em desenvolvimento humano Susanne Anjos Andrade lista alternativas para o profissional se adequar ao
período de crise que o país enfrenta
A constante mudança do mercado de trabalho em busca de profissionais
mais qualificados, dinâmicos e capazes de realizar multitarefas aumentou, ao
mesmo tempo em que o país enfrenta um período de recessão econômica, queda de
contratações com carteira assinada e fechamento de postos de trabalho, somados
à pressão prejudicial da tecnologia e da transformação digital. Aqueles que não
se adaptam ou simplesmente não conseguem investir em uma formação de qualidade,
enfrentam o “fantasma” que ronda muitos brasileiros: o desemprego.
De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua
(PNAD Contínua), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE) em abril deste ano, o número de pessoas que entraram para grupo de
desempregados no país no primeiro trimestre de 2019 ultrapassou a marca de 1,2
milhão, chegando a um total de 13,4 milhões de pessoas sem trabalho - um índice
de 12,7% na taxa de desocupação.
Os dados também apontam que a taxa de subutilização da força de trabalho
foi de 25%, a maior desde 2012, registrando mais de 1,5 milhão de pessoas que
passaram a se encaixar nessa condição. “Diante desses números, podemos ver o
quanto os profissionais têm se prejudicado diante do desemprego. Mas como ele
os afeta?” questiona a especialista em desenvolvimento humano Susanne Anjos
Andrade, autora do best-seller “O Poder da Simplicidade no Mundo Ágil”.
“Perder o emprego, por si só, já é motivo de sofrimento e desânimo.
Porém, quando a situação perdura por muito tempo, o profissional precisa ir em
busca de alternativas para se adequar ao período de crise e recessão que o país
enfrenta”, explica Susanne. Muitas vezes, o indivíduo é obrigado a abrir mão de
sua carreira ou mudar de atividade, aceitando outros tipos de trabalho e
regimes de contratação.
Nesses casos, perdem-se
as referências de como agir, apenas para garantir a sobrevivência, aceitando
ocupações com uma carga horária massante e pesada. Desse modo, o trabalho passa
a perder o sentido e começa a ser um fardo, causando impactos não só na vida
pessoal do indivíduo, mas também na de seus colegas de trabalho, familiares e
amigos.
“A pessoa trabalha
carregando consigo uma espécie de sentimento de culpa, ao mesmo tempo em que
também se sente impotente diante de tal situação, pois pensa ter falhado no
“meio do caminho” e agora aceita qualquer emprego para sobreviver diante da
crise”, avalia a especialista.
Desemprego x infelicidade no trabalho
Com este cenário de ter que se adaptar ao mercado e apostar em novas
carreiras, muitos podem ficar insatisfeitos com o trabalho e, em alguns casos,
até mesmo desenvolver depressão e ansiedade. “Trabalhador infeliz gera menos
resultados, cria um ambiente de competição na equipe, entre outros problemas.
Dessa forma, o profissional passa a se sentir incapaz, fracassado, e sem
perspectiva para continuar”, aponta ela.
Susanne dá uma dica para
os que estão desempregados e aspiram conquistar uma vaga na área desejada:
investir em cursos de desenvolvimento humano e profissionalização, pois existem
diversas opções online e gratuitas para intensificar o currículo. “Além disso,
é preciso entender que o desempregado também tem a rotina de procurar a sua
recolocação no mercado de trabalho. Acordar em um horário adequado, fazer uma
boa alimentação e começar a jornada de buscas, procurando fazer networking e
procurar novas vagas. “A sua hora, com certeza, vai chegar, se você fizer
acontecer!” conclui Susanne.
Susanne Anjos Andrade - Autora
dos best-sellers "O Poder da Simplicidade no Mundo Ágil",
recém-lançado pela Editora Gente, e "O Segredo do Sucesso é Ser
Humano", e do livro digital "A Magia da Simplicidade". É coach,
palestrante e professora de cursos de MBA pela Faculdade de Informática e Administração Paulista (FIAP) em disciplinas sobre
carreira, coaching e liderança. Também é sócia-diretora da A&B Consultoria
e Desenvolvimento Humano, empresa que criou o "Modelo Ágil
Comportamental", e parceira da Associação Brasileira de Recursos Humanos
(ABRH-SP).