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segunda-feira, 10 de junho de 2019

Trabalho infantil e a tolerância da sociedade


Falar de trabalho infantil em pleno século XXI (no qual os avanços da tecnologia, ciência, educação e saúde são inúmeros) deveria ser uma questão antiquada, superada. No entanto, historicamente a exploração do trabalho infantil tem se mantido, uma vez que um dos seus determinantes é a pobreza. Tornou-se, inclusive, uma alternativa que muitas famílias encontram para sobreviver e está atrelada à exploração do próprio trabalhador adulto, decorrente da competitividade do mercado.

Na contemporaneidade, as crianças passaram a ocupar um espaço central nas famílias e na sociedade. São alvo de estudos e pesquisas para a promoção integral do seu desenvolvimento biopsicossocial, amparadas pelas famílias e protegidas pelas leis e pelo Estado. Este contexto, contudo, não envolve todas as crianças.

A Política Nacional de Saúde para a Erradicação do Trabalho Infantil considera trabalho infantil todas as atividades realizadas por crianças ou adolescentes que contribuem para a produção de bens ou serviços, incluindo atividades remuneradas, trabalho familiar e tarefas domésticas exclusivas, realizadas no próprio domicílio (OIT, 2014, p. 17).

Esta questão social grave é tolerada muitas vezes pela sociedade pelo reforço ideológico à cultura de que crianças e adolescentes representariam uma ameaça por não fazerem nada. Também, de que o trabalho precoce é uma alternativa para “tirá-las” das ruas e mantê-las “longe” das drogas. Além de negar as necessidades de desenvolvimento, trata o descanso e o lazer como algo perverso e mal, que deve ser combatido com o trabalho. Trabalho este que passa a ser desenvolvido nas ruas ou em condições ilegais, perigosas, penosas e insalubres.

O dia 12 de junho foi instituído como o Dia Nacional de Combate ao Trabalho Infantil para reforçar o direito da criança de ser amparada pela família. Se esta se torna incapaz de cumprir essa obrigação, cabe ao Estado apoiá-la, não às crianças. O custo de alçar uma criança ao papel de “arrimo de família” representa expô-la a danos físicos, intelectuais e emocionais. Paga-se um preço altíssimo, não só para as crianças como para o conjunto da sociedade, ao privá-las de uma infância. (OIT, 2001, p.16).





Denise Erthal de Almeida - assistente social, mestre em Responsabilidade e Prática Gerencial e coordenadora do Curso Tecnológico de Gestão de Organizações do Terceiro Setor do Centro Universitário Internacional Uninter. 


De olho no aprendizado, jovens estão mais interessados em programas de estágios do que em vagas celetistas, indica pesquisa


Motivação do estudante é ter experiência profissional, contudo, especialista diz que além de fazer parte de um programa de estágio, é necessário também buscar qualificações para se manter no mercado 


Estar na faculdade e procurar por uma oportunidade de estágio é praticamente sinônimo, já que, muitos jovens sonham com um espaço no mercado de trabalho para que possam, finalmente, exercer suas profissões de alguma forma. No entanto, não é possível ignorar as consequências da crise econômica que assolou o Brasil nos últimos anos, pois o brasileiro ainda enfrenta consequências, especialmente, com a altas taxas de desemprego. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) a taxa de desemprego subiu para 12,7% em março deste ano, atingindo 13,4 milhões de pessoas no país.

Porém, se a população tem amargado com a falta de oportunidades, as empresas, por outro lado, têm encontrado dificuldades para contratar profissionais qualificados para preencher as vagas existentes no mercado. Diante deste paradoxo, uma pesquisa especializada, mostra que muitos universitários querem fazer do estágio uma oportunidade para adquirir experiência e ter qualificações para o futuro do mercado de trabalho, pois, como esta modalidade tem cunho educativo, os estudantes se sentem mais seguros para encarar o trabalho após um período estagiando.

Sobre o estudo

O levantamento “O perfil do candidato a vagas de estágio – 2019” realizado pela Companhia de Estágios, consultoria especializada em programas de estágio e trainee, mostra que 58% dos universitários estão procurando por uma vaga de estágio, sendo que para 65% deles, a principal justificativa é o desejo de adquirir experiência profissional. Por um outro lado, apenas 3,5% dos entrevistados estão buscando um emprego formal, ou seja, uma vaga CLT.

Para o diretor da Companhia de Estágios, Tiago Mavichian, ao buscar uma oportunidade pela possibilidade de aprendizado e experiência, é possível notar uma preocupação do estudante com relação ao futuro profissional. “Muitas faculdades colocam o estágio como uma atividade obrigatória dentro da grade curricular, no entanto, os candidatos sabem que um estágio pode prepara-los para o mercado, porque ajuda no amadurecimento de cada um, além de contribuir com o desenvolvimento de habilidades”, explica.

Mas o estágio é a melhor maneira para se qualificar?  

As exigências para o estágio também são altas! para o especialista, o universitário não deve se limitar a sala de aula, porque ele também precisa ter competências para ser aprovado, ou seja, falta de qualificação não é um problema exclusivo das vagas celetistas. “Certamente, o estágio conta bastante pontos no currículo, contudo para conseguir a vaga não basta só ter vontade. Cursos complementares como excel e inglês por exemplo valorizam muito o currículo e fazem o candidato ter mais chances”, detalha.

Essa etapa é tão importante que basta observar: as chances de quem se forma tendo feito um estágio durante a graduação são bem maiores do que as chances de quem apenas se formou, sem essa oportunidade de ter realizado estágio.

Onde está o problema?

Os recrutadores enfrentam diariamente os mesmos problemas durante os processos seletivos: inabilidade para se expressar bem, ausência de segundo idioma, falta de visão analítica, erros de português, etc. São inúmeras situações que fazem os gestores a não darem o tão esperado feedback positivo para o candidato, isso quando os currículos já não são descartados durante a triagem, o problema é que se torna um ciclo vicioso, pois, o universitário precisa de um estágio para adquirir experiência profissional, mas ao mesmo tempo faltam algumas competências que o impedem de alcançar o objetivo, deixando-o frustrado.

Para Mavichian, a universidade é extremamente importante, mas, é também apenas o início do caminho e não buscar outros meios de aprendizado além do estágio faz com que o estudante perca as várias possibilidades que existem no mercado. “Muitas das vagas, por exemplo, pedem inglês, mas são poucos estudantes que possuem fluência no idioma, além de outras habilidades comportamentais e técnicas que são necessárias, no entanto,  o aluno não vai ter isso em sala de aula, ele precisa buscar em outros lugares, em outras experiências, como trabalho voluntário por exemplo. Caso contrário, irá sofrer com a busca de um estágio e também no futuro com vagas efetivas”, finaliza.






Fonte: Companhia de Estágios

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Faturamento do varejo paulista atinge R$ 58,8 bilhões em março, aponta FecomercioSP


Segundo a Entidade, foi a maior cifra para o mês desde o começo da série histórica, em 2008


As vendas do comércio varejista no Estado de São Paulo seguiram a trajetória ascendente e atingiram R$ 58,8 bilhões em março, alta de 1,2% em relação ao mesmo período de 2018. Foi a maior cifra para o mês desde o começo da série histórica, em 2008. Nos últimos 12 meses, a elevação foi de 4,7%, e no acumulado de 2019, o aumento foi de 4,2%, o que representa um montante de R$ 7 bilhões maior do que o obtido no período de janeiro a março de 2018.

Os dados são da Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista do Estado de São Paulo (PCCV), realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), com base em informações da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (Sefaz-SP).

Das nove atividades pesquisadas, sete obtiveram alta em seu faturamento real no comparativo anual, com destaque para os setores de materiais de construção (7,7%), farmácias e perfumarias (6,6%) e supermercados (0,9%). Juntos, contribuíram para o resultado geral com 1,3 ponto porcentual (p.p.).

Por outro lado, os segmentos de concessionárias de veículos (-6%) e eletrodomésticos, eletrônicos e lojas de departamento (-1,6%) sofreram quedas nas vendas. Somados, impactaram negativamente com 0,8 ponto porcentual para o desempenho final.

 


De acordo com assessoria econômica da FecomercioSP, houve alta de 4% nas vendas do varejo, na média de fevereiro e março juntos, seguindo o crescimento visto nos meses anteriores. No entanto, no acumulado dos últimos 12 meses, já é perceptível a desaceleração nas vendas: de 5,2% em fevereiro para 4,7% em março. Para a Entidade, o motivo é a insegurança dos consumidores em decorrência de alta do desemprego, inflação crescente e desvalorização do real, o que tem ocasionado perda do poder de compra e aumentos do endividamento e da inadimplência.

Com isso, os paulistanos estão focados apenas no essencial, o que fez com que a atividade de supermercados se destacasse nas vendas nos três primeiros meses do ano. Por outro lado, bens duráveis – como automóveis e eletrônicos – sofreram as primeiras baixas de 2019 em março.

Na análise da Federação, um crescimento mais expressivo só deve ocorrer após as aprovações das principais reformas, como a Tributária e a da Previdenciária. Entretanto, estas estão em ritmo lento de tramitação no Congresso, e a tendência é que sejam votadas no segundo semestre. Assim, os resultados positivos práticos devem ficar somente para 2020.


Momento de atenção
 
A FecomercioSP ressalta que o momento econômico exige atenção por parte do empresário, que não deve se endividar e precisa evitar novos financiamentos para quitar contas do dia a dia. O mais importante agora é girar o estoque e manter o fluxo de caixa para ter recursos para pagamentos obrigatórios, como tributos, concessionárias, funcionários e fornecedores.

Nessa conjuntura, é essencial que o comerciante tenha mais atenção e contabilize cada detalhe, negocie com os fornecedores e também tente taxas melhores com bancos, financiadores e empresas de máquinas de cartões. Além disso, deve dar continuidade às promoções, ainda que a margem de lucro seja reduzida. De acordo com a FecomercioSP, essas ações são fundamentais para que o empresário mantenha o negócio em dia até a melhora do ambiente econômico.
 

Capital paulista
 
Em março, as vendas do varejo na capital paulista ficaram praticamente estáveis: leve alta de 0,1% na comparação ao mesmo mês de 2018. Ainda assim, atingiu R$18 bilhões, R$ 26,4 milhões a mais do que o registrado no ano passado. Trata-se da maior cifra para um mês de março desde 2008, início da série histórica. No acumulado do ano, o aumento foi de 3,6%, o que representa um incremento de R$ 1,8 bilhão em comparação ao apurado entre janeiro e março do ano passado. Nos últimos 12 meses, a elevação também foi de 3,6%.

Das nove atividades pesquisadas, seis apontaram expansão no faturamento real no comparativo anual, com destaque para os setores de materiais de construção (8,3%) e outras atividades (3%). Juntos, contribuíram para o resultado geral com 1 ponto porcentual (p.p.).

Em contrapartida, os segmentos de concessionárias de veículos (-6%) e eletrodomésticos, eletrônicos e lojas de departamento (-5,1%) sofreram quedas nas vendas. Somados, impactaram negativamente com 1,3 ponto porcentual para o desempenho final.


Nota metodológica
 
A Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista no Estado de São Paulo (PCCV) utiliza dados da receita mensal informados pelas empresas varejistas ao governo paulista por meio de um convênio de cooperação técnica firmado entre a Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (Sefaz-SP) e a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).

As informações, segmentadas em 16 Delegacias Regionais Tributárias da Secretaria, englobam todos os municípios paulistas e nove setores (autopeças e acessórios; concessionárias de veículos; farmácias e perfumarias; lojas de eletrodomésticos e eletrônicos e lojas de departamentos; lojas de móveis e decoração; lojas de vestuário, tecidos e calçados; materiais de construção; supermercados; e outras atividades).

Os dados brutos são tratados tecnicamente de forma a se apurar o valor real das vendas em cada atividade e o seu volume total em cada região. Após a consolidação dessas informações, são obtidos os resultados de desempenho de todo o Estado.
 

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