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quarta-feira, 5 de junho de 2019

O papel dos jovens frente a escalada da destruição da natureza



Ao mesmo tempo em que observamos o incremento sem precedentes das pressões que ameaçam a agenda de proteção do meio ambiente, jovens em todo o mundo despertam para uma percepção de que, sem veementes protestos e cobranças que promovam ações concretas para frear o desatino dos tomadores de decisão, o mundo que estão recebendo tem poucas chances de lhes garantir uma boa qualidade de vida ou mesmo a própria sobrevivência.

Apesar das muitas evidências que demonstram a necessidade de mudanças, seguimos a toada da economia tradicional, norteadora irredutível do que e de quanto precisamos demandar do planeta; como fonte inesgotável de insumos para atender um mercado que precisa estar sempre em crescimento. A busca efetiva por soluções que permitam equilibrar essa equação insustentável, posicionando a economia dentro de uma capacidade limitada de expansão – conforme o que a biosfera possa suportar –, ainda não está no centro das prioridades.

Ao contrário, temos proporcionado um protagonismo exploratório que gera impactos ambientais crescentes a despeito do surgimento de novas tecnologias, capazes de minimizar os efeitos negativos de nossas atividades no planeta. É evidente que se continuamos a crescer e consumir cada vez mais, reduzimos os efeitos alardeados a partir dessas melhorias tão virtuosas.

Ao fundamentar a busca pelo bem-estar numa espiral infinita de agregação de bens e no aumento do consumo, sem responsabilizar-se pelas consequências absurdas dessas atitudes, uma fração significativa dos mais de 7 bilhões de seres humanos que habitam o planeta Terra demonstra uma impressionante e perigosa desconexão com a realidade. Em vez de reagirmos às ameaças prementes que decorrem das mudanças no meio ambiente, nossa postura corrente é de assimilá-las com ceticismo e normalidade, gerando o menor alarde possível.

Na realidade, eventos climáticos extremos vêm sendo cada vem mais intensos e frequentes. E requerem processos de adaptação cada vez mais custosos. Os enormes prejuízos sociais e econômicos decorrentes desses fenômenos são considerados uma "contingência natural" – uma fatalidade. Por outro lado, pouco desse esforço de enfrentamento é destinado a minimizar, por exemplo, a continuada destruição de áreas naturais ou as emissões de gases pela queima de combustíveis fósseis. Esses, os principais fatores que ocasionam o aquecimento global e seus efeitos desastrosos.

Também damos muito pouca atenção à perda dos serviços ecossistêmicos, gerados a partir da existência de uma porcentagem significativa e suficiente de áreas naturais bem conservadas. A água é certamente o bem de valor mais reconhecido nesse aspecto. Países como o Brasil carregam toda sua história de colonização a partir de atos de barbárie contra o patrimônio natural. Tão intensos, sem controle e que nunca cessam, tamanha a força econômica e política que impõe o desatino do continuado processo de degradação ambiental.

Mesmo assim, reconhecidos avanços das últimas décadas proporcionaram em nosso País a construção de legislações robustas para regrar o uso e proteção do meio ambiente. A luta exemplar de poucos brasileiros gerou um arcabouço legal invejável e proporcionou a criação mais recente do Sistema Nacional de Unidades de Conservação. Criamos, nas últimas décadas, milhares de áreas naturais protegidas, públicas e privadas, visando garantir a conservação da biodiversidade, que neste momento vêm sendo ameaçadas.

Estimular os jovens ao exercício da cidadania não teria momento mais oportuno do que o atual: com um cenário caótico recentemente implantado, que incrementa os riscos dos problemas ambientais crescentes que vivemos. Tal fato deve ser recebido como uma séria agressão. Mas também pode ser o estopim para refletir sobre o que representa o bem comum e a busca por respostas a um amplo conjunto de problemas criados pela nossa falta de atenção com a proteção ao meio ambiente.

Como admitir o envenenamento criminoso por dezenas de tipos de agrotóxicos proibidos na maioria dos países, contaminando os solos, os rios e nossa alimentação? Como aceitar atividades minerárias que geram passivos que trazem o terror e destruição previsível a centenas de comunidades? Como permitir a continuidade da destruição de áreas naturais para a expansão especulativa e desnecessária da exploração madeireira, da agricultura e da pecuária? Como é possível ameaçar e desvalorizar as Unidades de Conservação do Brasil, um patrimônio natural que representa a essência de nossas raízes, capaz de gerar renda e empregos por meio de atividades de turismo de natureza? Por que discriminar e contestar os direitos de comunidades indígenas e tradicionais? É aceitável assimilar a aprovação de leis que liberam a caça em nosso País? E assim por diante...

Está com todos nós – em especial a partir de uma postura de maior contestação dos jovens – a demanda urgente de lutar por mudanças que são muito óbvias, mas ainda distantes de uma agenda de prioridades; tamanha a transgressão de gestões públicas cronicamente entregues às premissas do desenvolvimento a qualquer custo.

Não podemos ser um País tão medíocre que se vende barato com slogans como "Agro é Tudo". Um lugar sem respeito às leis, sem respeito aos limites éticos, sem respeito ao próximo, onde a coerência e o bom-senso são qualidades desmerecidas. Não podemos continuar vivendo de resultados imediatos e falseados, que geram inacreditáveis passivos impostos a toda a sociedade e os contabiliza amargamente.

Esperamos que os jovens de todas as idades reflitam e abram espaço de contestação e resistência nesta triste e sombria Semana do Meio Ambiente, “comemorada” entre 1º e 5 de junho. Que usem como inspiração o exemplo de dois ambientalistas ativos, com um rico currículo de conquistas e de excepcional perseverança: dona Íris Bigarella, de 96 anos, e o professor Alceo Magnanini, de 93, que diariamente mantêm-se na luta para tornar este País um lugar melhor a todos os seus filhos e para a Mãe Natureza. São um exemplo de vida, de dignidade e de amor pelo Brasil e pelo planeta. E, por suas atitudes, mantêm-se mais jovens do que muitos de nós.





Clóvis Borges - diretor executivo da Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS), integrante do Observatório Justiça e Conservação e membro da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza.

Perdas de água potável seriam suficientes para abastecer 30% da população brasileira por um ano


 Novo estudo do Instituto Trata Brasil mostra que vazamentos, furtos, erros de leitura do hidrômetro, entre outros fatores, causaram um prejuízo acima de R$ 11 bilhões em 2017


Tido como uma das infraestruturas mais atrasadas do Brasil, o saneamento básico enfrenta dificuldades diversas e que vão além da expansão das redes de água e esgotos. Há problemas graves de eficiência no setor, que comprometem a qualidade dos serviços para o cidadão e a própria sustentabilidade financeira dos operadores. 

O indicador de perdas de água potável nos sistemas de distribuição é um dos mais negligenciados no país, mesmo após a crise hídrica que afetou a Região Sudeste, entre 2014 e 2016, e a que ainda afeta o Nordeste. Isso mostra o quanto é importante o cidadão poupar a água potável nas residências, mas, principalmente, o quanto o poder público e empresas operadoras de água precisam melhorar em todo o país. 

Baseado nisso, o Instituto Trata Brasil, em parceria com a GO Associados, lança o estudo “PERDAS DE ÁGUA 2019 (SNIS 2017) - DESAFIOS PARA DISPONIBILIDADE HÍDRICA E AVANÇO DA EFICIÊNCIA DO SANEAMENTO BÁSICO”. 

Com dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), ano base 2017, o estudo mostra que a média de perda de água potável no país foi de 38,3%, ou seja, para cada 100 litros de água captada, tratada e pronta para ser distribuída, 38 litros ficam pelo caminho devido aos vazamentos, erros de leitura dos hidrômetros, furtos (famoso “gatos”), entre outros problemas. Isso significou uma perda de 6,5 bilhões de m³ - equivalente a mais de 7 mil piscinas olímpicas por dia. Se considerarmos apenas as perdas físicas (estimadas em 3,5 bilhões de m3), ou seja, vazamentos: a água que realmente não chegou na casa das pessoas, o volume desperdiçado seria suficiente para abastecer 30% da população brasileira por um ano (60 milhões de pessoas). Em termos financeiros, a perda de faturamento custou para o país R$ 11,3 bilhões, valor superior ao total de recursos investidos em água e esgotos no Brasil em 2017 (R$ 11 bilhões).

Conceito de Perdas físicas e perdas aparentes

É importante compreender que as perdas de água potável ocorrem de maneiras diversas, sendo as mais comuns os vazamentos, roubos/furtos de água e erros de leitura ou leituras imprecisas devido aos hidrômetros serem muito antigos. As perdas são distribuídas entre físicas e aparentes, conforme a tabela abaixo mostra:
 
Perdas Reais (Físicas)
Subsistemas
Origens
Magnitudes
Adução de Água Bruta
Vazamento nas tubulações
Variável, em função do estado das tubulações e da eficiência operacional
Limpeza do poço de sucção*
Tratamento
Vazamentos estruturais
Significativa, em função do estado das tubulações e da eficiência operacional
Lavagem de filtros*
Descarga de lodo*
Reserva
Vazamentos estruturais
Variável, em função do estado das tubulações e da eficiência operacional
Extravasamentos
Limpeza*
Adução de Água Tratada
Vazamentos nas tubulações
Variável, em função do estado das tubulações e da eficiência operacional
Limpeza do poço de sucção*
Descargas
Distribuição
Vazamentos na rede
Significativa, em função do estado das tubulações e principalmente das pressões
Vazamentos em ramais
Descargas
*Considera-se perdido apenas o volume excedente ao necessário para a operação.
 
Perdas Aparentes
(Comerciais)
Origens
Magnitude
Ligações clandestinas/ irregulares
Podem ser significativas, dependendo de:
  1. procedimentos cadastrais e de faturamento;
  2. manutenção preventiva;
  3. adequação de hidrômetros; e
iv.       monitoramento do sistema.
Ligações sem hidrômetros
Hidrômetros parados
Hidrômetros que subestimam o volume consumido
Ligações inativas reabertas
Erros de leitura
Número de economias errado
Fonte: GO Associados/Trata Brasil

Comparação com outros países

Comparativamente a outros países, o Brasil possui índices de perdas muito mais elevados que países menos desenvolvidos, tais como Bangladesh, Uganda e África do Sul, com perdas de 21,6%, 33,5% e 33,7%, respectivamente (Tabela 1).

Tabela 1 - Comparação Internacional – PERDAS DE FATURAMENTO



Fonte: IBNET/SNIS. Elaboração: GO Associados/Instituto Trata Brasil
Por sua vez, os indicadores brasileiros de perdas têm sofrido um aumento significativo, o indicador de perdas na distribuição apresentou aumento de 1,3 p.p nos últimos cinco anos (Tabela 2), e o indicador de perdas de faturamento de 2017 praticamente se igualou a 2013, quando era de 36,9% (Tabela 3).
Na Tabela 3 é também possível ter uma dimensão do índice de Perdas de Faturamento Total (IPFT), indicador adaptado para o estudo que mensura também o uso de água de serviços (água para bombeiro, lavagem das estações de tratamento de esgoto, caminhões pipa, etc.), diferentemente do que é calculado pelo indicador de perdas de faturamento presente no SNIS. Há tanto casos em que o volume de serviços reportado é zero, quanto casos em que o volume de serviços é um percentual representativo do total produzido de água. Por exemplo, há empresas que incluem o volume de perdas sociais (água utilizada em regiões mais carentes e não faturada) no volume de serviço reportado ao SNIS. Tal prática pode elevar desproporcionalmente o volume de serviço de alguns prestadores.


Tabela 2 - Histórico das perdas na distribuição (IPD) no Brasil


Fonte: SNIS Elaboração: GO Associados/Instituto Trata Brasil



Tabela 3 - Histórico das perdas de faturamento (IPF) e perdas de faturamento total (IPFT)

Fonte: SNIS. Elaboração: GO Associados/Instituto Trata Brasil


Avaliação:

Édison Carlos, presidente executivo do Instituto Trata Brasil, avalia que este é um cenário preocupante:

“As perdas de água são um sinônimo da eficiência do sistema de produção e distribuição das empresas operadoras. O aumento das perdas mostra que há um problema de gestão e que os investimentos na redução não vêm sendo suficientes para combater o problema. Mais preocupante é pensar que num momento de crise hídrica não será suficiente pedir para que a população economize água se as empresas continuarem perdendo bilhões de litros por deficiências diversas.”

Para Gesner Oliveira, sócio da GO Associados:

“A redução de perdas é o maior manancial que o Brasil possui. Tal desafio requer uma ação conjunta de todos os agentes envolvidos no setor. Somente com foco em planejamento de longo prazo e aprimoramento das sinergias entre operadores e poderes públicos será possível viabilizar os recursos para os investimentos tão necessários para aumentar a disponibilidade hídrica.”


Histórico do balanço hídrico (2015 a 2017)

O estudo fez uma análise dos principais indicadores ligados às perdas de água entre 2015 e 2017 (Tabela 4). Podemos ver que houve um aumento na produção de água, ou seja, para atender a população as cidades brasileiras estão retirando mais água da natureza. O problema é que as perdas também aumentaram.

Édison Carlos chama a atenção para o fato. “O aumento da produção de água pode nos levar a crer que está havendo um consumo maior pela população e demais usos da água potável, mas na verdade podemos estar tirando mais água apenas para compensar o aumento das perdas. Isso seria péssimo para a sustentabilidade do próprio sistema e para os usuários. Incrível ver que, em 2017, perdemos uma quantidade de água que poderia abastecer metade da nossa população por um ano”.


Tabela 4: Evolução de indicadores de perdas de água (2015 – 2017)



Diferentes realidades por região e Unidades da Federação

O índice de perdas de água no sistema de distribuição (IPD) no Brasil é consideravelmente alto, mas as médias escondem as disparidades regionais. No Norte do país, por exemplo, região com os piores índices de abastecimento de água, coleta e tratamento dos esgotos, o IPD também alcança uma porcentagem muito alta: 55,14% (Tabela 6). Isso significa que mais da metade da água produzida não chega à população.



Tabela 6: Perdas na Distribuição (IPD) nas regiões
Fonte: SNIS. Elaboração: GO Associados/Instituto Trata Brasil 


Já olhando as Unidades da Federação (UF), Goiás é o único estado que está abaixo dos 30% de perdas na distribuição. Roraima é o estado que mais perde, com 75% de perdas de água potável (Tabela 8).
Com relação às Perdas de Faturamento Total e Perdas de Faturamento, os indicadores estão na tabela 9 - abaixo.


Tabela 8: Perdas na Distribuição nos Estados (IPD)

Fonte: SNIS. Elaboração: GO Associados/Instituto Trata Brasil



Tabela 9: Perdas de Faturamento nos Estados (IPF e IPFT)
 



Nota: (1) Rótulos que aparecem no gráfico correspondem ao IPFT. (2) O IPFT considera os volumes de serviços como água não faturada.

Fonte: SNIS. Elaboração: GO Associados/Instituto Trata Brasil


Situação de perdas nas 100 maiores cidades por população  

Para estratificar as perdas de água potável nos maiores municípios brasileiros, o estudo abordou as 100 maiores cidades que, juntas, representam 40% da população do país. O nível de perdas dessas cidades é superior à média nacional – tabela 10.


Tabela 10: perdas nas 100 maiores cidades x brasil  


Fonte: SNIS. Elaboração: GO Associados/Instituto Trata Brasil

 
  • Índice de Perdas na Distribuição por Município: Os municípios que perderam mais e menos água foram Porto Velho - RO (77,11%) e Santos - SP (14,32%). Em Porto Velho o índice de perdas na distribuição aumentou de um ano para o outro e apenas Santos possui níveis de perdas na distribuição menores que 15% (valores considerados como ótimos). Os dados mostram que 81% das grandes cidades têm perdas na distribuição superiores a 30%, existindo assim grande potencial de redução de perdas (Tabela 11).

TABELA 11 – Melhores e piores municípios (Perdas na Distribuição)

Observação: As demais cidades estão presentes no relatório completo disponível no site do Instituto Trata Brasil – www.tratabrasil.org.br 

 
  • Índice de Perda Total de Faturamento - Campina Grande (-2,72%) foi o município com menor índice de perdas de faturamento e o maior Foi Porto Velho – RO (73,55%). Dos cem municípios considerados, apenas 9 possuem níveis de perdas totais de faturamento iguais ou menores que 15% (valor usado como parâmetro ideal para o esse indicador). Os dados mostram que quase 70% dessas cidades tiveram perdas de faturamento superior a 30%, portanto, as empresas podem ganhar muito reduzindo os problemas (Tabela 12).


TABELA 12: Melhores e piores municípios (Perdas de Faturamento Total)



Notas:
(1): As demais cidades estão presentes no relatório completo disponível no site do Instituto Trata Brasil –
www.tratabrasil.org.br
(2) É possível que o indicador apresente valor negativo, isto é, que o volume faturado seja superior ao volume produzido e importado. No entanto, não é comum que isso ocorra em operações de saneamento. Apesar disso, foi adotado o número reportado ao SNIS como parâmetro.


Destaques positivos 

Os municípios paulistas de Santos, Limeira e Campinas surgem como os casos positivos do estudo (Tabela 14)


TABELA 14 - Municípios com Baixos indicadores de perdas de distribuição e faturamento Total


Município
IPD

IPFT
Santos
14,32

15,89
Limeira
18,62

12,92
Campinas
20,91

12,97
Fonte: SNIS/GO Associados/Instituto Trata Brasil


Cenários e possibilidades de ganhos futuros com a redução das perdas 

O estudo criou cenários futuros para mensurar os ganhos do país se houvesse a redução das perdas de água potável definindo-se três cenários para 2033:
 
  • Redução a 15%        (cenário otimista);
  • Redução a 20%        (cenário base);
  • Redução a 25%        (cenário conservador).

Considerou-se a meta de 20% como a mais realista para o cenário brasileiro. Logicamente, não se busca os níveis de Tóquio ou Cingapura, cujos níveis de perdas estão abaixo dede 10%, mas também não se partiu de metas pouco desafiadoras, como os 31% do Plansab para 2033.

Considerou-se os investimentos necessários nas ações a serem realizadas (caça-vazamentos, troca de tubulações, conexões e ramais, caça-fraude, troca de hidrômetros tomando como parâmetro o Cenário Base (redução a 20%). Foi possível constatar que existe um potencial de ganhos líquidos (já descontados os investimentos necessários) de quase R$ 31 bilhões até 2033 (Tabela 15).

TABELA 15

Cenários
Perdas 2017
Perdas 2033
Redução
Ganho Bruto Total
Ganho Líquido Total
Cenário 1: Otimista
39%
15%
62%
77.279.159
38.639.580
Cenário 2: Base
39%
20%
49%
61.316.893
30.658.447
Cenário 3: Conservador
39%
25%
36%
45.354.627
22.677.314
Fonte: Elaboração: GO Associados/Instituto Trata Brasil


Édison Carlos: “O estudo analisou os principais indicadores de perdas no Brasil e conseguiu mostrar a relação novamente com os impactos econômicos e de eficiência. Num cenário de imprevisibilidade do clima e consumo de água, não cabe mais manter o assunto perdas de água apenas na esfera técnica. A sociedade, a imprensa, formadores de opinião e outros precisam se apropriar do assunto, pois, no fim, o que resulta é a diminuição da água para todos os usos, especialmente faltando aos cidadãos”.

Gesner Oliveira: “Muitas capitais brasileiras já têm dificuldade de controlar suas perdas, até mesmo por serem populosas e terem relevos acidentados que justificam parte destes problemas. Estamos num momento em que é necessário avançar na redução das perdas de água, pois é o único recurso que não pode faltar para a humanidade. Ao tirar mais água da natureza para tratar e fornecer aos cidadãos, precisamos fazê-lo de maneira segura e responsável, com comprometimento para que não haja deficiência financeira e social no futuro”.



 

Deve-se ter em consideração que em outros países a diferenciação entre o volume consumido e o volume faturado não é comumente utilizada. Portanto, as comparações apresentadas têm como propósito evidenciar a tendência geral, tendo-se em vista que podem existir possíveis distorções geradas pela diferença nas definições mencionadas.
 É possível que o indicador apresente valor negativo, isto é, que o volume faturado seja superior ao volume produzido e importado. No entanto, não é comum que isso ocorra em operações de saneamento. Apesar disso, foi adotado o número reportado ao SNIS como parâmetro.



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