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sexta-feira, 31 de maio de 2019

Dia Mundial Sem Tabaco: Câncer de Pulmão é o segundo mais incidente no Brasil


Especialista fala sobre os exames de Medicina Nuclear que permitem a detecção precoce e avaliação precisa desse tipo de câncer, muitas vezes causado pelo tabagismo


O Dia Mundial Sem Tabaco, celebrado em 31 de maio, foi instituído pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para conscientizar a população sobre os danos causados pelo tabagismo. O tabagismo – ativo ou passivo – é a principal causa de diversos problemas de saúde, entre eles o segundo tipo de câncer mais incidente no Brasil: o câncer de pulmão. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), mais de 31 mil novos casos da neoplasia acontecerão no país este ano, sendo 18,7 mil casos em homens e 12,5 mil em mulheres.

A exposição direta ou indireta à substância pode acarretar em graves consequências ao organismo – por isso, prevenção e diagnóstico precoce do câncer de pulmão são fundamentais para reduzir os danos à saúde da população. Avanços na medicina permitem a descoberta da doença em seu estágio inicial e um acompanhamento preciso, para garantir um tratamento eficaz. Muitos desses avanços vêm da Medicina Nuclear, que tem papel importante não só para a detecção, mas para garantir que a melhor conduta terapêutica seja adotada no tratamento a partir da determinação da evolução da doença.

Gustavo Gomes, médico nuclear e segundo secretário da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN), explica que o PET (sigla em inglês para tomografia por emissão de pósitrons) é um exame altamente específico para detectar precocemente as lesões cancerígenas no órgão, além de possibilitar a identificação de possíveis metástases. “O PET agrega precisão para identificar se o nódulo pulmonar é benigno ou maligno. Além disso, já é um exame consolidado, aprovado no rol da ANS e também incorporado ao SUS há algum tempo, o que garante que ele esteja na ponta da atenção à saúde. No caso do câncer de pulmão, ele consegue além de auxiliar no diagnóstico avaliar a extensão da doença no corpo inteiro”, afirma. 



Definindo o tratamento

 
Quando o câncer é identificado, o PET tem uma função importante no estadiamento completo da doença. “A partir do exame, conseguimos avaliar tanto o tumor primário, quanto a presença de linfonodos mediastinais comprometidos, e também metástases”, frisa o médico nuclear. Isso significa que o PET consegue localizar e avaliar a situação do câncer no organismo, se ele está localizado ou evoluiu para um estágio avançado, espalhando-se para outros órgãos. Dessa forma, é possível oferecer o melhor tratamento ao paciente.

O exame também auxilia na avaliação da resposta terapêutica – se o paciente precisou ser submetido à quimioterapia, é possível verificar precocemente se ele está respondendo ou não de forma positiva ao tratamento. “Isso é custo-efetivo, pois se após fazer a avaliação pelo PET for constatado que ele não está respondendo, o médico já pode mudar a terapia. O exame acaba sendo útil, também, para evitar cirurgias desnecessárias nesses pacientes, pois já os direciona à terapia que melhor atenderá sua condição”.



Outros exames

 
Os danos que o fumo pode causar para a saúde do pulmão são diversos e a medicina nuclear também dispõe de outros exames importantes para a avaliação de condições pulmonares. A Cintilografia Pulmonar com Gálio-67 é útil na avaliação de processos inflamatórios do pulmão, já a Cintilografia Pulmonar  pode auxiliar no diagnóstico e avaliação do tromboembolismo pulmonar.

No caso do câncer, a Cintilografia Óssea é um método importante para fazer o estadiamento de metástases ósseas, um sítio comum do câncer de pulmão. “Após dez anos sem fumar, a chance de desenvolver neoplasias cai pela metade. O tabagismo é um fator de risco para mais de 50 doenças, além de ser a causa principal do câncer de pulmão. Por isso, o Dia Mundial Sem Tabaco nos lembra que prevenir essas condições é tão importante quanto ter ferramentas para detectar e tratar os danos causados pelo tabagismo”, conclui.
 

02 de junho é Dia Mundial de Conscientização dos Transtornos Alimentares. Saiba mais sobre a doença


O dia 2 de junho é reconhecido internacionalmente como o Dia Mundial de Conscientização dos Transtornos Alimentares. A data, oficializada pela Academy for Eating Disorders, tem como objetivo promover ações mundiais para conscientizar, sensibilizar e informar a população sobre os problemas relacionados aos distúrbios alimentares. O Brasil será uma das sedes das ações que ocorrem no mundo inteiro.

Em São Paulo, as ações acontecem no Parque Villa-Lobos e são frutos de um trabalho da Associação Brasileira de Transtornos Alimentares (ASTRAL) em conjunto com o Programa de Transtornos Alimentares do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (AMBULIM – Ipq – HCFMUSP), com o Programa de Atenção aos Transtornos Alimentares da Universidade Federal de São Paulo (PROATA – UNIFESP) e com o Grupo Especializado de Nutrição, Transtornos Alimentares e Obesidade (GENTA). Além de São Paulo, outras cidades pretendem aderir à iniciativa, como Curitiba e Belo Horizonte.

O transtorno alimentar foi descrito pela primeira vez em 1959 por Stunkard, e incluído no Manual de Diagnóstico e Estatística das Doenças Mentais (DSM) em 1994, assim como a anorexia e a bulimia. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Transtorno de Compulsão Alimentar Periódica (TCAP) atinge em torno 2,6% da população do mundo. No Brasil, 4,7% (aproximadamente o dobro da taxa mundial) da população tem algum tipo de transtorno alimentar, sendo mais recorrente entre jovens de 14 a 18 anos. Um levantamento realizado pela Secretaria de Estado da Saúde revela que 77% das jovens em São Paulo apresentam propensão a desenvolver algum tipo de distúrbio alimentar, como anorexia, bulimia e compulsão por comer. Cerca de 49% das pessoas que apresentam o transtorno são obesas, sendo que 15% são obesas mórbidas.

De acordo com o Prof. Dr. Mario Louzã, médico psiquiatra, doutor em Medicina pela Universidade de Würzburg, Alemanha, e Membro Filiado do Instituto de Psicanálise da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo; a TCAP se caracteriza pela ingestão, em um curto período de tempo, de uma quantidade exagerada (e desnecessária) de alimentos. Durante o episódio de compulsão alimentar, a pessoa se sente incapaz de controlar a ingestão excessiva, mesmo sabendo que está agindo fora do padrão habitual de alimentação. Além disso, a pessoa com TCAP não para de comer, mesmo já tendo a sensação de saciedade e o desconforto abdominal pela ingestão exagerada. É comum a pessoa preferir comer sozinha, sem ninguém olhando, pois ela se sente culpada e envergonhada quando se dá conta do quanto comeu.

Não são todos os pacientes que relatam a compulsão alimentar como uma forma de aliviar a ansiedade. No entanto, há evidências da relação do TCAP com os transtornos de ansiedade e de humor, pois a comida, em um primeiro momento, alivia os sintomas dos transtornos acima citados. “O problema são as consequências deste suposto bem-estar. Quem sofre de TCAP está sujeito a uma série de doenças como obesidade e diabetes tipo 2. Com o sobrepeso, surgem os distúrbios emocionais como depressão, síndrome do pânico, baixa autoestima, entre outros”, afirma Dr. Mario Louzã.

O tratamento do TCAP se faz com medicamentos que controlam a compulsão, associados à terapia comportamental ou psicodinâmica. O acompanhamento de um profissional de nutrição também é importante para a mudança dos hábitos alimentares. De acordo com um estudo da Universidade de Munique, na Alemanha, a recuperação dos acometidos pelo TCAP acontece da seguinte forma: melhora considerável durante a terapia e estabilidade em cerca de 4, 5 ou 6 anos ao término do tratamento.

“Vale deixar claro que o TCAP é diferente da bulimia nervosa. Nesta última, a culpa pela compulsão alimentar resulta na indução do vômito ou no uso de laxantes ou diuréticos. Para o tratamento do TCAP é fundamental buscar ajuda médica especializada, pois o apoio e o controle da família e dos amigos não são suficientes para superar a doença”, conclui o psiquiatra.


Crescimento da obesidade infantil alerta para mudança urgente nos hábitos alimentares desde a infância


 Com aumento no percentual de crianças e adolescentes acima do peso, Brasil precisa melhorar os hábitos para evitar surgimento de mais doenças relacionadas ao ganho ponderal


A Obesidade Infantil tem criado alerta em todo o mundo pela quantidade de casosnos últimos anos. No Brasil, aproximadamente33% das crianças entre 5 e 9 anos estão acima do peso, o que acumula um aumento de 110% no percentual de pessoas obesas no país, segundo o Ministério da Saúde. 

A Federação Mundial de Obesidade (IASO, na sigla em inglês)já havia alertado, em 2017, que se não houver mudança nos hábitos alimentares, em menos uma década, a doença poderá atingir 11,3 milhões crianças e jovens.Outras doenças também preocupam a entidade que estima, para o ano de 2025, mais de 150 mil crianças e jovens com diabetes tipo 2, em torno de 1 milhão com pressão alta e 1,4 milhão com problemas relacionadosa gordura no fígado. 

Com dados tão alarmantes, as campanhas do Dia da Conscientização Contra a Obesidade Mórbida Infantil, iniciadas em 3 de junho, se tornaram fundamentais. “Tratando-se de uma doença que acomete pacientes de todas as idades, onde crianças apresentam ganhos exorbitantes no peso, o que compromete seu crescimento, desenvolvimento puberal e psíquico, além de todas as comorbidades associadas (dislipidemias, hipertensão, diabetes), torna-se importante alertar a população sobre esse agravo”, explica o endocrinologista e nutrólogo pediátrico e do adolescente do Hospital Anchieta, Dr. Delmir Rodrigues.

Medidas preventivas podem ser adotadas para evitar doenças, mas a família precisa se empenhar e se apoiar na mudança para os novos hábitos. “O papel da família é fundamental para garantir saúde para as crianças. É importante ter acompanhamento regular com pediatra, educação familiar, escolar e comunitária para promoção de alimentação balanceada, estilo de vida saudável e a prática regular de atividade física. Incentivar o combate ao sedentarismo e em caso de suspeita de ganho de peso exagerado, procurar profissional de saúde qualificado para acompanhamento”, afirma Dr. Delmir Rodrigues. 


Amamentação: uma aliada contra a Obesidade 

O leite materno também é um aliado na prevenção ao excesso de peso em longo prazo, de acordo com um estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS),divulgado no Congresso Europeu de Obesidade, na Escócia.O estudo, publicado no jornal especializado Obesity Facts, comparou a prática e a duração da amamentação com o peso da criança no nascimento e o índice de massa corporal quando já estavam com idades entre 6 e 9 anos. 

Os resultados mostram que as crianças que não foram amamentadas têm 22% chance de serem obesas, as que receberam pouco aleitamento (menos de um semestre) o risco diminui em 12%, enquanto as alimentadas exclusivamente com leite materno por seis meses têm 25% menos chance de ter obesidade infantil. “Mulheres devem programar a gestação, com controle de peso no ato da fecundação e durante a gestação. Garantir o aleitamento materno exclusivo até o sexto mês de vida e mantê-lo com a alimentação complementar, introduzida de forma gradual e saudável. A interrupção precoce do aleitamento materno e a introdução de alimentos inapropriados, os distúrbios de comportamento alimentar, as condições genéticas ou uma combinação desses elementos ajudam a aumentar as estatísticas da obesidade”, acrescenta o médico.

Quanto maior o peso ao nascer, maior a possibilidade de ter sobrepeso na infância, segundoinformações de 11 dos 22 países europeus avaliados, que somam 100.583 meninos e meninas participantes da pesquisa.


Menos telas e mais atividade física

A OMS, endossada pela Sociedade Brasileira de Pediatria, recomenda que crianças de até cinco anos gastem menos tempo em frente às telas de computadores, tablets e celulares e pratiquem mais atividade física commais horas dedicadasao sono.

A entidade indica que bebês de até um ano não tenham qualquer acesso às telas eletrônicas e que após os dois anos de idade o tempo máximo de entretenimento seja de uma hora por dia. Essa determinação ocorre porque crianças de até três anos estão em intenso processo de formação das conexões neurais e precisam de experiência física e interação social das três dimensões, e com uso das telas elas se fecham em apenas duas, além de estarem expostas à luz que atrapalha na produção dos hormônios do sono.  

De acordo com a comissão da OMS para fim da obesidade infantil, é possível ver relação entre o sedentarismo, atividade física e tempo adequado de sono e os impactos provocados por eles na saúde mental, física e bem-estar das crianças. 


Dicas para uma vida mais saudável

- Evitar alimentos industrializados e muito processados;

- Ingerir frutas, legumes, verduras e saladas;

- Hidratar bem as crianças;

- Praticar atividades físicas;

- Fazer acompanhamento regular com médico.


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