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sexta-feira, 31 de maio de 2019

Pediatras reforçam importância do Teste do Pezinho

Teste do Pezinho é fundamental (Ana Mainhardt)

6 de Junho é Dia Nacional do Teste do Pezinho


Considerado como importante ferramenta para diagnóstico de algumas doenças em recém-nascidos, o Teste do Pezinho (TP) cumpre um papel fundamental na detecção precoce das 6 doenças por ele triadas. São 6 diferentes disfunções que podem ser diagnósticas a partir do exame, ajudando a tratar e proporcionar melhor qualidade de vida ao bebê e a família. Apesar da ampla divulgação nacional sobre o tema, um aspecto, desperta ainda preocupação entre os médicos - a realização em tempo hábil do TP, para impedir que ocorra óbito e/ou retardo mental grave, caso o TP não seja realizado entre o 3° e o 5° dia de vida do recém-nascido. O desafio é aprimorar o processo, conscientizando a população sobre a importância do encaminhamento o mais breve possível, quando há qualquer alteração no exame de triagem (TP) para posterior confirmação diagnóstica e início do tratamento adequado quando for necessário.

- Sabemos que alguns convênios encaminham seus TP para serem realizados em laboratórios fora do Estado, prejudicando o controle Estadual do TP de toda a criança nascida no RS. Especialmente, porque se o TP tiver alteração, esta criança poderá precisar da estrutura já organizada para a confirmação diagnóstica do TP e início rápido do devido tratamento. No setor privado quando os testes de triagem dão alterados (TP) ainda, não existe disponível estrutura pronta, para rápida confirmação e tratamento necessário. Se ocorrer demora para avaliação do resultado privado, o diagnóstico confirmatório fica prejudicado, podendo expor este bebê a risco de óbito e/ou retardo mental – explica a médica pediatra 2ª tesoureira da Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul (SPRS) e da Seção de Saúde da Criança da SES/RS, Celia Boff de Magalhães.

No caso do teste público, o fluxo de informação é mais rápido. Como os exames do TP - são centralizados no Serviço de Referência em Triagem Neonatal do RS, que funciona no Hospital Materno Infantil Presidente Vargas, quando há uma alteração, é realizado uma busca ativa, através do contato com a Unidade e é solicitada a vinda do bebê, para consulta no SRTN/RS bem como, a investigação para confirmação diagnóstica e tratamento.

Outro alerta, segundo a médica, é para o adequado período no qual deve ser feita a coleta. É fundamental que seja observado o período do 3° ao 5° dia de vida.

Também conhecido como triagem neonatal biológica, o Teste do Pezinho é feito a partir de gotas de sangue colhidas do calcanhar do recém-nascido. Desde 1992, o teste se tornou obrigatório em todo o país e, em 2001, o Ministério da Saúde criou o Programa Nacional de Triagem Neonatal. O teste, o diagnóstico, o tratamento e o acompanhamento destas crianças é realizado gratuitamente pelo SUS.

Entre as seis doenças triadas, está a Fenilcetonúria que é uma doença hereditária causada pela ausência ou diminuição da atividade de uma enzima, fato que impede a metabolização adequada do aminoácido fenilalanina. Os altos níveis de fenilalanina não metabolizada causam alterações no sistema nervoso, levando à deficiência intelectual severa e irreversível nos casos não tratados.

Outra doença relevante é o Hipotireoidismo Congênito, doença causada pela falta ou produção deficiente da tiroxina, um hormônio da tireóide necessário para o desenvolvimento normal de todo o organismo, inclusive o cérebro. A falta da tiroxina traz consequências como deficiência intelectual grave e comprometimento do crescimento nos casos não tratados precocemente. O TP também faz diagnóstico de Anemia Falciforme e outras Hemoglobinopatias, Fibrose Cística, Hiperplasia Adrenal Congênita e Deficiência de Biotinidase.

O Dia Nacional do Teste do Pezinho é uma data com o objetivo de alertar a população para a importância de se realizar o exame de prevenção. Sua finalidade é impedir o desenvolvimento de doenças que se não tratadas, podem levar à deficiência intelectual e causar outros prejuízos à qualidade de vida das pessoas e ao óbito.




Marcelo Matusiak


Indicação: cirurgia minimamente invasiva de crânio


Sem cicatriz, mínimo desconforto e menor chance de complicações – além de alta mais rápida –, cirurgias minimamente invasivas beneficiam quem enfrenta problemas de saúde, como tumor na hipófise. Glândula fica no cérebro e produz hormônios que controlam funções vitais


Jéssyca Campos, de 31 anos, considera que renasceu no ano passado. Ela havia descoberto um tumor na hipófise, três anos antes, embora, na época, não tivesse nenhum sintoma, dor ou mal-estar. Após exames de rotina, o ginecologista percebeu que seus níveis de prolactina no sangue estavam levemente aumentados. Assim, pediu exame de ressonância magnética e descobriu o tumor. “Realmente foi um susto; quando se fala em tumor no cérebro, é como se estivesse recebendo uma sentença”, contou Jéssyca. Sem filhos, a técnica em contabilidade – que se diz muito curiosa – estudou sobre a doença, ouviu médicos e percebeu que a medicina oferece tratamentos efetivos para eliminar o problema. 

“A grande maioria dos tumores originados na hipófise é benigna. São chamados de adenomas hipofisiários e representam de 10 a 15% de todos os tumores intracranianos. A incidência é alta, 22,5% da população, segundo estudos radiológicos recentes. Por isso a importância das pessoas saberem que é uma doença que pode ser curada. Se o tumor não responde ao tratamento com medicamentos, a opção por uma cirurgia moderna e com mínima agressão ao organismo pode ser realizada com sucesso, como foi o caso da Jéssyca”, apontou o neurocirurgião Victor Vasconcelos.

O médico esclarece que se trata da chamada cirurgia minimamente invasiva, cujo objetivo é a máxima preservação da anatomia com intervenção pequena, mas suficiente para resolver o problema. “Ausência de cicatriz, menos desconforto pós-operatório, menor taxa de complicações, recuperação mais rápida, alta hospitalar precoce, mais conforto do paciente pós-alta e volta mais rápida para as atividades habituais. Todos esses são os benefícios”, esclarece Dr. Victor.  Segundo ele, a utilização de equipamentos cirúrgicos modernos como microscópio, endoscópio e técnicas percutâneas possibilitam o avanço contínuo destes tipos de procedimento. “Mas tem de haver a comprovação científica de que a técnica será eficaz; afinal, de nada adiante a cicatriz não aparecer se a doença não for curada”, aponta.


Sem tumor

Jéssyca começou um tratamento com medicamentos para reduzir o tamanho do tumor. Porém, fez mais exames e soube que seu corpo não respondeu aos remédios. O tumor havia crescido e começou a comprimir o nervo óptico. “Nessa fase, enfrentei uma crise depressiva. Passei a ter fortes dores de cabeça e no fundo dos olhos. Meu trabalho começava a ficar comprometido”, lembra. Assim, não havia outro caminho que não a cirurgia. “A surpresa foi saber que o procedimento seria bem menos agressivo do que eu esperava. Com muita confiança no neurocirurgião, fiz a cirurgia para ressecção do tumor cerebral em setembro, realizada através do nariz. Não tenho cicatriz, fiquei pouco tempo internada e o melhor, estou livre da doença e, claro, sem nenhuma dor. Considero Que renasci depois da cirurgia”, conta. 
O que faz a hipófise?

O neurocirurgião Victor Vasconcelos diz que a hipófise produz vários hormônios que controlam as funções vitais, além de estimular outras glândulas, como a tireoide e as suprarrenais. “Não são todos os tumores na hipófise que apresentam sintomas ou sinais clínicos. Geralmente crescem lentamente, podendo levar à deficiência hormonal ou mesmo a hiperprodução, causando doenças graves como acromegalia, que é a produção do hormônio do crescimento em excesso ou a doença de Cushing, que ocorre devido à elevada quantidade de cortisol no sangue, causando sintomas como rápido aumento de peso e acúmulo de gordura na região abdominal e face”, diz. 

“Também determinam problemas neurológicos, principalmente relacionados à visão, e podem levar até a cegueira”, diz. De acordo com o médico, o tratamento dos tumores na hipófise é essencialmente cirúrgico quando não respondem ao tratamento medicamentoso. “Alguns casos, há a possibilidade da tentativa de tratamento com medicamentos. Há casos em que fazemos a combinação de remédios e cirurgia e também podem ser necessárias radioterapia ou radiocirurgia como tratamentos complementares. Tudo depende do caso e do tipo do tumor”, ensina. 

Dr. Victor conta que na última década – com o desenvolvimento de equipamentos de imagens de alta definição que permitem a visualização panorâmica e detalhada do tumor, da hipófise e das estruturas neurovasculares adjacentes – a técnica minimamente invasiva se tornou a melhor opção para a ressecção destes tumores.

“Antes, as cirurgias transnasais poderiam levar a deformidades do nariz e alterações de sensibilidade das gengivas e dos dentes, além de obter uma visualização difícil da região da cirurgia. Atualmente, os riscos são mínimos, temos melhores resultados, menos complicações e muito menos dor nos pacientes”, afirma. Ele aponta também que a atuação de equipe multidisciplinar especializada é imprescindível, com atuação de neurocirurgiões, neurologistas, otorrinolaringologistas, oftalmologistas, endocrinologistas, oncologistas, radiologistas e, eventualmente, radioterapeutas.






Victor Vasconcelos - neurocirurgião especializado em patologias do crânio e da coluna, com ênfase no tratamento de tumores cerebrais e neurocirugia minimamente invasiva. É especializado pela universidade americana (Ohio State University) em cirurgia endoscópica minimamente invasiva. Atua como neurocirurgião do Hospital Boldrini e do Instituto Radium de Oncologia. Ele compõe o corpo clínico credenciado para cirurgias em hospitais referência de Campinas e de São Paulo e é membro titular da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia. http://neurocirurgiacampinas.com.br/


Atenção papais e mamães


 Pediatra do Hospital América de Mauá faz alerta sobre o uso do slime caseiro


O slime está em alta entre as crianças e até mesmo entre os adolescentes, mas, apesar de aparentar ser inofensivo, trata-se de uma mistura de compostos químicos, como o borato de sódio, mais conhecido como bórax. Por toda a química envolvida, é necessário que sejam tomadas algumas medidas de segurança para que crianças e adolescentes possam brincar sem comprometer a saúde. “O bórax, utilizado como ativador do slime, pode ser encontrado no nosso dia a dia, como em fertilizantes, produtos de limpeza e até mesmo em medicamentos, mas em concentrações e manipulações adequadas para não gerar nenhum efeito adverso. O maior risco para as crianças, em termos de intoxicação, está relacionado ao tempo de manipulação e à ingestão dessa substância, bem como à inalação ou não durante sua manipulação”, explica a Dra. Nathalie Moschetta Monteiro Gil, pediatra e neurologista infantil, prestadora de serviços no Hospital América de Mauá.

“Os sintomas da intoxicação pelo slime ou pelo bórax incluem náuseas, vômitos, cólicas abdominais e diarreia, assim como o descrito pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), nossa agência regulamentadora. A criança pode apresentar ainda aspecto azul-arroxeado ou acinzentado na pele e nas mucosas, caracterizando a cianose, um sintoma decorrente de uma intoxicação mais grave. Nesse caso, pode haver ainda queda de pressão, perda de consciência e até mesmo choque cardiovascular. O potencial da toxidade do bórax aumenta conforme são adicionados outros produtos químicos para colorir e texturizar as gelecas, como eram chamadas antigamente”, ressalta a pediatra.

Para as crianças, a parte mais divertida da brincadeira com o slime é sua fabricação. Por isso, por mais seguro que seja comprar um produto químico regulamentado pela Anvisa, o que deve obviamente ser algo prioritário, a produção também deve ser feita de uma maneira segura para as crianças, garantindo que sempre estejam acompanhadas por um adulto, tenham cuidados na manipulação e na mistura dos ingredientes e estejam com equipamento de proteção individual, como luvas. “É importante também que após a manipulação as mãos sejam muito bem lavadas, bem como os braços, e, claro, o tempo de exposição à substância não pode passar de 30 minutos a 1 hora por dia, tanto na fabricação quanto na brincadeira”, comenta a especialista.

No nosso país, a Anvisa contraindica o uso do borato de sódio e fornece orientações em caso de intoxicação: não provocar vômito na criança, não oferecer água, leite ou qualquer outro líquido e procurar assistência médica de imediato.

Alguns jornais internacionais, como The Guardian, além de outros veículos de informação, recentemente fizeram reportagens sobre o slime, relatando a ocorrência de queimaduras de segundo e até terceiro grau principalmente nas mãos, devido ao tempo prolongado de exposição à brincadeira – em alguns casos todos os dias e durante vários meses. “É fundamental que os pais se atentem para a questão dos efeitos a curto e longo prazo, desde queimaduras a intoxicações gastrointestinais. O mais importante seria substituir o ativador do slime, o borato de sódio, que é o principal componente tóxico da mistura química, por outras alternativas, como a gelatina, o amido e o marshmallow, que, por mais que não proporcione a mesma textura, é um slime seguro para todas as crianças”, conclui a médica.





Dra. Nathalie Moschetta Monteiro Gil - pediatra e neurologista infantil, prestadora de serviços no Hospital América de Mauá | CRM 163047


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