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sexta-feira, 5 de janeiro de 2018

SÃO PAULO: Paulistanos devem ficar atentos aos criadouros do mosquito transmissor da Dengue, Zika e Chikungunya



Reservatórios domiciliares de água são um dos pontos com maior foco do mosquito.


Uma boa notícia para os paulistandos: o número de casos das doenças transmitidas pelo mosquito transmissor da Dengue, Zika e Chikungunya vem diminuindo em São Paulo. De acordo com a Secretaria de Saúde do estado, em 2016 foram registrados mais de 162 mil casos de dengue. Destes, 95 vieram a óbito. De Chikungunya foram 1092 casos e de Zika cerca de 4400. Já em 2017, o número de casos de Dengue caiu para um pouco mais de cinco mil. Uma redução de quase 97%. No mesmo ano foram registrados aproximadamente 500 casos de Chikungunya; e 800 de Zika. Marcos Boulos, coordenador do centro de controle de doenças, esclarece que, além da conscientização da população, alguns fatores climáticos favoreceram para que esses números diminuíssem.

“Teve uma chuva muito importante esse ano. As chuvas contribuem pra lavar os focos. Tivemos também, além disso, um inverno mais rigoroso. Isso permite que o Aedes não prolifere de maneira importante. Tem uma série de fatores que estão relacionados. E, obviamente, principalmente por causa do surto da Zika e toda aquela coisa, a população ficou mais alerta e isso fez com que nós tenhamos uma busca mais clara e importante dos casos. As pessoas estão mais alerta com a possibilidade de surgir essas doenças”, afirma.


Fique atento aos sintomas:
 


Ainda assim, a população não deve ficar despreocupada. A luta contra o mosquito continua. O publicitário Fernando Aleixo, de 25 anos, mora na capital e já foi infectado pela Dengue. Ele conta que ainda falta colaboração dos moradores para impedir a procriação do mosquito.

“Aqui, no meu bairro, tem alguns pontos. Eu, principalmente, como moro em prédio vejo de cima, vejo que algumas pessoas não cuidam bem da piscina. Você vê que a água tá suja e fica parada. Aí a gente tenta alertar a secretaria pra fazer alguma coisa. A gente alerta só que nem sempre pode fazer muita coisa, né? Porque a secretaria não pode entrar. Só quando realmente está muito grave", lamenta.

Faça sua parte, vamos vencer esse mosquito.

Separe um tempinho para limpar seu quintal. Lembre-se também de checar se as calhas e as vasilhas dos pets não estão virando um ponto de acúmulo de água. É importante lembrar: um mosquito pode prejudicar uma vida. E o combate começa por você.

Para mais informações, acesse: saude.gov.br/combateaedes.
#combateaedes







Fonte: Agência do Rádio Mais 





quinta-feira, 4 de janeiro de 2018

A CONVERSA FIADA DA LIBERAÇÃO DAS DROGAS



A relação direta de causa e efeito entre o consumo de drogas e a criminalidade gera, quase necessariamente, a ideia da legalização. Seus defensores sustentam que se o consumo e o comércio forem liberados, a maconha, a cocaína, a heroína e produtos afins serão formalmente disponibilizados, inviabilizando a atividade do traficante. Extinto o comércio clandestino, dizem, cessariam os lucros que alimentam o crime organizado e se reduziria o nível de insegurança em que vive a população. Muitos alegam, ainda, que a atual repressão agride o livre arbítrio. Entendem que os indivíduos deveriam consumir o que bem entendessem, pagando por isso, e que os valores correspondentes a tal consumo, a exemplo de quaisquer outros, deveriam ser tributados para gerar recursos ao setor público e não ao mundo do crime. A aparente lógica dos argumentos tem um poder muito forte de sedução.
        No entanto, quando se pensa em levar a teoria à prática, surgem questões que já levantei em artigo anterior e não podem deixar de ser consideradas. Quem vai vender a droga? As farmácias? As mesmas que exigem receita para uma pomadinha antibiótica passarão a vender heroína sem receita? Haverá receita? Haverá postos de saúde para esse fim? Os usuários terão atendimento médico público e serão cadastrados para recebimento de suas autorizações de compra? O Brasil passará a produzir drogas? Haverá uma cadeia produtiva da cocaína? Uma Câmara Setorial do Pó e da Pedra? Ou haverá importação? De quem? De algum cartel colombiano? O consumidor cadastrado e autorizado será obrigado a buscar atendimento especializado para vencer sua dependência? E os que não o desejarem, ou que ocultam essa dependência, vão buscar suprimento onde? Tais clientes não restabelecerão fora do mercado oficial uma demanda que vai gerar tráfico? A liberação não aumentará o consumo? Onde o dependente de poucos recursos vai arrumar dinheiro para sustentar seu vício? No crime organizado ou no desorganizado?
        A Holanda, desde os anos 70 vem tentando acertar uma conduta que tolerância restritiva. É proibido produzir, vender, comprar, e consumir drogas. A liberação da maconha recuou 30 gramas para apenas 5 gramas nos coffeeshops, que acabaram sendo municipalizados para maior controle e diversos municípios se recusam a assumir a estranha tarefa.  Bélgica se tornou a capital europeia da droga. Um plebiscito realizado na Suíça em 2008 rejeitou a liberação, mas autorizou trabalhos de pesquisa que envolvam a realização de estudos e testes com usuários de maconha. O país, hoje, fornece, com supervisão de enfermagem, em locais próprios para isso, quotas diárias de heroína para dependentes...
        O uso da droga, todos sabem, não afeta apenas o usuário. O dependente químico danifica sua família inteira e atinge todo seu círculo de relações. Ao seu redor muitos adoecem dos mais variados males físicos e psicológicos. A droga é socialmente destrutiva, e o poder público não pode assumir atitude passiva em relação a algo com tais características.
        "Qual a solução, então?", perguntou-me um amigo com quem falava sobre o tema. E eu: “Quem pensa, meu caro, que todos os problemas sociais têm solução não conhece a humanidade”. O que de melhor se pode fazer em relação às drogas é adotar estratégias educativas e culturais que recomponham, na sociedade, valores, tradições, espiritualidade, disciplina, dedicação ao trabalho, sentido da vida e vida de família, para fortalecer o caráter dos indivíduos e os afastar dos vícios. Mas, como se sabe, é tudo intolerável e "politicamente incorreto". Então, resta ampliar o que já se faz. Ou seja, mais rigor legal e penal contra o tráfico, mais campanhas de dissuasão ao consumo, menos discurso em favor da maconha, menos propaganda de bebidas alcoólicas, e mais atenção aos dependentes e às suas famílias.
        Alguém aí acredita que, legalizado o tráfico e vendidas as drogas em farmácia ou coffeeshops, todos os aparelhos criminosos estruturados no circuito das drogas se transmudarão para o mundo dos negócios honestos? Que os chefões das drogas se tornarão CEOs de empresas com código de ética corporativa e política de compliance? Que os traficantes passarão a bater ponto e terão carteira assinada? Pois é.




Percival Puggina - membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A tomada do Brasil. integrante do grupo Pensar+.



 

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