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segunda-feira, 24 de agosto de 2020

Atendimentos cardiológicos diminuem e medo da COVID-19 impacta nas taxas de mortalidade

 Portadores de doenças cardiovasculares não devem parar os tratamentos, além da busca de atendimento médico em caso de sintomas 

                                                                                                                 

Entre os meses de março e julho deste ano, o Brasil registrou um aumento de 31% nas mortes por doenças cardiovasculares em casa. A variação em relação a 2019 aparece nos dados apresentados no fim de junho pela SBC (Sociedade Brasileira de Cardiologia). O número de óbitos por doenças como parada cardiorrespiratória e morte súbita saltou de 14.938 no ano passado para 19.573 em 2020. Mais pessoas morreram em casa por AVC, infarto e outras doenças cardiovasculares durante a pandemia de coronavírus - é o que indica os números apresentados pela SBC. 

Em meio à pandemia e ao isolamento social, os pacientes com doenças cardiovasculares diminuíram os cuidados com o coração. Isso porque, em grande parte, os hipertensos estão com medo de se contaminar pelo coronavírus ao realizar tratamentos em hospitais. Segundo o Diretor da Sociedade Brasileira de Clínica Médica, Cardiologista e Clínico Geral, Dr. Abrão Cury, essa atitude pode gerar consequências graves para a saúde.  

De acordo com o Dr. Abrão Cury, as mortes por doenças cardíacas têm possivelmente três fatores principais: acesso limitado a hospitais onde houve sobrecarga do sistema de saúde, redução da procura por cuidados médicos devido ao distanciamento social ou por medo de contrair a Covid-19, e também o isolamento que prejudica a detecção de sintomas. 

A Covid-19 também afeta o sistema cardíaco. E a orientação é que os portadores de doenças cardíacas não deixem de fazer uso dos medicamentos já utilizados de maneira contínua, além de não fumar e de melhorar a alimentação. "O novo coronavírus também tem ação direta no coração. Ele pode promover uma inflamação do músculo cardíaco, uma resposta inflamatória sistêmica - que na forma grave provoca uma tempestade de citocinas -, além da formação de coágulos.  E esses coágulos podem acarretar, por exemplo, infarto e também produzir acidente vascular cerebral (AVC)", explica o cardiologista. 

O especialista confirma que há uma redução de pacientes com emergências cardiovasculares, como infarto e AVC. "Agora, as pessoas vêm ao hospital quando ocorre um agravamento do quadro, o que é muito perigoso. O tratamento para essas doenças só é eficaz se o atendimento for precoce”, esclarece Dr. Abrão Cury. 

 

Orientações para os portadores de doenças cardiológicas durante pandemia 

As pessoas consideradas do grupo de risco que precisam sair de casa precisam redobrar os cuidados. “Não adianta usar máscara de pano o dia inteiro e não trocá-la. O Ministério da Saúde já orientou que temos que trocar a cada duas horas. Quando conversamos a máscara fica úmida e, desta forma, quebramos a barreira de proteção e o vírus pode entrar. Se for trabalhar fora, durante oito horas, é preciso usar quatro máscaras durante todo o período”, aconselha o especialista. 

Além do uso da máscara, é primordial lavar as mãos constantemente. “Caso não há álcool 70% no local é importante lavar as mãos com água e sabão, evitar tocar o rosto, não ingerir alimentos descobertos que estiverem em lugar de grande concentração de pessoas, além de manter um metro e meio de distância, são importantes para evitar o coronavirus”, orienta.

 

Qual a importância do acompanhamento dos pacientes crônicos?  

Não tem nenhuma evidência, nesse momento, que qualquer medicação possa piorar sintomas da COVID-19. Os pacientes portadores de doenças cardíacas não podem suspender o uso dos remédios. “Exames e consultas médicas são essenciais, principalmente para os portadores de doenças prévias, como colesterol, obesidade e hipertensão”, esclarece.

 

Como os portadores de doenças cardíacas devem agir, em caso de sintomas, mesmo diante do isolamento social?

Não podemos subestimar dores e desconfortos. “Se estiver com dor no peito, incômodo como falta de ar, formigamento e mal-estar, o ideal é procurar o pronto socorro cardiológico para a realização de exames.

  

Frente fria pede atenção especial à circulação sanguínea

Dor e formigamento nas pernas; pele fria, pálida e arroxeada podem ser um alerta de doenças vasculares


A previsão do tempo para o País nos próximos dias é de uma frente fria rigorosa. A queda da temperatura faz com que o corpo tenha um enorme esforço para manter a temperatura ideal e evitar o comprometimento do bom funcionamento do organismo. E, o sistema vascular tem grande papel nesse momento.

Para manter o corpo aquecido, os vasos sanguíneos se contraem em um fenômeno chamado vasoconstrição, que pode levar ao desenvolvimento do Fenômeno de Raynaud. “O estreitamento dos vasos sanguíneos, que causa esse fenômeno, reduz o fluxo sanguíneo para as extremidades e determina uma diminuição da oxigenação dos tecidos”, explica o cirurgião vascular e membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular, Dr. Luciano Amaral Domingues.

O especialista esclarece que alguns sintomas podem ser indicadores do quadro, como o frequente formigamento, dor e sensação de frio nos membros inferiores e superiores, que podem apresentar cor pálida ou arroxeada. Feridas nos dedos indicam maior gravidade da doença e pede uma avaliação de um cirurgião vascular.

Cerca de 3% a 5% da população apresenta o Fenômeno. Mulheres jovens e pessoas com ansiedade e estresse emocional são os mais acometidos. Ademais, obesidade, diabetes, colesterol alto e tabagismo também aumentam a incidência das doenças vasculares. O frio pode propiciar ou agravar diversas outras enfermidades, como a hipertensão, doença arterial obstrutiva periférica (DAOP) e isquemia cardíaca.

Dr. Domingues afirma que, nas baixas temperaturas, é importante adotar hábitos saudáveis para manter uma boa circulação sanguínea. Beber água regularmente e praticar atividades físicas moderadas, sempre controlando os batimentos cardíacos muito acelerados, otimizam a saúde vascular.   Evitar o tabagismo e consumo de bebidas alcóolicas também são práticas importantes.

 

Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV)

 

O poder da Vitamina D na luta contra a Covid-19

Farmacêutica da OfficiLab explica a importância da suplementação pelos manipulados



Muito tem se falado da importância da Vitamina D durante a pandemia causada pela Covid-19. Embora não exista uma forma de prevenir a contaminação pelo Coronavírus, o que esperamos quando fortalecemos a imunidade é que ao contrair o vírus, a doença se manifeste de forma mais branda. Segundo farmacêutica da OfficiLab, maior farmácia de manipulação do Rio de Janeiro, o ideal é tomar sol 30 minutos por dia para aumentar a expressão da vitamina D no nosso corpo. Mas, em tempos de isolamento social, os brasileiros devem estar com os níveis dessa vitamina bem reduzidos, já que a maioria das pessoas está dentro de casa. Sendo assim, a suplementação se tornou fundamental, dada a importância de manter um nível adequado da vitamina no corpo. 

Uma opção de suplementação é a fórmula manipulada, que além de ter uma dosagem ajustada para cada pessoa, a forma farmacêutica pode ser adequada conforme a necessidade específica de cada um. É possível veicular a vitamina D em diferentes formas farmacêuticas, como cápsulas líquidas, gotas sublinguais , spray oral, tablets e gomas. “A suplementação manipulada tem uma grande vantagem, pois o prescritor pode ajustar a dose de acordo com a necessidade de cada paciente. Muitos prescrevem doses mais altas do que as disponíveis nas drogarias. As doses podem variar de 1000Ui a 50.000Ui, dependendo da patologia a ser tratada”, explica Dra Renata Ferreira, farmacêutica da OfficiLab. 

Pesquisas realizadas, apontam que a deficiência dessa vitamina contribui para o desenvolvimento de doenças como depressão, alzheimer, esclerose múltipla, asma e osteoporose. Segundo a Dra. Renata a vitamina D estimula o sistema imunológico e ajuda no tratamento de doenças autoimunes e o Diabetes tipo II. “A maioria de nossas células de defesa têm receptores para vitamina D, dentre elas, estão as células de Paneth, localizadas no intestino, atuando também em nossa saúde intestinal” explica. 

Além disso, a vitamina D ou hormônio D, apresenta inúmeros benefícios: mantêm em nível ótimo o cálcio plasmático para que funções neurais, cerebrais e formação óssea seja estabelecido adequadamente. Existem muitos estudos que comprovam a sua atividade na diminuição a resistência insulínica. Também participa do processo de inibição da formação de substâncias pressóricas, melhorando o controle pressão arterial. Reduz riscos de morte por doença cardiovascular e vários tipos de câncer.


Brasil é referência mundial em novo tratamento para nódulos de tireoide sem cicatriz

Ablação por radiofrequência em nódulos de tireoide é uma tecnologia minimamente invasiva que não deixa cicatriz e segue uma tendência da medicina internacional em diminuir cada vez mais o número e o trauma de intervenções cirúrgicas


O Brasil está entre as quatro maiores referências mundiais em Ablação por Radiofrequência em nódulos de tireoide segundo a Universidade de Columbia, em Nova York (EUA). A citação faz parte de um estudo da professora de cirurgia endocrinológica Jennifer Kuo, que analisa a experiência brasileira e busca saber mais sobre os resultados do procedimento na população norte-americana para avaliar a qualidade de vida dos pacientes submetidos ao método, em comparação às operações tradicionais com corte.  

Dr. Leonardo Rangel é um exemplo de pioneirismo brasileiro na técnica. O cirurgião de cabeça e pescoço, especialista em tireoide, médico e pesquisador da UERJ, é um dos três convidados do país a participar de um webinar gratuito sobre o tema com grandes profissionais da Universidade de Stanford (Estados Unidos), no dia 30 de agosto. Será um evento em conjunto com outros experientes no método, destinado a públicos de todas as disciplinas, para esclarecer o assunto que ainda é novidade para muitos médicos.

O Hospital Universitário Pedro Ernesto (UERJ), no Rio de Janeiro, foi o primeiro hospital público do país a oferecer a nova técnica à população e hoje tem fila zerada para o tratamento. Essa tecnologia minimamente invasiva segue uma tendência da medicina internacional em diminuir cada vez mais o número e o trauma de intervenções cirúrgicas. A doença atinge 300 milhões de pessoas no mundo e no Brasil mais de 60% da população irão desenvolver o problema em algum momento da vida, segundo a Sociedade Brasileira de Endocrinologia (SBEM). Em todas as faixas de idade as mulheres são até quatro vezes mais afetadas que homens. 


Nódulos na tireoide - Apesar do conhecimento dos fatores de risco, as causas dos nódulos não são bem determinadas. Quando a tireoide não está funcionando bem os sintomas podem incluir, além do hipotireoidismo (baixa produção de hormônios), dificuldades para engolir, falar e aumento da glândula (bócio); o que incomoda principalmente a estética. De todos os casos diagnosticados anualmente quase 90% dos nódulos são benignos. Esse importante problema de saúde pública leva dezenas de milhares de pacientes às salas de cirurgia para a remoção total ou parcial da glândula a cada ano. A tireoidectomia tradicional, apesar de ser bem estabelecida e com taxas de complicações baixas, causa hipotireoidismo quando se realiza a remoção total da glândula. A deficiência do hormônio tireoidiano tem grande repercussão clínica, uma vez que está envolvido com diversas reações metabólicas. O cérebro, o coração e o tecido adiposo são alguns dos órgãos mais afetados pelo hipotireoidismo, que se caracteriza pelo ganho de peso, edema difuso, pensamento mais lento, depressão, diminuição da capacidade de atividade física e aceleração de ateroesclerose.  Quando o diagnóstico é câncer, a cirurgia é sempre o tratamento indicado. 


Ablação por Radiofrequência sem cicatriz - A grande inovação dessa técnica é a aplicação da radiofrequência para destruir nódulos tireoidianos benignos, reduzindo seu volume e assim, eliminando os sintomas compressivos e alterações estéticas. O método é realizado guiado por ultrassom, com a introdução de uma agulha fina no nódulo sob anestesia local mais sedação leve por via oral e os pacientes são liberados no mesmo dia. Nos estudos mais recentes, a incidência de complicações é menor do que os procedimentos cirúrgicos convencionais.

Contudo, o maior benefício da Ablação através da radiofrequência é a destruição de tecido nodular com a preservação do tecido normal, o que confere ao método uma característica única que é tratar, mesmo nódulos grandes, sem alterar a função hormonal.  Outras vantagens são menor risco de problemas na voz, não é preciso fazer reposição hormonal o resto da vida, além de não deixar cicatriz no pescoço. 

 “A redução do volume dos nódulos tratados com a ablação por radiofrequência ocorre ao longo de seis meses, pois não retiramos tecido nodular e contamos com o processo de fagocitose (absorção por glóbulos brancos) para remoção dos tecidos tratados pela radiofrequência. Essa reabsorção gradual do nódulo alcança uma média de 80% até o sexto mês e pode continuar até o primeiro ano após o procedimento”, explica Dr. Leonardo.

Apesar da pandemia, até o fim de 2020 quase cem pacientes da fila do SUS no HUPE terão sido beneficiados pela nova técnica. 

=> Vídeo com o relato da Dra. Jennifer Kuo, professora da Universidade de Columbia, em Nova York: https://youtu.be/tPJmwbso07Q


DOENÇAS CARDIOVASCULARES PREOCUPAM ESPECIALISTAS EM TEMPOS DE PANDEMIA

 Pessoas com problemas do coração estão entre as principais vítimas da Covid-19, mas pacientes ainda demonstram medo de procurar o hospital


Estudos apontam que nesse período o número de pessoas que morreram em casa por infarto agudo do miocárdio aumentou. Em outros tempos essas pessoas provavelmente teriam procurado o hospital. A situação é de grande preocupação para os médicos, como alerta o cardiologista e intensivista, coordenador da Unidade Neuro-Cardio Intensiva do Hospital Brasília, Vitor Barzilai. “Estudos mostram que os infartos domiciliares vêm aumentando durante a pandemia. Se você sentir desmaio, dor no peito, palpitações, falta de ar ou, ainda, se você tiver doença do coração conhecida, é importante procurar atendimento médico. Pessoas com doenças como insuficiência cardíaca, arritmia, principalmente fibrilação atrial ou doença coronária têm maior morbidade quando enfrentam o coronavírus”, explica.

Dados de julho da Secretária de Saúde do DF revelaram que 90% das vítimas do novo coronavírus da capital possuíam alguma doença preexistente. Distúrbios metabólicos e diabetes estão entre as comorbidades que levaram a óbito. Há também, em todo Brasil, um aumento de mais de 30% de mortes em domicílio por Acidente Vascular Cerebral (AVC), infarto e outras doenças cardiovasculares, em relação ao mesmo período do ano passado. Em 2019, entre os meses de março e maio, foram 11.990 mortes por doenças cardíacas. Neste ano, foram 15.847 óbitos, como apontou o estudo de julho  feito pela Sociedade Brasileira de Cardiologia, SBC, e pela Associação dos Registradores de Pessoas Naturais do Brasil, Arpen.

O especialista Vitor Barzilai explica que a forma como a covid-19 ataca o coração pode ser ainda mais grave nas pessoas da terceira idade. “A infecção viral acaba acometendo o coração. Não parece ser por uma infecção direta no órgão, mas por uma descarga de adrenalina importante. Isso compromete uma função do coração durante a infecção. A infecção serve de gatilho para o que conhecemos como a síndrome do coração partido, ou Takotsubo. O coronavírus leva à descompensação da doença, secundária à infecção do coronavírus”, alerta.

Apesar da pandemia gerar receio nas pessoas de procurarem atendimento, o cardiologista garante que é mais seguro procurar o hospital e destaca a importância do diagnóstico precoce. “Quando o paciente chega ao Pronto Socorro, é feito um rastreamento para o coronavírus, enquanto as emergências cardiovasculares são levadas para outro lugar. Se a dor no peito, que é um sintoma clássico cardiovascular, durar mais que vinte minutos, é importante que o paciente vá para a emergência para fazer avaliação”, conclui o especialista.


 

Pollyana Cabral


TUDO O QUE VOCÊ PRECISA SABER SOBRE RETRAÇÃO GENGIVAL

  

Especialista da GUM dá dicas de como prevenir e tratar condição que pode afetar a saúde bucal


Segundo dados divulgados em 2018 pela Organização Mundial da Saúde (OMS), aproximadamente 90% da população possui algum tipo de problema bucal, como, por exemplo, a retração gengival que tem como principal característica a migração da gengiva e consequentemente a exposição de uma parte da raiz do dente, deixando muitas vezes o dente sensível e podendo alterar a estética do sorriso.

"Esse distúrbio pode ser causado por diversos fatores, entre eles: apertamento dentário, doença periodontal, técnica incorreta de escovação, com força excessiva ou uso de cremes dentais muito abrasivos ou escovas de cerdas muito duras, por exemplo. Embora a retração gengival seja comum, não deve ser ignorada, uma vez que deve-se procurar remover o hábito que está causando essa retração, evitando assim sua progressão e sensibilidade dos dentes. Por isso, o mais recomendado é procurar um dentista, profissional apto a diagnosticar esta condição bucal e prosseguir com o melhor tratamento, explica a Dra. Brunna Bastos, cirurgiã-dentista da GUM , marca americana de cuidado bucal.

Além das causas já citadas, a especialista alerta ainda para outros hábitos que podem ser prejudiciais para a saúde bucal e contribuir para a retração gengival:

• Dente mau posicionado ou desalinhados - a má oclusão acaba por dificultar a higienização e facilitar o acúmulo de placa bacteriana, fator predisponente para a doença periodontal.

• Uso de piercings na língua ou lábios - o piercing muitas vezes ocasiona trauma mecânico repetitivo na gengiva, é muito comum pessoas com piercings na língua terem uma retração gengival na parte de trás dos dentes inferiores, onde a língua com o piercing está em constante contado, assim como em outras regiões na gengiva em que o lábio com o piercing ocasiona um trauma contínuo.

• Tabagismo - as substâncias químicas presentes no cigarro podem interferir na resposta à doença periodontal, assim como em seu tratamento;

• Bruxismo - o hábito de ranger os dentes, assim como o apertamento dentário pode favorecer a retração da gengiva;

"Deve-se atentar para uma boa higiene bucal, com o uso de escova dental com cerdas macias, escovação com movimentos suaves e não traumática e uso diário do fio dental, prevenindo assim além da retração gengival e hipersensibilidade dental, outras doenças bucais como a cárie e doença periodontal. O sangramento da gengiva de forma espontânea ou durante a escovação ou uso do fio dental deve ser um fator de atenção, pois indica inflamação gengival, devendo redobrar ainda mais os cuidados e reforçar a higiene bucal. Vale ainda ressaltar que a consulta ao Dentista é extremamente importante para o correto diagnóstico e tratamento. ", informa Brunna.


Tratamento

O Dentista é o profissional apto para avaliar a gravidade de cada caso, alguns tratamentos podem ser realizados somente com a remoção do fator traumático, mudança de hábitos e melhora na higiene bucal. Entretanto para outros casos pode ser necessário o encaminhamento ao Periodontista, dentista especialista, que realizará procedimentos cirúrgicos na região da gengiva, para o recobrimento da raiz do dente.


Prevenção

Com algumas mudanças no comportamento e a inserção de práticas simples e diárias, é possível promover uma boa saúde bucal, por isso, a cirurgiã destaca algumas atitudes que devem ser adotadas. "Ter uma alimentação saudável, evitar o consumo de bebidas alcóolicas e cigarros, escovar os dentes adequadamente, sem aplicação de força e utilizar fio dental diariamente são algumas das recomendações mais comuns. Além é claro, de visitar o dentista regularmente.", finaliza a especialista. 


Iamspe lança manual gratuito que orienta o uso seguro de medicamentos em pacientes com sonda enteral

O material irá auxiliar profissionais de saúde na administração correta de medicamentos em pacientes internados ou atendidos em domicílio


O Serviço de Nutrologia e a Equipe Multidisciplinar de Terapia Nutricional (EMTN) do Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE) disponibilizou gratuitamente o recém-lançado Manual de Administração de Medicamentos por Vias Enterais. A publicação é direcionada aos profissionais de saúde do HSPE e outras instituições que administram em seus pacientes medicações por sonda nasoenteral.

O novo guia, além de oferecer a relação dos medicamentos padronizados utilizados no HSPE, reforça a necessidade de observar a particularidade de cada medicamento como comprimidos, cápsulas oleosas e o tempo de pausa na dieta de cada paciente. O material será atualizado a cada dois anos e já está disponível para download no site do Iamspe: www.iamspe.sp.gov.br/sua-saude/publicacoes-de-saude/ (clique em Cartilhas, Guias e Manuais).

"Alguns profissionais de saúde ignoram algumas interações medicamentosas sobre o tempo do jejum. Vários medicamentos, alguns antibióticos e remédios para tireoide precisam ser tomados em um jejum rígido, uma hora antes da refeição e uma ou duas horas após", enfatiza a Dra. Maria Ângela Souza, diretora do Serviço de Nutrologia do HSPE e idealizadora do manual.

"A criação deste manual independe da pandemia da Covid-19, mas está sendo muito utilizado neste período uma vez que pacientes necessitam de segurança na aplicação de medicamentos, seja em casa ou em ambiente hospitalar", complementa a Dra. Maria Ângela.

Além de contribuir com o trabalho da terapia clínica, o manual agrega conhecimento e oferece mais segurança e eficiência para as pessoas que administram qualquer tipo de medicação por meio de sonda enteral.




Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual de São Paulo (Iamspe)


Pesquisa da UFSCar comprova associação entre diabetes e declínio cognitivo

 

Freepik



Estudo também indica que diabéticos não diagnosticados precisam de atenção precoce para evitar o problema

 

Uma pesquisa realizada na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) comprovou que há relação entre o diabetes mellitus tipo 2 (DM2) e o aumento da chance de declínio cognitivo nos portadores da doença. Já havia evidências científicas sobre essa associação, mas o estudo desenvolvido na Universidade indicou que é preciso identificar e agrupar corretamente os indivíduos diabéticos, não diabéticos e diabéticos não diagnosticados. De acordo com o trabalho, se essa classificação não for feita adequadamente, os resultados da associação entre diabetes e declínio cognitivo podem ser prejudicados.


O estudo é fruto de projeto de iniciação científica da gerontóloga Natália Cochar Soares, que teve apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) - Processos 2020/02040-3 e 2018/13917-3 -, sob orientação de Tiago da Silva Alexandre, docente do Departamento de Gerontologia (DGero) da UFSCar e coordenador do International Collaboration of Longitudinal Studies of Aging (InterCoLAging), consórcio de estudos longitudinais que, além do Elsi (Estudo Longitudinal de Saúde dos Idosos Brasileiros), envolve o Elsa Study (English Longitudinal Study of Ageing), da Inglaterra, e o MHAS Study (Mexican Health and Aging Study). O trabalho teve a participação de pesquisadores do DGero e do Programa de Pós-Graduação em Gerontologia (PPGGero) da UFSCar, e foi publicado recentemente no Journal of Diabetes (https://bit.ly/2FECjvC). "O estudo analisou se o DM2 aumenta a chance de prejuízo da memória, da linguagem e da função executiva, além de ter verificado se classificar indivíduos com diabetes não diagnosticado como não diabéticos ou como diabéticos modificaria tais associações", explica Alexandre.


Segundo o docente, normalmente, as pesquisas desenvolvidas sobre a temática utilizam o autorrelato para identificar o diabetes e classificam indivíduos com diabetes não diagnosticado como não diabéticos, o que pode prejudicar os resultados encontrados. O estudo feito na UFSCar utilizou amostra de 1.944 participantes, com idade igual ou superior a 50 anos, da base de dados do Elsi-Brasil, coordenado pela professora Maria Fernanda Furtado Lima-Costa, do Instituto René Rachou da Fundação Oswaldo Cruz, de Minas Gerais. Foi realizada coleta de dados sociodemográficos, condições pregressas de saúde, avaliações do estado cognitivo, a partir de visitas em domicílio dos participantes do Elsi-Brasil, assim como medidas antropométricas, por meio de testes físicos administrados em visita aos entrevistados. Para obtenção de parâmetros bioquímicos, um técnico de laboratório treinado obteve amostras de sangue venoso durante a visita, para exames como hemoglobina glicada (HbA1c), colesterol, dentre outros.



Classificação dos participantes


Como trata-se de um estudo de cunho epidemiológico, o diabetes foi verificado de duas maneiras: pelo autorrelato dos participantes sobre o diagnóstico médico e pelos níveis de HbA1c. Foram considerados diabéticos os participantes que relataram diagnóstico médico de diabetes independente dos valores da HbA1c. 

Foram considerados diabéticos não diagnosticados aqueles que não relataram diagnóstico médico de diabetes, mas tinham HbA1c alterada, ou seja, ≥6,5%, e foram considerados não diabéticos aqueles que não relataram diagnóstico médico de diabetes e apresentaram HbA1c em normalidade, ou seja, <6,5%.


O objetivo foi verificar, justamente, como fica a associação da memória, função executiva e linguagem com o diabetes quando esse o grupo de diabéticos não diagnosticados é separado ou incluído no grupo de não diabéticos ou de diabéticos. Para isso, foram feitas três formas de agrupamento. O modelo 1 incluiu as três categorias de diabetes separadamente: não diabéticos, diabéticos não diagnosticados e diabéticos. O modelo 2 uniu diabéticos não diagnosticados e não diabéticos em um mesmo grupo. E o modelo 3 uniu os diabéticos não diagnosticados e os diabéticos.



Resultados


De acordo com o orientador, os diferentes tipos de agrupamento foram importantes para levantar um dos resultados do estudo. "Isso permitiu identificar que a associação entre diabetes e declínio da memória é atenuada quando o grupo de diabéticos não diagnosticados é incluído no mesmo grupo dos não diabéticos ou dos diabéticos. Portanto, a melhor maneira de classificar o diabetes para avaliar tal associação é separando o grupo de diabéticos não diagnosticados como feito no modelo 1", detalha Alexandre, destacando que o impacto do diabetes não diagnosticado nessa associação era desconhecido antes da pesquisa.


O trabalho comprovou que, realmente, os diabéticos são mais propensos a apresentar comprometimento da memória. "O mecanismo que relaciona a DM2 à maior chance de prejuízo da memória pode ser explicado pela hiperglicemia crônica que acarreta a perda de neurônios corticais e diminuição da transmissão colinérgica, além de danos e redução do volume do hipocampo, estrutura fundamental do cérebro para o bom funcionamento da memória", explica o docente. Durante a pesquisa, não foi encontrada associação entre diabetes e habilidades de fluência verbal prejudicadas, "fato que pode ser explicado pela possibilidade de a deterioração da memória ocorrer antes de alterações na linguagem e na função executiva", completa ele.


Além disso, o estudo também permitiu perceber que diabéticos não diagnosticados se diferem clinicamente dos diabéticos já diagnosticados e dos indivíduos sem diabetes, o que é essencial para o planejamento de estratégias de prevenção, diagnóstico e tratamento da doença. "Ademais, a associação entre diabetes e o comprometimento da memória é clinicamente relevante, pois como a memória é um indicador precoce de comprometimento cognitivo, faz-se necessário que os clínicos diagnostiquem o diabetes e reconheçam seu impacto negativo na função cognitiva o mais cedo possível", afirma Alexandre. Dessa forma, o docente destaca a necessidade de atenção precoce aos casos de diabetes não diagnosticados. "Em um estágio inicial, o diagnóstico precoce permite um tratamento mais eficaz na prevenção das complicações da doença, bem como do prejuízo da memória", conclui.


A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética e Pesquisa do Centro de Pesquisas René Rachou, da Fundação Oswaldo Cruz (Processo: 886.754), e o Estudo Elsi-Brasil cumpre as resoluções do Conselho Nacional de Saúde (CNS).

Planejamento Virtual permite que o paciente tenha uma prévia de como ficará o resultado da cirurgia

 Cirurgião bucomaxilofacial explica que essa técnica melhora a comunicação e confiança com os pacientes


A cirurgia ortognática é um procedimento cirúrgico que tem como objetivo a correção óssea das deformidades dentofaciais, quando os ossos dos maxilares apresentam alteração de tamanho e forma que não são possíveis de serem tratadas, somente com o uso do aparelho ortodôntico.

Além das alterações estéticas em relação à face, que é uma das principais motivações para os pacientes procurarem atendimento, já que apresentam o queixo muito para frente ou para trás, assim como muita ou pouca exposição da gengiva dos dentes superiores, os pacientes submetidos à cirurgia ortognática também apresentam ganhos funcionais, como a melhora da mastigação, respiração e fonação.

O planejamento cuidadoso desse tipo de cirurgia é fundamental, pois é nessa etapa que são definidos os movimentos a serem realizados durante o procedimento. De acordo com o Dr. Fábio Ricardo Loureiro Sato, especialista em Cirurgia Ortognática, no passado, esse tipo de planejamento era realizado a partir de modelos de gesso, radiografia convencional e confecção de guias em resina em laboratório a partir da simulação manual dos movimentos.

Com o avanço tecnológico, hoje é possível fazer todo esse processo a partir de softwares de planejamento virtual, impressoras 3D e scanners de superfície. "Inicialmente o paciente faz uma tomografia computadorizada de face, depois os dentes são escaneados, e esses dados são inseridos no software de planejamento virtual, junto com as fotos dos pacientes, e a partir de então simulamos os movimentos, e imprimimos na impressora 3D os guias que serão nossas referências na cirurgia, além da previsão de como ficará o rosto e a oclusão do paciente", afirma o Dr. Fábio Sato.

O planejamento virtual é um grande avanço na área da Cirurgia Bucomaxilofacial, pois possibilita procedimentos cirúrgicos muito mais precisos, principalmente em casos mais complexos, como as assimetrias faciais. Além de aumentar a previsibilidade, o Dr. Fábio Sato ressalta que como é possível fazer uma previsão tridimensional de como ficará o rosto do paciente, isso facilitando a comunicação profissional. Antigamente, a pessoa que passaria pela cirurgia precisava confiar no planejamento do cirurgião, hoje, ele consegue a partir das simulações do software ter uma prévia de como ficará o resultado final, ajudando o profissional a atender de uma forma mais adequada às expectativas dos pacientes.

"Apesar de ser mais uma excelente ferramenta de auxílio no planejamento dos procedimentos cirúrgicos, o resultado da cirurgia ortognática ainda é muito dependente da experiência do profissional no momento da execução do procedimento. É uma ferramenta que veio para somar e não substituir à experiência de um bom cirurgião", comenta o doutor.

 



Dr. Fábio Sato - Formado pela Odontologia na USP, é mestre e doutor em Cirurgia Bucomaxilofacial. Sua atuação é principalmente no tratamento da Disfunção Temporomandibular através de procedimentos minimamente invasivos, Cirurgia Ortognática para Correção das Deformidades Dentofaciais, além de outros procedimentos como Enxertos Ósseos, Implantes Dentários e demais relacionados à área.


AGOSTO LARANJA

 Mês da conscientização sobre Esclerose Múltipla

Esclerose Múltipla não é uma doença mental; agosto laranja busca desmistificar e levar conhecimento para a população

Doença neurológica é permeada de preconceitos; tratamento precoce ajuda na melhora da qualidade de vida e produtividade do paciente


Agosto é o mês de conscientização sobre Esclerose Múltipla, doença crônica e progressiva que afeta cerca de 35 mil pessoas no Brasil, segunda a Associação Brasileira de Esclerose Múltipla (ABEM). É uma doença cercada de mitos, preconceitos e desconhecimento por parte da população, em que o paciente recebe muitas vezes o adjetivo de "esclerosado". Mas isso não significa que ele que sofra de alguma doença mental, ou que seja incapaz de realizar tarefas do dia a dia.

A esclerose múltipla ocorre quando o sistema imunológico ataca o isolamento em torno de células nervosas (bainha de mielina) no cérebro, medula espinhal e nervos ópticos, causando inflamação e danos. Este dano causa diversos sintomas, incluindo fraqueza muscular, problemas de equilíbrio e coordenação, sensação de queimação ou formigamento em uma parte do corpo, perda de memória, fadiga e dificuldade em ver e falar, que podem deixar sequelas. Por sua capacidade neurodegenerativa, pode levar a transtornos cognitivos, em alguns casos decorrentes do tempo de apresentação da doença. Além de poder estar associada a outras comorbidades, como problemas psiquiátricos, entre eles a depressão, ansiedade, transtorno afetivo bipolar (TAB), transtorno obsessivo compulsivo (TOC) e esquizofrenia.

O tratamento, no entanto, é capaz de evitar a progressão e melhorar da qualidade de vida do paciente. Apesar de não ter cura, o rápido diagnóstico da EM é determinante para a evolução do quadro e o tratamento precoce é fundamental para a redução do risco de progressão da deficiência causada pelo dano neurológico. "Por isso, é essencial conhecer os sintomas e, caso necessário, procurar um médico neurologista, que é o profissional mais adequado para investigar e tratar pacientes com essa doença", orienta o Dr. Ricardo Gonçalves, médico neurologista e Coordenador do Centro de Esclerose Múltipla da Serra Gaúcha

Afirmar que a esclerose múltipla é uma doença de pessoas idosas é outro mito relacionado a este problema. A realidade é outra: os diagnosticados com esclerose múltipla se encontram na fase mais ativa da vida, entre 20 a 40 anos, e são, em sua maioria, mulheres, tornando a doença a principal causa de incapacidade não-traumática em adultos jovens em regiões temperadas.

Todo este desconhecimento leva ao preconceito, inclusive no ambiente de trabalho. "Importante destacar que a EM não é sinônimo de improdutividade e não precisa necessariamente ser um fator limitante do dia a dia. Com apoio das empresas, dos colegas, das famílias e com o acesso à informação sobre novas tecnologias e tratamentos, é possível controlar a doença, trabalhar e desempenhar diversas funções, assegurando a qualidade de vida dos pacientes e daqueles que os cercam", explica o especialista.


Sobre a esclerose múltipla

A esclerose múltipla (EM) é uma doença crônica que afeta cerca de 35 mil pessoas no Brasil, segundo a Associação Brasileira de Esclerose Múltipla - ABEM, para a qual não há cura. EM ocorre quando o sistema imunológico ataca anormalmente o isolamento em torno de células nervosas (bainha de mielina) no cérebro, medula espinhal e nervos ópticos, causando inflamação e danos consequentes. Este dano pode causar uma ampla gama de sintomas, incluindo fraqueza muscular, fadiga e dificuldade em ver, e pode, eventualmente, levar à deficiência. A maioria das pessoas com EM são mulheres e experimentam seu primeiro sintoma entre 20 e 40 anos de idade, tornando a doença a principal causa de incapacidade não-traumática em adultos jovens em regiões temperadas.

A EM remitente recorrente é a forma mais comum da doença, aproximadamente 85% dos diagnosticados, e caracteriza-se por episódios de sinais ou sintomas novos ou agravados (recorrências), seguidos de períodos de recuperação. A maioria dos pacientes desta forma da doença irá, eventualmente, fazer transição para EM secundária progressiva, em que eles experimentam agravamento contínuo da deficiência ao longo do tempo.

Já a EM primária progressiva é uma forma debilitante da doença marcada por sintomas que se agravam de forma constante, mas tipicamente sem recorrências distintas ou períodos de remissão. Aproximadamente 15% dos pacientes com esclerose múltipla diagnosticados, têm a forma progressiva da doença.

A atividade da doença consiste em inflamação no sistema nervoso e perda permanente de células nervosas no cérebro e medula espinhal, mesmo quando seus sintomas clínicos não são aparentes ou não parecem estar piorando. O objetivo do tratamento é reduzir a atividade da doença para impedir que a incapacidade progrida.

 

Roche

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Aumento no consumo de cigarro durante a pandemia pode elevar incidência de câncer de pulmão no Brasil, alertam especialistas

Fumantes correm riscos maiores de sofrerem sintomas graves de Covid-19; Tabagismo é responsável por 85% dos casos do tumor


A pandemia do novo coronavírus tem potencializado alguns hábitos nocivos à saúde, como o fumo. De acordo com estudo da Fundação Oswaldo Cruz, feito em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais e a Universidade Estadual de Campinas, 34,3% dos entrevistados que se declararam fumantes passaram a consumir mais cigarros por dia durante a pandemia: 22,8% aumentaram em dez, 6,4% em até cinco e 5,1% em 20 ou mais cigarros. Foram ouvidos 44.062 brasileiros, de ambos os sexos, de todos os níveis de escolaridade e de todas das faixas etárias a partir de 18 anos.

Os dados são preocupantes e reforçam a relevância das campanhas de conscientização no combate ao fumo, que alertam sobre as doenças e mortes evitáveis decorrentes do consumo de cigarros. Outro estudo, sobre o panorama do câncer de pulmão no Brasil, realizado pelo Instituto Oncoguia, revelou que o cigarro é responsável por cerca de 85% dos casos deste tipo de tumor, o que mais mata no país.

Segundo o oncologista clínico Bruno Ferrari, fundador e presidente do Conselho de Administração do Grupo Oncoclínicas, diante da falta de perspectiva e do estresse gerado pela pandemia, o aumento do tabagismo deve ser encarado como um problema de saúde pública que trará impactos nos próximos anos à população. "A evolução da curva epidemiológica da Covid-19 impactará nossas vidas por um tempo indeterminado. Não podemos ignorar que entre os aspectos a serem observados com cautela está a herança de hábitos nocivos ao nosso corpo, gerados como reflexos desse momento atípico que estamos experimentando. Neste sentido, esse aumento no consumo de cigarros pode levar à curto ou médio prazos a um crescimento considerável nos índices de incidência de tumores malignos, entre eles o câncer de pulmão - que tem íntima relação com o vício", explica.

O médico frisa a importância de adotar hábitos saudáveis e abandonar qualquer tipo de fumo, que além do cigarro comum incluí o cigarro eletrônico, a narguilé e outros tipos que também contém nicotina. "Parar de fumar é a forma mais eficaz de se prevenir contra o câncer de pulmão, além de diversas outras doenças e tumores. O tabagismo é responsável por doenças respiratórias, coronarianas, osteoporose, obesidade e diabetes", aponta.

Para Flávia Amaral Duarte, oncologista clínica do Grupo Oncoclínicas, outro fator que não pode ser desconsiderado é a vigilância contínua de possíveis sinais do surgimento de um tumor no pulmão, que podem ser facilmente confundidos com os do novo coronavírus, principalmente entre fumantes. "Os sintomas iniciais desse tipo de câncer se assemelham muitas vezes aos de outras condições comuns associadas ao trato respiratório, por isso dificilmente é diagnosticado no estágio inicial. Tosse e falta de ar, sintomas amplamente relacionados ao Covid-19, também são o alerta principal para a doença", destaca.

A médica lembra que diferente do que ocorre em casos de coronavírus, enquanto a tosse seca vem acompanhada muitas vezes por febre, mas que costuma passar em até 15 dias, no câncer de pulmão, os sintomas, quando surgem, não apresentam melhora com o passar das semanas. "Os sintomas do câncer de pulmão geralmente são mais frequentes no estágio avançado da doença, o que dificulta o diagnóstico precoce, essencial quando pensamos em chances de cura. Para além dos sinais já mencionados, falta de ar, dor torácica contínua, perda de peso sem motivo, rouquidão e pneumonias recorrentes figuram entre os pontos de alerta para este tipo de tumor", comenta a Dra Flávia.

O câncer de pulmão ocupa o terceiro lugar como o tipo de câncer mais comum entre os homens e o quarto entre as mulheres. Mais de 30 mil brasileiros devem ser diagnosticados com a doença em 2020, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA). Ainda segundo a entidade, apenas 16% dos cânceres são diagnosticados em estágio inicial.

"O câncer é uma doença grave, e que antes da pandemia já ocupava o segundo lugar no ranking das principais causas de morte no Brasil. Assim como há serviços essenciais que precisam continuar, existem outras doenças além do Covid-19 que representam ameaças concretas à saúde e não podem ter seus cuidados adiados por um prazo indeterminado sob o risco de perdermos vidas que podem ser salvas. O câncer não espera, por isso não deixe de buscar auxílio médico se notar alguma alteração que possa indicar um problema de saúde. Os diagnósticos tardios podem trazer danos por vezes irremediáveis, para muito além desta pandemia", finaliza o Dr. Bruno Ferrari.


Depende de nós


Pesquisadores desenvolvem lente plana mil vezes mais fina que um fio de cabelo

         

·         A peça, que permite obter imagens de alta resolução em amplo campo de visão, poderá ser usada como lente fotográfica em smartphones e em outros dispositivos que dependam de sensores (selfie, em alta resolução e grande angular, obtida com a composição de metalentes; foto: Augusto Martins/USP)

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Uma lente mil vezes mais fina do que um fio de cabelo foi desenvolvida por pesquisadores da Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo (EESC-USP). A peça poderá ser empregada como lente fotográfica em smartphones ou utilizada em outros dispositivos que dependam de sensores. “No contexto tecnológico atual, suas aplicações são quase ilimitadas”, diz à Agência FAPESP Emiliano Rezende Martins, professor do Departamento de Engenharia Elétrica e de Computação da EESC-USP e um dos coordenadores da pesquisa.

A pesquisa foi publicada na revista ACS Photonics, com o título “On Metalenses with Arbitrarily Wide Field of View”. O estudo foi apoiado pela FAPESP por meio de bolsa de estágio de pesquisa no exterior conferida ao doutorando Augusto Martins, autor principal do artigo.

A lente é constituída por uma única camada de silício, de espessura nanométrica, dotada de nanopostes que interagem com a luz. A impressão dessa estrutura é feita por meio de litografia – uma técnica já bem conhecida e utilizada na fabricação de transistores.

Segundo Rezende Martins, as chamadas metalentes surgiram há cerca de 10 anos e possibilitam a máxima resolução fisicamente possível. O problema é que seu ângulo de visão é extremamente fechado, inferior a um grau de circunferência. “Uma maneira de solucionar o problema é compor metalentes, formando estruturas complexas”, informa.

Os autores perceberam que, em uma lente convencional, o campo de visão aumenta quando o índice de refração também aumenta à medida que a lente vai ficando mais plana. O que fizeram, então, foi projetar uma metalente de modo a imitar uma lente totalmente plana, que teria um índice de refração infinito – algo impossível de obter no caso de uma lente convencional.

“Nossa lente tem um campo de visão arbitrário, que idealmente pode chegar a 180 graus sem distorção da imagem. Já testamos sua efetividade para um ângulo de 110 graus. A partir dessa abertura, a energia da luz diminui devido ao efeito de sombra. Mas isso pode ser corrigido por meio de pós-processamento”, afirma Rezende Martins.

A composição compromete a super-resolução das metalentes, porém a resolução obtida é suficiente para todas as aplicações convencionais. Com uma câmera construída por meio de impressão 3D, o doutorando Augusto Martins testou a lente. E obteve imagens de alta resolução em amplo campo de visão. “Por enquanto, só conseguimos fotografar em verde. Mas, nos próximos meses, vamos aprimorar a lente, para que todas as cores sejam viabilizadas”, diz.

O artigo On Metalenses with Arbitrarily Wide Field of View pode ser acessado em https://pubs.acs.org/doi/10.1021/acsphotonics.0c00479.

 

 

 

José Tadeu Arantes

Agência FAPESP 


Dor crônica em tempos de pandemia

 

Entenda porque aumentou na quarentena e como lidar com ela

 

 

Recentemente publicada pela Associação Internacional de Estudos da Dor (IASP), a nova definição para dor tornou-se descrita como: experiência sensorial e emocional desagradável associada a, ou semelhante à associada a dano tecidual real ou potencial. Ela se torna crônica quando não está mais associada a uma patologia específica, mas ao sistema nervoso. 

 

“Dor é a forma do corpo expressar que algo não vai bem. É a comunicação do sistema nervoso periférico (local afetado) e central (cérebro). Se o problema demora muito a ser resolvido, o nervo sofre danos e se comporta como um alarme que soa ininterruptamente. Por isso, se após o tratamento da causa da dor ela ainda persistir de um a três meses, indica que pode ter se tornado crônica”, explica Dr. Cezar de Oliveira, neurocirurgião especialista em coluna do Hospital Sírio-Libanês.

 

Uma pesquisa recente da Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz) revelou que 50% das pessoas que já sofriam com dores crônicas tiveram piora nos últimos quatro meses. A maior manifestação dessa dor entre os brasileiros está na região da coluna lombar, de acordo com informações da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS). 

 

“A pesquisa condiz com o que vemos em consultório, muitos pacientes estão sofrendo com aumento ou novos registros de dor. Isso pode decorrer de vivermos tempos de pandemia, em que naturalmente há um aumento de ansiedade, preocupações e mudanças na rotina que muitas vezes resultam em má postura e sedentarismo. O corpo reage com dor”, revela o especialista. 

 

A Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta que cerca de 30% das pessoas no mundo são afetadas por dor crônica, que já é considerada questão de saúde pública. O Dr. Cezar reflete que “ela compromete a qualidade de vida do paciente, que muitas vezes se sente incapacitado de realizar suas tarefas cotidianas e acarreta uma série de outros impactos, como econômico, social, afetivo e psicológico”.


 

Como aliviar a dor crônica 

 

Para tratar a dor crônica com sucesso é preciso entendê-la. Essencialmente, se manifesta em três intensidades: leve, moderada e intensa. “A última chamamos de dor crônica complexa e intratável, onde medicamentos não funcionam e requer intervenções diretamente no nervo”, indica Dr. Cezar.

 

Para casos leves, medicamentos analgésicos, anti-inflamatórios e relaxantes musculares podem ajudar. Atividades físicas e técnicas de relaxamento também podem colaborar para o alívio de tensões musculares que levam a quadros de dor. 

 

Já para os casos moderados a intensos, pode haver a necessidade de medicamentos mais fortes e intervenções cirúrgicas, como as minimamente invasivas. Entre elas:

 

Bloqueio e infiltração: consiste em injetar medicamento diretamente no nervo afetado, com auxílio de imagens por raio-x e anestesia local.


 

Rizotomia por radiofrequência: busca interagir com os nervos que causam dor para reprogramá-los ou danificar suas estruturas para evitar que continuem a causar dor. Com precisão absoluta e auxílio de ondas de calor, o procedimento atinge somente o nervo afetado e proporciona alívio imediato da dor.

 

“A melhor indicação estará associada ao histórico de saúde do paciente, por isso cada caso deve ser avaliado individualmente com o médico”, encerra Dr. Cezar. 

 

 

 


Dr. Cezar Augusto Alves de Oliveira – Neurocirurgião – Especialista em Coluna, é o chefe de equipes da Neurocirurgia nos hospitais: Sírio-Libanês, AACD, Hcor, Rede São Luiz, Edmundo Vasconcelos e Santa Catarina. Possui especialização pela Harvard Medical School, com Prof. Chief Peter M. Black; fez residência médica com especialização em cirurgia da coluna, no Departamento de Neurocirurgia do Centro Médico da Universidade de Nova Iorque, com o Prof. Dr. Paul Cooper; é Membro Titular da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia. Possui graduação pela Faculdade de Medicina de Campos (RJ) e cursou o Internato Eletivo em Neurocirurgia, no Instituto de Neurocirurgia da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro. Instagram: @drcezardeoliveira  

 

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