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quarta-feira, 15 de abril de 2020

5 dicas para afastar a solidão na quarentena



Conheça algumas alternativas que podem ajudar a enfrentar a solidão e aumentar a interação social durante o período de quarentena.



Estamos vivendo um período desafiador, em que a maioria das pessoas se encontra em quarentena. A mudança de rotina tem trazido momentos de solidão – principalmente ao público 60+. 

A gerontóloga da USP, Thaís Bento Lima e conselheira da Associação Brasileira de Gerontologia (ABG) nos fala que “é um momento em que, principalmente os indivíduos com 60 anos ou mais, apresentam aumento nos sentimentos de estresse, tristeza, ansiedade, medo e a sensação de solidão, por ter que mudar provisoriamente a sua rotina em decorrência do isolamento social”.
Mas como manter a saúde mental e garantir momentos agradáveis em sua própria companhia? É preciso ressignificar esse momento, com atividades prazerosas e divertidas, que possam amenizar os sentimentos negativos decorrentes desse período.

Um dos segredos é manter a mente sempre ativa. Um dos exemplos é o caso de Zilda, aluna 60+ que tem praticado as aulas on-line de ginástica para o cérebro do Método SUPERA durante a quarentena: “ Enquanto estou em casa, pratico o ábaco e os educadores nos enviam atividades novas pelo whatsapp; é um momento em que me desligo e me divirto, treinando minhas habilidades”, diz Zilda.

Confira mais algumas atividades que podem manter suas habilidades cognitivas e socioemocionais em dia e afastar os momentos de solidão:
  • Comunique-se: Uma série de estudos associam o bem-estar e a saúde com a rede de contatos e suporte social. Manter interações sociais é essencial para a saúde mental. Faça ligações para família e amigos; seja por mensagens, telefonemas ou vídeos.
     
  • Use a Internet a seu favor: use suas redes sociais para conversar com amigos, aventure-se no Youtube com vídeos e canais de entretenimento, estude e faça cursos on-line, pratique treinos de exercícios físicos em aplicativos, conheça plataformas de jogos como o SUPERA Online ... explore suas possibilidades!
     
  • Exercite seu cérebro: uma forma de exercitar o cérebro é mudar a forma como você executa atividades rotineiras. Mude-se de lugar ao sentar à mesa, escove os dentes com a mão não dominante, leia uma palavra nova no dicionário todos os dias, veja fotos de cabeça para baixo e tente observar cada detalhes que antes lhe passaram despercebidos...
     
  • Arrisque-se na cozinha: que tal experimentar uma nova receita? Fazer novas receitas pode ser divertido e saboroso ao mesmo tempo; manter uma boa alimentação é a chave para imunidade.
     
  • Ouça músicas: aproveite os momentos de solidão e coloque o som que mais gosta; ouça as músicas que trazem boas memórias – a música é um poderoso instrumento de socialização e de resgate de lembranças vividas e emoções positivas. 



www.metodosupera.com.br

Surto psicótico em meio ao confinamento: como ajudar seu filho?


O momento delicado que estamos vivendo exige muita serenidade, bom senso e adequação às mudanças necessárias para superar as eventuais adversidades que podem surgir durante a quarentena. Nesse contexto, saber o que fazer com o seu filho caso ele tenha um surto junto à família em confinamento ajuda a minimizar os impactos associados à histeria coletiva causada pela pandemia.

Veja com as dicas do dr. Marcel Vella Nunes, psiquiatra do Hospital Santa Mônica, como enfrentar os riscos que o confinamento oferece à saúde mental, principalmente para pessoas que já foram diagnosticadas com doenças mentais, como esquizofrenia. Saiba como identificar um surto psicótico, acompanhar a evolução dos sintomas e diferenciar os sinais que exigem a busca de apoio profissional. Boa leitura!

Quais são os riscos que o confinamento oferece?

O impacto da Covid-19 na vida das pessoas pode ser estressante em diferentes sentidos. O confinamento pode gerar situações de medo e de ansiedade tanto em adultos quanto em crianças. Como o homem é um ser social, essas mudanças repentinas no estilo de vida podem gerar o desequilíbrio das emoções e promover esse tipo de comportamento.
É necessário saber lidar com o estresse e com a ansiedade excessiva resultantes do isolamento social. Ainda que o confinamento seja uma importante medida preventiva de redução do risco de disseminação do coronavírus, isso pode afetar significativamente a estabilidade mental das pessoas.
Essa situação requer um cuidado especial, principalmente com os indivíduos portadores de doença mental. Sob essas condições — a incerteza quanto à resolução dos problemas associados à doença —, os pacientes com diagnóstico confirmado de distúrbios psíquicos podem se sentir mais pressionados pelas circunstâncias. Além do mais, o receio de contaminação pelo novo vírus somado ao aumento da solidão podem gerar outras complicações.
Nesses tempos de incerteza, buscar ajuda profissional pode ser uma importante estratégia para a redução do impacto do confinamento — tanto sobre a saúde do paciente quanto de seus familiares. Dados de um estudo publicado pela Reuters destacou que quase 43% dos chineses entrevistados tiveram algum tipo de episódio de ansiedade durante o surto de coronavírus naquele país nos últimos meses.
A preocupação excessiva com o contágio pode perturbar a mente de pessoas que já apresentam distúrbios como o Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC), principalmente quando existe a obsessão doentia por hábitos de higiene. Essas questões ligadas às desordens emocionais são muito preocupantes, sobretudo diante de pandemias com um grande potencial de mortalidade — como é o caso da Covid-19.

Como identificar um surto psicótico?


A psicose é uma condição clínica que sempre esteve presente ao longo da história da humanidade. No início do século XX, o francês Michel Foucault tentou explicar os surtos psicóticos em uma de suas obras mais famosas: a “História da Loucura”. Segundo o autor, a loucura pode ser definida como um estado mental que leva à ruptura com a realidade e se manifesta por meio de delírios ou alucinações.
Nas últimas décadas, o avanço das ciências médicas confirmou algumas das teorias de Foucault, já que o indivíduo com surto psicótico pode apresentar muitos sintomas que antes eram associados à loucura. Diferentes distúrbios psiquiátricos, no entanto, podem apresentar manifestações em comum, o que exige a observação mais atenta dos sintomas e a busca de suporte profissional para ajudar esses pacientes. 
Para facilitar a compreensão do tema, destacamos algumas características que são mais prevalentes nesses casos. É preciso encaminhar o paciente para tratamento para a superar os sintomas do surto psicótico quando ele apresenta:
  • tontura; 
  • insônia;
  • taquicardia; 
  • alucinações;
  • agressividade;
  • desorientação;
  • fuga da realidade;
  • crises depressivas;
  • despersonalização;
  • perda de identidade;
  • episódios de paranoia;
  • visão de pessoas imaginárias;
  • visão de sombras ou flashes de luz;
  • mania de ouvir vozes e ameaças que ninguém mais ouve.

Como ajudar o seu filho no caso de um surto?


Crianças, adolescentes e jovens podem ser influenciados pelo comportamento dos adultos. Em ambientes em que os pais conseguem lidar com o confinamento imposto pela situação atual com mais serenidade, responsabilidade e confiança, é mais fácil encontrar soluções para algumas dificuldades que podem surgir.
Os pais precisam manter a calma para fornecer um suporte adequado aos filhos, principalmente quando há membros da família com distúrbios psicológicos ou doenças mais graves. Nesse momento delicado, os jovens podem entrar em pânico por diferentes motivos. O excesso de informações duvidosas, as inúmeras fake news e a exposição excessiva às redes sociais podem gerar o medo do vírus se espalhar em casa e matar a família inteira, por exemplo.
Essa situação se configura como uma emergência psiquiátrica, o que sugere que a melhor opção é a internação para evitar que o quadro evolua para condições mais graves e coloque toda a família em risco. 
O Hospital Santa Mônica está tomando medidas de promoção do controle da pandemia. Para proporcionar mais bem-estar e segurança aos pacientes e seus familiares, oferecemos diferentes modalidades de internação. 
Nossa equipe multiprofissional é formada por especialistas em Clínica Médica, Psiquiatria, Psicologia, Terapia Ocupação, Enfermagem e outras áreas focadas na reabilitação da saúde integral dos nossos pacientes.
Em atendimento aos protocolos sanitários, as visitas estão suspensas, mas há a permissão de contato telefônico com a família no momento em que o paciente desejar. Durante o tratamento, o paciente recebe todo o suporte necessário, carinho e atenção de nossos especialistas em Saúde Mental.
Como você pôde perceber, a intrínseca relação entre o isolamento social e o surto psicótico exige mais cuidados para minimizar os reflexos do confinamento. A falta de atenção aos sintomas de manifestação psíquica pode gerar os mais variados problemas de saúde. Isso pode incluir pânico desnecessário e perdas relacionadas ao relacionamento familiar, afetivo, escolar ou profissional.
A busca por apoio profissional em uma instituição especializada na recuperação da saúde mental pode representar mais chances de superar os sintomas do surto psicótico. Encaminhar o paciente a uma avaliação diagnóstica e iniciar o tratamento o quão antes são formas seguras de reabilitar a saúde mental e física de quem enfrenta esse problema.


Por que a educação brasileira precisa de um sistema nacional?


Um dos temas que deverá entrar na pauta do Congresso Nacional logo após a tramitação da PEC do novo Fundeb é o Projeto de Lei 25/2019, que visa a instituição do Sistema Nacional de Educação.

Mas, o que vem a ser um Sistema Nacional de Educação? E por que regulamentá-lo é tão relevante em nosso país?

Antes de mais nada é importante destacar que, na Constituição de 1988, o Brasil definiu que o nosso formato de federalismo seria o cooperativo, ou seja, aquele em que existem responsabilidades comuns e concorrentes entre a União, Distrito Federal, os Estados e os Municípios. Quando a Constituição tratou do tema educação, indicou o conceito de Regime de Colaboração, designando que os entes devem cooperar mutuamente na oferta e na gestão da educação.

Mas, com o passar dos anos, ficou evidente que o modelo de organização adotado precisaria de importantes ajustes, pois a legislação demonstrou ser insuficiente para efetivar os mecanismos de colaboração entre os entes. Os dois principais ajustes são: melhorar a definição das funções e das responsabilidades dos entes federados, e aumentar a articulação e a atuação conjunta entre eles.
Ao melhorar a definição das responsabilidades, o que se espera é sanar algumas distorções, entre elas:
  1. que se evite a concorrência entre as funções dos sistemas educacionais. Com a dualidade de redes prevista na Constituição, escolas estaduais e municipais atuam na mesma etapa de ensino e, ainda, concorrem por matrículas, quando a lógica deveria ser a do ganha-ganha, um ente apoiando o outro;
  2. ter mais clareza, assim como requisita a Lei de Diretrizes e Bases, sobre quem tem a responsabilidade de dar suporte técnico aos entes mais vulneráveis, se são os Estados ou a União, a fim de reduzir as disparidades de acesso e de qualidade de ensino;
  3. ter mais clareza da atuação da União quanto às suas funções supletiva e redistributiva, no sentido do que fazer e de como exercer tais funções, e ainda se deve ser isoladamente ou em conjunto com os entes mais próximos da realidade que se busca melhorar;
  4. educação. Os conselhos locais de acompanhamento dos recursos atuam isoladamente, acompanhando a alocação dos recursos do Fundeb, Programa Nacional de Alimentação Escolar ou do Transporte Escolar. Seria importante que houvesse órgãos de participação social que fizessem uma avaliação do investimento como um todo e assim pudessem opinar sobre a eficiência, a eficácia e a efetividade do mesmo.
Esses ajustes só terão melhores resultados se houver maior articulação e atuação conjunta entre os entes federados. O Brasil é um país vasto e muito heterogêneo, em diversos aspectos. Se queremos efetivamente maior qualidade e equidade educacional será preciso potencializar a capacidade de atuação cooperativa.

Para isso, o segundo ajuste necessário está relacionado a aumentar a articulação e a atuação conjunta dos sistemas:
  1. criar instância federal e estadual de pactuação política entre os entes. Estas se constituem como espaços de diálogo, visando a compreensão das distintas realidades e potencialidades do território e de construção de ações conjuntas, como projetos, programas, ações de suporte e colaboração, avaliação, entre outros. Atualmente não existem incentivos que favoreçam essa colaboração;
  2. ter atuação mais consistente da União com as ações supletivas e redistributivas e de assistência técnica, com o objetivo de reduzir as desigualdades educacionais. É preciso criar critérios que indiquem que as regiões mais vulneráveis estão recebendo a atenção e os recursos que as permitam avançar e melhorar o acesso e a qualidade da oferta educacional;
  3. incentivar maior cooperação territorial entre municípios, por meio dos consórcios ou arranjos educacionais, ou seja, municípios próximos entre si criam uma rede de apoio, planejamento e execução de projetos e programas que os fortaleçam mutuamente.
Regulamentar o Sistema Nacional de Educação certamente não sanará todos os desafios da educação. Mas, é fundamental que essa agenda avance e o projeto de lei possa ser amplamente debatido. A exemplo da saúde e da assistência social, a implementação de um Sistema Nacional trará maior organicidade e efetividade para as políticas educacionais.





Eliziane Gorniak - diretora executiva do Instituto Positivo.


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