Pesquisar no Blog

segunda-feira, 25 de março de 2019

Pacote anticrime: como as medidas anticorrupção alteram o mercado de compliance?


As medidas de combate à corrupção apresentadas pelo ministro Sergio Moro estão dividindo opiniões. Apesar dos argumentos válidos em ambos os lados (os que concordam e os que descordam das medidas) o pacote anticrime, se aprovado, pode impulsionar  o mercado de compliance trazendo maior peso e senso de urgência para as empresas que precisam se enquadrar nas melhores práticas da área.

O pacote propõem 19 mudanças em 14 leis já existentes e tem como principal objetivo combater a corrupção, o crime organizado e os crimes violentos. Na minha opinião, com as alterações, Moro pretende modernizar e simplificar a aplicação dessas leis, tornando-as mais eficientes. Ele buscou trazer temáticas que não eram discutidas e atualizadas há 40 anos, o que certamente tem um viés positivo. O grande problema do pacote apresentado e de toda a atuação do ministro é a falta de traquejo político num ambiente altamente polarizado. Uma das críticas mais duras feitas a ele refere-se ao fato das propostas terem sido feitas sem antes serem discutidas com a sociedade civil.

Cinco das 19 alterações propostas são medidas diretamente relacionadas à corrupção e compliance. Entre as maiores alterações está o cumprimento de pena em regime fechado para crimes de corrupção ativa e passiva, além da permissão de confisco dos bens de um condenado, que seja considerado “produto de crime”. Nesse sentido, poderá  se fazer uma distinção entre o que foi adquirido através de renda licita e ilícita dos acusados.

Processos que citem autoridades com foro privilegiado serão desmembrados, sendo que só essa autoridade passa ao tribunal competente, ficando o restante da ação com o juiz original. Informantes que fizerem denúncias em esferas municipais, estaduais ou federais terão sigilo de identidade e proteção contra punições na esfera pública. Além disso, caso a denúncia leve ao ressarcimento de valores desviados aos cofres públicos o informante recebe 5% do valor recuperado e pena de reclusão de dois a cinco anos para crimes de caixa dois eleitoral.

As propostas foram avaliadas pelo presidente, outros gabinetes e políticos, e antes de terem sido enviadas para a Câmara de Deputados sofreram algumas alterações. Em meados de fevereiro, o projeto que altera a lei do caixa dois foi retirado do pacote, e deve ser julgado pela Casa separadamente. Embora essa alteração seja ruim, pois não endurece as penas para crimes de corrupção eleitoral, ela é sensata uma vez que se julgada junto com as outras medidas pode atrapalhar o processo de aprovação do pacote.

É claro que mesmo sendo ótimas medidas e propostas todas elas possuem argumentos que pesam contra e a favor de sua aprovação. A simples alteração da lei, ou simplificação dela, não impede que novos crimes sejam cometidos e nem garante que teremos uma redução no índice de corrupção. Mas, entendo que precisamos começar de algum lugar. As propostas feitas pelo ministro visam simplificar o cumprimento das leis e tornar as penas mais duras, o que a longo prazo visa inibir novos casos.

No curto prazo, uma vez aprovado o pacote anticrime ele irá modificar uma série de medidas que acabam tendo ligação direta com as novas normas de Compliance, trazendo maior amplitude para execução das leis e tornando esse debate na esfera privada ainda mais urgente. As empresas que não estiverem dentro das conformidades legais, em alinhamento com as boas práticas de Compliance, não irão sobreviver. E apesar da demanda por profissionais que estejam aptos para exercer essa função dentro das empresas estar crescendo, a previsão é que, uma vez aprovado, o pacote anticrime irá pressionar ainda mais o mercado em uma adequação mais rápida às novas políticas. 

No início de março, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, recebeu a proposta e frente a outros projetos e urgências é possível que o pacote anticrime só seja incluído na fila de votação no segundo semestre desse ano. Nós, expectadores desse trâmite burocrático temos que lamentar o adiamento desse debate tão urgente e importante para nossa sociedade.






Tauan Mendonça - advogado especializado em Gestão de Negócios e sócio da VITTORE Partners, consultoria de recrutamento especializada nos mercados Jurídico, Tributário, Compliance e Relações Governamentais.


Renato Franchi explica união de WhatsApp, Instagram e Messenger


Facebook unindo os aplicativos de chat, o que significa para gente.


A gigante de mídia social Facebook aumentou em popularidade nos meados de 2000 's explica Renato Franchi. Naquela época, ele tinha recursos simples e diretos que permitiam aos usuários fazer upload e compartilhar fotos, postar atualizações de status e enviar e receber mensagens.

Atualmente, o Facebook evoluiu e tem muitos recursos interessantes. No entanto, o co-fundador e presidente-executivo Mark Zuckerberg planeja transferir os usuários da transmissão pública para conversas privadas. Em vez de encorajar postagens públicas, ele pretende se concentrar em comunicações criptografadas e privadas em que os usuários podem interagir com grupos menores de pessoas. Tais comunicações seriam apagadas após um determinado período de tempo, ao contrário das mensagens permanentes e compartilhadas publicamente.

Ele planeja combinar WhatsApp, Messenger e Instagram para que os usuários possam se comunicar uns com os outros sem ter que trocar de aplicativos. Mesmo que esses três aplicativos possam permanecer independentes e separados, eles ainda serão reunidos em uma plataforma de mensagens. Renato Franchi avisa que as alterações permitirão que os usuários enviem mensagens de um sistema de bate-papo para outro. Por exemplo, não há mais necessidade de deixar o WhatsApp para conversar com seus amigos no Messenger.

Zuckerberg acredita que as plataformas de comunicação focadas na privacidade são muito mais importantes do que as plataformas abertas.

Então, novamente, há também certas questões que vêm com este novo plano. O Facebook está avaliado em US $ 490 bilhões e depende principalmente de publicações e anúncios compartilhados publicamente.

Assim, a proliferação de comunicações seguras e privadas pode afetar negativamente seu modelo de negócios.

Renato Franchi explica que, além disso, Zuckerberg está preocupado com as possíveis mudanças depois de combinar o Messenger, WhatsApp e Instagram para formar este novo sistema. Ele não revelou muitos detalhes sobre a mudança, incluindo se essas três plataformas de mídia social compartilham ou não as informações de contato e as informações do usuário, bem como quanto tempo ela pode levar para executar as novas alterações. Ele também não explicou como as comunicações criptografadas e privadas podem afetar o Facebook.

A decisão de Zuckerberg surgiu depois Facebook passou por numerosos escândalos em matéria de segurança entre outros. No passado, o Facebook era usado por agentes estrangeiros para publicar desinformação e influenciar as eleições. Renato Franchi ainda enfatiza que o Facebook também foi usado por certas comunidades para fortalecer suas ideologias em relação à vacinação e outras questões importantes.

A equipe do Facebook tentou repetidamente se livrar da desinformação e do conteúdo tóxico. Eles até prometeram classificar e remover mensagens perigosas e abusivas, bem como usar ferramentas de inteligência artificial para melhorar seus serviços.

No entanto, isso não foi suficiente para resolver problemas de compartilhamento público diz Renato Franchi. Cada vez mais consumidores começaram a utilizar meios de comunicação digital que permitem compartilhar informações dentro de grupos privados. Hoje, Snapchat, Nextdoor.

Telegram e Signal estão entre as melhores opções para usuários que querem ter mais privacidade nas mídias sociais.

Quer ser como o WeChat

De muitas maneiras, Zuckerberg emula a estratégia usada pela Tencent, a empresa chinesa por trás do aplicativo de mensagens WeChat. Através deste aplicativo, os usuários podem enviar e receber mensagens, se comunicar através de chamadas de áudio e vídeo, comprar comida, reservar hotéis, transferir dinheiro e pagar por coisas. Eles podem comprar qualquer coisa, desde seguros e títulos até fundos de mercado monetário.

Os usuários também podem criar grupos com até quinhentos membros. É por isso que o WeChat é muito popular na China. Eles podem executar várias tarefas com apenas um aplicativo conta Renato Franchi. Eles também podem se comunicar de forma efetiva e instantânea com outros usuários sem precisar baixar e instalar outro aplicativo.

Ainda melhor, os usuários do WeChat podem se concentrar nas coisas que gostam de ver em seus feeds. Com o Facebook, os usuários são constantemente bombardeados por anúncios em seus feeds de notícias.

Com o WeChat, eles têm a vantagem de ver apenas um a dois anúncios on-line por dia.

Ao contrário do Facebook, o WeChat não depende muito da publicidade on-line para ganhar dinheiro. Na verdade, ele tem seu próprio sistema de pagamento móvel que permite aos usuários jogar jogos, ir às compras, fazer pedidos de refeições e pagar contas de serviços usando o aplicativo. O WeChat recebe uma comissão de cada transação doada usando esses serviços.

O WeChat é capaz de fornecer serviços inovadores para seus usuários sem depender de anunciantes. Tem 1,1 bilhão de usuários ativos por mês. Isso mostra que as empresas digitais podem ser apoiadas por modelos baseados em comércio e pagamentos.

Então, novamente, o Facebook não tem um sistema de pagamento semelhante ao WeChat. Assim, Zuckerberg pretende obter licenças bancárias e de pagamento em diferentes países. A equipe do Facebook está considerando moedas criptográficas para permitir que os usuários enviem dinheiro para seus contatos.

WeChat foi criado por Allen Zhang, que é bem conhecido por suas atividades perfeccionistas de serviços bem projetados. Ele também é conhecido como filósofo e artista. Se Zuckerberg quer que o Facebook seja como o WeChat ou até mesmo superá-lo, ele precisa aprender muito com Zhang.





Renato Franchi aponta que o controle de mensagens de chat em única plataforma, poder dar poder ao Facebook de entender os tipos demográficos para oferecer propagandas direcionadas a grupos semelhantes aumentando o valor de influência e consequentemente compras.

Feedback também dá lucro


Um estudo da Gallup conecta a existência de feedback com o desenvolvimento dos colaboradores. Foi apontado que 44% dos millenials que possuem uma reunião frequente com seus líderes, dizem ter engajamento. Já de acordo com o Panorama de RH no Brasil de 2018, 78% das pessoas entrevistadas acreditam que o Feedback ajuda no desenvolvimento profissional.

Assim, uma prática de feedbacks saudável que permeie sua organização parece ser um fator importante em direção ao sucesso da organização. Feedbacks são componentes essenciais de qualquer cultura de alta-performance (alguém já imaginou o Neymar recebendo feedbacks anuais do seu técnico?). Feedback gera engajamento. Engajamento dá lucro. Além do engajamento, feedbacks contínuos também ajudam a reforçar a cultura da empresa, quando calcados nos seus valores e metas, e a desenvolver profissionais mais conscientes e completos. Em um evento da Falconi Consultores de Resultado, Carlos Brito, CEO da AB InBev, falou sobre a importância do feedback na sua carreira:

“Quando me perguntam o que foi importante na minha carreira, sempre respondo que foram feedbacks duros e construtivos. Sempre tive chefes genuinamente interessados no meu sucesso e que, portanto, davam feedbacks duros e construtivos, sem pena, quando necessário. Nunca destrutivos. Honestos, dizendo aquilo que eu tinha de ouvir, e não o que eu queria ouvir. Isso nunca acaba.

O feedback é uma das atividades mais importantes de uma cultura de alta performance e, ao mesmo tempo, uma das tarefas não-naturais que precisamos aprender na vida corporativa. Técnicos profissionais de todos os esportes dão um parecer continuamente. Atletas recebem feedback constantemente, e aplicam ao seu trabalho. Por que, então, no ambiente corporativo seria diferente? Enumero aqui alguns tipos de feedbacks que as empresas deveriam adotar em sua prática de gestão.

1.           AUTÊNTICO: acredite no feedback que você está dando, e nos efeitos que ele vai trazer um impacto positivo para a pessoa, o time, e a empresa. Nunca use para manipular os sentimentos da pessoa, ou para algum truque político;

2.           BEM-INTENCIONADO: a motivação de um feedback é a melhoria do recipiente do feedback, e não o contrário. Se sua motivação não for genuinamente um impacto positivo na vida do seu colega, não o faça;

3.           IMPESSOAL (NA MEDIDA CERTA): feedbacks devem ter como foco comportamentos, e não pessoas. Quem pode melhorar é a forma de apresentar resultados do Paulinho do financeiro, e não o Paulinho do financeiro. Quando o foco está no comportamento, as pessoas se sentem menos atacadas, e tem uma tendência muito menor a entrarem em um comportamento de negação, ou de defensiva;

4.           NO FÓRUM CERTO: elogios devem ser feitos em público. Explique o porquê do comportamento do funcionário estar sendo elogiado e, assim, poderá economizar dezenas de outros feedbacks, pois todos que ouvirem o elogio entenderão o impacto positivo do comportamento e tentarão replicá-los. Feedbacks de melhoria, por outro lado, devem ser quase sempre feitos em particular, para que o recipiente não se sinta exposto aos seus colegas em um momento de potencial fragilidade;

5.           PERSONALIZADO: adapte a entrega do feedback ao estilo do receptor. Certas pessoas são mais sensíveis a críticas, enquanto outras tem pele mais grossa. Para cada uma, a forma de dar feedback deve ser diferente;

6.           DIRETO AO PONTO: deixe clara qual é a sua mensagem tendo, ao mesmo tempo, consideração pelos sentimentos do seu colega. Uma mensagem muito obtusa pode deixar o receptor confuso quanto ao teor da conversa.

7.           EM CONJUNTO: principalmente em feedbacks construtivos, além de expor claramente o que aconteceu de errado é de construir os próximos passos com a pessoa. Como deveria ter sido e possíveis correções que ela pode fazer são fundamentais de serem expostas para fazer deste momento o mais eficiente possível.





Francisco Homem de Mello - fundador da Qulture.Rocks, software de gestão de desempenho. Especialista e estudioso em cultura organizacional. Autor do livro “The 3G Way: Dream, People, and Culture”, figurando entre os mais vendidos da Amazon em estratégia e negócios. Lança a próxima obra: “OKRs: Da Missão às Métricas”, com o objetivo de ajudar as empresas a implementar uma metodologia de metas direcionada para alcançar resultados.


Posts mais acessados