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Sérgio Pontes,
médico pneumologista da Aliança Instituto de Oncologia fala sobre a doença,
prevenção e tratamento. Confira ainda dicas para evitar o contágio
Neste domingo (24/03) é lembrado o Dia Mundial de
Combate à Tuberculose, doença que afeta cerca de 10 milhões de pessoas em todo
o mundo e leva 1,6 milhão a morte por ano, de
acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS). Só no Brasil 70
mil pessoas são diagnosticadas com a doença a cada ano e 4,5 mil vão
a óbito, conforme dados do Ministério da Saúde.
A Secretária de Saúde do Distrito Federal (SES-DF)
informou que só neste ano já foram registrados 59 casos da
doença, quantidade alarmante visto que, no ano passado, foram 449
diagnósticos durante todo o ano. O combate à doença está entre
as prioridades para saúde em 2019, propostas pela OMS.
Sérgio Pontes, médico pneumologista da Aliança
Instituto de Oncologia explica que a tuberculose é transmitida através da
saliva, quando a pessoa contagiada fala, espirra ou tosse. "Acredita-se
que cada pessoa infectada com a bactéria mycobacterium tuberculosis, ou Bacilo de
Koch (BK), se não tratada, pode contaminar em torno de 15
indivíduos no intervalo de um ano", aponta.
Segundo o médico, a enfermidade acomete pessoas com
baixa imunidade, como pacientes HIV positivos, que tenham alguma doença
pulmonar, câncer, anemia ou diabetes.
Sintomas
O especialista esclarece que os principais indícios
da doença são: tosse seca e produtiva com sangue ou não, por pelo menos três
semanas; perda de peso de maneira significativa e febre, predominantemente no
final da tarde, além de outros sintomas, como o mal estar.
Mas, boa parte dos pacientes pode não apresentar os
sintomas típicos ou mesmo ter o quadro confundido com um resfriado ou uma gripe
comum. "Desse modo, o paciente pode ficar meses com sintomas até uma
manifestação mais grave. No entanto, boa parte dos casos só é diagnosticado
durante a internação, por alguma complicação ou até mesmo após o óbito",
ressalta Pontes.
Como a doença é descoberta?
De acordo com o Dr Sérgio, o diagnóstico é feito
clinicamente, através de uma avaliação física e dos antecedentes observados
pelo médico sobre o paciente e alguns exames, como o Raio-X de tórax e o exame
do escarro, em que se pesquisa o bacilo de coc, que é o bacilo específico para
a tuberculose. "O tratamento hoje é gratuito, distribuído pelo SUS. Quase
100% dos pacientes dos novos casos têm cura total, mas é importante o
tratamento mínimo de seis meses sem interrupção", afirma.
O especialista complementa que a cura definitiva só
é estabelecida depois da avaliação final médica.
Tratamento
O tratamento da tuberculose é gratuito e oferecido
pelo Sistema Único de Saúde (SUS). "A terapia envolve algumas medicações e
antibióticos por pelo menos seis meses, a depender da situação do paciente.
Claro que há efeitos colaterais, como enjoos e mal-estar, mas é muito
importante não interromper o tratamento, e depois de 15 dias tomando a
medicação regularmente, o paciente não transmite mais a doença, podendo
conviver com outras pessoas sem o menor problema", argumenta.
Confira dicas do pneumologista para evitar o
contágio da tuberculose:
- Mantenha a vacinação em dia. A BCG, que inclusive
está no calendário de imunização, é uma forma de proteção;
- Evite contato com pessoas que foram diagnosticadas
com tuberculose ativa e não estão em tratamento;
- E, por último, mantenha
hábitos de vida saudáveis.