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quarta-feira, 20 de março de 2019

Novo estudo aponta que chance de desenvolver câncer relacionado à obesidade é maior entre os jovens


Pesquisa publicada neste início de ano analisou mais de 14 milhões de casos registrados durante duas décadas


Um estudo recente realizado pela American Cancer Society (ACS) e pelo National Cancer Institute confirmou que o risco de desenvolver algum câncer relacionado à obesidade aumentou entre a população mais jovem, assim como as taxas de sobrepeso. Os dados foram publicados em fevereiro no periódico The Lancet.

Entre 1995 e 2014, cientistas analisaram a incidência de 30 tipos de câncer mais comuns, incluindo 12 ligados à obesidade, em pessoas de 24 a 84 anos. Ao todo foram estudados mais de 14,6 milhões de casos. Os resultados mostraram que a incidência aumentou significativamente em seis dos 12 casos de câncer relacionados à obesidade (mieloma múltiplo, colorretal, corpo uterino, vesícula biliar, rim e câncer pancreático) em adultos jovens (25 a 49 anos).

Estes números podem ter influência do rápido aumento da prevalência da população obesa, principalmente nos EUA, local onde o estudo ocorreu.

"Aqui no Brasil também devemos lembrar que câncer já é segunda maior causa de morte entre pessoas de 15 a 29 anos, perdendo apenas para óbitos decorrentes de acidentes e violência. Numerosos cânceres estão associados ao excesso de peso corporal", diz o Dr. Andrey Soares, oncologista clínico do Centro Paulista de Oncologia (CPO) – Grupo Oncoclínicas.

Devido à epidemia de obesidade nos últimos 40 anos, ainda segundo o estudo, gerações mais jovens em todo o mundo estão experimentando uma exposição mais precoce e duradoura ao excesso de adiposidade ao longo de sua vida útil do que gerações anteriores. Comparando com pessoas nascidas em 1950, as nascidas em 1985 tinham um risco de mieloma múltiplo 59% maior e mais do que o dobro de ter câncer pancreático.

Monitorar a ocorrência de câncer em adultos jovens, freqüentemente com menos de 50 anos, é informativo porque reflete frequentemente mudanças relativamente recentes na exposição a fatores carcinogênicos.

"Esta pesquisa alerta para o fato de que estas tendências do câncer muitas vezes também servem como sentinelas para a futura carga de doenças em idosos, entre os quais a maioria casos de câncer ocorrem", ressalta o especialista.


Geração millenial têm risco aumentado de desenvolver tumores

Estimativas apontam que a cada ano são feitos 12 milhões de diagnósticos de câncer no mundo. Se considerarmos apenas o Brasil, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), foram registrados em torno de 600 mil novos casos em 2018 –índice que deve se repetir em 2019. Considerando o total global, a Organização Mundial da Saúde (OMS) indica que uma grande parte dos casos estão relacionados ao nosso modo de vida. E mais: a entidade destaca a perigosa relação entre hábitos pouco saudáveis da nova geração e o aumento nos índices de tumores entre jovens com menos de 30 anos, os chamados Millenials.

De acordo com a pesquisa, entre 1980 e 2014, a prevalência de sobrepeso ou obesidade nos EUA aumentou mais de 100% (de 14,7% para 33,4%) entre crianças e adolescentes e de 60% entre adultos de 20 a 74 anos (de 48,5% a 78,2%).

Para o Dr. Andrey, a somatória destes dados resulta em um alerta importante: é preciso rever nossos hábitos de vida – ou a falta deles – para frear as estatísticas.

"O incentivo à prática constante de exercícios físicos, dieta equilibrada, consumo moderado de bebidas alcoólicas e outras medidas simples surgem não apenas como iniciativas essenciais para frear os índices aumentados do câncer como uma maneira de promoção à qualidade de vida e bem estar geral. Essas medidas contribuem também para a potencialização do processo de tratamento para pessoas diagnosticadas com a doença e outras condições como diabetes e hipertensão", finaliza oncologista do CPO.





Grupo Oncoclínicas
www.grupooncoclinicas.com


Estrabismo e outros problemas de visão são comuns na Síndrome de Down


A Síndrome de Down é uma condição genética que se caracteriza pela presença de um cromossomo extra no par 21. Por este motivo, é chamada de trissomia do cromossomo 21. Esta anomalia cromossômica gera algumas características específicas na aparência física, assim como pode levar a algumas patologias e condições de saúde.

De acordo com a oftalmopediatra Dra. Marcela Barreira, especialista em estrabismo e neuroftalmologista, os problemas de visão são bastante prevalentes nas crianças que nascem com a síndrome de Down.

“Entre as condições visuais mais prevalentes na síndrome de Down estão o estrabismo e os erros refrativos, como a hipermetropia e a miopia. De acordo com a literatura, temos uma prevalência alta de hipermetropia, cerca de 40%. Já a miopia afeta cerca de 14% desta população”, comenta a especialista.
 

Estrabismo está presente em até 20% das crianças com Down
 
O estrabismo, um desalinhamento do eixo visual, é outra condição muito prevalente na trissomia do cromossomo 21. “Na prática clínica, a principal origem do estrabismo na síndrome de Down está relacionada à hipermetropia, que afeta a visão de perto. Para compensar a dificuldade de enxergar um objeto próximo, a criança acaba desviando os olhos. Felizmente, este tipo de estrabismo, chamado de acomodativo, pode ser corrigido por meio do uso de óculos”, reforça Dra. Marcela.


Acompanhamento oftalmológico deve ser contínuo
 
A medicina avançou muito nos últimos anos. Com isso, os tratamentos e as terapias que existem hoje permitem que as crianças que nascem com a síndrome de Down sejam estimuladas precocemente, para explorar todo o potencial de desenvolvimento motor, cognitivo, social e emocional.

“Como a visão é um ponto de atenção na trissomia do cromossomo 21, é fundamental que os pais escolham um oftalmopediatra, desde o nascimento, para acompanhar a criança e orientá-los sobre o desenvolvimento visual. É importante também fazer uma avaliação nos primeiros meses de vida para diagnosticar erros refrativos, estrabismo ou outras condições visuais, muito prevalentes nesta população”, reforça Dra. Marcela.   
  

Olho preguiçoso
 
Além da hipermetropia, da miopia, do astigmatismo e do estrabismo, a síndrome de Down também aumenta o risco de desenvolver a ambliopia. Esta condição, mais conhecida como olho preguiçoso, ocorre quando a visão de um olho é melhor que a do outro. Os olhos captam duas imagens, que no cérebro são convertidas em uma única. Esta capacidade é chamada de visão binocular.

“Quando há presença da ambliopia, o cérebro sempre irá escolher a imagem captada pelo olho bom. Isso vai piorar a visão no olho afetado e pode levar à perda da capacidade de enxergar em 3D, profundidade, etc. Por isso, é essencial tratar a ambliopia com o uso de tampão. As causas da ambliopia são diversas, sendo o estrabismo e grandes diferenças de grau de um olho para o outro as mais frequentes”, explica Dra. Marcela.


Nistagmo e ceratocone
 
Há ainda outras condições que podem afetar a visão na síndrome de Down, como o nistagmo e o ceratocone. “O nistagmo é uma condição rara que causa tremores rítmicos e incontroláveis nos movimentos oculares. Em muitos casos, para conseguir o controlar os movimentos dos olhos, o paciente adotar posturas incorretas, como torcer o pescoço, por exemplo”, comenta Dra. Marcela.

“Já o ceratocone é uma doença degenerativa que atinge a córnea. A estrutura se deforma e ganha um formato de cone, daí o nome ‘ceratocone’. A forma cônica da córnea leva ao astigmatismo irregular, com grande impacto da acuidade visual. Trata-se de uma condição que precisa ser acompanhada de forma contínua, principalmente nas crianças”, afirma a especialista.


Acesso aos tratamentos deve fazer parte da inclusão social
 
Por fim, Dra. Marcela, que atuou por cinco anos no Ambulatório de Diagnósticos da APAE de São Paulo, cita que a data serve para reforçar que a qualidade de vida de quem nasce com a síndrome de Down pode ser muito boa.

“Porém, para isso é preciso garantir que todos os pacientes tenham acesso aos tratamentos, preferencialmente de forma precoce. Com isso, podemos assegurar os direitos e, acima de tudo, um desenvolvimento que permita a exploração dos potenciais máximos de cada criança”, encerra a médica.


Pátria ansiosa


De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o povo brasileiro é considerado como o mais ansioso do mundo. Trata-se de uma afirmação que, em um primeiro momento, pode originar profunda estranheza, haja vista que a partir de determinado imaginário cultural, somos reconhecidos como um povo cordial, acolhedor e afeito às mais diversas festividades.

Não somos o país que só começa a trabalhar após o Carnaval, afinal?

Segundo o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, dentre diferentes acepções, ansiedade pode ser definida como um “estado afetivo penoso, caracterizado pela expectativa de algum perigo que se revela indeterminado e impreciso, e diante do qual o indivíduo se julga indefeso”.

Nesse sentido, há alguns aspectos presentes nesta definição que merecem nossa atenção. Nota-se que a ansiedade, enquanto estado afetivo penoso, é decorrente da expectativa de um perigo indeterminado e impreciso. Quando refletimos e atuamos diante deste perigo indeterminado e impreciso no campo da Psicologia Clínica, por exemplo, é mister que se procure construir com o sujeito que temos sob nossos cuidados representações que simbolizem este perigo até então indeterminado. 

O que o sujeito teme? O que lhe acontecerá de mau no futuro? Conseguindo construir ou desvelar os objetos que originam a expectativa de perigo, o sujeito poderá organizar estratégias para se defender e se reposicionar diante daquilo que, até então, causava-lhe mal-estar e desconforto.

Destacamos, portanto, um importante aspecto da ansiedade que muitas vezes é relegado ao segundo plano, a saber: seu potencial de convocar o sujeito a se reposicionar e atuar ativamente diante daquilo que lhe gera sofrimento.

Em que pesem as considerações elencadas acima, a pesquisa da OMS apresenta seus resultados em caráter coletivo, isto é, de acordo com os resultados divulgados, é a população brasileira que se revelou como a mais ansiosa do mundo. 

Neste sentido, poderíamos estabelecer uma generalização entre aquilo que possivelmente mobiliza um sujeito e aquilo que mobiliza uma população? Quais os objetos ou fenômenos que tornaram a população brasileira a mais ansiosa do globo?

Devemos, então, utilizar toda a nossa suposta ‘cordialidade’ para acolher e dar as boas-vindas a esta ansiedade e que - enquanto estado afetivo penoso caracterizado pela expectativa de algum perigo que se revela indeterminado e impreciso - possamos refletir e atuar diante desta indeterminação, encontrando os objetos de perigo e, a partir deste encontro, promover conscientização política e mobilização social diante daquilo que, até então, parecia nos deixar completamente indefesos. 

De acordo com esta perspectiva, a ansiedade mais do que revelar um mal-estar, pode também representar um importante catalisador para transformação da realidade brasileira. Bem-vinda, ansiedade!





Eduardo Fraga - professor de psicologia da Universidade Presbiteriana Mackenzie e está disponível para entrevistas. Caso precise de foto do especialista, por favor, entre e contato. 


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