Pesquisa
publicada neste início de ano analisou mais de 14 milhões de casos registrados
durante duas décadas
Entre 1995 e 2014, cientistas analisaram a
incidência de 30 tipos de câncer mais comuns, incluindo 12 ligados à obesidade,
em pessoas de 24 a 84 anos. Ao todo foram estudados mais de 14,6 milhões de
casos. Os resultados mostraram que a incidência aumentou significativamente em
seis dos 12 casos de câncer relacionados à obesidade (mieloma múltiplo,
colorretal, corpo uterino, vesícula biliar, rim e câncer pancreático) em
adultos jovens (25 a 49 anos).
Estes números podem ter influência do rápido
aumento da prevalência da população obesa, principalmente nos EUA, local onde o
estudo ocorreu.
"Aqui no Brasil também devemos lembrar que
câncer já é segunda maior causa de morte entre pessoas de 15 a 29 anos,
perdendo apenas para óbitos decorrentes de acidentes e violência. Numerosos
cânceres estão associados ao excesso de peso corporal", diz o Dr. Andrey
Soares, oncologista clínico do Centro Paulista de Oncologia (CPO) – Grupo
Oncoclínicas.
Devido à epidemia de obesidade nos últimos 40 anos,
ainda segundo o estudo, gerações mais jovens em todo o mundo estão
experimentando uma exposição mais precoce e duradoura ao excesso de adiposidade
ao longo de sua vida útil do que gerações anteriores. Comparando com pessoas
nascidas em 1950, as nascidas em 1985 tinham um risco de mieloma múltiplo 59%
maior e mais do que o dobro de ter câncer pancreático.
Monitorar a ocorrência de câncer em adultos jovens,
freqüentemente com menos de 50 anos, é informativo porque reflete
frequentemente mudanças relativamente recentes na exposição a fatores
carcinogênicos.
"Esta pesquisa alerta para o fato de que estas
tendências do câncer muitas vezes também servem como sentinelas para a futura
carga de doenças em idosos, entre os quais a maioria casos de câncer
ocorrem", ressalta o especialista.
Geração millenial têm risco
aumentado de desenvolver tumores
Estimativas apontam que a cada ano são feitos 12
milhões de diagnósticos de câncer no mundo. Se considerarmos apenas o Brasil,
de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), foram registrados em torno
de 600 mil novos casos em 2018 –índice que deve se repetir em 2019.
Considerando o total global, a Organização Mundial da Saúde (OMS) indica que
uma grande parte dos casos estão relacionados ao nosso modo de vida. E mais: a
entidade destaca a perigosa relação entre hábitos pouco saudáveis da nova
geração e o aumento nos índices de tumores entre jovens com menos de 30 anos,
os chamados Millenials.
De acordo com a pesquisa, entre 1980 e 2014, a
prevalência de sobrepeso ou obesidade nos EUA aumentou mais de 100% (de 14,7%
para 33,4%) entre crianças e adolescentes e de 60% entre adultos de 20 a 74
anos (de 48,5% a 78,2%).
Para o Dr. Andrey, a somatória destes dados resulta
em um alerta importante: é preciso rever nossos hábitos de vida – ou a falta
deles – para frear as estatísticas.
"O incentivo à prática constante de exercícios
físicos, dieta equilibrada, consumo moderado de bebidas alcoólicas e outras
medidas simples surgem não apenas como iniciativas essenciais para frear os
índices aumentados do câncer como uma maneira de promoção à qualidade de vida e
bem estar geral. Essas medidas contribuem também para a potencialização do
processo de tratamento para pessoas diagnosticadas com a doença e outras
condições como diabetes e hipertensão", finaliza oncologista do CPO.
Grupo
Oncoclínicas
www.grupooncoclinicas.com