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quarta-feira, 20 de março de 2019

Estrabismo e outros problemas de visão são comuns na Síndrome de Down


A Síndrome de Down é uma condição genética que se caracteriza pela presença de um cromossomo extra no par 21. Por este motivo, é chamada de trissomia do cromossomo 21. Esta anomalia cromossômica gera algumas características específicas na aparência física, assim como pode levar a algumas patologias e condições de saúde.

De acordo com a oftalmopediatra Dra. Marcela Barreira, especialista em estrabismo e neuroftalmologista, os problemas de visão são bastante prevalentes nas crianças que nascem com a síndrome de Down.

“Entre as condições visuais mais prevalentes na síndrome de Down estão o estrabismo e os erros refrativos, como a hipermetropia e a miopia. De acordo com a literatura, temos uma prevalência alta de hipermetropia, cerca de 40%. Já a miopia afeta cerca de 14% desta população”, comenta a especialista.
 

Estrabismo está presente em até 20% das crianças com Down
 
O estrabismo, um desalinhamento do eixo visual, é outra condição muito prevalente na trissomia do cromossomo 21. “Na prática clínica, a principal origem do estrabismo na síndrome de Down está relacionada à hipermetropia, que afeta a visão de perto. Para compensar a dificuldade de enxergar um objeto próximo, a criança acaba desviando os olhos. Felizmente, este tipo de estrabismo, chamado de acomodativo, pode ser corrigido por meio do uso de óculos”, reforça Dra. Marcela.


Acompanhamento oftalmológico deve ser contínuo
 
A medicina avançou muito nos últimos anos. Com isso, os tratamentos e as terapias que existem hoje permitem que as crianças que nascem com a síndrome de Down sejam estimuladas precocemente, para explorar todo o potencial de desenvolvimento motor, cognitivo, social e emocional.

“Como a visão é um ponto de atenção na trissomia do cromossomo 21, é fundamental que os pais escolham um oftalmopediatra, desde o nascimento, para acompanhar a criança e orientá-los sobre o desenvolvimento visual. É importante também fazer uma avaliação nos primeiros meses de vida para diagnosticar erros refrativos, estrabismo ou outras condições visuais, muito prevalentes nesta população”, reforça Dra. Marcela.   
  

Olho preguiçoso
 
Além da hipermetropia, da miopia, do astigmatismo e do estrabismo, a síndrome de Down também aumenta o risco de desenvolver a ambliopia. Esta condição, mais conhecida como olho preguiçoso, ocorre quando a visão de um olho é melhor que a do outro. Os olhos captam duas imagens, que no cérebro são convertidas em uma única. Esta capacidade é chamada de visão binocular.

“Quando há presença da ambliopia, o cérebro sempre irá escolher a imagem captada pelo olho bom. Isso vai piorar a visão no olho afetado e pode levar à perda da capacidade de enxergar em 3D, profundidade, etc. Por isso, é essencial tratar a ambliopia com o uso de tampão. As causas da ambliopia são diversas, sendo o estrabismo e grandes diferenças de grau de um olho para o outro as mais frequentes”, explica Dra. Marcela.


Nistagmo e ceratocone
 
Há ainda outras condições que podem afetar a visão na síndrome de Down, como o nistagmo e o ceratocone. “O nistagmo é uma condição rara que causa tremores rítmicos e incontroláveis nos movimentos oculares. Em muitos casos, para conseguir o controlar os movimentos dos olhos, o paciente adotar posturas incorretas, como torcer o pescoço, por exemplo”, comenta Dra. Marcela.

“Já o ceratocone é uma doença degenerativa que atinge a córnea. A estrutura se deforma e ganha um formato de cone, daí o nome ‘ceratocone’. A forma cônica da córnea leva ao astigmatismo irregular, com grande impacto da acuidade visual. Trata-se de uma condição que precisa ser acompanhada de forma contínua, principalmente nas crianças”, afirma a especialista.


Acesso aos tratamentos deve fazer parte da inclusão social
 
Por fim, Dra. Marcela, que atuou por cinco anos no Ambulatório de Diagnósticos da APAE de São Paulo, cita que a data serve para reforçar que a qualidade de vida de quem nasce com a síndrome de Down pode ser muito boa.

“Porém, para isso é preciso garantir que todos os pacientes tenham acesso aos tratamentos, preferencialmente de forma precoce. Com isso, podemos assegurar os direitos e, acima de tudo, um desenvolvimento que permita a exploração dos potenciais máximos de cada criança”, encerra a médica.


Pátria ansiosa


De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o povo brasileiro é considerado como o mais ansioso do mundo. Trata-se de uma afirmação que, em um primeiro momento, pode originar profunda estranheza, haja vista que a partir de determinado imaginário cultural, somos reconhecidos como um povo cordial, acolhedor e afeito às mais diversas festividades.

Não somos o país que só começa a trabalhar após o Carnaval, afinal?

Segundo o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, dentre diferentes acepções, ansiedade pode ser definida como um “estado afetivo penoso, caracterizado pela expectativa de algum perigo que se revela indeterminado e impreciso, e diante do qual o indivíduo se julga indefeso”.

Nesse sentido, há alguns aspectos presentes nesta definição que merecem nossa atenção. Nota-se que a ansiedade, enquanto estado afetivo penoso, é decorrente da expectativa de um perigo indeterminado e impreciso. Quando refletimos e atuamos diante deste perigo indeterminado e impreciso no campo da Psicologia Clínica, por exemplo, é mister que se procure construir com o sujeito que temos sob nossos cuidados representações que simbolizem este perigo até então indeterminado. 

O que o sujeito teme? O que lhe acontecerá de mau no futuro? Conseguindo construir ou desvelar os objetos que originam a expectativa de perigo, o sujeito poderá organizar estratégias para se defender e se reposicionar diante daquilo que, até então, causava-lhe mal-estar e desconforto.

Destacamos, portanto, um importante aspecto da ansiedade que muitas vezes é relegado ao segundo plano, a saber: seu potencial de convocar o sujeito a se reposicionar e atuar ativamente diante daquilo que lhe gera sofrimento.

Em que pesem as considerações elencadas acima, a pesquisa da OMS apresenta seus resultados em caráter coletivo, isto é, de acordo com os resultados divulgados, é a população brasileira que se revelou como a mais ansiosa do mundo. 

Neste sentido, poderíamos estabelecer uma generalização entre aquilo que possivelmente mobiliza um sujeito e aquilo que mobiliza uma população? Quais os objetos ou fenômenos que tornaram a população brasileira a mais ansiosa do globo?

Devemos, então, utilizar toda a nossa suposta ‘cordialidade’ para acolher e dar as boas-vindas a esta ansiedade e que - enquanto estado afetivo penoso caracterizado pela expectativa de algum perigo que se revela indeterminado e impreciso - possamos refletir e atuar diante desta indeterminação, encontrando os objetos de perigo e, a partir deste encontro, promover conscientização política e mobilização social diante daquilo que, até então, parecia nos deixar completamente indefesos. 

De acordo com esta perspectiva, a ansiedade mais do que revelar um mal-estar, pode também representar um importante catalisador para transformação da realidade brasileira. Bem-vinda, ansiedade!





Eduardo Fraga - professor de psicologia da Universidade Presbiteriana Mackenzie e está disponível para entrevistas. Caso precise de foto do especialista, por favor, entre e contato. 


45% dos brasileiros têm dificuldade para dormir: saiba como melhorar a qualidade do sono


Segundo pesquisa, quase metade dos brasileiros têm problemas para dormir. Rotina equilibrada e alimentação saudável podem ajudar a mudar esse quadro


Para ter uma vida saudável, dormir bem é tão importante quanto a pratica regular de exercício físico e ter uma dieta saudável, já que afeta diretamente a saúde mental, saúde física e a qualidade de vida. No entanto, 45% da população brasileira dorme mal e 52% acordam cansados, conforme a pesquisa realizada pela *Sociedade Brasileira de Neurofisiologia (SBNC). As causas que afetam a qualidade do sono são inúmeras, tais como: ansiedade, estresse, preocupações diárias, rotina exaustiva, etc.

"Ter uma boa noite de sono é vital, saudável e auxilia na regulação dos processos orgânicos", destaca Ana Paula Del'Arco, nutricionista e consultora da Viva Lácteos (Associação Brasileira de Laticínios).

Se você faz parte desse grupo, saiba que pequenas mudanças no dia-a-dia podem ajudar a melhorar a qualidade do sono. Ter uma rotina pode fazer toda a diferença na hora de dormir, deixando-o mentalmente aguçado, emocionalmente equilibrado e cheio de energia durante o dia.

Segundo Ana Paula, a pratica regular de atividade física contribui para a qualidade do sono, já que o exercício influi na regulação hormonal, além de melhorar os sintomas de insônia e apneia. Os hábitos alimentares também desempenham um papel importante neste cenário, por isso alguns cuidados como reduzir o consumo de cafeína e substâncias estimulantes, evitar grandes volumes de refeições à noite, e limitar o consumo de álcool antes de dormir, ajudam a dormir melhor.

Lembra daquela receitinha da vovó, de tomar um copo de leite morno antes de ir para a cama para dormir melhor? Pois bem, neste caso a sabedoria popular tem bases científicas que a comprovam.

"Embora a temperatura do leite não influencie diretamente no sono, um copo de leite quentinho proporciona um conforto gástrico, além do conforto emocional, pois ativa as memórias afetivas da infância; somado à ação de algumas substâncias presentes nos lácteos que contribuem para um sono de qualidade", pontua a nutricionista.

O leite é um alimento rico em proteínas, fonte riquíssima de triptofano, um aminoácido que participa da produção da serotonina, e consequentemente da melatonina no corpo humano. A melatonina é conhecida como o hormônio do sono, sendo responsável pela regulação do sono. Sua síntese depende diretamente do aminoácido triptofano, que é abundante no leite.

"Consumir alimentos ricos em triptofano aumenta a produção de serotonina e consequentemente de melatonina. Outros nutrientes também participam deste processo, como as vitaminas do complexo B, o magnésio e os carboidratos presentes nos lácteos e seus derivados", destaca Ana Paula.

Sendo assim, existem alternativas para ter uma noite de total descanso. Tomar um copo de leite antes de dormir, além de uma rotina saudável, ajuda na qualidade do sono e contribui para melhorar sua saúde física e mental. Não se esqueça de tomar o seu hoje à noite! 


*Pesquisa realizada em 2018 pela Sociedade Brasileira de Neurofisiologia (SBNC) com 22.518 respondentes de ambos os sexos.




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