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segunda-feira, 18 de março de 2019

DIA MUNDIAL DA INFÂNCIA



Em tratamento contra leucemia, menina de 8 anos emociona ao fazer palestra em escola sobre acolhimento a meninas carecas

Maria Julia visitou a escola da amiga Ana Laura, que também faz quimioterapia, para ajudá-la no retorno às aulas após a perda dos cabelos


Maria Julia, Dra. Silvia Brandalise, presidente do Boldrini, e Ana Laura


Em comemoração ao Dia Mundial da Infância, celebrado em 21 de março, o Centro Infantil Boldrini compartilha a emocionante história de empatia e amizade entre duas pacientes do hospital:

Com apenas oito anos, Maria Julia tem coração e maturidade que surpreendem. Amazonense, a menina viveu com a mãe em Campinas, SP, durante os últimos dois anos, para realização de tratamento contra leucemia. Passou por quimioterapia e, com ela, pela queda dos cabelos. Vaidosa, Maju, como é conhecida, adquiriu acessórios, perucas de diversas cores e enfrentou o momento com bravura, até mesmo no grande desafio de voltar à escola.

Tempo depois, ela usou sua experiência para ajudar a amiga, Ana Laura, de sete anos, que também faz tratamento para leucemia, a enfrentar esse desafio. Como a Ana Laura estava com receio de voltar às aulas com a aparência diferente, Maju teve a ideia de fazer uma apresentação para os amigos para explicar o que é ter câncer na infância e o porquê de os cabelos caírem. E assim foi feita sua primeira palestra sobre o assunto!

 “Quando tive que voltar às aulas após o tratamento, no primeiro ano, eu estava totalmente careca. Fui para a escola de lenço, mas já imaginava que acabaria tirando ao longo do dia, pois estava muito calor. Conversei com minha mãe e minha professora sobre isso, pois ficaria com minha carequinha exposta e previa que meus amigos estranhariam. E foi assim que aconteceu: a primeira reação da maioria foi rir e até se afastar de mim, pois achavam que poderiam pegar minha doença. E não foi legal isso. Foi por isso que tive a ideia de ajudar a Ana Laura, minha amiga do Boldrini, na volta às aulas, quando foi a vez dela”, explica Maju.

A ideia comoveu pais, médicos e professores. Mas, mais do que isso, aproximou Ana Laura e os amiguinhos, por meio da informação e empatia. “Depois que conversei com a classe, eles entenderam e chamamos a Ana Laura para uma festa surpresa de boas-vindas. Ela estava de olhos fechados e, quando abriu, todo mundo estava sorrindo e pronto para abraçá-la”, completa Maju.

“A Maju foi minha primeira amiga no Hospital Boldrini. Desde o primeiro dia de quimio ela me ajudou muito e hoje é minha amigona. Só tenho a agradecer por ela ter ido comigo à escola, porque eu estava com vergonha no começo. Mas depois que ela explicou aos meus amigos o porquê de estarmos sem cabelos, foi ficando mais fácil e até fiquei sem peruca. Mesmo careca ou com pouco cabelo, todos falaram que estava lindo. Ter a Maju ao meu lado foi muito bom”, conta Ana Laura.

De acordo com especialistas da área, a ausência da criança por longos dias na escola e as mudanças físicas, sobretudo a queda de cabelo por conta da quimioterapia, podem gerar estranhamento dos colegas de classe. Por isso, pais e escola podem trabalhar juntos para preparar as crianças. O ideal é usar materiais apropriados para a idade desses alunos, explicando o que é câncer e como ele é tratado, sempre com uma linguagem bem acessível e lúdica.


ENTENDA PORQUE OS CABELOS CAEM


CÂNCER

É o nome genérico dado a doenças que acontecem dentro da célula. Por erro, a célula com câncer passa a se multiplicar mais rápido do que outras e tem o poder de formar tumores (um acúmulo de células).



QUIMIOTERAPIA

É um tratamento contra o câncer que tenta impedir a multiplicação das células cancerígenas.



QUEDA DE CABELO

Como efeito colateral, a quimioterapia impede a divisão das células que dão origem ao cabelo; por isso, os fios caem, mas voltam a crescer após o tratamento.



Sobre o câncer infantil - Cerca de 12 mil novos casos de câncer infantil são registrados no Brasil a cada ano, segundo estimativas do Instituto Nacional do Câncer (Inca). O número é alto, mas, a taxa média de cura do câncer pediátrico no Brasil é de cerca de 70% – alguns tipos da doença chegam a ter índices ainda mais elevados. 

No entanto, para obter esses números, é essencial que o diagnóstico seja feito precocemente, com um tratamento realizado em centros especializados. O problema é que nem sempre a doença é descoberta no seu estágio inicial, principalmente porque alguns sintomas – como febre persistente, manchas rochas pelo corpo, gânglios e dores nos ossos ou no abdômen – podem se confundir com os de outros males muito comuns na infância. O importante é ficar atento caso o problema não desapareça uma semana após a visita ao pediatra.

Iniciativa Global - Para ajudar a entender melhor e combater o câncer infantil, o Centro Infantil Boldrini se uniu à recém-formada Iniciativa Global da Organização Mundial da Saúde para o Câncer Infantil. A Iniciativa busca reduzir as desigualdades no acesso ao diagnóstico e na qualidade do tratamento e, assim, melhorar os resultados do tratamento para todas as crianças, especialmente aquelas que vivem em países com recursos limitados.

A Iniciativa Global tem o objetivo de alcançar uma taxa de sobrevivência de pelo menos 60% para crianças com câncer globalmente até 2030. Essa meta representa uma duplicação aproximada da taxa de sobrevivência atual e, alcançando, economizará 1 milhão de vidas na próxima década. A taxa de sobrevida média no Brasil é de 64%.

Assim como nos países desenvolvidos, no Brasil, o câncer já representa a primeira causa de morte (8% do total) por doença entre crianças e adolescentes de 1 a 19 anos.
Nas últimas quatro décadas, o progresso no tratamento do câncer na infância e na adolescência foi extremamente significativo. Hoje, em torno de 80% das crianças e adolescentes acometidos da doença podem ser curados, se diagnosticados precocemente e tratados em centros especializados. A maioria deles terá boa qualidade de vida após o tratamento adequado.



Sobre o Centro Infantil Boldrini

Centro Infantil Boldrini − maior hospital especializado na América Latina, localizado em Campinas, que há 41 anos atua no cuidado a crianças e adolescentes com câncer e doenças do sangue. Atualmente, o Boldrini trata cerca de 10 mil pacientes de diversas cidades brasileiras e alguns de países da América Latina, a maioria (80%) pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Um dos centros mais avançados do país, o Boldrini reúne alta tecnologia em diagnóstico e tratamento clínico especializado, comparáveis ao Primeiro Mundo, disponibilidade de leitos e atendimento humanitário às crianças portadoras dessas doenças. www.boldrini.org.br


Campanha aposta em mobilização nas redes sociais para estimular conscientização sobre HIV


 Iniciativa estimula a conversa aberta sobre HIV, o que possibilita não só a prevenção, mas o diagnóstico, tratamento e a diminuição do preconceito.



Vamos falar sobre HIV? Esse é o convite que a campanha Match de Responsa faz a todos nós, uma iniciativa que chega para desmistificar diversas questões que giram em torno do tema HIV. Por meio de uma colaboração no YouTube, a população terá acesso a conteúdos segmentados sobre HIV, com informações sobre testagem, prevenção, diagnóstico e tratamento. Voltada para o público jovem, a ação conta com uma seleção de influenciadores digitais que terão como missão engajar as pessoas para refletirem sobre o assunto e disseminarem informações entre seus grupos.

A criação da campanha vem atender a preocupação em relação à taxa de infecção entre os jovens de 15 a 24 anos no Brasil. Segundo o último boletim epidemiológico, nos últimos 11 anos, foram notificados 247.795 casos de HIV no Brasil. Somente em 2018 foram notificados 17.248 casos, sendo 24,5% destes na faixa etária de 15 a 24 anos.1

A voz das redes sociais – a Match de Responsa busca criar um movimento nas redes sociais, sempre estimulando a reflexão e diminuição do estigma que ronda o HIV. Para isso, foi selecionado um time de 8 influenciadores digitais que gravarão vídeos em seus canais no YouTube sobre o tema. Além disso, os vídeos contarão com a participação especial de diversas figuras públicas que falarão abertamente sobre suas experiências e pensamentos. A ideia é que, a partir daí, se inicie um compartilhamento de informações, relatos das experiências pessoais e a conscientização em relação à importância de se falar sobre HIV sem preconceitos.

A campanha Match de Responsa é uma iniciativa da GSK/ViiV Healthcare para apoiar o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS) e a meta 90-90-90. A meta é que, até o ano de 2020, 90% das pessoas vivendo com HIV sejam diagnosticadas, 90% destas estejam em tratamento e, daquelas em tratamento, 90% estejam com a carga viral suprimida.2 No Brasil, estima-se que das 866 mil pessoas que vivem com HIV no país, 84% estão diagnosticadas; que 74% destas estão em tratamento antirretroviral; e que destas, 91% estão com carga viral indetectável.3 A GSK/ViiV Healthcare acredita que fomentar o debate isento de estigma e preconceito em relação ao HIV pode ser uma das atividades para esse fim. 






Referências bibliográficas:
1.            BRASIL. Ministério da Saúde. Boletim epidemiológico HIV/Aids 2018. Disponível em: < http://www.aids.gov.br/pt-br/pub/2018/boletim-epidemiologico-hivaids-2018>. Acesso em 28 nov. 2018
2.            UNAIDS. 90–90–90 - An ambitious treatment target to help end the AIDS epidemic. Disponível em: <http://www.unaids.org/en/resources/documents/2014/90-90-90>. Acesso em: 22 nov. 2018.
3.            Fonte: Apresentação do Ministério da Saúde em 07 de abril de 2018. PERINI, F. A “epidemia” no Brasil: Onde estamos? Para onde vamos?

30 de março é dia mundial do transtorno bipolar. Saiba mais sobre a doença


Segundo a Abrata (Associação Brasileira de Familiares, Amigos e Portadores de Transtornos Afetivos), o dia 30 de março se tornou o Dia Mundial do Transtorno Bipolar em homenagem à data de aniversário do pintor Vincent Van Gogh, que foi diagnosticado como portador do transtorno bipolar.

Trata-se de uma doença mental que representa um desafio significativo para portadores, profissionais de saúde, familiares e comunidades. De acordo com a Associação, o objetivo do Dia Mundial do Transtorno Bipolar é chamar a consciência mundial para transtornos bipolares e eliminar o estigma social.

Segundo dados da ABTB (Associação Brasileira de Transtorno Bipolar), o transtorno atinge 4% da população, o que representa cerca de 8 milhões de brasileiros, sendo que 60% dos casos tem sua primeira manifestação antes dos 20 anos de idade.

De acordo com o Prof. Dr. Mario Louzã, médico psiquiatra, doutor em Medicina pela Universidade de Würzburg, Alemanha, e Membro Filiado do Instituto de Psicanálise da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo; o transtorno bipolar se caracteriza pela presença de episódios de mania ou hipomania, e episódios depressivos.

No episódio de mania, o portador apresenta euforia, uma alegria intensa, de felicidade fora do normal. Também ideias de grandiosidade, riqueza ou elevada autoestima e autoconfiança, com perda do bom senso, que pode atingir um grau fora da realidade (delírio). A pessoa pode apresentar também irritabilidade e impulsividade de forma exacerbada.

“O pensamento fica acelerado, muitas ideias fluem simultaneamente ou numa sequência tão rápida que não se consegue expressar verbalmente”, afirma Louzã. Há diminuição da necessidade de sono, comportamento sexual excessivo, descontrole nos gastos e atitudes sem a percepção de sua inadequação. Fica agitado, eventualmente agressivo, distraído e totalmente desconcentrado. Segundo o psiquiatra, o episódio de hipomania tem características similares ao de mania, mas os sintomas são mais brandos.

Já o episódio de depressão se caracteriza por tristeza profunda, perda de interesse por tudo, pensamentos negativos (ideias de ruína, culpa, inutilidade, baixa autoestima) que podem ser intensos a ponto de configurar um delírio. Há modificações no sono: enquanto algumas pessoas têm insônia, outras apresentam hipersonia (dormem mais do que o habitual). Em relação ao apetite, pode haver aumento no consumo de alimentos como forma de aliviar a ansiedade. No entanto, a perda de apetite é mais comum neste quadro.

Há também diminuição da libido, apatia, fadiga excessiva e desinteresse por tudo. “A pessoa mal tem vontade de levantar da cama pela manhã”, reforça Louzã. Nos casos graves de depressão, pode haver ideias de suicídio, e até tentativas. O transtorno bipolar é a doença mental que mais causa mortes por suicídio: cerca de 15% dos pacientes tiram a própria vida.


Tipos de transtorno bipolar

Segundo o Dr. Mario Louzã, há dois tipos de transtorno bipolar: o tipo I, que apresenta quadros de mania e depressão, e o tipo II, com episódios de hipomania e depressão. A sequência de manifestação dos episódios maníacos/hipomaníacos e depressivos é variada, ou seja, não acontece, necessariamente, de forma alternada. Os eventos, tanto de mania/hipomania quanto os de depressão, têm duração, em geral, de semanas.

Apesar de a doença se manifestar mais comumente no adulto jovem, ela pode acometer pessoas mais velhas, inclusive na terceira idade. Atinge ambos os sexos numa proporção semelhante e perdura a vida toda. As causas podem envolver genética, hereditariedade e fatores ambientais/externos como uso de drogas, álcool em demasia, estresse constante, entre outros.

O tratamento depende da fase da doença. De acordo com Louzã, os quadros maníacos/hipomaníacos são tratados com estabilizadores do humor, como o lítio (para evitar ou reduzir as chances de um episódio agudo), podendo associar o uso de antipsicóticos. Os quadros depressivos podem ser tratados com antipsicóticos ou anticonvulsivantes. Também é possível introduzir antidepressivos, porém, estes podem desencadear um quadro maníaco/hipomaníaco.

“Na dúvida quanto à possibilidade de ser portador de transtorno bipolar, o ideal é consultar um médico psiquiatra, que poderá fazer a avaliação dos sintomas, o diagnóstico e indicar os tratamentos adequados”, finaliza o Dr. Mario Louzã.


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