Pesquisar no Blog

segunda-feira, 18 de março de 2019

Implante de desfibrilador salva pacientes de morte súbita


Procedimento ocorreu em Curitiba, no último dia 8


Um em cada dez brasileiros tem arritmia cardíaca, um descompasso no ritmo das batidas do coração que pode afetar pessoas de todas as idades e provocar morte súbita, que segundo a Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas (Sobrac), mata cerca de 320 mil brasileiros todos os anos.

No último dia 8, em Curitiba (PR), o cardiologista brasileiro Mauricio Montemezzo, em parceria com a médica canadense Jacqueline Joza, implantaram o Cardioversor-Desfibrilador Implantável Subcutâneo (S-ICD) em um homem de 46 anos, que tem hipertrofia do miocárdio, em um procedimento que durou cerca de 40 minutos. 

No país, esse é o 79ª implante desse aparelho que reseta o coração com um choque e reverte a morte súbita, além de oferecer menor risco de complicações comparado aos modelos que são inseridos dentro de veias e do músculo cardíaco. A cirurgia para a colocação do desfibrilador é minimamente invasiva e de baixo risco, com anestesia geral, e dura em torno de uma hora, com 24 horas de internamento, precisando de duas pequenas incisões, uma de dois centímetros e outra de quatorze. “Em uma semana, que é o período de recuperação que pedimos para todo tipo de procedimento, o paciente retorna à vida normal”, afirma Montemezzo, que é especialista em Estimulação Cardíaca Artificial.


Diferenças e benefícios do aparelho

Segundo ele, com os modelos anteriores de desfibriladores para implante, um cabo precisa ser inserido no organismo do paciente, via endovenosa, ou seja, permanecendo em contato com a circulação sanguínea. Pela região do corpo em que o implante é colocado, muitas vezes esse cabo fica bem perto da clavícula e se movimenta muito, principalmente com o passar do tempo, e pode ficar danificado e até mesmo causar fraturas no paciente. Quando isso ocorre, o cabo precisa ser retirado ou substituído, mas por causa do acesso venoso, qualquer manipulação é bem complicada. Há casos, principalmente em pacientes mais jovens, que trabalham e levam uma vida ativa, que são necessárias várias intervenções. “Com o S-ICD, não há o mesmo risco que com os modelos anteriores de infecção sanguínea, fratura ou danificação dos cabos dos eletrodos, porque o aparelho e a bateria ficam logo abaixo da pele do paciente, sem tocar nenhum órgão ou na circulação sanguínea, e os eletrodos ficam fora do organismo do paciente”, afirma Montemezzo.

O procedimento é realizado por plano de saúde, pois está dentro dos protocolos da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e do Ministério da Saúde para pacientes com indicação de profilaxia, ou prevenção, primária e secundária. Montemezzo explica que pacientes de profilaxia primária são aqueles que têm uma doença estrutural, de característica genética, como a cardiopatia hipertrófica, com critério de alto risco de morte. Os pacientes de prevenção secundária são aqueles que já passaram por morte súbita abortada.

Ele conta que a eficácia do S-ICD, comparada aos modelos anteriores de desfibriladores e evidenciada em estudos conduzidos na Europa, Estados Unidos e Canadá, está comprovada para pacientes com dificuldade de acesso venoso, alto risco de apresentar complicações com o uso de eletrodos de cabos via acesso venoso, baixa imunidade, presença de outras doenças complicadoras (comorbidades) e histórico de infecções. E com o S-ICD, menos complicações se traduzem em menos procedimentos, ou seja, menos riscos para os pacientes e menos custos. Nos Estados Unidos, por exemplo, o número de procedimentos de extração de eletrodos dispositivos cardíacos implantáveis em geral, motivados por infecções, aumenta anualmente: em 2015, foram 97.890 procedimentos.


Como saber quando há risco de morte súbita

Para a ocorrência da morte súbita, o coração sai do ritmo de batimento normal e entra em arritmia, batimento irregular e muito rápido, até parar de bater, o que se chama taquicardia ventricular sustentada ou fibrilação ventricular.

As doenças do coração que podem levar à morte súbita atingem pessoas de qualquer idade e não apresentam sintomas. A boa notícia é que, segundo Montemezzo, exames simples e relativamente baratos como eletrocardiograma, ecocardiograma e ressonância magnética do coração podem dar pistas da existência dessas doenças, que muitas vezes são de origem genética, como a cardiomiopatia hipertrófica.

O especialista explica que um coração que bate em ritmo mais baixo ou tem algum tipo de bloqueio cardíaco não consegue funcionar como um relógio, como um coração normal, que bate de forma rítmica: “Quando há uma dissociação entre a parte de cima e a parte de baixo do coração, isso é chamado de bloqueio. Um marca-passo conserta esse tipo de bloqueio, mas alguns pacientes precisam de mais do que isso, e é aí que entra o desfibrilador, com a função de choque”. Se o paciente apresenta uma arritmia mais grave, teve um infarto que gerou uma área de necrose, com uma cicatriz no coração, ou nasceu com uma característica genética, como uma cardiomiopatia hipertrófica, o coração tem algumas lacunas que possibilitam a formação de arritmias graves que levam à morte. Há ainda pacientes com outras doenças genéticas que dão uma predisposição maior à morte súbita.

Quando o paciente que tem risco de sofrer a morte súbita usa o desfibrilador, o aparelho reconhece a arritmia e, por meio de algoritmos verifica se o descompasso é ou não normal e, dependendo da avaliação, aplica um choque de 80 joules que reseta o coração e o faz voltar a bater no ritmo normal. “É o que chamamos de morte súbita cortada”, diz Montemezzo.

Ele explica que o ritmo de um coração normal é de sessenta, setenta e até cem batimentos por minuto. Na ocorrência da morte súbita, o coração vai a 240, trezentos batimentos por minuto, e não consegue gerar fluxo para o sangue circular até o cérebro e os membros. Não havendo esse fluxo, a parte de cima e a parte de baixo do coração batem tão rapidamente, que o paciente desmaia. Caso nada seja feito, o coração dispara, ocorrem várias assistolias (paradas do coração), o paciente tem uma parada cardiorrespiratória e morre. “O S-ICD é como um médico 24 horas ao lado do paciente, pronto a socorrê-lo no caso de isso acontecer”, afirma Montemezzo.






Laboratório de Eletrofisiologia de Curitiba (LEC) 


Renato Franchi mostra como pessoas têm sua visão restaurada graças a células-tronco de doadores de órgãos falecidos


Renato Franchi mostra como pessoas têm sua visão restaurada graças a células-tronco de doadores de órgãos falecidos


Milhões de pessoas cegas poderiam ter sua visão realmente restaurada usando células-tronco retiradas dos olhos de doadores não vivos, de acordo com uma nova pesquisa da Escócia mostra Renato Franchi.

Graças ao transplante pioneiro de tecido, oito pacientes com uma condição comum que destrói a visão tiveram a área afetada reparada - e dois foram capazes de ler novamente após ter degeneração macular severa.

O tratamento revolucionário pode levar à cura da cegueira causada por danos na córnea - a superfície protetora do olho. Muitas vezes torna-se nublado em pessoas mais velhas por lesão ou infecção. Nos países mais subdesenvolvidos, as crianças e os jovens também são cada vez mais propensos. Outros são pacientes que sofrem com catarata.

"Os resultados deste pequeno estudo são muito promissores e mostram o potencial para cirurgias oculares de células-tronco seguras, bem como melhorias no reparo ocular", disse o líder do estudo Baljean Dhillon a Renato Franchi, professor de oftalmologia clínica do Centro de Ciências Cérebro-Clínicas da Universidade de Edimburgo.

Descrevendo o avanço como um nome de "primeiro mundo", Dhillon e seus colegas disseram que ele lança luz sobre as causas dos distúrbios da visão e mostra como os danos oculares podem ser corrigidos com células-tronco de doadores de órgãos.

O estudo publicado na STEM CELLS Translational Medicine focou nas células-tronco límbicas, que normalmente são deficientes em pacientes que sofrem de cegueira da córnea. As células ficam na camada superior da córnea, o epitélio, e atuam como uma barreira contra poeira e germes.

Sem esse tecido, a córnea se torna irregular, destruindo a visão e deixando o olho propenso a infecções. Pode resultar de danos causados por produtos químicos ou calor - ou uma doença chamada aniridia, que pode levar a cicatrizes e perda de visão severa em ambos os olhos, bem como dor crônica e vermelhidão.

As córneas saudáveis normais são transparentes - mas quando essas células especializadas são perdidas, a córnea fica marcada e embaçada.

Renato Franchi que, como forma de reparar a córnea, a equipe usou amostras de pessoas que doaram seus olhos após a morte para cultivar as células-tronco.


Não é emocional! Genética pode ser culpada pelo xixi na cama após os 5 anos


É muito comum a sociedade julgar pais e mães – e as crianças! – que fazem xixi na cama após os cinco anos de idade. Mimada, preguiçosa, sem educação, problemas psicológicos, brigas no casal e a chegada de um irmão. Porém, o que poucas pessoas sabem é que a causa pode ser genética. Para solucionar o problema da criança, é necessário entender se os pais também tiveram enurese. A genética é responsável por 75% dos casos, sendo que, caso um dos pais tenha tido o transtorno, a chance de o filho ter é de 44%. Caso os dois tenham sofrido com a escapada do xixi na madrugada, a chance de a criança ter sobre para 77%.

Vincent Iannelli, pediatra e membro da Academia Americana de Pediatria reforça o tema e diz que “grande parte dos casos é relacionada à hereditariedade, sendo apenas 15% por outras motivações e, raros casos, por distúrbios do sono, diabetes, problemas físicos e psicológicos”. O médico ainda completa o time de especialistas da Associação Médica do Texas e da Sociedade Médica do Condado de Dallas.

Identificar o transtorno o quanto antes ajuda no começo do tratamento. “Com muita frequência, os distúrbios miccionais não são valorizados nas consultas de rotina, por isso, observar a criança e estar atento aos sinais é fundamental para o diagnóstico. Por ser uma fase de desenvolvimento infantil, acordar molhado até os 5 anos de idade pode ser considerado normal. Mas, após esta idade, é importante que a possibilidade de Enurese seja considerava pelos pais e pelo pediatra”, diz Dr. Atila Rondon, Urologista, com atuação em Urologia Pediátrica, professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ e Coordenador do Departamento de Urologia Pediátrica da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU).

Além da genética, outros fatores podem predispor o xixi na cama, como a deficiência de secreção de vasopressina noturna (substância que diminui a produção de urina durante a noite), bexiga pequena para a idade ou hiperativa (diminuindo a capacidade do órgão de reter a urina), problemas estruturais no trato urinário e dificuldade de acordar a noite, em resposta à bexiga cheia.

De acordo com o especialista da SBU, “o mais comum é a deficiência no hormônio antidiurético: a substância responsável por diminuir em até 80% a produção de urina durante a noite. É só assim que as pessoas passam oito horas dormindo sem precisar ir ao banheiro”. 


Diagnóstico

Além de considerar os antecedentes pessoais e familiares, o diagnóstico pode ser feito com observação do desenvolvimento psicomotor, com informações sobre o treinamento e controle esfincterianos e os sintomas de distúrbios relacionados ao enchimento e esvaziamento da bexiga. Adicionalmente, pode ser necessário submeter a criança a um exame genital, neurológico, de urina e de sangue.

Com a ajuda do médico, o tratamento deve começar o mais rápido possível. Isso permitirá à criança e à família melhor qualidade de vida, evitando implicações negativas com baixa autoestima e transtornos psicossociais como ansiedade e comportamento antissocial. 


Tratamento

A Enurese pode ser tratada com orientações comportamentais, medicamentos, fisioterapia específica ou até mesmo, psicoterapia. Entretanto, a parte mais importante do tratamento é a família compreender os motivos e a evolução clínica da Enurese, evitando castigos, repreensões ou até mesmo sentimento de culpa e frustração, já que os episódios podem oscilar mesmo a partir dos métodos sugeridos pelo especialista. É preciso paciência, carinho e constante acompanhamento médico.

“O apoio da família é fundamental para o sucesso no tratamento. Punir a criança, expor o problema do pequeno aos amigos ou familiares não resolve o problema e, pior, atrapalha ainda mais o processo de cura”, ressalta Atila Rondon.

Algumas das causas da Enurese são excesso de produção de urina, menor capacidade vesical ou dificuldade de acordar. Nestes casos, o especialista pode indicar medicações ou dispositivos médicos. Inserir pequenas mudanças na rotina, como evitar que a criança ingira líquidos 2 horas antes de dormir e incentivar o xixi antes de deitar e logo ao acordar, também são recomendados e podem trazer bons resultados. Cada noite seca precisa ser encarada como uma vitória, valorizada com elogios e muito carinho.

O acompanhamento psicológico é importante, tanto para a criança, quanto para a família. “O problema leva os pequenos a se sentirem envergonhados e há impactos negativos em sua vida social como, por exemplo, evitar convites para dormir na casa de amigos. Sem contar a influência que a doença tem sobre a qualidade do sono, que piora, e pode prejudicar o rendimento escolar”, acrescenta. O psicólogo se torna um importante aliado, já que além de recuperar a autoestima das crianças, também pode orientar os pais sobre como lidar com o transtorno.




www.semxixinacama.com.br


Posts mais acessados