Pesquisar no Blog

segunda-feira, 18 de março de 2019

A representatividade feminina na literatura


A literatura é um espaço majoritariamente masculino e, obviamente, isso não acontece por que os homens tenham mais capacidade, repertório e melhores histórias para escrever do que as mulheres. Por muito tempo, o impacto de pressões socioculturais decretava que as mulheres se dedicassem exclusivamente ao lar. Portanto, uma mulher que ousasse ter uma atividade intelectual estava cometendo uma séria transgressão. Até o começo do século XX, por exemplo, as que se atrevessem a publicar livros usando seus próprios nomes eram severamente criticadas, pois estavam extrapolando o papel a elas designado.

Esta desvantagem social desde os tempos mais remotos fez com que a produção literária feminina fosse numericamente inferior à dos homens até os dias atuais. Equivocadamente, isso parece ter gerado um ambiente que associou um tipo de 'padrão de qualidade' relacionado à produção textual masculina.

Em uma triste comparação, podemos falar de Emily Brontë, que lançou o clássico O Morro dos Ventos Uivantes em 1847, e de J.K. Rowling, que lançou o primeiro livro da série Harry Potter em 1997. Com 150 anos que separam a publicação dos dois livros, as duas escritoras inglesas usaram pseudônimos masculinos para suas obras. Brontë assinava como Ellis Bell, pois na época mulheres não podiam ser escritoras e Joanne Rowling?(o K é uma homenagem a sua avó, Kathleen?), um século e meio depois, foi aconselhada por seus editores a adotar a abreviação "J. K." por acreditarem que o público não leria o livro se soubesse que havia sido escrito por uma mulher.

É fácil constatar esta realidade também através da análise de algumas das principais premiações e eventos literários do mundo: o prêmio Nobel de Literatura, por exemplo, existe desde 1901, mas só foi concedido a 14 mulheres em sua história; a Flip, Festa Literária de Paraty, já teve 16 edições e entre os escritores convidados, o número de homens é muito maior ao de mulheres; a Academia Brasileira de Letras tem 40 membros, mas apenas cinco mulheres.

No entanto, assim como em todas as outras esferas sociais, na literatura as mulheres também ocupam seu espaço cada vez mais. Escritoras como Mary Shelley, Virginia Woolf, Agatha Christie, Simone de Beauvoir e Florbela Espanca abriram passagem para que, no mundo, outras também pudessem disseminar seus anseios e vivências através dos livros. No Brasil, o caminho foi trilhado por nomes como Raquel de Queiroz, Cecília Meireles, Carolina de Jesus, Ruth Guimarães, Clarice Lispector, Zélia Gattai, Cora Coralina, Lygia Fagundes Telles, Ana Maria Machado entre outros tantos.

É inquestionável: a presença de mulheres na literatura é tão fundamental quanto em outras tantas áreas em que o feminino ganhou representatividade ao longo dos tempos. Hoje em dia existe um grande número de escritoras que conquistaram sucesso arrebatador com livros das mais diferentes temáticas e para variados públicos. Bons exemplos são Alice Munro, vencedora do Nobel de Literatura em 2013, a própria J. K. Rowling, que mesmo após ter sua real identidade descoberta, encantou crianças, adolescentes e jovens com seu mundo de seres mágicos, Stephenie Meyer, autora de Crepúsculo, que fez adolescentes e jovens suspirarem por vampiros e E. L. James, escritora de Cinquenta Tons de Cinza, que tirou o fôlego do público adulto com seus protagonistas intensamente apaixonados.

Falando ainda de uma remessa de novíssimas escritoras, a nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie, do premiado romance Americanah, e as brasileiras Paula Pimenta (Minha Vida Fora de Série), Thalita Rebouças (Tudo Por Um Pop Star) e Babi Dewet (Sábado à Noite) - com quem tive o prazer de trabalhar – também são parte de uma lista de autoras que representam a importante e imprescindível participação da mulher na literatura.

É claro que ainda estamos longe do ideal, mas é notório que novas escritoras a cada dia conquistam mais espaço no mercado editorial. E nesse cenário, felizmente, ganhamos todos. Afinal, o que seria de nós, leitores, sem as obras que tratam das mais diversas e complexas questões da vida sem o olhar sensível, detalhista e perspicaz da mulher?






Eduardo Villela - é book advisor e, por meio de assessoria especializada, ajuda pessoas, famílias e empresas na escrita e publicação de suas obras. Mais informações em www.eduvillela.com


8 em cada 10 brasileiros consideram a segurança de seus dados o aspecto mais importante da experiência online


Essa é uma das estatísticas trazidas pela pesquisa global de Fraude e Identidade da Experian realizada em 21 países 


Quando o assunto é experiência online, 84% dos brasileiros consideram a segurança de seus dados o aspecto mais importante, resultado 10 pontos percentuais acima da média global (74%). Outros dois atributos mais valorizados em suas experiências nos canais digitais são a conveniência e a personalização do relacionamento. É o que revela a pesquisa global de Fraude e ldentidade 2019 da Experian (2019 Global Identity and Fraud Report), que ouviu mais de 10 mil pessoas em 21 países, entre eles o Brasil. O estudo também explora como a confiança é criada entre consumidores e empresas no mercado digital.



“Cada vez mais as pessoas exigem transparência e segurança na hora de comprar e se relacionar com as empresas no ambiente digital. Por isso, proteger os dados dos consumidores é essencial para aumentar a confiança deles nas suas experiências online e, assim, possibilitar a consolidação e crescimento dos canais digitais das empresas”, diz o diretor de Produtos de Identidade e Prevenção à Fraude de Decision Analytics da Serasa Experian, Eduardo Castro.

Confiança e transparência no uso das informações pessoais
Segundo a pesquisa, 90% dos consumidores entrevistados em todos os 21 países têm consciência de que suas informações pessoais são coletadas, armazenadas e usadas pelas empresas que operam digitalmente. Ainda, 80% dos clientes mundiais e 88% dos brasileiros entrevistados afirmaram que quanto mais transparente um negócio online demonstra ser, maior será a confiança em transacionar com esta empresa.

Para 70% dos consumidores globais e 56% do Brasil não haveria problema em fornecer mais dados em transações eletrônicas, se isso resultasse em mais benefícios para eles. Além disso, 72% dos brasileiros entrevistados estão dispostos a passar por processos mais completos ao abrir uma conta online se as etapas forem reduzidas nos futuros acessos.

“Segurança, clareza e transparência são essenciais para estabelecer um relacionamento de confiança e fidelidade. O consumidor precisa ter a percepção de que há um interesse, por parte das empresas, na proteção de seus dados.", diz Eduardo Castro.


Metodologia

A pesquisa 2019 Global Identity and Fraud Report realizada pela Experian ouviu mais de 10.000 consumidores em 21 países no mundo, que representam 40.000 dispositivos, 85.000 contas virtuais e mais de 480.000 transações eletrônicas realizadas no último ano Também participaram do levantamento mais de 1.000 empresas com receita anual média de US$ 3,1 bilhões cada, totalizando US$ 3,4 trilhões, dos quais US$ 2,3 trilhões foram gerados por meio de canais digitais.

Experian

Tragédias e ataques nas escolas: deixamos de ser expectadores


A escola é uma das instituições mais relevantes de um país. É através dela que são dados os primeiros passos para a evolução de uma sociedade. Porém, com o passar dos anos, não só a figura do professor foi perdendo respeito, como também as escolas se tornaram um ponto de amplificação da violência ocorrida nas ruas, demonstrando o impacto das mudanças na sociedade na vida das crianças e adolescentes.

Os resultados são muros e portões cada vez mais altos, descaracterizando a instituição escolar, que não resolvem o cerne da violência neste espaço, além dos alunos com necessidades de ajuda comportamental, que são vítimas de bullying, crise de ansiedade, depressão, dependência química, entre outros problemas.

Somado a isso, vemos uma gestão pública ineficiente com poucos movimentos para combater as razões estruturais da insegurança nas ruas e tampouco nas escolas. É sabido que é preciso olhar de forma prioritária para questões administrativas e de infraestrutura nas instituições de ensino. Os governantes também precisam olhar com mais inteligência para os programas de melhoria de segurança pública. São inúmeras as saídas para brecar o avanço de criminalidade, inclusive nas escolas.

Policiamento e rotas ostensivas são necessárias, mas conscientização e treinamentos também são igualmente fundamentais. Pessoas treinadas tornam-se mais eficazes em situações de risco. Não limitando-se ao uso do armamento de fogo, mas sim de termos pessoas bem preparadas para casos inesperados. O Brasil não está acostumado com isso. No México, por exemplo, pessoas são treinadas para abalos sísmicos. Nos Estados Unidos há simulações para ataques em escolas. Ou seja, temos que olhar para fora e reconhecer que não somos mais expectadores de tragédias internacionais.

Em aspectos práticos, a adoção de medidas de primeiro nível de segurança já seria um passo inicial para garantir a integridade de alunos e professores. A criação de um sistema de inteligência, contemplando o monitoramento comportamental dos estudantes de canais de ajuda é o ponto inicial para criar círculos que possam identificar e antecipar tragédias. Essas iniciativas integradas, somadas ao mapeamento dos riscos, revisão dos procedimentos, e das estruturas físicas e tecnológicas das escolas, seminários de comportamento preventivo treinamentos periódicos dos agentes de segurança para capacitar estes profissionais a identificarem situações vulneráveis e como agir nos momentos de crise são medidas que ajudariam no controle da violência.

Lembrando que não são regras, mas sim boas práticas de segurança e proteção nos ambientes escolares. Alunos, educadores e pais agradecem.





Ellen Pompeu - especialista em segurança e sócia-diretora da ICTS Security, consultoria e gerenciamento de operações em segurança, de origem israelense.

Posts mais acessados