O
uso de óculos escuros pode parecer apenas uma questão de estilo, mas o
acessório é importante para prevenir diversos problemas que podem afetar a
visão e os olhos. Proteger os olhos dos raios solares é tão importante quanto
proteger a pele.
Mas, infelizmente, a maioria da população desconhece essa informação. Uma
pesquisa feita nos Estados Unidos, mostrou que 70% da população não usa óculos
de sol e esse número é ainda maior entre os mais jovens.
Um dos problemas da exposição ao sol sem proteção para os olhos que pode
acontecer é o pterígio. Comum em pessoas que passam muito tempo ao ar livre, a
condição se caracteriza pelo crescimento de um tecido rosado na conjuntiva, a
membrana que reveste a parte interna das pálpebras. O formato da lesão lembra
uma asa; e é daí que vem o nome, pois pterígio deriva do grego ‘pterygion’,
que significa asa. Geralmente, costuma afetar os dois olhos.
Segundo a oftalmologista Dra. Tatiana Nahas, especialista em cirurgia de pálpebras
e chefe do setor de plástica ocular da Santa Casa de São Paulo,
o pterígio costuma surgir mais próximo do nariz e crescer em direção à pupila.
“O pterígio tem propensão a crescer e a apresentar recidivas, ou seja, mesmo
depois de tratado pode voltar a crescer. Assim, alguns estudos sugerem que esta
lesão tem características semelhantes às de um tumor, embora não seja. É um
processo proliferativo e inflamatório, em que o tecido cresce e invade outras
estruturas, assim como acontece nas neoplasias”.
Sol ainda é o principal fator de risco
O pterígio é muito comum em pessoas que trabalham expostas ao sol ou que passam
a maior parte do tempo ao ar livre, como salva-vidas, surfistas, marinheiros,
assim como em pessoas que costumam se expor muito ao sol anos finais de semana.
A condição costuma aparecer com maior frequência em homens entre 30 e 50 anos e
é mais comum em pessoas com olhos claros. Apesar de ter uma incidência maior em
regiões próximas ao Equador, o pterígio atinge cerca de 10% da população
mundial.
Sinais e sintomas
“O primeiro sinal do pterígio será a membrana, que afeta a estética ocular.
Pode também causar irritação ocular devido a distúrbios do filme lacrimal sobre
o pterígio e inflamação localizada. Por último, a lesão pode afetar a acuidade
visual devido a dois fatores: pelo desenvolvimento de um astigmatismo irregular
e/ou quando o pterígio cresce em direção ao eixo visual/centro da córnea”,
explica Dra. Tatiana.
Tratamento pode ser feito com cirurgia
Inicialmente, o tratamento visa diminuir a irritação ocular e/ou a inflamação.
Porém, se o pterígio cresce e começa a afetar a visão, a cirurgia será
indicada. “Entretanto, mesmo após a cirurgia, o paciente pode desenvolver
novamente o pterígio, já que é uma condição propensa às recidivas”, explica a
oftalmologista.
A importância dos óculos de sol
Como o principal fator de risco é a exposição ao sol, a melhor forma de
prevenir o pterígio é usar óculos de sol com lentes protetoras. Além dos
óculos, bonés ou viseiras também podem ajudar a proteger os olhos.
Lembrando que mesmo nos dias nublados ou no inverno, há incidência de raios UVA
e UVB, portanto, a necessidade de usar óculos é permanente.
Dra. Tatiana ressalta que o pterígio é apenas uma das lesões decorrentes da
exposição desprotegida ao sol. “Há outros problemas que podem surgir, como
catarata, degeneração macular, fotoceratite e câncer de pele nas pálpebras”.
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quinta-feira, 21 de junho de 2018
Conheça as doenças respiratórias que mais precisam de atenção durante o inverno
Mudanças de temperatura e o tempo seco começam a
surgir e provocam alerta na população que convive com asma e DPOC
Com
a chegada do inverno, fatores que estimulam o agravamento de doenças
respiratórias, como o contato com ácaros, baixa umidade e resfriamento do ar,
tornam-se ainda mais frequentes. Além da redução do número de chuvas e o
aumento de partículas nocivas no ar, as pessoas costumam ficar aglomeradas em
ambientes fechados, tudo isto aumenta a chance de contaminação,
principalmente para indivíduos com doenças respiratórias, como asma
e DPOC, tornando-se mais suscetíveis a infecções. Essas pessoas devem ter
atenção redobrada para contágios, principalmente com vírus e bactérias. “No
inverno a possibilidade de transmissão de doenças respiratórias é maior. Por
isso, é muito importante evitar locais muito cheios e fechados, ter cuidado redobrado
com as mãos, que costumam estar carregadas de vírus e bactérias”, explica o
pneumologista, Dr. William Salibe.
Conheça abaixo algumas particularidades dessas doenças e como o inverno
influencia nelas:
Asma
Trata-se de uma doença inflamatória dos brônquios que em geral tem
origem alérgica. A inflamação das vias aéreas ocasionada pela doença causa o
estreitamento dos brônquios e bronquíolos (canais por onde o ar passa nos
pulmões), provocando sintomas, como ‘chiado’, tosse e falta de ar, comprometendo
a respiração do paciente. Há também um aumento na produção de muco, o que
pode agravar ainda mais o problema respiratório, resultando em uma maior
dificuldade de respirar. A falta de um tratamento adequado pode levar a um
quadro de asma não-controlada e até mesmo casos fatais. O melhor tratamento é o
uso de medicações inaladas de controle (como por exemplo o corticóide
inalado) seguindo a orientação de um médico que nos casos mais complexos pode
ser um especialista (Pneumologista ou Alergista).
DPOC
A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica compreende a bronquite
crônica e o enfisema. Os sintomas mais comuns são falta de ar e a tosse crônica
com expectoração. O principal fator causal ainda é o tabagismo, porém as
partículas nocivas presentes na poluição ambiental e interna (ex. exposição
contínua à fumaça de forno de lenha) também podem acarretar na doença a
longo prazo, ou mesmo agravar um quadro já instalado. No inverno temos um nível
maior de poluição no ar, o que aumenta o risco nesta época do ano.
Pneumonias
As Pneumonias são infecções do pulmão que podem atingir qualquer
pessoa. Na maioria dos casos, decorrem a partir de um quadro gripal, quando a
infecção viral atrapalha o sistema imunológico e altera as defesas pulmonares
facilitando a entrada das bactérias. Os sintomas são a tosse, normalmente com
expectoração, febre, falta de ar e dor torácica. A prevenção das pneumonias
pode ser feita diminuindo os riscos de adquirir uma infecção viral ou mesmo
bacteriana, sendo indicado a vacinação, principalmente para alguns grupos
de riscos, como idosos, portadores de doenças respiratórias crônicas, doenças
cardíacas, diabetes, entre outros.
Algumas medidas importantes no inverno são: manter o organismo
hidratado, evitar aglomerações em lugares fechados e mal ventilados, contato
com fumaças tóxicas, além de realizar frequentemente a higienização das mãos
com água, sabão e álcool gel.
Chiesi
Doença de Crohn e Retocolite Ulcerativa: conheça os sintomas e tratamento das doenças inflamatórias intestinais
Novos tratamentos promovem uma melhor qualidade de vida aos pacientes
No
Brasil, as Doenças Inflamatórias Intestinais (DII) atingem 13,25 em cada 100
mil habitantes, sendo 53,83% de doença de Crohn e 46,16% de retocolite
ulcerativa, segundo dados apresentados no “I Congresso Brasileiro de Doenças
Inflamatórias no Brasil (GEDIIB)”, realizado em abril, na cidade de Campinas
(SP). No mundo, essa condição atinge mais de 5 milhões de pessoas, segundo dados
divulgados pela Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP).
As DII
podem ser definidas como um grupo de doenças crônicas, que causam um processo
inflamatório no trato gastrointestinal. Representadas pela doença de Crohn e a
retocolite ulcerativa, as DII podem
ocorrer em qualquer idade, mas são mais comuns em adolescentes e adultos
jovens, entre 15 e 40 anos, tendo um segundo pico de incidência por volta dos
55 e 60 anos.
Segundo a
gastroenterologista e coordenadora clínica do Ambulatório de Doenças Inflamatórias
Intestinais do Hospital Felício Rocho, Carolina de Paula Guimarães Baía, a
doença de Crohn é mais comum em mulheres e tem caráter transmural, podendo
ocorrer em qualquer parte do trato digestivo, da boca ao ânus. “Já a
retocolite ulcerativa, parece acometer igualmente homens e mulheres e ocorre
apenas no reto e cólon (intestino grosso), com um processo inflamatório
restrito a mucosa e de ocorrência contínua”, explica.
Carolina
Baia destaca que de um modo geral, as doenças inflamatórias intestinais têm
maior incidência em países desenvolvidos, como os do norte da Europa, os
Estados Unidos e o Canadá.
De acordo
com a médica, nos últimos anos houve um aumento do número de casos em outras
regiões europeias, no Japão e em algumas regiões da América do Sul, como a
Argentina, Chile, Uruguai e nas regiões Sul e Sudeste do Brasil. “Acredita-se
que essa preferência por países desenvolvidos esteja relacionada ao elevado
padrão de higiene. Existe uma teoria que defende que a falta de contato com
agentes infecciosos e parasitários na infância, faria com que o sistema
imunológico dessas pessoas se tornem incapazes de produzir respostas
imunológicas adequadas, o que contribuiria para o desenvolvimento da doença”,
esclarece.
Carolina
de Paula Guimarães Baía ressalta que os fatores ocasionadores das DII e a
maneira que os mesmos se manifestam, ainda são pouco compreendidos. Segundo
ela, alguns autores defendem que a flora intestinal pode estar envolvida no
processo de desenvolvimento da doença. “Outras causas observadas, é que
pacientes com este tipo de enfermidade, geralmente, têm um sistema imunológico
alterado e um intestino mais permeável à entrada de diversos microrganismos.
Fatores ambientais parecem estar envolvidos e vários já foram implicados, como
a dieta, o uso de contraceptivos orais, vacinas e infecções, mas o único que
tem o seu envolvimento comprovado é o tabagismo. O fumo parece predispor à
doença de Crohn e piorar o seu curso”, comenta.
As
doenças inflamatórias intestinais se caracterizam por períodos sintomáticos e
assintomáticos. Dentre seus principais sintomas estão a dor abdominal,
diarreia, emagrecimento, palidez, febre, perda de apetite e fraqueza. Os pacientes também podem apresentar manifestações
extra-intestinais da doença como dor e inflamação das articulações (artrite e
artralgia), aftas na boca, lesões de pele como eritema nodoso e pioderma
gangrenoso, alterações oculares e colangite esclerosante primária.
Na doença
de Crohn a sintomatologia é variável e depende do local acometido, com isso, se
a mesma ocorrer no estômago e duodeno, por exemplo, o paciente pode apresentar
apenas dor abdominal, náuseas e vômitos. “Caso a doença atinja o intestino
delgado e/ou grosso, os principais sintomas são a diarreia e a dor abdominal. A
inflamação também pode causar a formação de fístulas (canal patológico de
comunicação entre dois órgãos), a obstrução do intestino e quadros semelhantes
à uma apendicite aguda”, aponta.
No caso
da retocolite ulcerativa, os sintomas podem se
manifestar por meio de diarreia com presença de sangue e dor abdominal, sem a
formação de fístulas ou obstrução intestinal.
Por não
apresentar sintomas específicos e não dispor de exames direcionados para o
reconhecimento da doença, o diagnóstico das DII é um grande desafio. Carolina
Baia explica que o diagnóstico da patologia é realizado associando-se a
sintomatologia dos pacientes às alterações em exames laboratoriais de imagem e
em análises endoscópicas e histológicas. “É preciso considerar todas as
particularidades dos sintomas e alterações em exames dos pacientes, pois várias
outras doenças podem apresentar as mesmas características”, alerta.
Até o
momento, as DII não têm cura, mas dispõem de tratamentos que promovem uma
melhor qualidade de vida aos pacientes “O tratamento convencional envolve a
indicação de aminossalicilatos, corticóides e imunossupressores. Caso o
paciente não obtenha resposta satisfatória a todos estes métodos, é indicado o
uso de medicamentos biológicos. O tratamento cirúrgico também pode ser
necessário, mas geralmente só é realizado nos casos de complicações como
fístulas, abscessos, estenoses, perfurações, megacólon ou naqueles pacientes
refratários a todo arsenal terapêutico”, conclui.
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