Pesquisar no Blog

terça-feira, 5 de junho de 2018

Um respiro (saudável) em meio à paralisação


A greve dos caminhoneiros, finalizada na última quarta-feira (30/05), causou diversos transtornos em todo Brasil, mas teve também pontos positivos. Entre eles, o benefício ao meio ambiente e a saúde das pessoas, graças à redução da emissão de poluentes na atmosfera.


Mesmo que não existam dados oficiais divulgados após os dez dias de paralisação nas estradas brasileiras, a diminuição no volume de gases de efeito estufa liberados na atmosfera é notória. No País, caminhões e ônibus são alvos constantes do controle de emissões, pois são responsáveis por aproximadamente 90% da liberação de poluentes - mesmo representando menos de 5% da frota rodoviária brasileira -, os quais pioram a qualidade do ar e impactam na saúde das pessoas.

Atualmente, o Brasil possui uma frota de cerca de 2 milhões de caminhões de carga, e estimativas de algumas entidades do setor calculam que mais de 1 milhão aderiram à última greve. Se levarmos em conta os 102 milhões de toneladas de CO2e emitidas em 2016, somente por veículos de transporte de carga - de acordo com o Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa (SEEG) do Observatório do Clima -, é possível fazer uma rápida conta e verificar o quanto o meio ambiente "ganhou" nesses dias: cerca de 2,83 milhões de toneladas de CO2e deixaram de ser emitidos nos dez dias de paralisação.

Isso sem contar a diminuição da frota circulante de automóveis, em virtude da falta de combustíveis nos postos. É claro que as emissões oriundas da utilização de óleo diesel não são as únicas que preocupam. Mas, por conta dos últimos  acontecimentos, é inevitável pensarmos em novas fontes de energia para melhorar a qualidade do ar e diminuir os efeitos do aquecimento global.

Um estudo realizado por cientistas da The Nature Conservancy (TNC) e de outras 15 instituições, divulgado em novembro de 2017, apontou que a restauração de florestas, a recuperação de solos e a proteção de mangues - que reduzem emissões de gases do efeito estufa por meio da conservação ambiental - podem ser tão impactantes para a diminuição dos efeitos das mudanças climáticas, quanto a eliminação completa da queima de combustíveis fósseis. O estudo reforça também a importância de governos, empresas e comunidades incluírem as soluções naturais como parte do esforço para conter o aquecimento do planeta, além da mudança para energias renováveis e o incentivo aos carros elétricos.

As ações de mitigação e adaptação à mudança do clima, chamadas Soluções Baseadas na Natureza (Adaptação baseadas em Ecossistemas à mudança do clima - AbE), são um dos principais chamarizes para inserirmos a conservação da natureza nas agendas políticas, nas estratégias empresariais e nas demandas da sociedade. No Brasil, o número de projetos com AbE ainda é pequeno, mas conta com um potencial enorme, ainda mais se somados a ações efetivas do Governo.

Com a greve tivemos, mais uma vez, um exemplo do quanto somos reféns do transporte rodoviário no Brasil e, consequentemente, do diesel - visto que a luta dos caminhoneiros iniciou justamente pela redução no valor desse combustível. E isso nos faz pensar que estamos cada vez mais longe de contribuir para o objetivo maior do Acordo de Paris, que é o de manter o aumento da temperatura média da Terra, até o final do século, bem abaixo dos 2°C, e continuar os esforços para limitá-lo a 1,5°C. Já passou da hora de inserirmos na nossa rotina e na nossa cultura ações de conservação bem como de redução de emissões de gases de efeito estufa. Precisamos entender que nossas atitudes hoje serão resultado do futuro das próximas gerações.






André Ferretti - gerente na Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, membro da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza e coordenador geral do Observatório do Clima.

NPV realiza campanha permanente de conscientização sobre a importância da adubação para a segurança alimentar


Com o objetivo de informar sobre os benefícios e a importância do uso de fertilizantes para garantir a produção de alimentos mais saudáveis e suprir a demanda, um grupo de cientistas, representantes de associações, sindicatos e da indústria de fertilizantes perceberam a necessidade de fazer um trabalho educativo e esclarecedor ao público leigo brasileiro. Assim surgiu a iniciativa Nutrientes para a Vida (NPV).

Dados oficiais apontam que o Brasil é o 3º maior produtor agrícola e 9º maior detentor de florestas plantadas do mundo. Com 72,2 milhões de hectares plantados com culturas anuais e perenes e 172 milhões de hectares com pastagem, é também o 4º maior mercado de fertilizantes do mundo; somente em 2017 foram consumidos cerca de 34,4 milhões de toneladas.

Entretanto, apesar dos benefícios e resultados na produção agropecuária, os consumidores e o público em geral desconhecem a importância dos fertilizantes para o Brasil. Nos últimos 40 anos, a produção de grãos aumentou 408%, com um aumento de área de apenas 63%. Como consequência, houve um crescimento na produtividade de 211%. Neste mesmo período, o aumento no consumo de fertilizantes foi de 385%.

Isso permite relacionar o melhor rendimento das culturas de grãos ao uso de adubos. Sem sua utilização, haveria necessidade de derrubar 129 milhões de hectares para obter a mesma quantidade de grãos. Assim, pode-se deduzir que o uso de fertilizantes é o caminho para o aumento da produtividade das culturas e a preservação de nossas florestas.   

Para entender a importância e a necessidade de o solo ser bem cuidado, faremos uma comparação com a pele.

Quando falamos em pele, pensamos imediatamente em seres humanos. Maior órgão do nosso corpo, a pele necessita de cuidados rotineiros para torná-la mais saudável, bonita e, assim, protegê-la da ação do tempo e evitar doenças. É ela, também, que colabora com outros órgãos para controlar a temperatura corporal, papel fundamental para a nossa sobrevivência.

Mas, e se pensarmos na camada arável do solo como uma pele que recobre a Terra, com o diâmetro de 12.742 km, ou seja, 12.742.000 metros ou 1.274.200.000 cm? Dentro desse escopo, considerando os 30 cm superficiais como “a fina pele do planeta”, que requer cuidados para se manter saudável e produtiva, quais seriam os tratamentos necessários para que o solo se mantenha ativo e fértil? Fazendo um paralelo, quais seriam os cremes, hidratantes e protetor solar do solo para repor as perdas de nutrientes necessários para a produção de alimentos?

A camada arável, que tem entre 20 e 30 cm de profundidade, é a pele da Terra, parte do solo onde o sistema radicular das plantas se desenvolve e absorve água e os nutrientes quando disponíveis. É nesta camada em que são aplicados os fertilizantes, que irão repor os nutrientes perdidos pela erosão e pela chuva, que percola no solo, ou aqueles que são exportados com os alimentos colhidos.  

Quando pensamos na profundidade de um solo, logo verificamos que sua parte arável é uma fina camada sobre a Terra, que pode parecer insignificante para nutrir uma planta, mas não é. Esta pequena parcela do solo é onde está concentrada a maioria dos nutrientes que fazem um vegetal se desenvolver e produzir alimentos.
A perda desta camada significa redução da fertilidade do solo e, consequentemente, da produtividade, causando a falta de alimentos e o caos da fome. Assim como a pele em relação ao corpo, maior órgão que temos, apesar de ainda ser pequeno em comparação ao todo, mas fundamental para a nossa sobrevivência, a camada arável do solo, apesar de muito fina, é quem nutre toda a vida terrestre.  

Por isso, quem entende de cultivo, agricultura, plantas e alimentos define essa camada superficial como “a fina pele do planeta”.

Como a nossa pele, essa camada necessita de muitos cuidados, sendo o principal a correta adubação, com nutrientes na dose, época e local certos e sempre aplicando a fonte correta. A adubação balanceada permite a produção de alimentos saborosos e nutritivos, garantindo a segurança alimentar e nutricional da população.

Por isso, é necessário que todos saibam a importância de manter o solo saudável, produtivo e pronto para o cultivo.

O solo é a pátria, cultivá-lo e conservá-lo é engrandecê-la e garantir a sustentabilidade e a vida.


ONU Meio Ambiente e Sebrae lançam plataforma de Ecoinovação para pequenos negócios


 Dia Mundial do Meio Ambiente

A ONU Meio Ambiente e o Sebrae, por meio do Centro Sebrae de Sustentabilidade (CSS), comemoram o Dia Mundial do Meio Ambiente, em 5 de junho, com o lançamento inédito no país do seu Portal de Ecoinovação (www.ecoinovacao.com.br). A plataforma reúne informações e conteúdos interativos, como infográficos, publicações e vídeos, que auxiliam o empreendedor brasileiro a embarcar no movimento global da sustentabilidade corporativa, reduzindo o impacto em toda a cadeia de valor do seu negócio enquanto aumenta a produtividade e melhora o seu posicionamento de mercado. 

A Ecoinovação é uma metodologia desenvolvida pela ONU Meio Ambiente e foi adaptada pelo Centro Sebrae de Sustentabilidade para os micro e pequenos negócios brasileiros. Ela propõe um olhar diferenciado sobre cada elo das cadeias produtivas visando maior competitividade, qualidade de vida para os cidadãos e respeito ao meio ambiente. 

Por meio do novo portal, a metodologia torna-se acessível a qualquer pessoa que queira iniciar um negócio ecoinovador ou transformar um empreendimento já existente. Além do conteúdo do site, um dos materiais disponibilizados para download é a cartilha Ecoinovação nos Pequenos Negócios, que explica o conceito de maneira didática e apresenta o passo a passo para quem quiser implementar a ecoinovação.

O portal também contempla uma série de vídeos que contam a história do Alberto, um empresário do ramo de confecção de camisetas, e de como a ecoinovação impulsionou o seu negócio. A linguagem simples e dinâmica da animação acompanha cada uma das cinco etapas pelas quais o Alberto passou para reposicionar a sua empresa no mercado: compreender o ciclo de vida, revisar a estratégia, repensar o modelo de negócio, estabelecer um plano de ação e avaliar os resultados. 

“Empresas ecoinovadoras conseguem desenvolver novos modelos de negócios que integram a sustentabilidade em seus processos de decisão com base no ciclo de vida dos seus produtos e serviços. Essa mudança estrutural gera ganhos econômicos, sociais e ambientais não só para a empresa como para todos os entes da sua cadeia de valor”, afirma Denise Hamú, Representante da ONU Meio Ambiente no Brasil.

“A adequação que fizemos objetivou facilitar o acesso dos pequenos negócios a este conceito mundial, essencial para a evolução dos negócios, visando atender as crescentes demandas do consumo responsável”, explica Suênia Sousa, gerente do CSS. Ao conhecerem o conceito de Ecoinovação, empresários e empreendedores poderão oportunizar resultados imediatos em seus negócios e conquistar consumidores, cada vez mais exigentes, acrescenta Sousa.


Por que ecoinovar?

A incorporação da sustentabilidade na estratégia do negócio garante a sobrevivência da empresa no mercado altamente competitivo, melhora seu desempenho ambiental e amplia os lucros. A Ecoinovação permite que as empresas cresçam respondendo às mudanças do mercado, se adiantando às tendências e se destacando dos concorrentes com soluções inovadoras.

O processo de inovação é contínuo, pois não se inova uma única vez. Por isso, a inovação deve ser a essência do negócio. Entre as vantagens da Ecoinovação para os pequenos negócios se destacam: a criação de serviços e produtos diferenciados e inovadores; acesso a novos mercados, inclusive internacionais; aumento da rentabilidade ao longo da cadeia de valor; ampliação e diversificação do público-alvo atingido; relações colaborativas entre os participantes da cadeia de valor; aumento da produtividade e capacidade técnica; redução dos impactos ambientais e sociais; ampliação da visibilidade dos resultados de sustentabilidade; otimização de matérias-primas; conhecimento de cada elo do ciclo de vida; visão holística da empresa; facilidade na busca de certificações para seus produtos; mais segurança para enfrentar os desafios da sustentabilidade; entre outros. 





Sobre o Centro Sebrae de Sustentabilidade (CSS)
O CSS é a unidade de referência nacional do Sistema Sebrae em sustentabilidade, localizada junto à sede do Sebrae Mato Grosso em Cuiabá. Sua missão é desenvolver e disseminar conhecimento sobre o tema sustentabilidade para subsidiar o atendimento às micro e pequenas empresas em todo o país pelo Sebrae, visando a inclusão desses empreendimentos na nova economia ou economia em transição. A sede do Centro é um exemplo de construção sustentável, cujo projeto arquitetônico foi baseado nas casas indígenas dos povos do Xingu.
Este prédio possui várias certificações e conquistou vários prêmios nacionais e internacionais. As últimas conquistas foram dois troféus no Breeam Awards 2018, concedidos pela instituição britânica Building Research Establishment (BRE), em março passado, em Londres. O primeiro foi na categoria Novas Edificações Em Uso na América (disputado com cinco prédios norte-americanos), e o segundo foi  na categoria Júri Popular, via votos digitais de vários países que escolheram o prédio do CSS como o mais sustentável do certame internacional. O CSS já produziu mais de 440 conteúdos em diferentes formatos como cartilhas, infográficos, vídeos, estudos de tendências, pesquisas, casos de sucesso, relatórios de inteligência, entre outros, para os pequenos negócios brasileiros. Todos estão acessíveis no portal www.sustentabilidade.sebrae.com.br.



Sobre a ONU Meio Ambiente
A ONU Meio Ambiente é a principal voz global em temas ambientais. Ela promove liderança e encoraja parcerias para cuidar do meio ambiente, inspirando, informando e capacitando nações e pessoas a melhorarem a sua qualidade de vida sem comprometer a das futuras gerações. A ONU Meio Ambiente trabalha com governos, com o setor privado, com a sociedade civil e com outras instituições das Nações Unidas e organizações internacionais pelo mundo. Descubra mais em http://unep.org/americalatinacaribe/br


Posts mais acessados