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sexta-feira, 23 de março de 2018

Ministério da Saúde adota novo medicamento para tratar a tuberculose


 Nova fórmula permitirá ao paciente substituir a ingestão de 3 comprimidos por 1. Medida visa garantir a adesão do paciente ao tratamento 


Pacientes com tuberculose terão acesso a um novo tratamento com menor quantidade de comprimidos, passando de três para uma ingestão diária. Isso será possível com a nova apresentação do medicamento Isoniazida de 300 mg, que além de permitir redução dos comprimidos, favorece a adesão ao tratamento. O medicamento estará disponível a partir de maio na rede pública. Para a implantação da Isoniazida 300mg, o Ministério da Saúde vai financiar uma pesquisa, desenvolvida pela Universidade Federal do Espírito Santo e com apoio de pesquisadores externos nos estados do Espírito Santo, Santa Catarina, Paraná, São Paulo e no Distrito Federal.

O Ministério da Saúde vai começar a distribuição pelos estados participantes da pesquisa: Espírito Santo, Santa Catarina, Paraná, São Paulo e no Distrito Federal. Para isso, a pasta adquiriu 5 mil caixas, que correspondem a 2,5 milhões de comprimidos. O objetivo é conhecer o processo de utilização do medicamento, bem como a sua oferta em tempo oportuno pelos serviços de saúde.

Para o secretário de Vigilância em Saúde, Adeilson Cavalcante, esse é mais um avanço no tratamento. "Nosso objetivo é garantir o que há de mais inovador para o tratamento da doença. Estamos investindo na cura, mas precisamos garantir que o paciente inicie e conclua o tratamento. Com a nova apresentação, vamos facilitar a vida do paciente que precisará tomar apenas um comprimido por dia. Com isso, estamos dando mais um passo para incentivar e melhorar cada vez mais a adesão dos pacientes ao tratamento”, destacou.


CAMPANHA – Para marcar o Dia Mundial de Combate à Tuberculose e estimular a adesão ao tratamento da doença, reduzindo a taxa de abandono, o Ministério da Saúde lança a campanha “Tuberculose tem cura. Todos juntos contra a tuberculose”. Para isso, o tratamento precisa ser feito até o final. O Brasil conseguiu atingir as Metas dos Objetivos do Milênio (ODM) de combate à tuberculose com três anos de antecedência e, em 2015, aderiu ao compromisso global de redução de 95% dos óbitos e 90% do coeficiente de incidência da doença até 2035.

A campanha vai ao ar entre os dias 23 e 30 de março e visa conscientizar as pessoas a procurarem a unidade de saúde para o diagnóstico e os pacientes a realizarem o tratamento completo, para atingir a cura. Além disso, a campanha pretende alcançar, prioritariamente, os homens entre 30 e 40 anos de idade, das classes C, D e E por meio de um filme com um jingle e peças para internet, outdoors, tv aberta, rádio, jornal e revista.
“Essa campanha enfatiza que a responsabilidade pelo sucesso do tratamento não é somente do paciente, e deve ser compartilhada com a equipe de saúde, família e amigos. Todos são partes importantes no processo de cura da doença”, explicou a coordenadora do Programa Nacional de combate à tuberculose, Denise Arakaki.


TESTE RÁPIDO – Em 2014, o Ministério da Saúde implantou no país a Rede de Teste Rápido para Tuberculose (RTR-TB), que utiliza a técnica de biologia molecular PCR em tempo real. Denominado “Teste Rápido Molecular (TRM), conhecido como Xpert MTB/Rif ®”, o teste detecta a presença do bacilo causador da doença em duas horas e identifica se há resistência ao antibiótico rifampicina, um dos principais medicamentos usados no tratamento.

Foram distribuídos 248 equipamentos para laboratórios de 128 Municípios, em todas as unidades da federação. Os municípios escolhidos notificam, anualmente, cerca de 65% dos casos novos de tuberculose diagnosticados no país. O investimento inicial do Ministério da Saúde para estas ações foi de cerca de R$ 17 milhões. Para monitorar a implantação desta rede, mensurar a realização dos testes e auxiliar a vigilância epidemiológica da doença, o Programa Nacional de Controle da Tuberculose publicou, em dezembro de 2015, um relatório em que estão descritas as principais atividades desenvolvidas pelos programas de controle da doença (nacional, estadual e municipal) e laboratórios municipais e centrais no primeiro ano de implantação da RTR-TB. 

Além disso, o Ministério da Saúde vai adquirir 70 mil frascos-ampolas do PPD, produto utilizado no teste tuberculínico para auxiliar no diagnóstico da infecção latente pelo Mycobacterium tuberculosis (ILTB). O quantitativo é suficiente para atender a demanda nacional e melhorar o rastreamento da doença.


CASOS - Em 2017, foram registrados 69,5 mil casos novos e 13.347 casos de retratamento (abandono ao tratamento) de tuberculose no Brasil. Em 2017, o coeficiente de incidência da doença foi de 33,5/100 mil habitantes em 2017. Os estados com maior proporção de retratamentos foram Rio Grande do Sul (23,3%), Rondônia (19,9%) e Paraíba (19,5%).

Nesse mesmo ano, o percentual de cura de casos novos foi 73%, maior do que se comparado ao ano de 2015 (71.9%). Os estados do Acre (84,2%), São Paulo (81,6%) e Amapá (81,7%) alcançaram os maiores percentuais de cura no mesmo ano. Em relação ao abandono, em 2016, o percentual foi 10,3%, duas vezes acima da meta preconizada pela Organização Mundial da Saúde (<5,0%).

Em 2016, foram registrados 4.426 óbitos por tuberculose, resultando em um coeficiente de mortalidade igual a 2,1 óbitos/100 mil hab., que apresentou queda média anual de 2,0% de 2007 a 2016.

No ano passado, o Ministério da Saúde lançou o Plano Nacional pelo Fim da Tuberculose como Problema de Saúde Pública, que ratifica o compromisso com a Organização Mundial de Saúde (OMS) de reduzir a incidência da doença na população mundial, que hoje é de aproximadamente 100 casos para cada 100 mil habitantes. A meta é chegar, até o ano de 2035, a menos de 10 casos por 100 mil habitantes. Juntamente com a redução da incidência, o Brasil também assume o compromisso de reduzir o coeficiente de mortalidade para menos de 1 óbito por 100 mil habitantes.


Tuberculose tem cura! Saiba quais são os sintomas da doença, formas de prevenção e tratamento





Ana Cláudia Amorim
Agência Saúde


Hospital das Clínicas recruta voluntários para os primeiros testes da vacina contra a Zika no Brasil


A infecção pelo vírus da Zika continua a ser um importante problema de saúde pública. O desenvolvimento de estratégias para prevenir a transmissão da doença é fundamental para reduzir as complicações da doença, principalmente problemas neurológicos e defeitos congênitos em mães que contraem a doença durante a gravidez. Uma vacina eficaz que previne a infecção pelo vírus poderá ser a principal forma de combater a epidemia.

O Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP está recrutando voluntários para testar vacina contra a Zika desenvolvida pelo Centro de Pesquisas de Vacinas (VRC), do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos. O objetivo é avaliar a segurança e a eficácia da vacina. O estudo, que terá duração de dois anos, vai comparar se a vacina induz resposta imune contra o vírus Zika e se protege contra a doença.

Os voluntários vão receber três doses da vacina nos primeiros dois meses de estudo. No entanto, metade dos voluntários receberá vacina e metade placebo, de forma aleatória (randômica), sem que ninguém saiba o que recebeu até o final do estudo.

O estudo ocorrerá simultaneamente em 21 centros de pesquisa espalhados pelos Estados Unidos, América Central e América do Sul. No Brasil, além do HCFMUSP, que pretende acompanhar 120 voluntários, a vacina também será testada na Universidade Federal de Minas Gerais, em Belo Horizonte.

O estudo foi aprovado por todos as instâncias brasileiras, que incluem, entre outros, o Comitê de Ética do Hospital das Clínicas da FMUSP, a CONEP e a ANVISA, ambos do Ministério da Saúde.


Voluntários

A participação de voluntários é essencial no desenvolvimento de pesquisas que contribuem para o combate de doenças como a Zika, que podem provocar incapacitação e morte. Ao todo, o estudo pretende contar com a colaboração de 2.400 voluntários.

Podem ser inscrever como voluntários pessoas de ambos os sexos, com idade entre 15 e 35 anos, sadias e que não tenham tido Zika, residentes em área endêmicas ou potencialmente endêmicas (incluindo os moradores de São Paulo), com disponibilidade para participar do estudo durante dois anos. As mulheres devem concordar em não engravidar durante esse período. 

Os aprovados na triagem serão acompanhados no Centro de Pesquisa Clínica do Hospital das Clínicas durante o prazo do estudo. Os voluntários não receberão pagamento por sua participação (a legislação brasileira não permite), mas serão ressarcidos dos gastos com transporte e alimentação nos dias de consulta.

Quem tiver interesse pode fazer o cadastro por meio do telefone 2661-7214, de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h.



Sobre a Faculdade de Medicina da USP (FMUSP)
Criada em 1912, a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) é reconhecida pelo seu pioneirismo e excelência, nos âmbitos de ensino, pesquisa e extensão universitária. A Instituição se consolidou como a principal escola médica do Brasil, à frente do principal complexo hospitalar do país, investindo em modernização, inovação tecnológica e plataforma educacional, e expandindo o processo de internacionalização para ser um centro educacional de referência mundial. É responsável por cerca de 14% da produção nacional das pesquisas na área médica.


Sobre o Hospital das Clínicas da FMUSP
Referência da medicina nacional na assistência, pesquisa e ensino, o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP é uma autarquia ligada à Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo. Ao longo de sete décadas se firmou como a maior instituição de saúde da América Latina, contando atualmente com 9 institutos especializados e 2 hospitais auxiliares, totalizando 2.500 leitos. Com uma equipe formada por 21 mil funcionários, realiza cerca de 124 mil consultas ambulatoriais por mês, 230 mil atendimentos de urgência e emergência por ano e 15 milhões de exames laboratoriais anualmente. São 600 mil m² de área construída no coração da cidade de São Paulo.


Sobre o Centro de Pesquisa do HCFMUSP
O Centro de Pesquisa é um dos maiores locais de realização de pesquisa clínica no Brasil. Entre vários estudos, vem participando do desenvolvimento de vacinas contra dengue e gripe, outras duas ameaças à saúde pública brasileira. Mais de 4.000 voluntários já participaram de pesquisas lideradas pelo grupo de cientistas envolvidos no presente estudo no HCFMUSP.



Sobre o VRC
O Centro de Pesquisas de Vacinas (Vaccine Research Centers, VRC) Dale and Betty Bumpers, o Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas (National Institutes of Allergy and Infections Diseases, NIAID) dos EUA e Institutos Nacionais de Saúde (National Institutes of Healthy, NIH) em Bethesda, Maryland, EUA são dedicados em transformar os mais recentes conhecimentos sobre a patogênese da doença e sobre imunologia, em novas estratégias de vacinas, a fim de proporcionar meios seguros e eficazes para prevenir e controlar doenças infecciosas.



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