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terça-feira, 25 de abril de 2017

De carona: Motoristas de ônibus são considerados embaixadores do serviço de transporte



Mais de 34 milhões de passageiros utilizam o serviço no Brasil todos os dias


Transportar milhares de pessoas com segurança todos os dias é a principal atribuição dos motoristas de ônibus. Além de comandarem a direção, eles são os responsáveis por receber e instruir os usuários durante o trajeto. Primordiais ao funcionamento das cidades, esses profissionais são os protagonistas desta edição da série “De carona”, produzida pela Perkons para destacar os desafios dos trabalhadores cuja função está, diretamente, envolvida com o trânsito.

Para se ter ideia da relevância da classe, de acordo com levantamento da Associação Nacional das Empresas de Transporte Urbano (NTU), 34,4 milhões de passageiros utilizam o serviço no Brasil todos os dias. Apenas para atender a demanda da cidade de São Paulo, cuja população gira em torno de 11 milhões de habitantes, são cerca de 15 mil ônibus em operação, em aproximadamente 1300 linhas. Para operá-los, são necessários mais de 32 mil motoristas. Segundo dados do Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros de São Paulo (SPUrbanuss), esses veículos transportam perto de seis milhões de pessoas, todos os dias. Em 2016, foram transportados 2,9 bilhões de passageiros nos coletivos urbanos da capital.

Para o presidente do SPUrbanuss, Francisco Christovam, o papel desempenhado pelos condutores de ônibus é tão relevante que os coloca na posição de “embaixadores” do serviço de transporte. “Esses profissionais têm o contato direto com os viajantes e, por isso, precisam não só de treinamentos voltados à direção segura, defensiva e econômica, mas também de urbanidade. Por outro lado, merecem ser tratados com civilidade pelos usuários, já que são eles que garantem um dos direitos fundamentais: o de ir e vir”, destaca.

Esse tratamento respeitoso, do ponto de vista de Christovam, deveria ser estendido às ruas, com uma pista da via urbana destinada exclusivamente à circulação do transporte coletivo, por exemplo. “Assim, esse profissional não precisa se preocupar com os demais veículos e reserva sua atenção ao trajeto e às paradas. Em São Paulo 70% dos acidentes de ônibus são provocados por terceiros e não pelo motorista do transporte coletivo”, completa.


Mais da metade dos motoristas classificam profissão como desgastante

Para ser condutor de ônibus é preciso ter a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) habilitada nas categorias D e E, além de passar pela capacitação para motoristas do transporte coletivo exigida pelo Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN). De acordo com a legislação que dispõe sobre o exercício da profissão de motorista, os profissionais à frente de coletivos podem dirigir durante oito horas, prorrogáveis por mais duas, desde que haja intervalo mínimo de 30 minutos.

De acordo com pesquisa da Confederação Nacional do Transporte (CNT) realizada em dezembro de 2016 com 1.055 motoristas de ônibus, em 12 Unidades da Federação de todas as regiões do país, 70,6% afirmam que gostam de dirigir ônibus urbanos e 33% dizem que essa profissão oferece um salário melhor do que outras. Entre os pontos negativos, 57% destacaram que a profissão é desgastante, estressante ou fisicamente cansativa. Outros 35,9% consideram uma profissão perigosa e 19,8%, arriscada, devido à possibilidade de acidentes. Em relação à segurança, quase um terço (28,7%) diz ter sido vítima de assalto pelo menos uma vez nos últimos dois anos, enquanto 33,2% revelam ter se envolvido em pelo menos um acidente no mesmo período.

Mesmo com os treinamentos constantes e toda a responsabilidade que o condutor de coletivos precisa ter para zelar pelos usuários, nem sempre a profissão é  encarada com respeito e seriedade pela população em geral, o que compreende também motoristas de outras categorias. Essa é a opinião de Nivaldo Aparecido Araujo, que há 18 anos está atrás do volante  no Grupo Gatti/Gato Preto, de São Paulo. “Somos os principais responsáveis pela segurança dos passageiros e, para isso, também cuidamos do veículo verificando pneus, parte elétrica e limpeza. Nossa atenção é exigida desde a hora que nos apresentamos na garagem, muitas vezes de madrugada, e inclui estar alerta a passageiros que porventura possam causar problemas dentro do coletivo, sem contar a cautela para não se envolver em acidentes”, acrescenta.

Além da segurança, a atenção aos clientes também é uma das metas diárias de Edna Silvana Carvalho, motorista da Transporte Coletivo Glória, de Curitiba, há quatro anos. Admitida como cobradora, ela se inscreveu no programa interno da empresa e, desde o início, demonstrou interesse em ser promovida à motorista. Já com a CNH adequada à atividade, iniciou o treinamento, fez o teste e foi aprovada. “Entrei na empresa com o intuito de ser motorista. Eu sabia que tinha capacidade. Além disso, é uma carreira de mercado amplo e sempre haverá emprego. Eu procuro sempre ter paciência, principalmente com cadeirantes e idosos”, finaliza.



Como nos manter equilibrados sob o bombardeio de informações?



Vivemos em um mundo conectado, em que a tecnologia nos permite saber de tudo em tempo real – estar a um só tempo em contato virtual com dezenas de pessoas, acessar estudos em bibliotecas e portais, assistir vídeos, ler jornais e revistas do Brasil e do exterior. A cada segundo somos instigados a responder a uma chamada, a atender a um pedido, a ouvir um desabafo, a compartilhar sucessos de pessoas fisicamente ausentes. Mesmo sozinhos, ouvimos sons de todos os lados. É como se estivéssemos vivendo dentro de uma caixa de surpresas, perto de tudo, mas distantes de todos. Foi-se o tempo em que somente éramos ‘importunados’ pelo telefone.

Em casa, no escritório ou no carro vivemos sob o bombardeio constante de informações e de convites ao hedonismo sobre o qual está baseado o mundo moderno. Quando todos podem falar, escrever e produzir imagens, fica difícil ouvir, ler e escolher. Mergulhados nesta nova realidade, como podemos nos manter equilibrados, operantes e produtivos? Convenhamos, não é nada fácil, já que não acompanhar o que circula ao nosso redor pode resultar em isolamento na família, entre amigos e no ambiente de trabalho. E mais difícil: como separar o aproveitável do descartável nessa floresta de surpresas? E como nos manter pessoas e profissionais criativos, críticos e independentes – ou estudantes concentrados nos estudos e na própria formação?

Este é o novo mundo em que vivemos, marcado pela instantaneidade, mudanças constantes, cobranças crescentes e falta de tempo para dar conta de todas as demandas. O grande risco é virarmos ‘baratas tontas’, perdermos o rumo, indo de um lado para outro sem saber aonde queremos chegar, como se fôssemos escravos das tecnologias que nos envolvem ou que carregamos nas mãos. Apenas para ilustrar, foi a “distração” com um celular durante a entrega do Oscar 2017 que provou a troca de envelopes e a gafe do ano em Hollywood – com o anúncio equivocado do melhor filme.

Mais do que nunca, precisamos parar, ficar uma parte do dia em silêncio, reavaliar nossos passos e condutas e criar uma estratégia para nossas vidas, tendo como norte a conquista da felicidade através do equilíbrio interior e a da vivência de uma vida positiva. Não podemos perder o rumo e desperdiçar tempo precioso. É vital definir um plano de vida de longo prazo que vai nos ajudar a alcançar um grande objetivo, planejando cada passo e as táticas que usaremos para concretizá-lo. Sejamos objetivos: é impossível agir assim se não nos abstrairmos dos ruídos que a cada minuto nos atacam de todos os lados.

O pensamento estratégico é uma parte importante da vida. Vale para o estudante que busca uma sólida formação, para o jovem que está na fase de decidir que profissão quer abraçar, para o executivo ou empresário que tem como principal missão fazer a empresa crescer, para o funcionário que busca se firmar na carreira, para os namorados que se preparam para formar uma família, para os pais e mães que se preocupam com a educação dos filhos e a manutenção da casa.

“Seremos gratos a nós mesmos no futuro se dedicarmos algum tempo agora para definir o curso da ação que queremos seguir e onde desejamos estar nas décadas que temos à frente”, diz Ryuho Okawa, líder espiritual japonês, em “As Leis da Invencibilidade – Como desenvolver uma mente estratégica e gerencial. Qual é o grande sonho que você quer realizar na vida? Desenhe a grande estratégia para torná-lo realidade e defina as táticas que irão ajudá-lo a consolidar seu plano, aconselha o autor.

Tenha claro que “nossa vida é uma cadeia formada pelos muitos ‘sins’ e ‘nãos’ que devemos dizer ao longo do caminho. Cada pequena decisão liga-se a todas as outras pequenas decisões, para criar nossa cadeia única de sucessos ou erros. Tomamos decisões todos os dias, para dizer sim ou não ou para ver as coisas de maneira positiva ou negativa. Nossa vida irá se encaminhar de acordo com nossa capacidade de tomar as decisões certas a respeito de cada problema que surgir à nossa frente” (de “As Leis da Invencibilidade”).

É importante saber o que acontece ao nosso redor e fazer bom uso de tudo o que a tecnologia da informação nos oferece. Mas, sem perder o foco. Esta é uma preocupação e uma tendência que ganham força entre educadores preocupados com a falta de concentração dos estudantes e em muitas empresas, onde o acesso às mídias sociais já é controlado. 

Para nos manter no rumo certo, preservando o equilíbrio interior, é vital administrar bem o nosso tempo. O relógio da vida não anda para trás. Saibamos deixar de lado o supérfluo. Fiquemos com o essencial.




Kie Kume - gerente da editora IRH Press do Brasil, que publica em português as obras de Ryuho Okawa.
Um dos autores mais prestigiados no Japão, Okawa tem mais de 2.200 livros publicados, ultrapassando 100 milhões de cópias vendidas, em 28 idiomas. (www.irhpress.com.br)




Pesquisas sobre acidentes de trânsito em SP não refletem a realidade



Para especialista da Abramet, dados contabilizam apenas as vítimas “in loco”


Para Dirceu Rodrigues Alves Júnior, especialista em medicina de tráfego e diretor de comunicação da Abramet (Associação Brasileira de Medicina de Tráfego), os dados divulgados semana passada pelo Infosiga (banco de dados do governo do Estado), que revelou aumento de 7% no número de mortos em acidentes de trânsito na capital paulista, não refletem a realidade, pois não mostram as mortes tardias, aquelas que ocorrem nos hospitais após o socorro no local. “Os dados do Infosiga contabilizam apenas as mortes ocorridas no local e não somam as mortes tardias, nos hospitais, decorrentes dos acidentes”, explica Rodrigues Alves.

Para o médico, o retrato real desta pesquisa deveria ser bem mais amplo e mostrar também as incapacidades temporárias e definitivas que resultam dos acidentes de trânsito. “Não podemos esquecer que estes acidentes de trânsito têm custos, os chamados custos médicos, que são cada vez mais elevados”, alerta o diretor da Abramet. “Muitos acham que o quadro se fecha no local da ocorrência, com o socorro in loco das vitimas, e não consideram as etapas posteriores. Às vezes, temos UTI’s lotadas com vítimas de acidentes de trânsito, não raro por ocorrências que poderiam muito bem ser evitadas”, acrescenta. 

Rodrigues Alves recorre aos estudos científicos para mostrar que, dentre as causas de acidentes de trânsito, a velocidade é dominante. “O cidadão não tem como hábito o respeito às regras de trânsito e as autoridades, por sua vez, passam ao achismo e deliberam absurdos”, afirma. Segundo ele, a velocidade precisa ser reduzida porque a cinemática do trauma mostra que, quanto maior a velocidade, mais grave são as lesões dos ocupantes. “A chegada de um politraumatizado do trânsito num pronto socorro tem custo elevado, que inclui a interrupção do trânsito, assistência pré-hospitalar, transporte terrestre ou aéreo, policiamento e ações dos agentes de trânsito”, revela. 

Estudo realizado na Inglaterra pela Transport Traffic Britânico mostra as consequências da velocidade no trânsito:

  • Acidente com veículo a 32 Km/h produz 5% de óbitos, 65% de lesionados e 30% de ilesos; 
  • Acidente com veículo a 48 km/h produz 45% de óbitos, 50% de lesionados e 5% de ilesos;
  • Acidente com veículo a 64 km/h leva 85% a óbito e 15% lesionados.

Na opinião do médico especialista da Abramet, é incompatível a relação do desenvolvimento humano, urbano, automotivo e mobilidade nos grandes centros. “Vias comprometidas por falta de manutenção, construções antigas e mal planejadas, que hoje não atendem à demanda. As calçadas e guias deixam os mais frágeis expostos a máquinas extremamente perigosas. São estreitas e irregulares, com desníveis e buracos. Tudo isso compromete aquele que se desloca a pé e que muitas vezes é obrigado a caminhar pelo asfalto”, afirma Rodrigues Alves. “Necessitamos de atitudes drásticas para atingirmos a mobilidade segura”, finaliza.




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