A transformação da realidade, de forma a garantir o desenvolvimento sustentável, a partir da prática, é um dos grandes desafios da sociedade na atualidade. A crise de abastecimento de água potável provocada pela má gestão dos recursos hídricos, aliada à destinação do lixo e de moradias em locais inadequados, além da ausência de serviços públicos como o tratamento de esgoto, redes de energia elétricas legais, pavimentação, entre outros, constituem os pilares da problemática que envolve a gestão da maioria dos municípios brasileiros.
A adoção de
determinadas práticas, como uma ampliação do conhecimento científico relacionado
ao meio ambiente e à sociedade nas regiões urbanas, constitui uma saída para
minimizar os atuais problemas existentes, bem como evitar problemas futuros. O
gerenciamento de resíduos, o incentivo à redução do consumo de materiais não
recicláveis, além da promoção da prática da separação do lixo e o incentivo a
políticas, programas e práticas que protejam as pessoas e o meio ambiente são
ações que devem ser priorizadas pelos prefeitos eleitos que buscam um
compromisso com os cidadãos, visando uma gestão de cidades para que elas venham
a ser sustentáveis e inovadoras.
É neste contexto
que estão inseridos os desafios dos novos gestores municipais. A forma
como serão encarados pode fazer a diferença entre trazer o verdadeiro
desenvolvimento às cidades ou piorar este quadro preocupante. É preciso ficar
atento em relação ao que estes gestores entendem por desenvolvimento, pois o
histórico observado até o momento reflete uma concepção, por parte da gestão,
de que desenvolvimento é sinônimo de industrialização e aumento de
"tecnologias de ponta". Não que estes fatores não sejam importantes
para a prosperidade e inovação em alguns municípios, porém há de se fazer
uma análise das condições locais e entender quais são as reais necessidades da
população, para então propor medidas de melhoria. A tarefa dos novos prefeitos
vai além do aumento das riquezas municipais; ela subentende também proporcionar
condições dignas de vida para as pessoas por meio da superação das
desigualdades e da atenção com as vulnerabilidades sociais, componentes
fundamentais do verdadeiro desenvolvimento.
Cidades sustentáveis e inovadoras terão que
promover discussões pertinentes às realidades que abrangem novos indicadores de
qualidade de vida: ética pública, ação cultural e serviços prestados ao
público. Além disso, é preciso socializar o diálogo dos diferentes setores
acerca do Estatuto das Cidades e do Plano Diretor. Os prefeitos eleitos terão
que adotar medidas de gestão eficiente, controle de gastos e deverão ser vistos
como manager city,
ou seja, um gerente da cidade, um gestor de fato.
O próximo ano, 2017, é declarado pela ONU como o
Ano Internacional do Turismo Sustentável. Está aí uma oportunidade para os
novos gestores terem um olhar para os equipamentos de turismo local,
valorizando o patrimônio natural de sua cidade e mostrando as potencialidades
e, em especial para que vieram.
Artigo produzido pela equipe da Escola Superior de
Saúde, Biociência, Meio Ambiente e Humanidades do Centro Universitário
Internacional Uninter: André Pelanda, Augusto da Silveira, Rodrigo Berté e
Rodrigo Silva.