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segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Médico questiona ligação entre miopia e falta de sol



Para oftalmologista pesquisa inédita  que associa a miopia à falta de sol é perigosa para a saúde dos olhos.


A miopia, dificuldade de enxergar à distância, uma das alterações oculares que mais cresce no mundo, pode ser combatida entre adultos  pela maior exposição à radiação UV (ultravioleta) emitida pelo sol durante a adolescência e juventude. Esta é a principal conclusão de uma pesquisa inédita que acaba de ser publicada no renomado periódico, Jama Ophthalmology.

Para o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto do Instituto Penido Burnier de Campinas a conclusão é controversa. Isso porque,  a exposição dos olhos ao sol eleva o risco de contrair varias doenças, entre elas a catarata, o pterígio e  a degeneração macular que leva à perda irreparável da visão.

Liderado por Astrid E. Fletcher da London School of Hygiene and Tropical Medicine, o estudo reuniu europeus de diversos países com idade média de 65 anos.  A maioria, 2.797 sem miopia, e 371 míopes. Em todos os participantes foi realizado exame de sangue para analisar o nível de vitamina D. Isso porque, a alta concentração dessa vitamina indica menor risco de miopia conforme estudo anterior. Os pesquisadores calcularam  a exposição à radiação UV de acordo com a incidência do sol na região de cada pessoa, somada ao tempo diário de atividades externas relatado em entrevista. A pesquisa concluiu que quanto maior a exposição ao sol menor é o risco de miopia, mas não prova esta relação.


Causas da miopia
Queiroz Neto afirma que a miopia pode estar relacionada a vários fatores genéticos e ambientais, mas é pouco provável que tenha alguma relação com o sol. Não há dúvida, comenta, que durante a infância a falta de atividade ao ar livre faz com que o  cristalino do olho perca a acomodação visual, ou seja, a capacidade de focar automaticamente para todas as distâncias, podendo causar miopia. Isso ficou comprovado em um estudo feito pelo médico com 360 crianças de 6 a 9 anos que usavam o computador e outras tecnologias por até 6 horas ininterruptas. Resultado: 21% passaram a ter dificuldade de enxergar de longe contra os 12% apontados pelo CBO (Conselho Brasileiro de Oftalmologia). 

O médico conta que a criança tem uma maior acomodação visual e o excesso de esforço para enxergar de perto faz com que perca a capacidade de focalizar à distância. Crianças que ficam com os olhos colados na tela do celular ou computador têm miopia transitória que pode ser revertida alternando com atividades externas a cada hora de uso do computador.  Por isso, na opinião do especialista o que influiu na menor incidência de miopia entre os participantes na pesquisa realizada em Londres não foi a exposição ao sol, mas a maior amplitude da acomodação visual permitida pelas atividades externas. Isso também explica, comenta, porque a miopia é mais frequente em pessoas que exercem atividades que exigem muita visão de perto, como por exemplo, as costureiras.


Alimentação preventiva
O oftalmologista também alerta para o fato da pesquisa europeia apontar para a menor incidência da miopia nos participantes que tinham maior concentração de luteína no plasma. No verão, ressalta, devemos redobrar o consumo de alimentos ricos neste nutriente. Os principais são as folhas verde-escuro como couve, espinafre ou  brócolis e os ovos. Isso porque, a luteína é um potente antioxidante que protege os olhos dos efeitos nocivos da radiação UV e da luz azul responsáveis pelo desenvolvimento de catarata, pterígio e degeneração macular. Tanto que a cor amarelada da mácula, porção, central da retina que responde pela visão de detalhes,está relacionada à luteína. 

Porções extras de carotenoides encontrados em  frutas, verduras e legumes de cor alaranjada também devem ser consumidas pelas mesmas razões que as folhas verde-escuro.

O médico lembra que o consumo exagerado de açúcar aumenta a produção de insulina  e  pode interferir no crescimento do eixo óptico onde as imagens são projetadas. A recomendação da OMS (Organização Mundial da Saúde) é consumir seis colheres de chá de açúcar/dia. Acima disso, além de interferir no crescimento do eixo óptico que caracteriza a miopia, dificulta o metabolismo da gordura e colesterol, aumentando a chance de desenvolver degeneração macular.

Estes pequenos cuidados somados ao uso de óculos com filtro UV evitam as doenças relacionadas ao sol e a miopia. 





Cuidados com os ouvidos devem aumentar durante o verão




Segundo especialista casos de infecção aumentam em mais de 80% neste período


As altas temperaturas que chegam com o verão são um convite para diversão e frescor em ambientes aquáticos, como piscinas e praias. 
Porém, além dos cuidados e alertas com a proteção solar, também vale a pena prestar atenção aos ouvidos, que são mais sensíveis em relação à entrada de água.

Segundo o otorrinolaringologista da Clínica Dolci em São Paulo, Dr. Eduardo Landini Lutaif Dolci, os casos de infecções no ouvido aumentam durante o verão, com 80,5% comparado a pouco mais de 19% do restante do ano. Ao mergulhar ou nadar, a água pode entrar na região e pessoas mais sensíveis podem ter problema com isso, já que o acúmulo de água no canal do ouvido pode causar a otite externa. “O local fica úmido, o que facilita o crescimento de bactérias, provocando a dor de ouvido, que pode ficar bem forte após 3 ou 4 dias sem tratamento”, complementa o especialista. 

Alguns sintomas como a sensação de entupimento, perda de audição temporária (enquanto durar a infecção), e zumbido (som tipo apito ou chiado no ouvido), caracterizam o problema. Ainda segundo o médico, para evitar isso é recomendável secar os ouvidos adequadamente após cada entrada na água. “Caso a água tenha entrado no ouvido e haja dificuldades para sair, movimente levemente a orelha ou deite de lado. Mas nunca utilize álcool, azeite ou qualquer outro líquido dentro dos ouvidos sem ter uma ordem médica: isto pode piorar o quadro ou causar outras lesões no ouvido”, finaliza o especialista.





Dr. Eduardo Landini Lutaif Dolci - sócio da Clínica Dolci ­ Otorrinolaringologia e Cirurgia Estética Facial, em São Paulo; Professor Instrutor de Ensino do Departamento de Otorrinolaringologia da Santa Casa de São Paulo; Membro titular da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico ­Facial; Membro eleito da Comissão de Residência e Treinamento da Sociedade Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-­Facial; Membro titular da Academia Brasileira de Cirurgia Plástica da Face.www.facebook.com/clinicadolci




Dia Nacional do Médico de Família e Comunidade



 Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade é representante da especialidade que atua no cuidado integral e tem capacidade de resolver 90% dos problemas de saúde do paciente

Hoje, dia 5 de dezembro, é datado o Dia Nacional do Médico de Família e Comunidade (MFC). A medicina de família e comunidade é uma especialidade médica, assim como a cardiologia, neurologia e ginecologia. O MFC é o especialista em cuidar das pessoas, da família e da comunidade no contexto da atenção primária à saúde. Ele acompanha as pessoas ao longo da vida, independentemente do gênero, idade ou possível doença, integrando ações de promoção, prevenção e recuperação da saúde. Esse profissional atua próximo aos pacientes antes mesmo do surgimento de uma doença, realizando diagnósticos precoces e os poupando de intervenções excessivas ou desnecessárias. Nessa data, também é comemorado os 35 anos da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC), entidade que representa todos os especialistas.

“A SBMFC comemora 35 anos, neste Dia do Médico de Família e Comunidade no Brasil, dia para celebrar conquistas e nossa história. É um orgulho para a Sociedade representar todos os médicos que atuam na Atenção Primária à Saúde e com trabalho atendendo as pessoas da melhor forma, da melhor qualidade. E que sigamos crescendo, construindo nosso trabalho a cada dia, nos fortalecendo quanto especialidade, e celebrando as conquistas da nossa história”, ressalta Thiago Trindade, presidente da SBMFC.
O médico de família é um clínico e comunicador habilidoso, pois utiliza abordagem centrada na pessoa e é capaz de resolver pelo menos 90% dos problemas de saúde, manejar sintomas inespecíficos e realizar ações preventivas. É um coordenador do cuidado, trabalha em equipe e em rede, advoga em prol da saúde dos seus pacientes e da comunidade. Atualmente há no Brasil mais de 3.200 médicos com título de especialista em medicina de família e comunidade.


Atenção Primária à Saúde
Imagine um sistema de saúde organizado a partir de serviços localizados perto da sua casa, com profissionais que conhecem todo o seu histórico de saúde (e da sua família) e capazes de resolver mais de 80% dos seus problemas de saúde sem precisar encaminhar você a outro serviço de saúde? Essa é a Atenção Primária à Saúde (APS), também conhecida no Brasil como Atenção Básica, que no SUS se materializa nas Unidades de Saúde da Família (USF).
Nas USF são oferecidas ações de promoção da saúde e prevenção, diagnóstico e tratamento de doenças, sempre organizadas conforme características de cada região e da população que utiliza os serviços. A Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC) ressalta que o papel do profissional que atua na APS é cuidar das pessoas de acordo com estas especificidades.

A cobertura da APS nas cidades brasileiras varia bastante, e pesquisas mostram que quanto maior esta cobertura é, melhores os resultados de saúde da população, e maior a qualidade de vida. Na APS as pessoas que recebem atendimento não são vistas apenas como pacientes, mas como seres humanos inseridos em uma comunidade, com hábitos de vida próprios, e todo esse contexto é considerado ao se abordar os problemas de saúde. Assim, podemos ver situações como a de uma senhora que reclama de dor nas costas constantemente e já fez vários tratamentos orientados por vários especialistas, até se perceber que a causa do problema é o fato de ela cuidar de um neto de dois anos de idade e mantê-lo no colo com frequência, ou de uma pessoa com hipertensão que já teve seu tratamento ajustado diversas vezes, mas nunca recebeu uma orientação adequada sobre as formas de preparar seus alimentos em casa.

“Numa boa conversa durante a consulta muitos problemas são solucionados, sempre orientando com base nas melhores evidências, o que além de resolver os problemas protege as pessoas de intervenções desnecessárias que costumam ocorrer com frequência em serviços de emergência, onde as pessoas não são bem conhecidas e não há tempo hábil para se conhecê-las. E abordando os problemas adequadamente, evitamos problemas mais graves como infartos, úlceras, derrames, entre outros. Além disso, há uma continuidade do trabalho, um acompanhamento periódico dessa pessoa para que ela lide cada vez melhor com os seus problemas e assim tenha uma vida melhor”, explica Rodrigo Lima, diretor de comunicação da SBMFC. 

Caso a doença detectada pelo médico de família e comunidade (MFC), especialidade médica atuante nas Unidades de Saúde da Família (USF), necessite de acompanhamento por um outro especialista, as pessoas são encaminhadas a outros serviços onde receberão o cuidado mais adequado, sempre sob a coordenação do MFC, que é capaz de integrar os conhecimentos das diversas especialidades em favor da pessoa como um todo.






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