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quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Tratamento para câncer pode deixar homem estéril








Mas há como ter filhos no futuro, com o congelamento do sêmen  


Assim como outubro foi o “mês rosa”, dedicado a alertar as mulheres sobre o câncer de mama, novembro será o “mês azul”, destinado a conscientizar os homens a respeito do câncer de próstata.

Receber o diagnóstico de uma doença tão grave não é fácil para ninguém. O primeiro pensamento é concentrar suas energias para livrar-se dela. Dificilmente se leva em conta outras consequências, como, por exemplo, a preservação da fertilidade. São poucos os oncologistas que alertam os pacientes sobre a possibilidade de ficar estéril, temporariamente ou em definitivo, em função do tipo de câncer e dos tratamentos, como cirurgia, radioterapia e quimioterapia. No entanto, isso ocorre com muita frequência e há formas de garantir a chance de ter um filho no futuro.

Várias pesquisas indicam que menos de 20% dos homens com câncer, em idade fértil, receberam orientação sobre a possibilidade de infertilidade e as técnicas que estão à sua disposição para permitir que sejam pais após o tratamento. Preocupados em salvar a vida de seus pacientes, não são todos oncologistas que os informam sobre esse risco e como prevenir-se, procurando um profissional especializado em reprodução assistida.

Segundo o Dr. Edson Borges Júnior, especialista em reprodução humana assistida e diretor científico do Fertility Medical Group, metade das pessoas que passam por tratamentos contra o câncer ficam estéreis. “O tumor é um tecido que se divide rapidamente. Os tratamentos das neoplasias, como radioterapia e quimioterapia, atingem não apenas estas células, mas todas as outras, inclusive as reprodutoras”, explica ele.

Uma pesquisa feita pela entidade, com 98 homens, mostra que os pacientes que escolhem congelar o sêmen para preservar a capacidade de reprodução têm, em média, 33 anos. E o tratamento contra o câncer é o principal motivo que os leva a utilizar a técnica.

Os tipos de câncer mais comuns no sexo masculino são os de próstata, testículo, Linfoma de Hodgkin e as leucemias. Com a detecção precoce, o avanço da medicina e das novas técnicas de tratamento, as taxas de sobrevida e de cura são cada vez maiores, chegando a 90%. Mas vale lembrar que um terço deles terá infertilidade permanente.

A preservação da possibilidade de ter filhos por reprodução assistida no sexo masculino é bem mais fácil do que na mulher. Após a puberdade, consiste apenas na masturbação (método não-invasivo), de preferência em várias amostras, e criopreservação (congelamento) do sêmen, antes do início do tratamento contra o câncer. Se, por alguma razão, o homem não conseguir ejacular, os espermatozoides podem também ser retirados diretamente dos testículos, com uma simples agulha ou uma pequena cirurgia. No caso de crianças, que ainda não ejaculam, a única forma é o congelamento de fragmentos dos testículos.

O sêmen é congelado a -196 oC e armazenado por tempo indeterminado. Além disso, é recomendado que se espere de seis a doze meses para a sua utilização, pois nesse período a fertilidade pode voltar ao normal.

Depois disso, quando o casal decidir ter filhos, será feita uma inseminação artificial na mulher, ou mesmo a Fertilização in Vitro, se necessário. 




terça-feira, 1 de novembro de 2016

Precisamos falar sobre a morte




A morte ganha um dia próprio no calendário de muitas culturas e tem diversas interpretações. Você sabe quais são seus significados? De onde vem o medo da morte? Quais as concepções da morte na modernidade? O psicólogo da Universidade Presbiteriana Mackenzie e especialista no assunto, Aurélio Melo, comenta os principais tópicos que cercam o tema.

O que é a morte?
A morte é, ao mesmo tempo, necessária e impossível ao pensamento. É o que diz o filósofo francês Comte-Sponville. Isso significa dizer que não ficamos sem pensar na morte, logo ela é necessária. Mas não temos a experiência da morte (ninguém nunca voltou dela), logo ela é impossível conhecê-la.

Porque temos medo da morte?
Todos temos medo da morte: as crianças, os velhos, os ateus, os religiosos, os corajosos e os covardes. São muitos os tipos de medo: medo do fim, medo de sofrer, medo do desconhecido, medo da separação e do abandono.

Nascemos com medo da morte?
Não. Quando criança pequena, nos primeiros anos de vida, sequer distinguimos seres animados de inanimados. Portanto, não se sabe o que é morrer.  A ideia da morte vai sendo conhecida paulatinamente e é por volta do início da adolescência que se tem a ideia da morte como evento natural, universal e irreversível.

O homem sempre temeu a morte?
Não. A morte foi encarada de diferentes maneiras pelo homem, de acordo com cada época e cultura. Por exemplo, no século XIX, no ocidente marcado pelo romantismo, a morte era, de certa maneira desejada pelos jovens. Era glamoroso morrer jovem e apaixonado. Já nos dias atuais, "afastamos" a morte da nossa vida e, quando ela aparece, lamentamos como se fosse uma falha tecnológica, um acontecimento que poderia ter sido evitado se a medicina fosse mais avançada.

Existe morte em vida?
Sim. Há a morte das pessoas próximas, queridas ou conhecidas (as celebridades) que nos traz uma experiência de separação, perda, dor. É a morte do outro. Há também mortes simbólicas pelas quais passamos ao longo da vida: a aposentadoria (morte profissional); a velhice (morte social); a menopausa (morte da fertilidade); a separação conjugal (morte do outro dentro de mim).

O que é a morte hoje?
A morte hoje vem sendo expropriada. Ou seja, vem sendo expulsa do seu lugar. Não se fala em morte, nem na morte. Em poucos dias, a morte cai no esquecimento. Os rituais funerários são cada vez mais rápidos e esvaziados de carga dramática. A morte atrapalha e, como diz o título de um belo filme: "The show must go on" (o espetáculo deve continuar).



O Dia dos Mortos renova o encontro com entes queridos e a tradição em Quito




A cada 2 de novembro, os cemitérios são decorados com flores, cruzes recém pintadas, quadros e cartões para celebrar o Dia dos Mortos, em Quito. Desde cedo, milhares de equatorianos recordam seus familiares e amigos falecidos com orações, vigílias e canções.

A Quito Turismo destaca essa festa popular, que une centenas de anos de tradições e costumes em uma mistura de rituais católicos e indígenas, onde a fé e a religião ganham vida em um ato de profundo significado.

Os povos do Equador já celebravam o culto aos mortos antes da chegada dos espanhóis, mas com o cristianismo, a tradição se adaptou ao calendário católico. Hoje, as ruas próximas aos cemitérios ficam cheias de vendedoras de flores, gravuras e barracas de comidas típicas, como a colada morada e as “guaguas de pan”, que refletem o sincretismo religioso e a miscigenação culinária.

No cemitério de Calderón, a 30 minutos de Quito, as comunidades indígenas visitam os túmulos de seus entes queridos e compartilham as comidas preferidas dos mortos, como uma maneira de homenageá-los e comunicar-se com eles, com a crença de que a morte é apenas um passo para outra vida, semelhante a esta.

A preparação caseira destas comidas é um motivo para que a família se reúna. Um dos clássicos do Dia dos Mortos é a “colada morada”, uma bebida de origem aborígine que também é um dos manjares mais tradicionais da cozinha de Quito.

É preparada a base de milho preto, mortiño, amora, abacaxi, casca de abacaxi, laranja e outras frutas e ervas. É sempre acompanhada da também tradicional “guagua de pan”, que é feita com farinha de trigo e, em alguns lugares, com farinha de milho processada com grãos obtidos na primeira colheita realizada nos Andes equatorianos.

As “guaguas de pan” são figuras de massa, que lembram os mortos, em especial as crianças (por isso o nome “guagua” que significa criança em quechua). Sua origem remonta do século XIX. Hoje, são recheadas com doce de goiaba, figo, chocolate ou com passas com creme e tomate de árvore.

O Dia dos Mortos em Quito é uma experiência única que transporta os visitantes ao passado do continente americano. Passar um 2 de novembro na capital equatoriana é um encontro imperdível com os sabores, aromas e costumes mais autênticos do país.



Quito
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