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terça-feira, 1 de novembro de 2016

Consumo de álcool aumenta incidência de pancreatite



Trabalhadores da construção civil que enfrentam problemas com álcool podem procurar o Seconci-SP para tratamento e orientação


Quase 3% da população brasileira acima de 15 anos de idade são considerados alcoólatras, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o que equivale a mais de 4 milhões de pessoas. O álcool cria dependência e pode levar ao desenvolvimento de outras 200 doenças. “A bebida é, de todas, a principal causa da pancreatite, uma inflamação do pâncreas que pode ser aguda ou crônica”, alerta Moacir Augusto Dias, gastroenterologista do Seconci-SP (Serviço Social da Construção).

O pâncreas é uma glândula grande situada atrás do estômago e perto do duodeno – a primeira parte do intestino delgado. Ele secreta sucos digestivos, ou enzimas, para o duodeno, que se juntam à bile, líquido produzido no fígado, para digerir os alimentos. Também libera os hormônios insulina e glucagon na corrente sanguínea, que ajudam o corpo a regular a glicose tomada dos alimentos para a energia.

Quando o pâncreas está inflamado, as enzimas no seu interior atacam e danificam os tecidos que as produzem. Qualquer uma das formas da pancreatite – aguda ou crônica – é grave e pode estar relacionada ao uso crônico de álcool. As principais manifestações da doença são dor e distensão abdominal, náuseas e vômito. “Como a ocorrência é mais frequente em homens do que em mulheres, procuramos sempre chamar a atenção dos trabalhadores da construção para o risco a que estão expostos”, diz o especialista.

Desde 2013, o Seconci-SP oferece o Grupo de Apoio e Orientação no Tratamento Ambulatorial para Dependência Química, conduzido por uma equipe interdisciplinar – psiquiatra, nutricionista e assistente social. Atualmente, há 43 membros, dos quais 24 dependentes somente de álcool (sendo 4 mulheres) e 19 de álcool associado a outras drogas. As reuniões são mensais, gratuitas e abertas aos trabalhadores e seus familiares.

“A maior parte das pessoas que procura o grupo faz uso abusivo do álcool, seguindo-se usuários de crack, cocaína e maconha. Há também os casos de dependência cruzada, quando se usa mais de uma dessas substâncias”, explica Angela Nogueira, coordenadora do setor de Serviço Social da entidade. “Normalmente, eles nos procuram quando os prejuízos já estão aparentes, como a iminente perda de emprego, da separação do cônjuge ou mesmo quando há risco de morte”, disse.

No grupo, os dependentes químicos passam pelo acolhimento, etapa em que se explica a doença, suas causas e consequências; e pela troca de experiências, quando o corpo profissional procura orientá-los a lidar com a ambivalência (indecisão entre prós e contras de parar de usar drogas) e a mudar os pensamentos automáticos (tais como “álcool relaxa”).

Com o objetivo de alertar os trabalhadores para os perigos do consumo de álcool e drogas, o Seconci-SP promove palestras em canteiros de obra, nas quais o Grupo de Apoio é fortemente divulgado. Este ano, já foram realizadas 74 palestras sobre drogas lícitas e ilícitas, atingindo 1.792 trabalhadores.

“É importante ressaltar o caráter sigiloso do serviço, pois é comum nesses ambientes o preconceito, o estigma com relação à psiquiatria e, consequentemente, o desestímulo por parte dos colegas”, completa Angela. “É essencial procurar apoio. Recomendamos aos encarregados ou responsáveis pelo Recursos Humanos das empresas sempre conversarem e nunca confrontarem o alcóolatra”, aconselha Angela. 



ENEM: Neurologista dá dicas para conseguir uma boa nota no exame




Falta poucos dias para a realização do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), porta de entrada para muitos jovens em universidades públicas e privadas. Toda uma vida escolar será avaliada em duas tardes, sob a pressão do tempo, das cobranças internas e externas e de muita ansiedade.

“O rendimento cerebral no dia de uma prova como o Enem é exigido de forma complexa e abrangente. Controle emocional, foco, capacidade de evocação (de memorização), estratégia, raciocínio lógico, criatividade e rapidez são as modalidades cognitivas mais importantes nessa hora”, explica o médico neurologista Leandro Teles em seu livro “Antes que eu me esqueça”, lançado pela editora Alaúde. Para o médico, essa missão é uma verdadeira maratona mental: “Não basta estar preparado; é fundamental conseguir acessar a informação com segurança, velocidade e não oscilar no transcorrer da prova”, afirma.

Para ajudar os estudantes neste momento tão importante, o doutor Leandro listou algumas dicas em seu livro com o intuito de auxiliá-los no processo de memorização e garantir uma boa performance no dia da prova.


Confira:

Controle emocional: “A adrenalina e o medo do fracasso ajudam o cérebro na motivação e no foco. O problema é a dose! Excesso de tensão e ansiedade elevam o risco de cometer erros bobos, dificultam a percepção de detalhes e provocam os temidos brancos”, explica o médico. Para ele, na hora H, o estudante precisa apenas responder com tranquilidade, e não ficar martelando que é o evento mais importante da sua vida e que você não pode falhar. “Isso não ajuda a encontrar a resposta correta de nenhuma questão”.

Estratégia de prova: Toda missão exige uma estratégia! A prova não seria diferente. “Conheça bem as regras do jogo, o tempo total, o número de matérias e questões por matérias. Atribua tempos específicos para cada uma, de acordo com o grau de dificuldade individual. Além disso, não se esqueça de chegar com antecedência, com a documentação em mãos. Gerencie a dinâmica da prova e preencha o gabarito com tranquilidade”, indica o doutor. 

Facilite a evocação: De acordo com Teles, o cérebro precisa encontrar as gavetas mentais certas para evocar o conhecimento. Ele explica que cada parte da prova versa sobre um universo peculiar. “Uma dica é evitar ficar pulando de uma matéria para outra sem necessidade; procure entrar em determinado tema e encerrar as questões desse tópico antes de passar para o próximo. Outra sugestão é mentalizar, por alguns segundos, coisas relacionadas ao tema que você irá adentrar – o rosto dos professores dessa matéria, a capa da apostila ou dos livros, o tema básico, entre outros pensamentos sugestivos”, explica. 

Trata-se de um exercício mental de poucos segundos que leva o cérebro para o contexto correto e ajuda na evocação do conteúdo específico.


Valorize o insight e sua intuição: Em seu livro, o médico explica que nem tudo é lembrança consciente ou raciocínio lógico. Nosso cérebro trabalha com impressões por vezes dissociadas de linguagem e de rastro de lembrança. 

Chamamos isso de intuição ou insight, uma impressão subjetiva e desancorada de que algo está correto ou não, que vai ocorrer ou não. “Na prova, na ausência de capacidade cognitiva de resolver conscientemente um teste, chute e arrisque baseado na impressão subjetiva e intuitiva inicial, pois a chance de acerto será maior. É muito comum trocar o chute por tentar racionalizá-lo e se arrepender depois”, sugere o especialista. 


Grau de cansaço: O doutor reitera que um cérebro descansado é sempre mais confiável. “Procure dormir bem na semana que antecede a prova e reduza a carga de estudos. Priorize revisões leves e temas que você tem mais facilidade e domínio. Dê preferência para exercícios aeróbicos leves, alongamentos e atividades ao ar livre. Isso ajuda a suportar a tensão muscular durante a prova e controla o sono e a ansiedade”, afirma. 


Confiança: Segundo Teles, é muito importante entrar confiante e manter essa confiança durante a prova. “Evite estudar temas novos ou muito complexos nos dias que antecedem a prova. Valorize o que você estudou durante o ano e não fique pensando naquilo que você não estudou ou não aprendeu. Trabalhe sua autoestima. Inicie a prova com assuntos que você domina, pois isso traz segurança, motivação e ajuda no controle de tempo. Não fique fragilizado com questões que você não sabe a resposta e não permita que isso tire sua estabilidade. Se não sabe a resposta, siga com tranquilidade e volte nas complicadas apenas no final. Isso evita desgaste e perda excessiva de tempo”, explica o doutor. 


Alimentação: Nada de passar fome ou sede. O doutor indica que o jovem se alimente adequadamente nos dias que antecedem o exame e principalmente durante a prova. “Evite os excessos alimentares, pois isso deixa o processo mental mais lento e causa sonolência. Durante a prova, tenha em mãos algum alimento rápido, como barra de cereais e água. Lembre-se de manter-se hidratado, mas não beba água em excesso, para não precisar ir ao banheiro várias vezes durante a prova”, conclui.




MEC recorre à impressão digital para evitar fraudes no ENEM




No próximo fim de semana, o Ministério da Educação (MEC) vai recorrer à biometria para fazer o reconhecimento individual dos inscritos no ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio) – fundamental para que todos os alunos tenham as mesmas oportunidades na hora de realizar as provas. O MEC não divulga se o cadastramento das impressões digitais será realizado no primeiro ou no segundo dia (ou em ambos). O objetivo é que os participantes sejam surpreendidos e não possam enviar outra pessoa para fazer a prova em seu lugar. Cerca de oito milhões de jovens devem passar por essa experiência – sendo que 2,2 milhões de alunos estão no último ano do Ensino Médio e dependem desse exame para ingressar numa das 500 universidades que utilizam o resultado do ENEM como critério de seleção.

Na opinião de Phil Scarfo, especialista em biometria e vice-presidente global de vendas e marketing da HID Biometrics, a autenticação da ‘impressão digital’ tem o mais alto valor de uso no nosso dia a dia, já que se trata de um atributo físico inviolável, que não pode ser alterado por criminosos. “Num futuro próximo, não vamos precisar de bolsa nem carteira, apenas dos nossos dedos para fazer uma série de atividades, incluindo as acadêmicas. Por isso, é uma grande ideia usar a impressão digital para autenticar pessoas que estão participando de um grande processo de seleção. Quando os leitores de impressão digital de alta qualidade e segurança estiverem disponíveis nos smartphones, meios de transporte, locais de trabalho, caixas eletrônicos, escolas, hospitais, academias de ginástica etc., tudo o que fizermos terá um nível de segurança imensamente maior do que hoje”.

O especialista destaca ainda que a maioria dos documentos expedidos atualmente conta com registros de impressão digital: documento de identidade (RG), passaporte, título de eleitor, carteira de motorista etc. “O Brasil está fazendo um enorme banco de dados de impressões digitais, o que permitirá em breve cruzar informações que serão muito úteis para agilizar processos e aumentar a segurança dos cidadãos. A possibilidade de saber ‘quem’ está fazendo ‘o quê’ evita um número enorme de fraudes e ações mal-intencionadas. Além disso, finalmente as pessoas começam a aposentar as senhas alfanuméricas usadas nos últimos 60 anos”.

No âmbito acadêmico, Scarfo diz que o uso de autenticação de impressão digital não é importante somente no controle de acesso dos estudantes às escolas e universidades, mas em tantas outras situações em que é fundamental haver maior supervisão. “Há áreas, dentro de uma instituição acadêmica, com entrada permitida apenas a professores, pesquisadores ou colaboradores. Outras, em que são armazenadas substâncias mantidas sob rígido controle. Há também departamentos com bens de alto valor – como computadores de última geração, equipamentos audiovisuais, telescópios etc. A implantação de um sistema biométrico para aumentar o controle de acesso a esses ambientes gera impacto positivo inclusive na área administrativa de modo geral, já que se restringe a possibilidade de mau uso, danos e furtos”.




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