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terça-feira, 26 de abril de 2016

Obesidade infantil: culpa dos alimentos ou da família?




Nossos hábitos são condicionados nos primeiros anos de vida, por isso é muito importante o estabelecimento de regras e comportamentos saudáveis desde cedo; Excesso de peso pode acarretar em crianças doenças típicas de adultos, como pressão alta e alterações no colesterol
Atualmente enfrentamos a triste realidade de crianças com menos de cinco anos de idade diagnosticadas com obesidade. A Organização Mundial de Saúde aponta este como um dos maiores problemas de saúde pública no mundo. A projeção é que, em 2025, cerca de 2,3 bilhões de adultos estejam com sobrepeso; e mais de 700 milhões, obesos. O número de crianças acima do peso e obesas no mundo poderá chegar a 75 milhões, caso nada seja feito. No Brasil, de acordo com a última Pesquisa de Orçamento Familiar (POF), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada em 2009, cerca de 50% dos meninos e 43% das meninas de cinco a nove anos já apresentam excesso de peso sendo que 16% e 11% respectivamente são obesos.
Hoje, é possível observar em crianças o desenvolvimento de doenças antes típicas em adultos, como pressão alta e alterações no colesterol, além de problemas psicológicos e dificuldades de socialização.
Segundo Mariana Nacarato, consultora em nutrição da Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias, Pães & Bolos Industrializados, (ABIMAPI), a obesidade infantil é decorrente de uma mistura de fatores.
É claro que o ambiente doméstico possui grande importância na constituição dos hábitos alimentares da criança. Mas em alguns casos, como os de tendência genética, por exemplo, os pais não têm tanta culpa. De todo modo, eles são responsáveis pela compra e preparo de alimentos, além de serem “exemplos” através dos seus próprios costumes diários.
“Culpar apenas a família ou determinados alimentos é fazer uma análise muito simplificada de tudo que está envolvido na alimentação infantil. Desmame precoce, alimentação excessiva, falta de atividade física e problemas familiares podem levar ao sobrepeso e, se não cuidado, à obesidade“, afirma a nutricionista.
É importante inserir na rotina dos pequenos porções diárias de carboidratos, proteínas, além de verduras, legumes e frutas. Diferentemente da imagem de vilão da saúde, o carboidrato é um nutriente essencial na alimentação infantil. Segundo o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), baseado na Organização Mundial da Saúde (OMS), a recomendação de carboidratos durante a infância é entre 55% e 75% do total de calorias consumidas diariamente.
Deficiências alimentares na infância prejudicam o processo de maturação do sistema nervoso, o desenvolvimento mental e intelectual, e aumentam a vulnerabilidade às infecções. A falta de energia ainda é a maior causadora destes problemas. Por isto a importância da oferta adequada dos carboidratos como arroz, trigo e seus derivados – massas, pães, bolos e biscoitos, que também são fontes de vitaminas e sais minerais. “Além do fornecimento de energia necessária para o desenvolvimento e crescimento, o carboidrato se oferecido de forma correta pode ajudar a prevenir a obesidade”, completa a especialista.
A alimentação da criança acima de dois anos, por exemplo, já deve ser igual ao restante dos adultos, a única diferença é que será em menor quantidade. Envolvê-la na preparação dos pratos e realizar refeições em conjunto, são estratégias que ajudam a adquirirem hábitos saudáveis.

segunda-feira, 25 de abril de 2016

Hipertensão Arterial: um mal silencioso




No Dia Nacional do Combate à Hipertensão Arterial, entenda os riscos da doença e saiba qual é a sua prevenção

A Hipertensão Arterial, ou a famosa “pressão alta”, é uma doença silenciosa, que pode se manifestar em idosos, adultos e até mesmo em crianças, representando um importante fator de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares. O problema se dá especificamente quando a pressão arterial é igual ou superior a 140x90 no adulto, o que pode ocorrer devido a diversos fatores, entre eles a contração dos vasos sanguíneos¹. O diagnóstico de Hipertensão Arterial na criança depende do uso de tabelas padronizadas para sexo, idade e estatura. O Dia Nacional do Combate à Hipertensão Arterial, comemorado em 26 abril, faz um alerta para os cuidados de prevenção e para os perigos causados por esse mal.
Segundo dados da Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH), a enfermidade é muito recorrente entre a população, estimando-se que 30% dos adultos são atingidos por ela. Após os 60 anos de idade, a porcentagem salta para mais de 50% e, no caso de crianças e adolescentes, 5% deles são acometidos pelo problema¹.
“Um dos grandes desafios da hipertensão é que, na maioria das vezes, ela não manifesta sintomas, o que dificulta o diagnóstico e atrasa o tratamento”, afirma a Dra. Rafaela Lopes Cardoso, médica especialista em Nefrologia Pediátrica. De acordo com ela, como prevenção, na fase adulta, é fundamental medir a pressão frequentemente. “Quanto às crianças acima dos três anos, é importante aferir a pressão arterial em consultório pelo menos uma vez ao ano. Já para aquelas abaixo dessa idade, é necessário fazer a medida quando há algum fator de risco para a hipertensão, como prematuridade, peso de nascimento abaixo de 1500g, internação na UTI ao nascimento, problemas cardíacos ou renais e infecção de urina de repetição”, completa a especialista.

Fatores como histórico familiar, obesidade, diabetes e uma dieta rica em sódio, por exemplo, contribuem para o aparecimento da pressão alta, uma doença multisistêmica e que se não tratada, pode desencadear diversas complicações tais como infarto, derrame cerebral, insuficiência renal e aterosclerose. “É essencial trabalharmos, desde a infância, uma dieta saudável e balanceada, assim como incentivarmos a prática de exercícios físicos regulares e a restrição de atividades sedentárias. O envolvimento de toda a família na mudança dos hábitos de vida é fundamental para o sucesso da prevenção e do tratamento dessa doença’’, finaliza a Dra. Rafaela.



Dra. Rafaela Lopes Cardoso - médica especialista em Nefrologia Pediátrica e profissional pertencente ao corpo clínico da plataforma Dr. Vem!
CRM 144.429

Referências
1.       Sociedade Brasileira de Hipertensão. Disponível em http://www.sbh.org.br/geral/oque-e-hipertensao.asp. Último acesso em 19 de abril de 2016.


Academia Brasileira de Neurologia oferece orientações sobre Doença de Parkinson à população do Rio de Janeiro





Em 26 de abril, das 9h às 14h, no Campus João Uchoa da Universidade Estácio de Sá, haverá distribuição de panfletos com informações importantes sobre a Doença de Parkinson. Organizada pela Liga Acadêmica de Neurologia Estácio de Sá e coordenada pela dra. Denise Nicaretta, neurologista membro do Departamento de Transtornos do Movimento da Academia Brasileira de Neurologia (ABN), a iniciativa contará com membros da liga e neurologistas renomados prestando esclarecimentos sobre Parkinson aos transeuntes e estudantes.

A ação faz parte da campanha “Doença de Parkinson: caminhando juntos, vivendo melhor” da Academia Brasileira de Neurologia (ABN), cujo intuito é conscientizar familiares, pacientes e a população em geral sobre o que, de fato, é o Parkinson.  O mote destaca o fato de que o paciente com DP precisa de total apoio e que não está sozinho na luta contra a doença.

“Depois de Alzheimer, Parkinson é a segunda doença neurodegenerativa mais frequente na 3ª idade. Portanto, com aumento da expectativa de vida do brasileiro, ela se torna um problema de saúde pública e merece grande atenção”, afirma dr. Delson José da Silva, coordenador do Departamento Científico de Transtornos do Movimento da ABN.

Durante o mês de abril, a ABN realizará uma série de ações em todas as regiões do país para levar informações precisas e contundentes à população geral. Através de palestras e distribuição de materiais informativos, a população leiga terá acesso a conteúdos de qualidade, visando à formação de base sólida de conhecimentos sobre Parkinson.    

PARKINSON

Parkinson é uma doença neurodegenerativa progressiva e incapacitante, que ocorre a partir da diminuição intensa da produção de dopamina, indispensável para o funcionamento normal do cérebro. Na falta dessa substância, o indivíduo perde o controle motor e os movimentos voluntários passam a não acontecer mais de forma automática.

 “Estudos apontam que múltiplos fatores contribuem para o surgimento da doença. Fatores ambientais como produtos químicos tóxicos advindos do contato de pesticidas, herbicidas e metais; agentes infecciosos ou mesmo partículas orgânicas danosas que atingiriam um individuo genética e constitucionalmente, podem promover alterações celulares que levariam à morte de neurônios produtores de dopamina”, explica.

O quadro clínico compõe-se por quatro sinais principais: tremores; lentidão nos movimentos; rigidez dos músculos e articulações e dificuldades de manter o equilíbrio. Seu diagnóstico preciso só pode ser feito por neurologistas. “Exames laboratoriais e funcionais formam um importante arsenal para o diagnóstico da doença. Os exames complementares são indicados no caso de dúvidas quanto ao diagnóstico”, informa Delson.

É importante ressaltar que quanto mais precoce o diagnóstico, o início do tratamento tende a ser mais rápido, o que garante uma melhora significativa na qualidade de vida dos pacientes.

TRATAMENTO         

A doença de Parkinson não tem cura, mas os tratamentos conseguem atuar sobre os principais sintomas, diminuindo seus efeitos. Segundo Marcus Vinícius Della Colleta, secretário do DC de Transtornos do Movimento da ABN, atualmente duas linhas de tratamento são indicadas: medicamentoso, que atua sobre os sintomas em diversas fases da doença; e cirúrgico, que pode ser ablativo (uma pequena lesão feita em um ponto do cérebro para bloquear algum sintoma) ou, ainda, a instalação de um eletrodo no cérebro (mais conhecido como DBS, do inglês deep brain stimulation), que possibilita o controle de alguns sintomas por meio de modulação elétrica daquela região. “O especialista deve analisar muito bem as vantagens e desvantagens de cada método, individualmente, antes de indicar”, comenta.

As principais novidades no tratamento da DP estão, principalmente, entre as novas formas de administração de medicamentos, como, por exemplo, o uso de adesivos (já disponível) e o desenvolvimento de novas tecnologias, sendo a administração inalatória (ainda em testes) uma delas. “Novas linhas, principalmente baseadas em controles imunológicos da doença, estão em testes, assim como novas drogas para os sintomas. É importante que medicamentos surjam, mas também é necessário o teste com muito controle, para estabelecer completamente a segurança dos pacientes”, ressalta o dr. Marcus Vinícius.

No Brasil, os pacientes têm acesso aos principais medicamentos utilizados no controle clínico pelo Sistema Único de Saúde (SUS). “Os procedimentos cirúrgicos são contemplados pelo SUS de acordo com os protocolos de cada estado. O sistema privado (planos de saúde) dá cobertura para os procedimentos cirúrgicos de acordo com as coberturas contratadas”, esclarece.

REABILITAÇÃO

Apesar da importância dos medicamentos, estes não melhoram todos os sintomas da doença de Parkinson. Por esse motivo, é imprescindível que o paciente tenha acesso a tratamentos complementares multidisciplinares, que incluem a fisioterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional, nutrição, psicologia, educação física e, em algumas situações, a orientação de enfermagem.
“O reconhecimento do papel da fisioterapia na DP já é bem estabelecido. São utilizadas algumas estratégias compensatórias e de reabilitação para melhora funcional e da atividade de vida diária, ou seja: marcha, equilíbrio, transferência, locomoção, vestimenta, entre outros”, salienta dra. Chien Hsin Fen, vice-coordenadora do Departamento de Transtornos do Movimento da ABN. 

A prática de exercícios físicos reduz o estresse oxidativo e promove a plasticidade neuronal. Além disso, a atividade física fornece melhor desempenho motor e qualidade de vida.

Quando o paciente sofre com alterações na fala, ele deve recorrer à fonoaudiologia. “A melhora decorrente da fonoaudiologia é concreta no que diz respeito à fala e deglutição, com indicação o mais prontamente possível, a fim de prevenir problemas com a comunicação e nutrição do paciente”, alerta a vice-coordenadora.

Prevenir é sempre melhor que remediar, por isso os tratamentos coadjuvantes são indicados assim que é feito o diagnóstico.

VIVENDO COM PARKINSON

O grande objetivo da campanha é mostrar que, apesar de ser uma doença sem cura, é possível conquistar independência e ter uma vida saudável vivendo com Parkinson. É isso que nos conta Alice Suzuki Sato Silva, professora aposentada de 78 anos, que foi diagnosticada com a doença em 2010.

Meu primeiro sintoma foi ter dificuldade em escrever. Eu reclamei com minha reumatologista e ela indicou que eu treinasse esse ato. Sou professora aposentada, não acreditei que fosse somente algum tipo de falha, pois escrevi a vida inteira. Com o passar do tempo, outros sintomas foram se desenvolvendo e se agravando: fui perdendo a agilidade que tinha nos movimentos. Ao escrever, minha letra diminuía e chegava a um ponto em que eu não entendia mais o que havia acabado de redigir. Senti muita dificuldade para caminhar e fazer atividades físicas e não sabia o que acontecia. Diante desses sintomas, recebi a orientação de procurar um neurologista. Há 6 anos, fui diagnosticada com Doença de Parkinson. Eu não tinha tremores, por isso achei muito estranho. Mas a partir daí precisei alterar meus hábitos de vida e passei a aceitar a doença. A reabilitação foi essencial para o meu tratamento. Os medicamentos me ajudaram muito desde o começo, mas a fisioterapia, fonoaudiologia e, atualmente, a hidroterapia, trouxeram mudanças significativas à minha vida e, aos poucos, fui aprendendo a lidar com o Parkinson”.

Panfletagem e Orientações sobre Parkinson
Data: 26 de abril de 2016
Horário: 9h às 14h
Local: Campus João Uchoa da Universidade Estácio de Sá - R. do Bpo., 83 - Rio Comprido, Rio de Janeiro – RJ
Telefone: (21) 4003-6767

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