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quinta-feira, 14 de abril de 2016

TEMPO LIVRE NÃO SIGNIFICA TER TEMPO DISPONÍVEL


 


Ter tempo livre e ter tempo disponível são conceitos completamente diferentes, mas que muita gente ainda confunde. Aliás, diria que muitas pessoas têm a produtividade prejudicada por conta disso, pois ter um horário vago na agenda não significa que você está livre para agendar qualquer coisa.

Vamos pensar em um exemplo prático, você resolve olhar para a sua agenda e percebe que tem um buraco na quinta-feira, mas no restante dos dias você tem reuniões agendadas em todos os horários. Até que chega um amigo e diz que na quinta-feira tem uma reunião com um cliente e te convida para participar, só para fazer uma companhia e dar uma força. Como você tinha uma vaga na agenda, nem pensou duas vezes e confirmou presença, lotando a semana com reuniões.

No entanto, muitas vezes as pessoas não percebem que esse tempo que estava “livre”, não necessariamente estava disponível. Talvez, essa era a única oportunidade que você tinha na semana para colocar os seus e-mails em ordem, para fazer algo que estava atrasado, terminar um projeto ou relatório. Enfim, para fazer as suas coisas.

Muita gente fica orgulhosa de olhar para a semana e ver que a agenda está completamente cheia. Quando eu percebo que não tenho um dia livre, busco formas de trocar algumas das reuniões, juntar parte delas em um mesmo dia, remarcar para um momento mais oportuno ou fazer via Skype, para minimizar o tempo de deslocamento. Sempre penso nisso, porque eu preciso ter dias livres durante a semana.

Aliás, muita gente tem o hábito de realizar inúmeras atividades também aos fins de semana. É muito comum ouvir as pessoas reclamando que o domingo já acabou e o fim de semana passou rápido demais, nem deu para aproveitar direito.

Por que isso acontece? Geralmente, a pessoa utiliza o tempo que teoricamente estaria livre para realizar diversas coisas e esquece de disponibilizar algumas horas para aquilo que deveria ser feito. Ou seja, no período da manhã você agenda um compromisso, na sequência, vai para um almoço marcado, depois para uma festa e encerra o dia em uma balada. No domingo, faz a mesma coisa. Dessa forma a pessoa lota o sábado e domingo de atividades e o cérebro não descansa, o corpo não para.

Quem vive nesse ritmo, não consegue descansar, vive em um ciclo de agitação e correria, pois inicia e encerra a semana na mesma loucura. Às vezes, precisamos parar, enxergar a forma como estamos conduzindo a vida e começar a deixar mais tempo disponível na agenda, só assim você terá tempo para realizar atividades que te dão prazer. Como uma atividade física, ler um livro ou apenas ficar sentado no sofá de casa vendo um filme ou uma série. O importante é ter um tempo livre para o seu corpo descansar, relaxar e recuperar as energias, sem ter nada para pensar. 

Quando você aprende a aproveitar o seu tempo livre, você se sente melhor, pois deixa o seu corpo e a mente livres para realizar aquilo que faz bem. Porém, isso não significa que é para desperdiçar esse tempo à toa, deixar todos os sábados e domingos livres, pois isso vai impedir você de progredir. Saiba dosar as duas coisas e entenda que o nosso corpo tem um limite e ele responde por você, isso é, se você está cansado demais, pegando pesado, você vai acabar ficando doente ou estressado e não saberá o motivo. Por isso, sempre que olhar para a sua agenda, lembre-se: tempo livre, não é tempo disponível.


Christian Barbosa - Maior especialista no Brasil em administração de tempo e produtividade, é CEO da Triad PS, empresa multinacional especializada em programas e consultoria na área de produtividade, colaboração e administração do tempo. Ministra treinamentos e palestras para as maiores empresas do país e da Fortune 100. Autor dos livros "A Tríade do Tempo"; "Você, Dona do Seu Tempo"; "Estou em Reunião"; co-autor do "Mais Tempo, Mais Dinheiro"; e "Equilíbrio e resultado – Por que as pessoas não fazem o que deveriam fazer?". Sua mais recente obra: "60 Estratégias práticas para ganhar mais tempo".

População carcerária feminina aumentou 290% nos últimos anos





Delitos relacionados a drogas são o principal motivo de encarceramento de mulheres no Brasil

Um levantamento do Instituto Terra, Trabalho e Cidadania (ITTC) sobre o aumento da população carcerária brasileira mostrou que entre 2006 e 2014 as prisões por delitos relacionados a drogas aumentaram em 51%. Outro dado que chama a atenção na pesquisa é que entre 2006 e 2013 o número de mulheres presas por acusações envolvendo entorpecentes cresceu 290%. 

Para a assistente social e diretora do Conselho Regional de Serviço Social de São Paulo (CRESS-SP), Adriana Brito, esses números refletem uma política de drogas retrógrada, que aprofunda os problemas sociais do Brasil e agrava a situação da população que já vive em situação de vulnerabilidade social.

“Enquanto a questão das drogas for encarada nessa lógica de guerra e enfrentamento, estaremos fugindo ao debate e caindo em ações sem efetividade. O tráfico não deve ser discutido do ponto de vista militar e policialesco, mas sob uma perspectiva política, econômica e social”, explica.

Ela ainda ressalta que essa estratégia de combate empregada atualmente falha visivelmente, uma vez que não impede o tráfico e o consumo das drogas. Mais do que isso, a guerra às drogas é responsável por milhares de mortes anualmente em todo o mundo, a maioria esmagadora destas vitimando a população negra e pobre.

Muitas vezes, as vítimas dessa guerra pertencem à classe trabalhadora e, ao encontrarem-se fora do mercado de trabalho formal e completamente abandonados pelo Estado, acabam buscando no tráfico uma alternativa de sustento.

Fugindo da questão
Segundo a diretora do CRESS-SP, estudos como o do ITTC tornam ainda mais evidentes como os efeitos dessa política de drogas atrasada reflete no crescimento da população carcerária no Brasil, já que grande parte do número de prisões estão relacionados ao tráfico. A falta de uma discussão efetiva de como enfrentar o problema do tráfico com descriminalização e legalização das drogas, agrava esse processo. Como reflexo, a parcela mais vulnerável da população continua sendo vitimada, seja com esse aumento na população carcerária relatado ou mesmo em outras estatísticas menos visíveis, como violência policial e até exploração sexual.

“Esse processo de abuso também continua após a prisão, com violações sistemáticas dos direitos da população que se encontra dentro do sistema prisional. Atrás das grades, as condições de vida das mulheres chegam a ser ainda piores do que a dos homens, uma vez que elas acabam recebendo menos visitas e passam por situações como dar à luz seus filhos algemadas, entre outras violações que reproduzem o machismo e ferem brutalmente os direitos humanos”, ressalta.

Para a assistente social, a política retrógrada de guerra às drogas é uma política de guerra aos direitos humanos, responsável por inúmeras mortes todos os dias e deve ser discutida sob essa perspectiva, não como uma questão puramente policial.

“Como agravante, podemos estar ainda mais distantes desse enfrentamento efetivo por conta do Congresso conservador escolhido pela população nas últimas eleições, notadamente contrário à questão da descriminalização e legalização das drogas”, finaliza.

2016 caminha para ser o ano mais quente da história





Ano passado já ultrapassou as expectativas, quebrando os recordes de temperatura; Mudanças climáticas geraram grande impacto na economia brasileira

Cada vez mais o aquecimento da Terra tem gerado preocupação aos especialistas e governos. E não é para menos. A Agência Espacial Americana (NASA) confirmou o que a população mundial sentiu na pele: 2015 foi o ano mais quente da história desde quando se iniciou a medição. Em média, a temperatura na superfície terrestre foi 0,13°C maior do que em 2014. Segundo a instituição, os 15 anos mais quentes foram registrados nos últimos 16 anos. Para 2016, a realidade não será diferente. A NASA afirmou que os meses de janeiro e fevereiro deste ano já bateram os recordes do mesmo período de 2015.

Os dados revelaram que fevereiro deste ano foi o mês mais quente já registrado na história mundial, sendo que o segundo mês mais quente foi seu antecessor (janeiro), enquanto o terceiro mês com temperaturas mais altas na história foi dezembro de 2015. Nunca houve um trimestre tão quente no mundo: entre dezembro e fevereiro, a média da temperatura no planeta ficou 1,2ºC acima da média – no limite exato do aumento ao qual ainda podemos nos submeter nos próximos 84 anos que ainda restam para o final do século.

“Esses dados confirmam que o aquecimento global não só é verdadeiro, como está  se intensificando”, afirma André Ferretti, gerente de Estratégias de Conservação da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, instituição que participa da coordenação geral do Observatório do Clima, rede de ONGs que atuam na agenda climática brasileira.

O fenômeno El Niño, que provoca o aquecimento anormal das águas do Pacífico, também é em parte responsável por esse resultado, pois tem sido bastante severo. Porém, a principal causa da intensificação do aquecimento global continua sendo a ação do homem, que, ano após ano, tem ampliado a emissão de gases de efeito estufa (GEEs). Ferretti alerta que os governos não podem mais continuar com o discurso teórico sobre as alterações do clima, sendo preciso agir de forma planejada para adaptar-se às mudanças climáticas cujos efeitos serão ainda mais presentes esse ano.

O instituto de meteorologia do Reino Unido, Met Office, já afirma que 2016 irá ultrapassar 2015 como ano mais quente, prevendo um aumento de 1,14°C acima da temperatura nos anos iniciais da Revolução Industrial, por volta de 1820. “Se isso se concretizar, estaremos muito próximos do limite estabelecido pelo Acordo de Paris, firmado no ano passado, que determina que a temperatura não pode atingir 2ºC acima da era industrial, e orientando que ficasse em, no máximo, 1,5ºC”, completa Ferretti, que esteve na 21ª Conferência das Partes (COP-21) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC)  quando o documento foi elaborado.

Aqui no Brasil o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) afirmou que o El Niño continuará alterando o clima nesse ano. O órgão afirma que as regiões Norte e Nordeste terão redução na quantidade de chuvas, enquanto que o Sul sofrerá com o aumento de precipitação. Com esse somatório de fatores, os fenômenos climáticos extremos – grandes estiagens e enchentes – serão cada vez mais frequentes gerando perdas desde patrimônio e safras agrícolas até vidas humanas.

Economia é impactada pelas alterações climáticas
O brasileiro pode até não ter percebido os motivos, mas com certeza já sentiu no bolso o impacto das mudanças do clima. O famoso PF, composto pelo arroz, feijão, bife, batata frita e salada ficou 20% mais caro em 2015, de acordo com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA15), alta que significa quase o dobro da inflação - 10,74 para os últimos 12 meses.

Um dos principais responsáveis é o clima: o Rio Grande do Sul detém 70% da produção nacional de arroz, mas as chuvas torrenciais e fora de época causaram prejuízos e atrasos no plantio. Já Minas Gerais sofreu o oposto. Responsável por 30% da produção brasileira de batatas, o estado enfrentou grande seca que impactou gravemente a lavoura. A falta de chuvas também influenciou na plantação de feijão da região mineira.

Com essa situação adversa, o Brasil deve importar mais arroz, o que deve aumentar ainda mais o preço do alimento. Já o feijão carioquinha - mais consumido pelos brasileiros e que ficou 30% mais caro no ano passado – não tem produção fora do país e, por isso, o Instituto Brasileiro do Feijão prevê desabastecimento já no fim de fevereiro.
Solução pode estar na própria natureza
Para André Ferretti, dentre as estratégias de adaptação às mudanças climáticas uma que tem se mostrado eficaz e mais duradoura é a chamada Adaptação Baseada em Ecossistemas (AbE), na qual aproveitam-se os serviços ambientais (como produção de água e proteção do solo)  providos pelos ecossistemas conservados, bem como da sua biodiversidade, para auxiliar as pessoas e as comunidades na adaptação aos efeitos das mudanças climáticas.

Exemplo prático dessa realidade é o Parque Nacional da Tijuca, o mais visitado do país com cerca de três milhões de turistas por ano. Nos séculos XVII e XVIII, o então chamado Maciço da Tijuca foi devastado para agricultura e extração de madeira, o que gerou grande impacto na cidade. O mais sentido deles foi a escassez de água. Dessa forma, em 1861, D. Pedro II declarou a região como “Florestas Protetoras”, protegendo a região e garantindo a quantidade e qualidade da água para os cariocas.

“A lógica é simples, se protegermos os ambientes naturais eles devolvem essa proteção para nós. É o equilíbrio que a natureza pode nos ensinar”, conclui o gerente de estratégias de conservação da Fundação Grupo Boticário.


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